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Exército concluiu que 37 militares tiveram algum tipo de participação

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Plinio Teodoro, 1/11/2024 · 10:18 hs

Antiga porta-voz da burguesia financista de São Paulo, a revista Veja tenta voltar ao jogo político bajulando Jair Bolsonaro (PL) com foto de capa nesta sexta-feira (1º) que serve como isca para atrair o ex-presidente para a "frente ampla" que vem sendo construída pelo consórcio neoliberal em torno da candidatura de Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) na terceira via.

Em uma entrevista bem ao estilo Veja, combinada nos mínimos detalhes com o entrevistado, Bolsonaro é classificado como " um dos grandes vencedores nas eleições"

"Mesmo sem mandato, inelegível e na iminência de se tornar réu em processos como o da tentativa de golpe no 8 de Janeiro, encarnou a bandeira de líder dos conservadores e ajudou a direita a obter vitórias significativas", descreve a revista do clã Civita.

Após afagar Pablo Marçal (PRTB) - "jovem, tem um baita futuro", mas "mão usou para o bem a inteligência" -, Bolsonaro é indagado: "Diante do fato de que o senhor está inelegível, quem pretende apoiar em 2026?".

"Falam em vários nomes, Tarcísio, Caiado, Zema… O Tarcísio é um baita gestor. Mas eu só falo depois de enterrado. Estou vivo. Com todo o respeito, chance só tenho eu, o resto não tem nome nacional. O candidato sou eu", diz, já se acostumando com a ideia de ficar fora do pleito e colocando o governador paulista na linha sucessória.

Em seguida, perguntado se acha "possível" recuperar os seus direitos políticos, Bolsonaro ameniza o tom e diz que "pretendo disputar 2026".

"São injustiças, uma perseguição", disse sobre as condenações pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). "O pessoal já sabe, mas preciso massificar isso entre a população. Depois, as alternativas são o Parlamento, uma ação no STF, esperar o último momento para registrar a candidatura e o TSE que decida. Não sou otimista, sou realista, estou preparado para qualquer coisa", emendou, ressaltando o "qualquer coisa", inclusive ficar fora da disputa contra Lula.

A Veja ainda especula sobre um movimento de "bastidores" em que "fala-se que Lula e o PT teriam interesse em ajudar o senhor a recuperar os direitos políticos, pois seria mais fácil enfrentá-lo em 2026 do que outros presidenciáveis".

Manso, o ex-presidente não discorda. "Já ouvi isso aí. Vão me rememorar como fascista, racista, homofóbico, grosso… Estou com 69 anos", disse.

Sobre o indiciamento iminente no inquérito dos atos golpistas, o ex-presidente disse que não ter "medo de julgamento, minha preocupação é quem vai me julgar", em alusão ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

"Nas últimas eleições, nós do PL enfrentamos a máquina estadual, a municipal e o Alexandre de Moraes, com aquelas buscas e apreensões. Ele interveio na minha eleição. Quando inventou o inquérito dos empresários golpistas, inibiu uma gama de gente que estava do meu lado. Agora, no caso da derrubada do X, perdi contato com milhões de pessoas. É a rede mais democrática que nós temos. Eles não querem censurar fake news nem barrar desinformação, querem censurar a verdade. A turma que está lá com o Moraes, como o pessoal da PF, são pessoas que trabalham atendendo ao desejo dele", alegou.

eu achei curioso esse inicio aí, q especula uma aliança entre Tarcísio e Lula em 2026.... eita eita hein

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Petrobras e Shell compram publis na tentativa de associar setor como solução e não problema diante das mudanças climáticas

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Parceria garante doação de 50 máquinas para serem testadas em fazenda da UnB e assentamentos do MST

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O que vocês acham disso? Eu não entendi muito bem pra que serve, é uma bitcoin BR? pra que pessoas comuns usariam isso?

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Projeto enviado por Zema, aprovado em comissão, propõe modelo de gestão privada para unidades da Fhemig e enfrenta críticas

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A crescente popularidade global do TikTok fez com que o cofundador de sua empresa-mãe, a ByteDance, se tornasse a pessoa mais rica da China.

Zhang Yiming agora possui uma fortuna de US$ 49,3 bilhões (cerca de R$ 283 bilhões), um aumento de 43% em relação a 2023, de acordo com a lista do instituto de pesquisa Hurun.

Aos 41 anos, Zhang deixou o cargo de diretor-executivo (CEO no jargão empresarial) da ByteDance em 2021, mas acredita-se que ainda detenha aproximadamente 20% da empresa.

O TikTok tornou-se um dos aplicativos de rede social mais populares do mundo, apesar de preocupações em alguns países sobre seus vínculos com o governo chinês.

Embora tanto o TikTok quanto a ByteDance afirmem ser independentes do governo chinês, os Estados Unidos planejam banir o TikTok em janeiro de 2025, a menos que a ByteDance venda a operação no país.

Apesar da pressão dos americanos, o lucro global da ByteDance aumentou 60% no ano passado, elevando a fortuna pessoal de Zhang Yiming.

"Zhang Yiming é a 18ª pessoa a chegar ao topo da lista (de mais rico) da China em apenas 26 anos", disse Rupert Hoogewerf, chefe do Hurun Research Institute.

"Os Estados Unidos, em comparação, tiveram apenas quatro números um: Bill Gates, Warren Buffett, Jeff Bezos e Elon Musk. Isso dá uma indicação do dinamismo da economia chinesa."

Antes de Zhang, a pessoa mais rica da china era Zhong Shanshan, presidente da maior empresa de bebidas da China, a Nongfu Spring, de acordo com a Reuters.

Quem é Zhang Yiming?

Zhang Yiming nasceu em Longyan, no sudeste da China, em 1983.

Antes de criar sua própria empresa – a ByteDance, em 2012 –, ele trabalhou na Microsoft e no Kuxun, um dos principais sites de busca de viagens e transporte da China, que depois foi adquirido pelo TripAdvisor.

O engenheiro de software começou a trajetória de sua empresa com um agregador de notícias baseado em inteligência artificial que teve muito sucesso na China.

Ele mesmo o definiu como "um negócio de buscas" ou uma "rede social", mais do que apenas uma empresa de notícias, em entrevista para a Bloomberg em 2017.

Depois de investir em vários aplicativos, a ByteDance desenvolveu o precursor do TikTok, chamado Douyin, que foi lançado localmente em 2016. A ideia era criar vídeos musicais de 15 segundos para serem compartilhados na internet.

Em 2017, o Douyin chegou ao mercado internacional rebatizado de TikTok. Isso foi no mesmo ano em que a ByteDance comprou o aplicativo Musical.ly, herdando mais de 20 milhões de usuários ativos, que ajudaram na expansão do TikTok.

Num perfil na revista americana Time, Zhang é descrito como uma pessoa "discreta, mas carismático"; "jovem, mas sábio".

Zhang deixou o cargo de presidente da ByteDance em 2021, após renunciar como CEO no início daquele ano, supostamente sob pressão do governo chinês.

Bilionários da Tecnologia

Zhang Yiming não é o único representante do gigantesco setor de tecnologia da China na lista.

Pony Ma, chefe do conglomerado tecnológico com atuação na indústria de jogos eletrônicos Tencent, ocupa o terceiro lugar na lista.

No entanto, a fortuna deles não é explicada apenas pelo sucesso de suas empresas, já que seus concorrentes ganharam menos dinheiro em um ano em que a economia da China apresentou dificuldades.

Apenas cerca de 30% das pessoas na lista tiveram um aumento em seu patrimônio líquido no último ano; o restante viu uma diminuição.

"A lista dos mais ricos da China encolheu pelo terceiro ano consecutivo, de forma inédita, já que a economia e os mercados de ações da China tiveram um ano difícil", disse Rupert Hoogewerf, chefe do instituto Hurun.

"O número de indivíduos na lista caiu 12% no último ano, para pouco menos de 1.100, uma redução de 25% em relação ao pico de 2021."

Hoogewerf explicou que foi um bom ano para fabricantes de smartphones, como a Xiaomi, enquanto o mercado de energia verde enfrentou dificuldades.

"Fabricantes de painéis solares, baterias de lítio e veículos elétricos tiveram um ano desafiador, com a intensificação da concorrência levando a um excesso de oferta, e com a ameaça de tarifas", afirmou.

"Os fabricantes de painéis solares viram sua riqueza cair até 80% em relação ao pico de 2021, enquanto as empresas de baterias e veículos elétricos caíram pela metade e por um quarto, respectivamente.

Nunca mais compartilho matéria da BBC falando de nenhum bilionário ou milionário, qualquer que seja!

Ninguém me obrigou, o pior é que eu fiz isso comigo mesmo.

ಥ_ಥ

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"Donald Trump é o Grinch que quer roubar o Natal."

A declaração é de autoria de Mark Cuban, talvez um dos bilionários mais conhecidos dos Estados Unidos, um cara eloquente que fala sobre política de uma maneira que poucos super-ricos falam.

Ele disse isso em 17 de outubro, quando subiu ao palco durante um ato de campanha da candidata democrata à presidência, Kamala Harris, na cidade de La Crosse, em Wisconsin, um dos sete Estados que podem decidir as eleições americanas.

Mal havia se passado uma semana desde que o homem mais rico do mundo, Elon Musk, discursou ao lado do candidato republicano à presidência, Donald Trump, durante um comício na cidade de Butler, na Pensilvânia, a joia da coroa dos Estados decisivos.

Cuban e Musk estão imersos em uma batalha nas redes sociais e nos palanques, competindo para ver quem consegue angariar mais apoio para um ou outro candidato na reta final da campanha para as eleições de 5 de novembro.

Empreendedor rico e midiático

Pouca gente pode não ter ouvido falar de Elon Musk. Cuban, no entanto, é um nome menos conhecido fora dos EUA.

O início da sua carreira como empreendedor remonta a quando, aos 12 anos, começou a vender sacos de lixo de porta em porta em Mt. Lebanon, no subúrbio de Pittsburgh, cidade industrial da Pensilvânia, onde nasceu, em 1958.

Mas suas iniciativas empreendedoras se tornaram mais lucrativas depois de se formar em administração na Universidade de Indiana.

O primeiro exemplo foi a MicroSolutions, uma empresa de consultoria em informática, que ele vendeu por US$ 6 milhões em 1990, antes de fundar a empresa de capital de risco Radical Computing Inc. e fazer uma pausa para estudar teatro em Los Angeles.

E nenhuma de suas empresas foi tão bem-sucedida quanto a Broadcast.com, um serviço de streaming de áudio e vídeo que ele cocriou em 1995 — e que, três anos depois, foi comprada pelo Yahoo! por US$ 5,7 bilhões.

Hoje, após ter investido em uma série de startups, ele está à frente da Cost Plus Drugs, que desde 2022 vende medicamentos a preços mais baixos.

Mas talvez ele seja mais conhecido pelo público em geral como proprietário do Dallas Mavericks, um time da NBA, a liga de basquete americana, avaliado em 2022 pela revista Forbes em US$ 4,5 bilhões — cuja participação majoritária ele vendeu no final do ano passado, embora ainda mantenha uma participação.

Ou por suas participações no reality show de empreendedorismo Shark Tank, em que os participantes apresentam produtos ou ideias de negócio a um painel de potenciais investidores.

Com esse perfil , seria de se esperar que ele tivesse mais afinidade com Trump, também empresário e com experiência televisiva — no caso do ex-presidente, no reality show O Aprendiz.

Na verdade, houve uma época em que ele tinha, mas…

Da afinidade com Trump ao convite de Hillary

"Eu o conheço há muito tempo e, embora não fosse um grande admirador dele, fizemos coisas juntos, como um evento de artes marciais mistas (MMA, na sigla em inglês)", disse Cuban recentemente ao jornalista Astead Herndon, do jornal americano The New York Times, sobre Trump.

"Depois, tivemos nossas desavenças no Twitter, mas ele não era político e isso, para mim, representava uma grande oportunidade", explicou ao podcast The Run-Up, apresentado por Herndon, em episódio que foi ao ar em 1º de outubro.

Era 2015, e Cuban se sentia atraído pelo fato de que o magnata do setor imobiliário, que tinha acabado de se interessar por política, era um outsider.

Mas seu apoio durou pouco. Mais especificamente, até uma conversa que tiveram em 2016, quando o debate dos aspirantes a candidato republicano estava se aproximando, e Trump decidiu não participar.

"Disse a ele que era um bom momento para se dirigir aos pequenos empresários, mostrar a eles seu tino para negócios, e conhecê-los melhor. E a resposta dele foi: 'Mark Cuban e Donald Trump não vão às casas das pessoas, nem se sentam às suas mesas de jantar'", ele contou a Herndon.

"Então eu perguntei a ele: 'E o que vai acontecer se você tiver que decidir se alguém vive ou morre? Ele ficou em silêncio, e não quis continuar a conversa", lembrou Cuban, afirmando que foi isso que levou ao seu afastamento.

"Honestamente, eu achava que não tinha nenhuma chance de ele vencer (a eleição de 2016). Então, quando começou a ficar claro que havia uma chance de ele ganhar — o que, como bem sabemos, acabaria acontecendo —, comecei a ficar nervoso."

Convencido de que Trump não era a pessoa ideal para ocupar a Casa Branca, Cuban partiu para a ofensiva, criticando-o em todas as entrevistas, programas e eventos que podia.

Tanto que a então candidata democrata à presidência , Hillary Clinton, o convidou para se sentar na primeira fila de um dos debates com Trump.

'Eu confio em Harris'

Oito anos depois, Cuban continua a defender que Trump não deve assumir o comando do país.

"Prefiro votar em um sanduíche de presunto", disse ele ao jornalista do The New York Times na entrevista já mencionada, depois de garantir que havia decidido votar em Joe Biden — que não o convencia —, quando ele ainda estava concorrendo à reeleição.

"Se (Trump) estivesse aqui e estivéssemos apenas falando merda, eu me daria muito bem com ele. Mas isso é diferente de querer que ele volte a ser presidente dos Estados Unidos", afirmou ele, no fim de setembro, em outro podcast, This Past Weekend, apresentado pelo comediante Theo Von.

"Acho que você precisa de alguém em quem possa confiar. Kamala é perfeita? Não. Concordo com tudo o que ela vai fazer, dizer ou fazer? Não. Mas eu confio nela."

Ele disse que a vice-presidente é minuciosa, que avalia as propostas com cuidado, que, diferentemente de Trump, não é "uma ideóloga" — mas, sim, alguém que se concentra na resolução de problemas, e que está disposta a ouvir a comunidade empresarial .

E, acima de tudo, é melhor para a economia do país. E, portanto, para todos os americanos.

Apoio não oficial, mas forte Especialistas e analistas destacam que a missão de Cuban é justamente difundir essa mensagem, já que as pesquisas mostram que os eleitores confiam mais na capacidade de Trump de lidar com a economia.

Assim, no ato de campanha de Harris em La Crosse, o mesmo evento em que ele falou sobre Grinch e o Natal, o empresário atacou as propostas tarifárias do republicano — que propôs aumentar os impostos sobre produtos importados a um nível nunca visto, em décadas, nos EUA.

"Ele acha que a China vai desembolsar o dinheiro", Cuban alertou os presentes. "Estamos falando do cara que, em 2016, achava que o México ia pagar pelo muro", acrescentou ele, em tom de gozação.

E, embora de forma velada, ele também falou para sua própria comunidade de empresários abastados do setor de tecnologia, assegurando que, em questões econômicas, Harris, se eleita, se moveria para o centro político.

"Sou socialmente liberal, mas fiscalmente conservador (...). E acho que a vice-presidente Harris se encaixa perfeitamente em nossa missão", disse ele ao podcast do New York Times.

Mark Cuban discursando em evento de campanha de Kamala Harris em La Crosse, no Estado de Wisconsin, em 17 de outubro de 2024Crédito,Getty Images Legenda da foto,Quando perguntaram a Cuban se ele coordenava sua participação com a campanha de Harris, ele disse que cuidava da sua própria 'programação' Ben Wikler, presidente do Partido Democrata de Wisconsin, é um dos que acreditam que o perfil de Cuban e suas palavras podem influenciar o eleitorado, sobretudo um dos segmentos mais disputados da população e mais resistentes a Harris: homens com menos de 50 anos.

"Seus inúmeros seguidores, incluindo os do Shark Tank e os aspirantes a empresários em Wisconsin, sabem que ele fala sério e diz o que pensa", afirmou Wikler à NBC News.

Mas também há democratas que têm sido cautelosos, advertindo que Cuban teria sua própria agenda, e questionando que benefícios poderiam advir do alinhamento com sua candidata. Perguntas semelhantes às que estão sendo levantadas pelo apoio de Elon Musk, fundador da Tesla e da SpaceX, a Trump.

A congressista democrata Alexandria Ocasio-Cortez, que representa um distrito de Nova York na Câmara dos Representantes, é uma das que alertaram sobre isso.

É que Cuban pediu a demissão do chefe da Comissão de Valores Mobiliários (SEC, na sigla em inglês), Gary Gensler, por sua posição em relação à regulamentação de criptomoedas, assim como de Lina M. Khan, que chefia a Comissão Federal de Comércio (FTC, na sigla em inglês).

"Se os bilionários que estão tentando flertar" com Harris pressionarem pela demissão, haverá "uma briga completa", afirmou Ocasio-Cortez.

Talvez seja por isso que Harris tenha evitado ser fotografada ao lado dele, diferentemente de Trump com Musk, embora Cuban continue fazendo campanha para ela extraoficialmente e tenha ajudado a fundar os grupos Venture Capitalists for Kamala ("Capitalistas de risco por Kamala") e Business Leaders for Harris ("Líderes empresariais por Harris").

Quando o jornal britânico The Guardian perguntou a Cuban na semana passada se ele coordenava suas aparições e mensagens com a campanha de Harris, o empresário respondeu: "Eu cuido da minha própria programação".

Ele tampouco é um grande doador. De acordo com uma investigação da rede NBC News, os registros da Comissão Eleitoral Federal mostram uma única doação de US$ 1 mil à deputada democrata Zoe Lofgren, em 2002, sob o nome de Cuban.

Algo que também o diferencia de Musk, cujo comitê de ação política criado para apoiar Trump — o America PAC— já investiu mais de US$ 119 milhões (R$ 678 milhões) nesta campanha eleitoral, de acordo com a organização de monitoramento sem fins lucrativos Open Secrets.

E agora o America PAC está sorteando US$ 1 milhão por dia até a eleição para um eleitor aleatório — não importa sua filiação partidária —, desde que tenha se registrado para votar e assinado uma petição. Uma prática que, conforme advertiu o Departamento de Justiça na quarta-feira, poderia violar a lei eleitoral.

Isso, além de suas contribuições pessoais, tornou o proprietário da SpaceX um dos maiores doadores individuais em toda a corrida presidencial.

Harris x Trump… ou Harris x Musk? Por tudo isso, Cuban chegou a dizer que, na verdade, o adversário de Harris na corrida pela Casa Branca não é Trump.

"Tudo se resume a querer obter votos", afirmou Cuban ao programa Squawk Box, da rede CNBC, ao comentar o sorteio diário de US$ 1 milhão realizado por Musk.

"E o mais louco é que não se trata mais da campanha de Harris contra a (campanha) de Trump, é Harris contra Elon."

"No caso dos republicanos, quem manda na área é Elon. É sobre isso que a corrida (pela presidência) tem sido realmente nas últimas duas semanas", afirmou o juiz de Shark Tank, em comunicado enviado à revista Fortune.

"Gosto do cara de uma maneira geral", disse ele sobre Musk ao podcast do New York Times.

"Acho que ele é um dos maiores empreendedores de todos os tempos. Respeito o que ele faz no âmbito empresarial."

Ele também reconheceu que se diverte ao confrontá-lo nas redes sociais.

"É engraçado, considerando quem ele é, o que ele representa, e que esta é a plataforma dele. O Twitter (agora X) é o bebê dele. E eu estou entrando pela porta da frente da casa dele", acrescentou, ressaltando que não faz isso para insultar, mas para confrontá-lo com os fatos.

"Essa é a criptonita deles: confrontá-los com os fatos."

Nesse sentido, ele já o alertou sobre Trump, como contou ao apresentador da NBC News, Chuck Todd.

"Ele vai queimar tudo o que tocar. Ele não se importa."

"Vai chegar um momento em que você vai precisar de algo de Donald Trump, e ele vai te desapontar. Te garanto."

Essa é a penúltima notícia envolvendo um bilionário que eu trago hoje!

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Quando os ataques aéreos israelenses atingiram a casa dos seus patrões no sul do Líbano, Andaku (nome fictício) se viu sozinha, trancada lá dentro e aterrorizada.

A queniana de 24 anos trabalha no Líbano como trabalhadora doméstica há oito meses, mas diz que o último mês foi o mais difícil, uma vez que Israel intensificou os bombardeios no sul do país.

"Houve muitos bombardeios. Estava demais. Meus patrões me trancaram em casa, e saíram para salvar suas próprias vidas", ela contou à BBC.

O som das explosões deixou Andaku traumatizada. Ela perdeu a conta de quantos dias ficou sozinha em casa até seus patrões voltarem.

"Quando eles voltaram, me expulsaram. Nunca me pagaram, e eu não tinha para onde ir", ela disse, acrescentando que teve a sorte de ter dinheiro suficiente para pegar um ônibus para a capital, Beirute.

A história de Andaku não é a única — tampouco a primeira deste tipo.

Na sexta-feira (4/10), autoridades da Organização das Nações Unidas (ONU) informaram que a maioria dos quase 900 abrigos do Líbano estavam lotados, manifestando preocupação com dezenas de milhares de trabalhadores domésticos, na sua maioria mulheres, que estão sendo "abandonados" pelos patrões desde a escalada da tensão no mês passado.

De acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), uma agência da ONU, há cerca de 170 mil trabalhadores migrantes no Líbano; muitos deles são mulheres do Quênia, Etiópia, Sudão, Sri Lanka e Bangladesh.

"Estamos recebendo cada vez mais denúncias de trabalhadores domésticos migrantes sendo abandonados pelos patrões libaneses, sejam deixados nas ruas ou nas casas, enquanto os patrões fogem", afirmou Mathieu Luciano, chefe do escritório da OIM no Líbano, durante uma coletiva de imprensa em Genebra.

Muitos trabalhadores domésticos estrangeiros viajam para trabalhar no Líbano para poder ajudar financeiramente suas famílias em seus países de origem.

O salário médio mensal dos trabalhadores domésticos africanos é estimado em cerca de US$ 250 (R$ 1,4 mil), enquanto os asiáticos podem ganhar até US$ 450 (R$ 2,5 mil).

Os trabalhadores domésticos estrangeiros precisam se submeter ao sistema da Kafala (patrocínio) no Líbano, que grupos de direitos humanos descrevem como "perigoso".

O sistema não garante direitos de proteção aos trabalhadores migrantes — e permite que os empregadores confisquem seus passaportes e retenham seus salários. Os trabalhadores passam por agências com sede no Líbano.

"A falta de proteção legal no sistema da Kafala, combinada com a restrição da circulação, significa que muitos podem ficar presos em condições de exploração. Isso resultou em casos de abuso, isolamento e trauma psicológico entre os trabalhadores migrantes", afirmou Luciano.

"Além disso, temos conhecimento de casos de migrantes que foram trancados dentro das casas de cidadãos libaneses que estão fugindo, para cuidar das propriedades."

Mina (nome fictício), que é de Uganda, trabalha como trabalhadora doméstica no Líbano há um ano e quatro meses.

Ela contou à BBC que foi maltratada pela família para quem trabalhava e decidiu fugir e voltar para sua agência.

Na esperança de receber ajuda, Mina disse que ficou chocada ao saber que teria que trabalhar para outra família em um contrato de dois anos antes de poder voltar para casa.

"Quando voltei ao escritório [da agência], disse a eles que já havia trabalhado o suficiente para poder pagar a passagem e voltar para casa. Eles pegaram meu dinheiro, e me pediram para trabalhar em uma casa por dois anos para poder voltar", relata a trabalhadora doméstica de 26 anos.

O fato de ter que conviver com os sons ensurdecedores das explosões fez com que a saúde mental de Mina fosse afetada. Ela não conseguia realizar adequadamente as tarefas domésticas que eram atribuídas a ela e, por isso, pediu ao novo patrão para ir embora.

Ela estava trabalhando para uma família em Baalbek, uma cidade no nordeste do Líbano, no Vale do Bekaa.

"[A família] me bateu, me empurrou e me expulsou... Havia muitas bombas naquela época. Quando saí, não tinha para onde ir", diz ela.

Outra trabalhadora doméstica do Quênia compartilhou sua história com a BBC.

Fanaka, de 24 anos, conta que sua agência a enviava para trabalhar em casas diferentes a cada dois meses — e que tem sofrido com dores de cabeça constantes.

"Tenho tentado dar o meu melhor no trabalho, mas ninguém nasce perfeito", diz ela.

As mulheres revelam que enfrentaram muitos desafios enquanto viviam nas ruas, já que muitos abrigos se recusaram a acolhê-las, alegando que estavam reservados para libaneses desalojados, e não para estrangeiros.

Todas as três conseguiram chegar até a Caritas Lebanon — uma ONG libanesa que oferece ajuda e proteção aos trabalhadores migrantes desde 1994.

Em gravações de áudio enviadas à BBC, trabalhadores migrantes de Serra Leoa afirmam que dezenas deles permanecem nas ruas de Beirute e necessitam desesperadamente de alimentos.

Outros relataram à imprensa local que tiveram a entrada negada em abrigos organizados pelo governo porque não são libaneses.

A BBC entrou em contato com as autoridades locais, que negam qualquer forma de discriminação.

Fontes do Ministério da Educação disseram à BBC: "Nenhum centro específico foi designado para trabalhadores domésticos estrangeiros, mas, ao mesmo tempo, eles não tiveram sua entrada recusada".

Entende-se que alguns trabalhadores estão evitando os abrigos oficiais, temendo repercussões em relação à sua documentação legal incompleta.

Hessen Sayah Korban, chefe do departamento de proteção da Caritas Lebanon, diz que sua ONG está abrigando atualmente cerca de 70 trabalhadores domésticos migrantes, que são principalmente mulheres com filhos.

Ela afirma que é necessário mais financiamento para poder fornecer abrigo para até 250 trabalhadores domésticos; todos foram abandonados pelos patrões ou estão sem teto e tiveram seus documentos oficiais confiscados.

"Estamos tentando fornecer a eles toda a ajuda necessária; pode ser jurídica, mental ou física", explica Korban.

Ela acrescenta que muitos trabalhadores domésticos precisam de ajuda com sua saúde mental, porque ficaram traumatizados, devido a conflitos dentro das famílias para as quais trabalharam, ou como resultado do conflito mais amplo no país.

Desde o início de outubro, a OIM recebeu mais de 700 novas solicitações de pessoas em busca de ajuda para voltar aos seus países de origem.

A Caritas, junto a outras ONGs, está em contato com várias embaixadas e consulados para organizar a deportação segura de trabalhadores domésticos abandonados de volta aos seus países.

"É um processo que está em andamento. Estamos buscando um retorno seguro às suas cidades de origem, em coordenação com a OIM e os serviços de segurança libaneses", diz ela.

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Neste domingo (27), enquanto saía o resultado das urnas confirmando a reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB) contra a candidatura de Guilherme Boulos (Psol), famílias da Frente de Luta por Moradia (FLM) ocupavam quatro prédios na região central da capital paulista. Todas as ocupações foram despejadas pela Polícia Militar (PM).

As famílias sem-teto, com dezenas de crianças, ocuparam prédios na av. Brigadeiro, na rua Major Quedinho, na av. Nove de Julho e na rua São Bento. Nesta última, foram despejadas pela Tropa de Choque, sob o sobrevoo de um helicóptero da PM, aos gritos de “o povo na rua, prefeito a culpa é sua”.

Na rua Major Quedinho, onde o prédio foi ocupado por cerca de 80 pessoas no fim da tarde, “as pessoas foram recebidas com bomba de gás, estilhaço, alguns se feriram”, de acordo com Osmar Borges, da coordenação da FLM. “Em todas as ocupações foi usada a Tropa de Choque para retirar os sem-teto na marra, mesmo sem liminar de reintegração de posse”, afirma.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, comandada pelo ex-policial da Rota Guilherme Derrite, três homens foram detidos na ocorrência da Bela Vista. Em nota, a pasta do governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) informou que a PM foi acionada “para atuar em ocorrências de invasão de propriedade entre o final da tarde e a noite de domingo (27)” e que “a situação foi controlada”.

Por volta das 22h o 3º pelotão de Choque se posicionou em frente ao prédio na av. Nove de Julho que, até então abandonado, tinha sido ocupado três horas antes por cerca de 60 pessoas. Um vídeo mostra policiais se posicionando na porta de entrada, enquanto outro agente aponta a arma de bala de borracha para uma janela. “Tem crianças aí dentro”, alerta uma pessoa atrás da câmera.

“A tropa invadiu o prédio, fazendo a identificação de todas as famílias, como se fossem criminosas, mães, crianças”, narra o coordenador da FLM. Durante a retirada da área, os sem-teto estenderam uma faixa com os dizeres “Nenhuma mulher sem casa”.

O despejo do prédio na rua da Mooca aconteceu nesta segunda-feira (28), com participação da Guarda Civil Metropolitana (GCM).

Por acesso à moradia no centro

Apesar de terem sido feitas no domingo em que Nunes venceu segundo turno com 59,35% dos votos contra 40,65% de Boulos, deputado federal e liderança do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Osmar Borges explica que as quatro ocupações não ocorreram por conta da eleição municipal.

“Fazem parte de uma agenda que a FLM realiza todos os anos para falar sobre a questão da moradia no centro da cidade, dialogar com os poderes locais, reivindicar a retomada de políticas como locação social e programas habitacionais que assegurem o acesso à moradia por famílias que ganham de um até três salários-mínimos”, pontua Borges.

“Reivindicamos o aumento desses investimentos, principalmente nessas regiões mais privilegiadas de estrutura para a população de menor renda, que é a grande maioria que gera riqueza nos centros urbanos da cidade”, afirma o coordenador da FLM. “Agora vamos nos reorganizar a prepara novas jornadas de luta”, ressalta.

Edição: Nathallia Fonseca

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Que justificaçãozinha merda dos EUA para escalar a guerra contra a Rússia, hein... O poder bélico da Coréia do Norte deve ser ínfimo comparado ao da Rússia ou da China (que está apoiando a Rússia).

Fico preocupado com toda essa situação, tanto de Israel/Palestina, quanto Rússia/Ucrânia. Os EUA tem perdido influência há algum tempo, então parece que eles estão fazendo o que sabem fazer de melhor: criar situação de guerra no mundo inteiro para aumentar sua própria influência.

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Por Iara Vidal, 28/10/2024 · 14:22 hs

O Brasil não vai mais aderir à Nova Rota da Seda. O recado de Brasília à Pequim foi dado pelo principal assessor para assuntos internacionais do presidente Lula, Celso Amorim.

A decisão anunciada pelo ex-chanceler se contrapõe à uma declaração de Lula em julho passado, durante entrevista concedida a jornalistas estrangeiros em Brasília. Na ocasião, o presidente comentou que o Brasil tinha interesse em conversar com a China para aderir à Nova Rota da Seda. Nessa conversa, o objetivo seria saber em qual posição os brasileiros vão jogar. "Nós não queremos ser reserva, nós queremos ser titular".

Para Pequim, aquela fala de Lula apontava para um "golaço" diplomático. Na ocasião, a China celebrou a possível adesão do Brasil à Nova Rota da Seda, usando o futebol como metáfora para destacar a importância da cooperação.

Agora, a sensação de quem apoia a adesão do Brasil à Nova Rota da Seda é uma espécie de 7 a 1, que remete à fragorosa derrota da seleção brasileira para o time da Alemanha, no dia 8 de julho de 2014, durante a semifinal da Copa do Mundo do Brasil. O jogo aconteceu no Estádio Mineirão, em Belo Horizonte (MG), e é considerado uma das derrotas mais marcantes na história do futebol brasileiro.

Sinergia e não adesão

Em entrevista ao jornal O Globo desta segunda-feira (28), Amorim afirmou que o governo brasileiro busca elevar as relações com a China a um novo patamar, sem a necessidade de formalizar um "contrato de adesão" à Iniciativa Cinturão e Rota (BRI, da sigla em inglês), o programa de investimentos chineses.

"A palavra-chave é sinergia. Não é assinar embaixo, como uma apólice de seguro. Não estamos entrando em um tratado de adesão. É uma negociação de sinergias", disse ao jornal carioca o chanceler.

A Nova Rota da Seda já conta com cerca de 150 países signatários, mas, segundo Amorim, o Brasil avaliará os projetos que sejam de seu interesse e poderá aceitá-los ou não, de acordo com suas prioridades. "O que importa é que os projetos atendam ao que o Brasil definiu", completou o assessor, durante entrevista.

Amorim participou de uma missão à China na semana passada, com o objetivo de discutir a visita de Estado do presidente Xi Jinping ao Brasil, que deve ocorrer em novembro, durante a cúpula do G20 no Rio de Janeiro.

Segundo o ex-chanceler, os projetos em análise entre Brasil e China podem incluir não apenas infraestrutura, mas também áreas como energia solar e veículos híbridos ou elétricos, e até serem ampliados para outros países da América do Sul.

Na última quarta-feira, em um evento em São Paulo, a representante de Comércio dos EUA, Katherine Tai, sugeriu que o Brasil deveria ser cauteloso em relação à possível adesão à Nova Rota da Seda, o que irritou Pequim.

Em resposta, a Embaixada da China no Brasil divulgou uma nota afirmando que a recomendação de Washington "desrespeita o Brasil, um país soberano, e ignora que a cooperação sino-brasileira é igualitária e benéfica para ambos".

Gol perdido

O gol perdido pelo Brasil ao anunciar que não vai aderir à Nova Rota da Seda ocorre às vésperas da vinda ao país do presidente chinês, Xi Jinping. Está prevista uma visita de Estado dele em novembro para participar da Cúpula do G20 no Rio de Janeiro e celebrar os 50 anos de relações diplomáticas sino-brasileiras celebradas este ano.

Durante sua estadia, ele participará de reuniões bilaterais com o presidente Lula para aprofundar a cooperação econômica e estratégica entre os dois países, mas agora sem adesão brasileira à Iniciativa Cinturão e Rota. Xi também deve comparecer à cúpula do G20, grupo presidido pelo Brasil este ano, onde líderes das 20 maiores economias do mundo discutirão temas globais relevantes.

Onde está a diplomacia "altiva e ativa"?

A Fórum conversou com especialistas que acompanham as relações Brasil-China sobre essa decisão brasileira de não aderir à Nova Rota da Seda.

O especialista em relações internacionais Diego Pautasso observa que o Brasil precisa fazer o cálculo da correlação de forças interna e internacional para qualquer tomada de decisão e, portanto, é preciso levar em consideração o peso e a importância dos Estados Unidos para a região e para o mundo.

Pautasso, que tem pós-doutorado em Estudos Estratégicos Internacionais, doutorado e mestrado em Ciência Política, além de graduação em Geografia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), atualmente leciona relações internacionais na UFRGS e na PUC Minas. Ele também foi professor colaborador na China, na Universidade de Ciência e Tecnologia do Sudoeste.

Ele questiona como essa decisão de ficar de fora da Iniciativa Cinturão e Rota se enquadra em uma diplomacia "ativa e altiva".

"Se o Brasil tem a ambição de ter uma região externa, como o ex-chanceler [Celso Amorim] dizia, 'autiva e ativa', precisa ser partícipe desse processo do qual nós temos essa aspiração de reorganização do sistema internacional", observa.

Pautasso pondera que a mensagem da fala de Amorim deixa o Brasil submisso aos desejos de Washington.

"Nós não vamos poder fazer parte do BRICS, nós não vamos poder fazer parte do Conselho de Segurança da ONU se a cada decisão houver receio excessivo acerca de desagradar os Estados Unidos", alfineta.

Ele também alerta para a forma com que Pequim receberá essa negativa de adesão à Nova Rota da Seda.

"Tampouco seremos um parceiro confiável à China na construção de um mundo multipolar, como ativo membro dos BRICS, se não fizermos parte de um processo de integração, que é a Nova Rota da Seda, do qual já fazem parte 150 países, a grande parte deles menor, menos expressivo e mais vulnerável do que o Brasil e que aceitaram fazer parte da iniciativa chinesa justamente porque ela não suprime a soberania, não suprime a margem de manobra diplomática do país", argumenta.

Pautasso, por fim, observa que há movimentos na política externa brasileira que destoam de determinados padrões históricos do Itamaraty e de padrões mais específicos da política externa durante os Governos Lula 1 e 2.

O governo negociou antes dessa decisão?

O professor de Direito Internacional da FGV Direito Rio e da Universidade Federal Fluminense (UFF), Evandro Menezes de Carvalho, que também tem pós-doutorado na Universidade de Pequim, critica a fala de Amorim. Ele observa que falar em “contrato de adesão” não corresponde à realidade da Iniciativa Cinturão e Rota (ICR).

"A ICR não se baseia em contrato de adesão. Não é um tratado multilateral de livre comércio proposto pela China, mas uma proposta de parceria apresentada pela China para uma relação comercial, financeira e de pessoas no âmbito da ICR cujos termos estão para ser negociados com cada parte.

Carvalho afirma que a questão que está em aberto diante do anúncio de Amorim é a seguinte: o governo brasileiro sentou para ouvir e negociar as vantagens e as condições para participar da ICR?

"Se não, como se rejeita algo que não se sabe o que ganha e como contribuir? Se sim, quais as razões então que fundamentaram a decisão de não participar? Do modo como posto pelo ex-ministro, as razões não estão claras. É para diversificar as parcerias? Então porque não procurar negociar esta diversificação no âmbito da ICR que conta com 150 países participantes?", questiona.

Falta de foco na política externa brasileira

Para Hugo Albuquerque, advogado e analista de geopolítica, a Iniciativa Cinturão e Rota já foi assinada por vários países, inclusive com recorte mais liberal do que o Brasil, como o Chile. Ele classifica a Nova Rota da Seda como um importante marco para a circulação de mercadorias e investimentos.

"O Brasil não assinar isso com seu maior parceiro internacional, a China, enquanto insiste na assinatura do acordo Mercosul-União Europeia, que é criticado inclusive pelo liberal Macron na França e muitos setores na Europa e Mercosul, consiste em uma falta de foco da política externa - cujas causas devem ser mais bem investigadas, mas sugere uma sujeição estratégica aos EUA ou a tentativa de encontrar um meio-termo que, a rigor, não existe", analisa.

7 a 1 de Washington sobre a China?

A decisão brasileira de não aderir à Nova Rota da Seda circula em Brasília desde a semana passada. De acordo com fontes da Esplanada, Lula recuou de confirmar o time brasileiro como titular na iniciativa liderada por Pequim diante de uma campanha interna no próprio governo liderada pelo Itamaraty.

A diplomacia brasileira, comandada por Mauro Vieira, avaliou que a adesão do Brasil à Iniciativa Cinturão e Rota poderia "comprometer a soberania brasileira". O principal articulador desse recuo de Brasília seria o diplomata Eduardo Saboia, secretário de Ásia e Pacífico no Ministério das Relações Exteriores.

Esse recuo brasileiro pode ser interpretado como uma movimentação influenciada por múltiplos fatores, entre eles as pressões de Washington. A relação do Brasil com os Estados Unidos, particularmente no governo Lula, tem sido caracterizada por uma tentativa de equilibrar interesses com grandes potências globais, mantendo uma diplomacia independente.

A postura dos EUA, que vê com desconfiança a crescente influência chinesa na América Latina, pode ter exercido uma pressão significativa para que o Brasil evitasse um alinhamento formal com a Nova Rota da Seda. Washington tem utilizado canais diplomáticos para influenciar os países da região, promovendo acordos bilaterais e multilaterais que ofereçam alternativas aos investimentos chineses.

Diante desse cenário, fontes contam que Lula bateu o martelo de que o Brasil não faria parte do projeto chinês e que a palavra-chave seria "sinergia", sem uma adesão formal.

A pauta da reunião agendada entre Lula e Xi em Brasília no dia 20 de novembro em Brasília está sendo reformulada sem o anúncio da adesão brasileira à Nova Rota da Seda. O tempo do encontro deverá ser reduzido.

Essa recalibragem das relações sino-brasileiras pode indicar que o Planalto busca um equilíbrio entre manter boas relações comerciais com a China e, ao mesmo tempo, evitar desagradar os Estados Unidos e seus interesses geopolíticos na região.

Independente das razões diplomáticas, a decisão anunciada por Amorim, certamente com as bênçãos de Lula, emula em Pequim um sentimento de ter sido goleado por Washington no campo brasileiro. Um gostinho de 7 a 1.

tirando as análises q colocam td como países ali, e indo pra algo mais palpável, quais seriam os setores burgueses relacionados aos EUA q fizeram lobby contra a Nova Rota? curioso não, o q os EUA ofereceu ao gov brasileiro nesse jogo ai?

faço as perguntas pra gnt quebrar a cabeça, pq é um ngc bem grande, eu ousaria dizer q nem a indústria textil estadunidense é contra a Nova Rota, eu acho q seria outros setores q vêem essa iniciativa chinesa como prejudicial a si.

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