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Por Iara Vidal, 28/10/2024 · 14:22 hs

O Brasil não vai mais aderir à Nova Rota da Seda. O recado de Brasília à Pequim foi dado pelo principal assessor para assuntos internacionais do presidente Lula, Celso Amorim.

A decisão anunciada pelo ex-chanceler se contrapõe à uma declaração de Lula em julho passado, durante entrevista concedida a jornalistas estrangeiros em Brasília. Na ocasião, o presidente comentou que o Brasil tinha interesse em conversar com a China para aderir à Nova Rota da Seda. Nessa conversa, o objetivo seria saber em qual posição os brasileiros vão jogar. "Nós não queremos ser reserva, nós queremos ser titular".

Para Pequim, aquela fala de Lula apontava para um "golaço" diplomático. Na ocasião, a China celebrou a possível adesão do Brasil à Nova Rota da Seda, usando o futebol como metáfora para destacar a importância da cooperação.

Agora, a sensação de quem apoia a adesão do Brasil à Nova Rota da Seda é uma espécie de 7 a 1, que remete à fragorosa derrota da seleção brasileira para o time da Alemanha, no dia 8 de julho de 2014, durante a semifinal da Copa do Mundo do Brasil. O jogo aconteceu no Estádio Mineirão, em Belo Horizonte (MG), e é considerado uma das derrotas mais marcantes na história do futebol brasileiro.

Sinergia e não adesão

Em entrevista ao jornal O Globo desta segunda-feira (28), Amorim afirmou que o governo brasileiro busca elevar as relações com a China a um novo patamar, sem a necessidade de formalizar um "contrato de adesão" à Iniciativa Cinturão e Rota (BRI, da sigla em inglês), o programa de investimentos chineses.

"A palavra-chave é sinergia. Não é assinar embaixo, como uma apólice de seguro. Não estamos entrando em um tratado de adesão. É uma negociação de sinergias", disse ao jornal carioca o chanceler.

A Nova Rota da Seda já conta com cerca de 150 países signatários, mas, segundo Amorim, o Brasil avaliará os projetos que sejam de seu interesse e poderá aceitá-los ou não, de acordo com suas prioridades. "O que importa é que os projetos atendam ao que o Brasil definiu", completou o assessor, durante entrevista.

Amorim participou de uma missão à China na semana passada, com o objetivo de discutir a visita de Estado do presidente Xi Jinping ao Brasil, que deve ocorrer em novembro, durante a cúpula do G20 no Rio de Janeiro.

Segundo o ex-chanceler, os projetos em análise entre Brasil e China podem incluir não apenas infraestrutura, mas também áreas como energia solar e veículos híbridos ou elétricos, e até serem ampliados para outros países da América do Sul.

Na última quarta-feira, em um evento em São Paulo, a representante de Comércio dos EUA, Katherine Tai, sugeriu que o Brasil deveria ser cauteloso em relação à possível adesão à Nova Rota da Seda, o que irritou Pequim.

Em resposta, a Embaixada da China no Brasil divulgou uma nota afirmando que a recomendação de Washington "desrespeita o Brasil, um país soberano, e ignora que a cooperação sino-brasileira é igualitária e benéfica para ambos".

Gol perdido

O gol perdido pelo Brasil ao anunciar que não vai aderir à Nova Rota da Seda ocorre às vésperas da vinda ao país do presidente chinês, Xi Jinping. Está prevista uma visita de Estado dele em novembro para participar da Cúpula do G20 no Rio de Janeiro e celebrar os 50 anos de relações diplomáticas sino-brasileiras celebradas este ano.

Durante sua estadia, ele participará de reuniões bilaterais com o presidente Lula para aprofundar a cooperação econômica e estratégica entre os dois países, mas agora sem adesão brasileira à Iniciativa Cinturão e Rota. Xi também deve comparecer à cúpula do G20, grupo presidido pelo Brasil este ano, onde líderes das 20 maiores economias do mundo discutirão temas globais relevantes.

Onde está a diplomacia "altiva e ativa"?

A Fórum conversou com especialistas que acompanham as relações Brasil-China sobre essa decisão brasileira de não aderir à Nova Rota da Seda.

O especialista em relações internacionais Diego Pautasso observa que o Brasil precisa fazer o cálculo da correlação de forças interna e internacional para qualquer tomada de decisão e, portanto, é preciso levar em consideração o peso e a importância dos Estados Unidos para a região e para o mundo.

Pautasso, que tem pós-doutorado em Estudos Estratégicos Internacionais, doutorado e mestrado em Ciência Política, além de graduação em Geografia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), atualmente leciona relações internacionais na UFRGS e na PUC Minas. Ele também foi professor colaborador na China, na Universidade de Ciência e Tecnologia do Sudoeste.

Ele questiona como essa decisão de ficar de fora da Iniciativa Cinturão e Rota se enquadra em uma diplomacia "ativa e altiva".

"Se o Brasil tem a ambição de ter uma região externa, como o ex-chanceler [Celso Amorim] dizia, 'autiva e ativa', precisa ser partícipe desse processo do qual nós temos essa aspiração de reorganização do sistema internacional", observa.

Pautasso pondera que a mensagem da fala de Amorim deixa o Brasil submisso aos desejos de Washington.

"Nós não vamos poder fazer parte do BRICS, nós não vamos poder fazer parte do Conselho de Segurança da ONU se a cada decisão houver receio excessivo acerca de desagradar os Estados Unidos", alfineta.

Ele também alerta para a forma com que Pequim receberá essa negativa de adesão à Nova Rota da Seda.

"Tampouco seremos um parceiro confiável à China na construção de um mundo multipolar, como ativo membro dos BRICS, se não fizermos parte de um processo de integração, que é a Nova Rota da Seda, do qual já fazem parte 150 países, a grande parte deles menor, menos expressivo e mais vulnerável do que o Brasil e que aceitaram fazer parte da iniciativa chinesa justamente porque ela não suprime a soberania, não suprime a margem de manobra diplomática do país", argumenta.

Pautasso, por fim, observa que há movimentos na política externa brasileira que destoam de determinados padrões históricos do Itamaraty e de padrões mais específicos da política externa durante os Governos Lula 1 e 2.

O governo negociou antes dessa decisão?

O professor de Direito Internacional da FGV Direito Rio e da Universidade Federal Fluminense (UFF), Evandro Menezes de Carvalho, que também tem pós-doutorado na Universidade de Pequim, critica a fala de Amorim. Ele observa que falar em “contrato de adesão” não corresponde à realidade da Iniciativa Cinturão e Rota (ICR).

"A ICR não se baseia em contrato de adesão. Não é um tratado multilateral de livre comércio proposto pela China, mas uma proposta de parceria apresentada pela China para uma relação comercial, financeira e de pessoas no âmbito da ICR cujos termos estão para ser negociados com cada parte.

Carvalho afirma que a questão que está em aberto diante do anúncio de Amorim é a seguinte: o governo brasileiro sentou para ouvir e negociar as vantagens e as condições para participar da ICR?

"Se não, como se rejeita algo que não se sabe o que ganha e como contribuir? Se sim, quais as razões então que fundamentaram a decisão de não participar? Do modo como posto pelo ex-ministro, as razões não estão claras. É para diversificar as parcerias? Então porque não procurar negociar esta diversificação no âmbito da ICR que conta com 150 países participantes?", questiona.

Falta de foco na política externa brasileira

Para Hugo Albuquerque, advogado e analista de geopolítica, a Iniciativa Cinturão e Rota já foi assinada por vários países, inclusive com recorte mais liberal do que o Brasil, como o Chile. Ele classifica a Nova Rota da Seda como um importante marco para a circulação de mercadorias e investimentos.

"O Brasil não assinar isso com seu maior parceiro internacional, a China, enquanto insiste na assinatura do acordo Mercosul-União Europeia, que é criticado inclusive pelo liberal Macron na França e muitos setores na Europa e Mercosul, consiste em uma falta de foco da política externa - cujas causas devem ser mais bem investigadas, mas sugere uma sujeição estratégica aos EUA ou a tentativa de encontrar um meio-termo que, a rigor, não existe", analisa.

7 a 1 de Washington sobre a China?

A decisão brasileira de não aderir à Nova Rota da Seda circula em Brasília desde a semana passada. De acordo com fontes da Esplanada, Lula recuou de confirmar o time brasileiro como titular na iniciativa liderada por Pequim diante de uma campanha interna no próprio governo liderada pelo Itamaraty.

A diplomacia brasileira, comandada por Mauro Vieira, avaliou que a adesão do Brasil à Iniciativa Cinturão e Rota poderia "comprometer a soberania brasileira". O principal articulador desse recuo de Brasília seria o diplomata Eduardo Saboia, secretário de Ásia e Pacífico no Ministério das Relações Exteriores.

Esse recuo brasileiro pode ser interpretado como uma movimentação influenciada por múltiplos fatores, entre eles as pressões de Washington. A relação do Brasil com os Estados Unidos, particularmente no governo Lula, tem sido caracterizada por uma tentativa de equilibrar interesses com grandes potências globais, mantendo uma diplomacia independente.

A postura dos EUA, que vê com desconfiança a crescente influência chinesa na América Latina, pode ter exercido uma pressão significativa para que o Brasil evitasse um alinhamento formal com a Nova Rota da Seda. Washington tem utilizado canais diplomáticos para influenciar os países da região, promovendo acordos bilaterais e multilaterais que ofereçam alternativas aos investimentos chineses.

Diante desse cenário, fontes contam que Lula bateu o martelo de que o Brasil não faria parte do projeto chinês e que a palavra-chave seria "sinergia", sem uma adesão formal.

A pauta da reunião agendada entre Lula e Xi em Brasília no dia 20 de novembro em Brasília está sendo reformulada sem o anúncio da adesão brasileira à Nova Rota da Seda. O tempo do encontro deverá ser reduzido.

Essa recalibragem das relações sino-brasileiras pode indicar que o Planalto busca um equilíbrio entre manter boas relações comerciais com a China e, ao mesmo tempo, evitar desagradar os Estados Unidos e seus interesses geopolíticos na região.

Independente das razões diplomáticas, a decisão anunciada por Amorim, certamente com as bênçãos de Lula, emula em Pequim um sentimento de ter sido goleado por Washington no campo brasileiro. Um gostinho de 7 a 1.

tirando as análises q colocam td como países ali, e indo pra algo mais palpável, quais seriam os setores burgueses relacionados aos EUA q fizeram lobby contra a Nova Rota? curioso não, o q os EUA ofereceu ao gov brasileiro nesse jogo ai?

faço as perguntas pra gnt quebrar a cabeça, pq é um ngc bem grande, eu ousaria dizer q nem a indústria textil estadunidense é contra a Nova Rota, eu acho q seria outros setores q vêem essa iniciativa chinesa como prejudicial a si.

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Banco Central do Brasil, Publicado 12/01/2024 às 11:13, Atualizado 12/01 às 11:13

Começou a valer, no último dia 3, após regulamentação do Conselho Monetário Nacional (CMN), o limite dos juros e encargos financeiros no crédito rotativo e no parcelamento do saldo devedor da fatura dos cartões de crédito. O limite foi estabelecido pela Lei 14.690, de 3 de outubro de 2023 – que criou o Desenrola Brasil, programa de renegociação de dívidas do governo federal –, que determina que o valor total cobrado a título de juros e encargos financeiros no rotativo e no parcelamento da fatura do cartão não pode ultrapassar 100% do valor da dívida principal.

Portanto, a partir de agora, a dívida de quem não paga o total da fatura do cartão de crédito e entra no chamado rotativo do cartão, não pode ultrapassar o dobro do valor devido. Esse limite continua valendo mesmo se a dívida do rotativo for migrada para a modalidade de crédito parcelado. Isso significa que a cobrança de juros e de encargos financeiros sobre uma dívida com um valor original de R$100 pode elevar o valor devido a, no máximo, R$200.

Para o diretor de Regulação do Banco Central, Otávio Damaso, a medida é importante porque pode contribuir para redução da inadimplência e do endividamento das famílias.

“A regulamentação do CMN da Lei 14.690, de 2023, padronizou a regra e os conceitos para aplicação do limite dos juros e dos encargos financeiros cobrados no crédito rotativo e no parcelamento da fatura de cartões de crédito pelas instituições financeiras”, afirma Otávio Damaso, diretor de Regulação do Banco Central do Brasil

Uso mais consciente do cartão de crédito

A entrada em vigor do limite nos juros do cartão de crédito se soma a uma série de outras medidas recentes que o Banco Central (BC) e o Conselho Monetário Nacional (CMN) têm tomado para permitir um uso mais consciente desse importante instrumento de crédito pela população brasileira e fomentar a educação financeira como um todo – são cerca de 209 milhões de cartões ativos em operação no país (dado de dezembro de 2022).

Entre essas medidas, está a Resolução BCB 365, publicada em dezembro passado, que tem como objetivo aprimorar a transparência e facilitar o entendimento das informações das faturas de cartão de crédito por parte de seus titulares, bem como incentivar a adoção de práticas de crédito responsável, o que pode reduzir os riscos de superendividamento das famílias e de inadimplemento. Saiba mais aqui.

Outro normativo é a Resolução Conjunta 8, que regula as medidas de educação financeira a serem adotadas por instituições financeiras, instituições de pagamento e demais instituições autorizadas a funcionar pelo BC, com vistas a, entre outras finalidades, prevenir problemas como o superendividamento. Saiba mais aqui.

nao é noticia recente, mas achei MUITO interessante ai, eu tenho uma divida aberta tbm, e a questao é q é passivel de abrir processo contra o banco pra resolver esse problema

mt gnt relata problemas com isso com o roxinho né? pessoa pega divida de 1000 reais e ta em poucos meses ta devendo 100k, 200k, ja vi até 1 milhao, taí, quem quiser só consultar um advogado e meta-lhe processinho

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O vice-presidente do PT no Distrito Federal, Wilmar Lacerda, foi preso preventivamente na quinta-feira, 24, sob suspeita de violência sexual contra duas adolescentes, de 13 e 17 anos.

Wilmar foi detido na 3ª fase da Operação Predador, deflagrada pela DPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente).O processo está em segredo de Justiça para preservar o andamento das diligências e não prejudicar as investigações.

Por meio de nota enviada ao site IstoÉ, o PT informou que Wilmar foi afastado cautelarmente do partido “até que se esclareçam os graves fatos noticiados”.

Policiais civis abordaram o vice-presidente da sigla em uma via pública na Asa Sul. O celular dele também acabou sendo apreendido.

Wilmar atuou como suplente do senador Cristovam Buarque e chefe de gabinete da liderança do PT no Senado.

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Em um estacionamento a céu aberto com cerca de 30 trailers em Bristol, no sudoeste da Inglaterra, a brasileira Célia Costa, 45, abre a porta da sua caravana para mostrar os pontos positivos e negativos de ter o veículo como moradia permanente.

"Agora não pago mais aluguel, e sobra mais dinheiro. Mas olha, aqui fica muito frio no inverno, vou ter que colocar carpete. E também não dá para tomar banho."

O espaço é apertado e roupas, sapatos e várias sacolas com objetos diversos ficam expostos no local onde é a sala, quarto e também a cozinha.

Mas a comunidade é organizada e tem regras para manter a limpeza e a segurança, o que, segundo Célia, a deixa tranquila por ser uma mulher que mora sozinha.

Quando saiu de Goiânia com uma passagem só de ida para Bristol, há 5 anos, Célia buscava uma vida melhor.

Morar e trabalhar na Inglaterra, imaginava ela, lhe daria oportunidades financeiras e de qualidade de vida que não poderia ter no Brasil. "Achei que em questão de meses estaria rica", lembra ela.

Na época, sua filha, casada com um britânico, trouxe Célia e outros familiares para morarem com ela. O parentesco permitiu que Célia conseguisse os documentos necessários para se tornar uma imigrante legal.

"A gente ficou um tempo com ela e depois cada um teve que seguir seu caminho. E aí é que você vê que as coisas não são tão fáceis como a gente imagina quando está no nosso país."

Olhando para trás, Célia diz que veio para o Reino Unido com uma "ilusão".

"Não existe esse negócio de ir para outro país e enriquecer, é uma ilusão. Existem dificuldades assim como no Brasil."

"A diferença da moeda é o que atrai as pessoas. São sete vezes mais o valor do real. Aqui, convertendo para o real, eu consigo ganhar R$10.000, o mesmo que o salário da minha patroa no Brasil. Mas a gente tem que ver que eu também gasto em libras, né?"

Desde que chegou no país, sem dominar a língua inglesa, Célia fez dois tipos de trabalhos informais para ter a renda necessária para suas despesas básicas: entrega de alimentos e serviços de limpeza em casas e estabelecimentos.

Crise do custo de vida

Depois de sair da casa da filha, procurando um lugar para morar, ela se deparou com o preço alto dos aluguéis na cidade - algo que afeta não só Bristol, mas todo o Reino Unido.

Nos primeiros anos, morou em casas e apartamentos que dividia com outras pessoas. Mas os ganhos com entregas e dias de cleaner (faxineira, em inglês) não acompanhavam a velocidade com a qual os preços subiam no país.

O Reino Unido enfrenta os desdobramentos de uma crise econômica que teve o auge em 2022, quando a inflação chegou aos dois dígitos, e em 2023, quando o país ficou oficialmente em recessão.

A maior parte da população foi impactada com altas nos preços dos alimentos, de energia e, em especial, dos aluguéis - que só no último ano subiram 8,4%.

Bristol, especialmente, sentiu o impacto. Em fevereiro deste ano, o aluguel na cidade foi considerado o segundo mais caro do país, atrás apenas de Londres.

A média de preço, segundo o Office for National Statistics (ONS) do Reino Unido, chegou a £1.734 (cerca de R$12.484). Para fins de comparação, o salário mínimo no país é £1.667.20 (R$12.000).

"Para alugar apenas um quarto na casa de alguém, eram £800 a £1.000 por mês [R$5.760 a R$7.200]. Eu trabalhava, praticamente, para comer e pagar aluguel. E também tenho dívida no Brasil. Não estava conseguindo arcar com tudo."

"O que eu fiz? Eu abandonei o aluguel, comprei um trailer e fui para dentro dele, assim como muitos brasileiros aqui."

As casas em em caravanas

A comunidade de trailers - ou caravanas, nome derivado do termo inglês caravans - é formada em maioria por imigrantes, mas há também alguns britânicos vivendo ali.

"Eu diria que 80% são brasileiros. A maioria vem da região Norte ou Nordeste do Brasil, mas também têm muitos goianos como eu. E ali no final da rua tem três trailers de ingleses", conta Célia.

Acampamentos como este são considerados irregulares e tratados como 'moradia inadequada' pelo governo britânico. Quem mora aqui, na prática, entra na classificação de sem-teto pelas autoridades.

Célia pagou £1.500 (cerca de R$10.800) na caravana, e fez a mudança há seis meses.

"Eu até estou gostando, mas é complicado para a higiene pessoal. Você vai tomar banho na hora que der… Muita gente usa a academia para isso. Eu vou na casa da minha filha, que fica bem perto daqui."

A falta de aquecimento adequado é outro ponto negativo, já que os trailers não retém calor tão bem quanto casas adaptadas para isso.

Para tentar driblar o frio, a brasileira pretende adicionar um carpete ao veículo, mas ainda não sabe exatamente como vai ser quando o inverno chegar e as temperaturas caírem para cerca de 5 °C - vai ser a primeira vez que passa a estação no trailer.

Quando recebeu a visita da BBC News Brasil, Célia ainda dividia o espaço de cerca de cinco metros com a irmã, que decidiu tentar a vida no país ilegalmente há um ano e meio, e já tinha data marcada para retornar ao Brasil.

Ela diz que, como muitos, sua irmã teve dificuldades para se adaptar.

"Quando a gente vem para cá, vem com o sonho de 'vou lutar e vou conquistar'. Mas quando chega aqui, não é nada daquilo que você achava que seria, e você se deprime, sabe? Você trabalha como uma condenada. Eu trabalhava em cima da moto, das sete da manhã até uma da manhã. Uma hora você cansa. Tinha dias em que eu parava minha moto, sentava no meio-fio e chorava. E é assim que muitos brasileiros aqui vivem."

Célia diz ter feito turnos de 12 a 18 horas muitas vezes trabalhando com entrega de alimentos numa empresa britânica, a Deliveroo.

Em resposta à reportagem, a Deliveroo diz que "isso não é representativo de como os entregadores trabalham. Eles são contratados autônomos e têm total liberdade para escolher quando e por quanto tempo desejam trabalhar."

"Estamos muito preocupados ao saber sobre entregadores vivendo em condições inadequadas. A Deliveroo oferece trabalho flexível que os entregadores nos dizem que desejam, com oportunidades de ganhos atraentes e proteções", disse a empresa, em nota.

Apesar das dificuldades, Lucas*, 24, outro imigrante que veio de Goiânia para Bristol, diz ter encontrado liberdade e independência vivendo na caravana.

"Eu amo aqui. É maravilhoso, meu cantinho…"

Ele chegou à Europa há cinco anos, e diz ter passado muitas dificuldades em outros países até decidir emigrar para a Inglaterra.

"Eu já passei muita raiva com gente que alugava quarto, e acha que tem um poder nas mãos, e te humilha por isso. Aqui vim direto para o trailer, comprei o meu. É uma alternativa que não vou abandonar."

Lucas vive sozinho em um pequeno trailer, onde a sala, o quarto e a cozinha são o mesmo espaço. Ele conta que alguns vizinhos já fizeram melhoramentos: há quem tenha dois quartos, TVs modernas acopladas na sala e sistemas de som integrados aos veículos. São planos para o futuro, diz ele.

Foi seu irmão de consideração, que também reside na cidade, quem o apresentou à comunidade. Para ele, os vizinhos de trailer são um apoio e o fazem sentir menos sozinho no país estrangeiro.

"Aqui hoje todo mundo que se ajuda sabe? Chamam para ‘tomar uma’, assar uma carne, fazer bagunça... Eles não deixam o vizinho dormir, mas pelo menos convidam… É uma comunidade legal", diz Lucas, sorrindo.

Os vizinhos mantêm um grupo de Whatsapp para organizar questões como o lixo deixado e a segurança do local.

"Se alguém demora demais para chegar, mandamos uma mensagem. Também ficamos de olho nas coisas uns dos outros… É como uma família", acrescenta Célia.

A comunidade foi alvo de uma operação do departamento de imigração algumas semanas após a visita da BBC News Brasil, resultando na detenção de imigrantes que estavam no país de forma ilegal.

Por ter documento, Célia não foi afetada, mas Lucas conta ter fugido do local.

Ele diz estar com receio de ser preso e deportado, e por isso, pediu para não ser identificado na reportagem.

A BBC News Brasil pediu detalhes sobre o número de imigrantes detidos e/ou deportados ao Ministério do Inteiro do Reino Unido, mas não recebeu resposta até a publicação deste texto.

'Não recomendo que outras pessoas venham'

Célia diz que recebe mensagens de conhecidos brasileiros que se interessam pela possibilidade de uma vida mais próspera na Europa, mas que hoje não recomendaria a ninguém vir para cá.

"Eu digo: 'Não vou trazer, porque não quero que você passe pelo que eu passei e ainda passo.' Aqueles que eu trouxe já se arrependeram. Dois deles já voltaram porque não aguentaram ficar nem dois anos aqui. Por isso, eu não recomendo a ninguém sair do seu país para tentar algo aqui. Não recomendo de jeito nenhum."

Segundo ela, os pagamentos por entregas feitos pela Deliveroo, principal empresa a qual presta serviços, diminuíram nos úlitmos anos, algo que atribui ao aumento de entregadores na região.

Em resposta BBC News Brasil, a empresa disse que "só integra mais entregadores onde eles são necessários para garantir que a oferta atenda à demanda dos consumidores e onde possa oferecer ganhos atrativos para os entregadores".

Célia também afirma ter visto muitos voltarem ao país em uma situação pior do que a tinham antes.

"Venderam o carro, a casa, praticamente tudo que tinham para vir para cá e não conseguiram recuperar o que gastaram. Então, eu não recomendo. Tenho minha irmã, que veio há um ano e meio e também está retornando. Ela não conseguiu o que veio buscar aqui."

A irmã de Célia escolheu solicitar o retorno voluntário, uma iniciativa do governo britânico oferecida a imigrantes que não têm permissão legal para residir no território.

De acordo com o site do governo, se a pessoa for elegível, o serviço de retornos voluntários pode ajudar explicando as opções para voltar para casa, ajudando a obter documentos de viagem, como um passaporte, e pagando pela passagem área se a pessoa não tiver condição de arcar com essa despesa.

O imigrante também pode ser elegível para solicitar apoio financeiro de até £3.000 (aproximadamente R$21.600), o que a irmã de Célia conseguiu.

O governo considera que esse valor pode ser utilizado para encontrar um lugar para viver, conseguir um emprego ou iniciar um negócio no país de origem.

nLucas também diz não recomendar a emigração para qualquer pessoa.

"Depende bastante de quem é a pessoa. Eu falaria, olha, meu amigo, aqui acontece de tal jeito. É o que tu quer? Aí vai dele, né? Eu não vou mentir e iludir o pessoal, porque fácil não é."

Apesar disso, ambos não querem voltar para o Brasil.

"Aqui você ainda consegue conquistar mais coisas, como um bom carro por um preço mais acessível. Sinceramente, não me vejo mais no Brasil", diz Lucas.

"É uma escolha difícil, porque, apesar de viver melhor financeiramente, você acaba perdendo o convívio com quem ama e as pequenas alegrias que tinha lá", complementa Célia.

"A Inglaterra é um país em que, mesmo sendo pobre, você vive melhor do que no Brasil. A gente consegue ir a restaurantes, comprar roupas boas... Mas isso tem um preço: ser escravizado pelo trabalho. A vida se resume a trabalhar para viver, e viver para trabalhar", diz a brasileira.

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Por Combate.com — Rio de Janeiro, 24/10/2024 15h25 Atualizado há 5 horas

A notícia do falecimento de Maguila foi confirmada pela sua esposa, Irani Pinheiro, em entrevista ao canal de TV "Record".

"Ele estava, ficou 28 dias internado, e a gente procurou não falar com a imprensa, porque eu procurei cuidar da minha família. É o momento de cada um. O Maguila estava há 18 anos com encefalopatia traumática crônica... Há 30 dias, foi descoberto um nódulo no pulmão, ele sentiu muitas dores no abdômen, tiraram dois litros de água do pulmão, não conseguimos fazer a biópsia", relatou Irani.

Maguila nasceu no dia 11 de julho de 1958, em Aracaju. Dos 17 anos em que lutou, acumulou um cartel de 85 lutas, 77 vitórias (61 por nocaute), sete derrotas e um empate técnico. Com seu jeito carismático e suas entrevistas folclóricas, foi cativando o público. Entre as lutas mais especiais da carreira, estão os confrontos com nomes como Evander Holyfield e George Foreman.

"Eu me interessei por boxe porque eu sempre fui fã do Muhammad Ali, do Cassius Clay. Sempre fui fã dele e disse: vou lutar boxe. Gostava demais dele. Quando eu comecei a assistir, nem televisão tinha em casa", disse ao ge em 2015.

Mas o início no pugilismo só viria mais tarde. Logo aos 14 anos, o então jovem Adilson foi para São Paulo para ser ajudante de pedreiro. A vida na capital paulista trouxe muitas dificuldades, inclusive a fome.

"Fiquei amarelo, pálido. Foram três meses (comendo) pão com banana. Minha morada era um caminhão abandonado no Butantã, desses que carregam entulho. Quando o dono descobriu que eu dormia lá, tirou o caminhão, e eu fiquei (dormindo) no poste", disse o lutador em 1987, ao documentário "Maguila", de Galileu Garcia, lançado em 1987.

Profissão: pugilista

Começou a treinar em 1979, e a primeira luta veio dois anos depois, em 1981. Foi na “Forja de Campeões”, maior evento de boxe do Brasil, que acontece desde 1941, sob o comando do técnico Ralph Zumbano, tio de um de seus ídolos, Éder Jofre.

O primeiro título brasileiro veio em 1983, ao vencer Waldemar Paulino, no icônico ginásio do Ibirapuera, em São Paulo. Maguila se manteve no topo da categoria no Brasil e dono do título até 1995. Foi campeão sul-americano pela primeira vez em 1984, ao nocautear o argentino Juan Antonio Figueroa ainda no primeiro round, também no Ibirapuera. Ele manteve o título por 10 anos.

"Aquela luta terminou a minha carreira, porque deslocou a retina do olho direito. Para o Maguila foi um trampolim para decolar na carreira. Salvaram meu olho depois de duas cirurgias. Era muito perigoso continuar minha carreira nessa situação. Tive que decidir e parei", contou Falconi ao ge em 2019.

Maguila também conquistou o cinturão das Américas pelo Conselho Mudnial de Boxe (WBC), em 1986, e da América Latina pela Associação Mundial de Boxe (WBA) e pela Federação Internacional de Boxe (IBF), ambos em 1996.

Apesar de não ter conquistado o título por uma das quatro principais organizações mundiais de boxe, Maguila foi o primeiro brasileiro campeão mundial dos pesos-pesados. Em 1995, ele venceu Johnny Nelson, em Osasco, e conquistou o cinturão da Federação Mundial de Boxe (WBF), uma entidade considerada de segunda prateleira.

Maguila pendurou as luvas em 2000 e foi nocauteado por Daniel Frank em seu adeus aos ringues, no dia 29 de fevereiro daquele ano.

Holyfield e Foreman: as maiores lutas da carreira

No dia 15 de julho de 1989, o Brasil parou para assistir ao duelo de Maguila com Evander Holyfield. O brasileiro vinha de uma sequência de 18 vitórias, incluindo o marcante triunfo por pontos sobre James "Quebra-Ossos" Smith, em 1987, e vivia o melhor momento de sua carreira. No primeiro round, o sergipano até levou a melhor, mas a alegria durou pouco. No assalto seguinte, o norte-americano conquistou uma vitória contundente com um nocaute fulminante.

"A luta contra Maguila foi importante para mim. Ele era número um e meu objetivo era ser o número um e forçar a luta contra Tyson. Eu treinei para isto. Nós lutamos, eu o nocauteei, e as pessoas sentiram que eu tinha força, assim como Tyson", disse Holyfield, em entrevista ao Esporte Espetacular, em 2015.

Em 16 de junho de 1990, Maguila enfrentava novamente um grande nome do boxe mundial, um ano após ser derrotado pelo então campeão mundial Evander Holyfield. Aos 32 anos, em Las Vegas, Maguila subia ao ringue para enfrentar George Foreman na preliminar da luta entre Mike Tyson e Henry Tillman.

Na época, Maguila ostentava um cartel importante nos pesos-pesados, com 36 vitórias e o 10º lugar no ranking da Associação Mundial de Boxe (WBA). Do outro lado do ringue, Foreman, com 41 anos, lutava para poder disputar novamente o cinturão da categoria.

"Falar sobre o Foreman é pensar em cair de novo. Só em falar dele dá vontade de cair", brincou Maguila ao relembrar a luta. "O "véio" era uma parada dura. O que eu vou contar são as quedas que levei, batia no "veio" e ele nem se mexia. Ali foi problema, estou vivo e tranquilo. Se ficasse em pé ele me matava", disse Maguila ao ge.

Fora dos ringues

Em 2009, lançou o álbum "Vida de Campeão", com a música que dá nome ao disco, de sua autoria, e a gravação de sambas consagrados. Também realizou alguns trabalhos na TV, inclusive como comentarista de economia.

Fã de samba, Maguila foi homenageado ao virar enredo da escola de samba "Me Chama Que Eu Vou", no desfile virtual de 2021. A canção "Para que nunca se esqueça, um abraço, Maguila", é de autoria do compositor Thiago de Souza (confira a música no vídeo abaixo).

A demência pugilística

Em 2013, foi diagnosticado com encefalopatia traumática crônica, também conhecida como demência pugilística. Trata-se de uma doença neurodegenerativa e irreversível, causada por golpes na cabeça. Além de Maguila, a condição acometeu outros grandes nomes do esporte, como o também pugilista e campeão mundial Éder Jofre e o zagueiro Bellini, campeão da Copa do Mundo de 1958 com o Brasil.

De início, os sintomas pareciam esquecimentos normais de carteiras, chaves. Até que as situações se tornaram mais graves e perigosas, como quando o ex-lutador saía de casa e ficava perdido, desorientado. Uma agressividade inesperada foi surgindo, e sua esposa, Irani Pinheiro, buscou ajuda dos especialistas. O primeiro diagnóstico veio em 2010: Mal de Alzheimer, doença progressiva que destrói funções cerebrais. Mas tudo começou a fazer mais sentido três anos mais tarde, depois do segundo diagnóstico: demência pugilística.

"Ele vem sofrendo há 18 anos, nessa luta com ele tentando dar uma qualidade de vida melhor. A gente sempre cuidou do Maguila com muito carinho. Agradeço a todos os brasileiros que torceram. A doença é complicada, a gente tentou fazer o melhor. Eu casei em 1989 com o Maguila, aos 18 anos; hoje eu tenho 58 (anos), 40 anos de casada. A gente teve momentos bons e ruins, mas Deus sempre esteve conosco", comentou Irani.

"Quero mandar um abraço para todos os meus fãs do Brasil. Um abraço grande para eles", disse Maguila, em uma de suas últimas entrevistas ao ge.

Confira a nota de pesar emitida pelo Ministério do Esporte:

"O Ministério do Esporte lamenta o falecimento de José Adilson Rodrigues dos Santos, mais conhecido como Maguila, um dos maiores nomes da história do boxe brasileiro. Maguila faleceu nesta quinta-feira (24), aos 66 anos, deixando um legado esportivo inestimável e uma trajetória marcada por conquistas.

Nascido em Aracaju (SE), Maguila começou sua carreira como pugilista nos anos 1980, e rapidamente se destacou por seu estilo agressivo e determinação incansável. Com uma carreira de mais de 20 anos, acumulou 85 lutas, das quais venceu 77, sendo 61 por nocaute. Ele também conquistou o título de campeão sul-americano e campeão brasileiro dos pesos pesados, cinturões que manteve por anos, além de ser o primeiro pugilista brasileiro a disputar um título mundial nos pesos pesados.

Fora dos ringues, Maguila era conhecido por seu carisma e generosidade, sempre defendendo causas sociais e usando sua fama para ajudar os menos favorecidos.

O Ministério do Esporte reconhece a importância de Maguila para o esporte nacional e presta suas condolências à família, amigos e fãs que o acompanharam ao longo de sua brilhante carreira. O Brasil perde não só um ícone do boxe, mas também um homem cuja luta transcendeu o esporte."

morreu um pedacinho do Brasil hj, salve Maguila!

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Por Jornal Nacional, 22/10/2024 22h18 Atualizado há 16 horas

São mais de 100 empresas estatais. Fazem parte da máquina do governo federal e atuam em diversos setores - como infraestrutura, telecomunicações e agropecuária. O governo usa o resultado de algumas dessas empresas para calcular o desempenho das contas públicas do país - mês a mês. E, em 2024, as contas devem apresentar o maior rombo desde 2009.

De janeiro a agosto, o déficit das empresas estatais federais bateu R$ 3,3 bilhões e a previsão do próprio governo é que fechem o ano em R$ 3,7 bilhões no vermelho.

Em 2009, o rombo do ano foi de R$ 3,8 bilhões. Nos anos seguintes, as estatais federais tiveram resultados melhores e, em alguns anos, até positivo. Graças a aportes dos governos. Em 2018, a gestão do então presidente Michel Temer injetou R$ 5 bilhões no caixa dessas empresas, fazendo um superávit. Em 2019, o governo Jair Bolsonaro injetou R$ 10 bilhões, e o resultado ficou positivo em R$ 14 bilhões. Em 2023, o resultado voltou a ser negativo, em R$ 700 milhões.

Em 2024, os déficits maiores estão na:

Empresa Gerencial de Projetos Navais (Emgepron);

Empresa de Correios e Telégrafos;

Emgea, de planejamento financeiro;

Infraero;

Dataprev - responsável pela tecnologia da informação do país, como processamento de folha de pagamento e benefícios do INSS.

O resultado não inclui Petrobras e Eletrobras, porque são empresas que têm características específicas, como regras de governança que se aproximam de empresas privadas de capital aberto. E nem inclui os bancos públicos.

A Lei de Diretrizes Orçamentárias permite que o governo abata os gastos com investimentos previstos no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

O Ministério da Gestão e da Inovação afirmou que, em boa parte das empresas estatais, o déficit que agora está sendo registrado é explicado pelo aumento em investimentos, como máquinas e tecnologia; que esses investimentos estão sendo bancados por recursos que já estão no caixa das empresas e não demandarão nenhum aporte do Tesouro; que em anos anteriores, especialmente entre 2018 e 2021, o Tesouro já repassou recursos para as estatais para que elas realizassem investimentos e que como eles não foram feitos, se transformaram em superávits elevados naqueles anos e ficaram guardados no caixa das empresas.

O governo também citou que, em 2018 e 2019, foram feitos aportes que somam R$ 10 bilhões, que geraram um superávit. E que a Emgepron recebeu investimentos em 2018 e 2019 para a construção de quatro fragatas, o que gerou superávit naqueles anos. Ainda segundo o governo, em 2024, a empresa já investiu R$ 1 bilhão desses recursos, que ficam registrados como déficit.

As projeções para os próximos anos também indicam resultados ruins. Especialistas reforçam que o descontrole nas contas das estatais compromete a credibilidade do país e o esforço em sanar as despesas públicas no momento em que o governo fala em urgência para revisar gastos.

O economista Gabriel Barros ressaltou que há preocupação sobre a sustentabilidade da política do governo federal de repassar recursos para as estatais, criando contas cada vez mais deficitárias.

"O mercado está bastante preocupado e atento a esses estímulos por fora do orçamento, vamos colocar assim, que o governo está fazendo. Esses estímulos também incluem as estatais federais. Então, essa reversão de superávit para déficit, nesse contexto em que o governo usa as estatais como vetor de crescimento da economia, preocupa bastante, porque amplia a percepção de risco e piora, de fato, a trajetória das contas públicas", diz Gabriel Leal Barros, economista-chefe da Ryo Asset.

O economista Claudio Frischtak lembrou que o déficit nessas contas é pago por todos nós.

"Basicamente, esse déficit alguém tem que pagar, e quem vai pagar somos nós, evidentemente. Porque o governo não produz dinheiro, por assim dizer. Então, isso tem uma implicação adversa sobre uma situação fiscal que já é muito frágil. Os resultados atuam no sentido de fragilizar ainda mais o arcabouço fiscal do governo. E qual é a consequência? Juros mais elevados, câmbio mais estressado, risco-país, infelizmente um pouco pior”, afirma Claudio Frischtak, presidente da Inter.B Consultoria.

A Emgepron reiterou que o déficit não corresponde a prejuízo contábil e, em grande parte, representa gastos com a construção de navios para a Marinha. A Emgepron afirma que a capitalização da empresa para a condução de uma política pública de defesa, aprovada pelo Tribunal de Contas da União, explica o déficit.

Os Correios afirmaram que o déficit foi herdado do governo anterior, mas que investiram cerca de R$ 2 bilhões próprios para reconstruir a empresa, adotaram medidas para reduzir despesas e aumentar receitas, e não vão precisar de aporte do governo.

A EMGEA declarou que é superavitária e tem disponibilidade para quitar todas as suas despesas.

A Infraero declarou que não vai precisar de recursos do governo para cobrir o déficit e que ele é decorrente do uso de recursos próprios, disponíveis em caixa, para a transferência dos aeroportos da sétima rodada de concessões.

A Dataprev declarou que não apresenta prejuízo, que continua tendo resultados positivos significativos e que mantém níveis altos de liquidez.

pra mim oq tá claro nessa noticia é q realmente pra fração da burguesia liberal tanto faz q o governo ta cortando 11% do povo do BPC e tá cortando 84% do auxilio gas e outras medidas, o bagulho é doido msm

se olhar, é completamente incoerente ali com o governo e com as empresas. Todas as mencionadas, se nao estao lucrativas, tem liquidez (ou seja, tem caixa pra cobrir todos os seus gastos). Sendo assim, usa-se esse termo de superavitario e deficitario, como se fosse igual o governo em si, mas é so pra confundir quem ta lendo.

nenhuma delas tem rombo algum

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O Sindicato dos Enfermeiros do Distrito Federal (SindEnfermeiro-DF) mobiliza a categoria para uma paralisação nesta quarta-feira (23), a partir das 9h. Na ocasião, ainda será realizado um ato na sede da Secretária de Saúde do DF (SES-DF), em Brasília. Uma assembleia para definir os próximos passos da greve também está prevista.

Desde agosto, os enfermeiros e enfermeiras da SES-DF estão mobilizados por isonomia salarial. O sindicato informa que, até o momento, o Governo do Distrito Federal (GDF) não apresentou uma proposta. "Precisamos abrir um canal de diálogo definitivo com o governo para negociarmos nossa isonomia salarial", diz o presidente do SindEnferemeiros do DF, Jorge Henrique, nas redes sociais.

"Os enfermeiros são peças-chave da saúde pública aqui no DF e a gente precisa apresentar uma proposta para fortalecer o Sistema Único de Saúde com a valorização da nossa categoria", completa o representante sindical.

A greve, afirmam os profissionais, é uma forma de buscar mais justiça para a categoria. Ainda segundo o sindicato, entre as carreiras de ensino superior da Secretaria de Saúde do DF, os enfermeiros são os que ganham menos. "Hoje é a categoria que mais produz nos três níveis de atenção", diz o presidente do sindicato.

Os enfermeiros destacaram também os desafios que enfrentam, como o déficit de profissionais, a alta produtividade, e a crescente diferença salarial, que hoje chega a R$ 5 mil, um aumento significativo quando comparado à diferença de R$ 800 registrada em 2013.

De acordo com dados do Info Saúde de 2023, um painel da Secretaria de Saúde do governo distrital, a categoria lidera o número de consultas de pré-natal. Nos primeiros seis meses de 2024, também foram recordistas em atendimentos gerais, com 1,8 milhão de atendimentos. Já na Atenção Primária à Saúde (APS) ganharam primeiro lugar no ranking, com mais de 1,2 milhão de atendimentos.

Segundo a entidade, desde 2018 o quantitativo de enfermeiros permanece o mesmo, com uma variação de 3.900 a 4 mil profissionais. "Qualitativamente falando, temos produzido mais. Por exemplo, de 2021 para 2024, a gente saiu de 1,2 milhão de atendimentos para 1,7 milhão", explica Jorge Henrique.

Além disso, os enfermeiros ampliaram o acesso ao Dispositivo Ultra Interino (DIU) em 38,7% no segundo semestre de 2023 e realizaram mais de 6 mil partos normais no DF no ano passado. "É um número muito grande, porque, hoje, a estrutura dos hospitais é toda voltada para o médico", afirma o presidente do sindicato.

"Estamos dizendo que nós queremos reconhecimento, uma valorização através da reestruturação da nossa carreira. Mas nós estamos apontando que também somos a solução de muitos gargalos existentes na Secretaria de Saúde. Ou seja, nós estamos nos colocando como solução do problema", destaca o sindicalista.

Faltam profissionais

Faltam mil enfermeiros nos hospitais públicos no Distrito Federal, aponta também o sindicato. Segundo memorando de 11 de agosto, o Hospital Regional de Taguatinga (HRT) opera com déficit de 2.312 horas semanais da carreira de enfermeiros e de 6.261 horas semanais da carreira de técnicos de enfermagem.

O hospital tem 27 enfermeiros contratados temporariamente, que deverão deixar os plantões nos próximos dias. E o problema ameaça outras unidades da rede pública. Conforme a instituição, atualmente a cobertura de estratégia de Saúde da Família é de apenas 60%. Aproximadamente 5 mil candidatos aprovados no último concurso público para enfermeiro aguardam convocação no DF.

Fonte: BdF Distrito Federal

Edição: Márcia Silva

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Uma operação conjunta do Ministério Público do Trabalho (MPT), Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e Polícia Rodoviária Federal (PRF) resgatou 130 trabalhadores em condições análogas à escravidão no interior de São Paulo.

O grupo foi encontrado em uma fazenda de cultivo de cebola no município de Jeriquara, que fica a 40 km de Franca. O trabalho era feito sem equipamento de proteção, sob sol intenso e com intervalos irregulares, de tempo insuficiente para alimentação e descanso.

Segundo o MTE, a maioria dos trabalhadores calçava chinelos. Nas pausas da jornada, descansavam embaixo dos ônibus que os transportavam. Não havia banheiros em número suficiente, levando algumas pessoas a fazer as necessidades em locais inadequados.

Relatos apontam ainda que a água fornecida pela fazenda acabava antes do meio-dia, o que obrigava o grupo a seguir as tarefas com sede.

Entre os resgatados, foram encontrados três adolescentes com idades entre 15 e 17 anos. Eles atuavam em condições proibidas pela legislação brasileira para menores de 18 anos. Todos os trabalhadores estavam sem registro em carteira.

Após a fiscalização, foi determinado o fim das atividades, a regularização e rescisão dos contratos. O empregador, que não teve a identidade divulgada pelas autoridades, se comprometeu a pagar R$ 260 mil em verbas rescisórias, além de R$ 200 mil por danos morais coletivos.

Edição: Nathallia Fonseca

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O Cartão de Confirmação de Inscrição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024 está disponível na Página do Participante. O documento foi disponibilizado nesta terça-feira (22) aos candidatos. Nele, é possível acessar, entre outras informações, data, hora e local de prova e o número de inscrição e registrar a necessidade de atendimento especializado ou tratamento pelo nome social.

Apesar de não ser obrigatório, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) recomenda que os inscritos levem o cartão de inscrição nos dias das provas, que ocorrerão em 3 e 10 de novembro, para garantir que os acessos aos locais estejam corretos.

Para acessar o documento, é preciso utilizar o login único da plataforma gov.br na Página do Participante. Depois, basta clicar no ícone "Local de Prova", localizado do lado esquerdo da tela. Em seguida, será aberto um chat com um assistente virtual da página do Inep, que enviará um arquivo com o documento. Nesta mesma conversa, ainda é possível ter acesso a uma declaração de comparecimento para os dias das provas.

O Enem avalia o desempenho escolar dos estudantes ao término da educação básica e é a principal porta de entrada para a educação superior no Brasil, por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e de iniciativas como o Programa Universidade para Todos (ProUni) e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

Universidades privadas também utilizam o Enem para selecionar estudantes, bem como algumas instituições de Portugal que têm convênio com o Inep para aceitarem as notas do exame.

Edição: Geisa Marques

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Os economistas ligados a bancos praticamente dobraram sua previsão para o crescimento da economia brasileira em 2024 no decorrer deste ano. Hoje, eles estimam que o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresça 3,05% até o final deste ano. Em janeiro, a previsão era de crescimento de 1,59%.

Os percentuais constam das edições do chamado Boletim Focus, elaborado pelo Banco Central (BC). Para divulgação do Focus, o BC reúne previsões de economistas ligados a instituições financeiras do país semanalmente.

A última edição do Focus foi publicada nesta segunda-feira (21). Nela, já consta a previsão de crescimento de 3,05% em 2024. Há quatro semanas, a previsão era de 3%.

Também de acordo com o Focus, a inflação no Brasil deve fechar o ano em 4,5%. O percentual é o teto da meta estabelecido para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para o ano de 2024.

Há uma semana, os bancos estimavam que a inflação fecharia o ano em 4,39%. Os economistas ouvidos mais recentemente para elaboração do Focus já estimam que a inflação encerre 2024 em 4,54% – ou seja, além da meta.

Em setembro, a seca causou o aumento da conta de luz e do preço da comida, o que acabou elevando a inflação. O IPCA fechou o mês em 0,44%, 0,46 ponto percentual acima do verificado em agosto, e já acumula 4,42% de alta em 12 meses.

Também em setembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC elevou a taxa básica de juros, a Selic, de 10,5% ao ano para 10,75% ao ano já por conta de temores sobre a alta da inflação.

Economistas de bancos também estimam que a Selic vá subir até 11,75% ao ano ainda em 2024.

Edição: Nathallia Fonseca

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A Meta suspendeu os perfis do Instagram e Threads que rastreiam voos particulares de celebridades. A determinação acontece após as polêmicas recentes envolvendo o estudante Jack Sweeney e o monitoramento dos voos particulares da cantora pop Taylor Swift, o que rendeu até ameaça de processo.

Como era o rastreamento vetado pela Meta

O jovem de 21 anos era detentor de alguns perfis que utilizavam dados públicos para monitorar as viagens de famosos americanos. Inclusive, em 2022, Sweeney teve um embate com o bilionário Elon Musk em razão de um perfil que divulgava informações sobre seus voos privados.

Na ocasião a conta “@ElonJet” foi desligado pelo X/Twitter. Mas o estudante colocou no ar o perfil @ElonJetNextDay, que segue mostrando os dados de voo do bilionário, mas com um uma atraso de 24 horas.

Em um pronunciamento compartilhado com o portal TechCrunch, a Meta afirma que as contas em questão, que monitoravam voos de Mark Zuckerberg, Kim Kardashian, Bill Gates, Jeff Bezzos, entre outros, violaram as políticas de privacidade das plataformas. E, assim, geraram riscos à integridade física para os famosos.

Dado o risco de danos físicos a indivíduos, e de acordo com a recomendação do Conselho de Supervisão independente, desativamos essas contas por violarem nossa política de privacidade

O trabalho de Sweeney já tinha ficado um pouco mais difícil em maio deste ano. Foi quando a administração Biden passou a permitir que proprietários de aeronaves privadas mantivessem seus dados privados, mas o rastreamento continuou por outros meios.

Em seu perfil no Threads, o estudante comentou o ocorrido. Ele afirmou que manteve seus perfis no ar por anos e que nunca violou nenhuma política de privacidade da empresa. Ela também afirmou que não sabe exatamente o que motivou a Meta a tomar a decisão após tanto tempo.

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Como parte do Outubro Rosa, mês de conscientização sobre o câncer de mama, o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) lançou nesta segunda-feira (21) a campanha Radiologia Solidária. A proposta é ofertar exames gratuitos para mulheres de baixa renda em todo o país.

De acordo com o CBR, a previsão é que mais de 50 clínicas de imagem e instituições de saúde ofereçam esse tipo de atendimento até dezembro. Cada clínica aderiu a uma das três modalidades disponíveis na campanha: ouro, prata e bronze, conforme o tipo e o volume de exames a serem disponibilizados:

  • 21 na categoria ouro, onde serão disponibilizadas mais de 50 mamografias e/ou tomossínteses (equipamento semelhante ao mamógrafo) e mais de 20 ultrassonografias e/ou biópsias de mama).

  • Sete na categoria prata, onde serão disponibilizadas de 20 a 50 mamografias e/ou de 10 a 20 ultrassonografias.

  • 22 na categoria bronze, onde serão disponibilizadas até 20 mamografias e/ou tomossínteses e 10 ultrassonografias.

A maior parte das clínicas fica na região Sudeste (28 instituições participantes), seguida pelo Sul, com sete clínicas participantes; pelas regiões Centro-Oeste e Nordeste, ambas com seis clínicas participantes; e pelo Norte, com três instituições participantes. Minas Gerais e São Paulo se destacam entre os estados, com 14 e nove clínicas, respectivamente.

A coordenação da realização dos exames, de acordo com o CBR, ficará a cargo de instituições não governamentais (ONGs), fundações sem fins lucrativos e instituições de saúde pública, que devem direcionar os atendimentos para mulheres de baixa renda e dentro da faixa etária recomendada para o rastreamento (a partir dos 40 anos).

Importância do diagnóstico precoce Em meio à disseminação das chamadas fake news (informações falsas) na área da saúde, o CBR informou que a campanha também contará com ações para conscientizar a população sobre a importância da detecção e do diagnóstico precoce do câncer de mama, “valorizando a promoção de informações confiáveis e baseada em evidências científicas”.

Em nota técnica publicada anteriormente, a entidade já havia reforçado a importância da mamografia como método essencial para identificar o câncer de mama em estágios iniciais. O documento também desmente mitos como o de que o exame causa câncer ou poderia ser substituído por outros métodos de imagem.

Números do câncer de mama

O CBR alerta que a incidência de câncer de mama tem aumentado em todo o mundo — a cada ano, mais de 2 milhões de mulheres são diagnosticadas com a doença. Somente no Brasil, ao longo de 2024, a estimativa é que quase 74 mil novos casos sejam registrados, com maior prevalência entre mulheres jovens, com menos de 50 anos.

“Apesar de todos os esforços, o câncer de mama ainda é o tumor que mais mata mulheres no Brasil e no mundo. No entanto, quando detectado precocemente, é uma doença tratável, com altas chances de cura (chegando a 95% se o diagnóstico ocorrer antes que o tumor atinja 10 milímetros)”.

“A Comissão Nacional de Mamografia reforça a recomendação de rastreamento mamográfico anual para mulheres a partir dos 40 anos e repudia todas as formas de fake news e disseminação de informações falsas, que podem levar algumas mulheres a não realizarem a mamografia, com desfecho em diagnósticos tardios e tumores avançados".

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O governo do presidente Javier Milei alterou a lei sobre o status de refugiado na Argentina e não concederá este benefício aos estrangeiros denunciados ou condenados em seus países. As mudanças estão em um decreto divulgado nesta terça-feira (22).

“Não será reconhecida a condição de refugiado a pessoas estrangeiras (…) quando, antes de serem admitidas como refugiadas na República Argentina, tiverem sido denunciadas e/ou condenadas fora do país por um crime grave”, assinala o texto, que altera a Lei Geral de Reconhecimento e Proteção ao Refugiado.

O decreto foi divulgado uma semana depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) pedir à Argentina a extradição de pelo menos 37 pessoas investigadas pela invasão às sedes dos três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro de 2023.

Segundo a imprensa brasileira, a solicitação abrangerá 63 pessoas investigadas pela tentativa de golpe de Estado contra o então recém-empossado presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 8 de janeiro de 2023.

Entre outras coisas, será negado o refúgio a quem tiver participado de “atividades terroristas, violações graves dos direitos humanos ou qualquer ação que comprometa a paz e a segurança internacionais”, segundo um comunicado compartilhado pelo Ministério da Segurança.

Na lei de 2006 da Argentina, a condição de refugiado já era negada àqueles que tivessem cometido “crimes graves” ou “atos contrários aos princípios das Nações Unidas”, enquanto o decreto de Milei detalha de que se tratam tais crimes e princípios.

Milei x Evo Morales

No começo de outubro, o governo argentino tirou o status de refugiado do ex-presidente da Bolívia Evo Morales, do qual desfrutava desde dezembro de 2019. Morales tinha chegado à Argentina após se candidatar à presidência em seu país naquele ano e renunciar em meio a denúncias de fraude feitas pela oposição.

Atualmente, ele trava uma disputa aberta com o presidente boliviano, Luis Arce, seu aliado no passado e hoje adversário pela indicação à candidatura presidencial da situação às eleições de 2025.

Em outro caso que pode ser influenciado pelo decreto, a Argentina declarou, em julho passado, o movimento islamista Hamas como uma “organização terrorista”.

A Argentina abriga a maior comunidade judaica da América Latina, com cerca de 250 mil integrantes, e foi alvo de dois atentados: contra a embaixada de Israel, em 1992, e contra a Associação Mutual Israelita (Amia), em 1994. Os ataques, somados, deixaram mais de 100 mortos.

*Com AFP

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O Sintaema recebeu denúncia de que a Sabesp está operando sem sistema desde quinta (17), a empresa enfrenta um apagão internético. “A situação está um caos. Desde quinta, só o sistema de Controle de Reservatório (COO) que funciona, os demais sistema os trabalhadores só conseguem acessar via internet do celular ou redes externas”, explica a direção do Sintaema.

O Sindicato está em contato com os trabalhadores e trabalhadoras que estão se desdobrando para enfrentar a situação. “As informações que recebemos é que há cinco dias os setores Comercial, Poupatempo, Leitura, Atendimento ao Cliente estão parados graças ao apagão, que atinge todas as unidades da Sabesp pelo estado”, lista a direção.

Privatiza que piora!

Nesta situação, a população já sente na pele os efeitos. Após pesquisa em sites de avaliação do consumidor, como o Reclame Aqui!, verificamos que diversas reclamações da população da capital e do interior que teve sua água desligada de forma indevida há quase uma semana e não conseguem religar porque a Sabesp está sem sistema. Confira algumas das reclamações abaixo:

O Sintaema já cobrou a CH sobre o apagão da internet e está acompanhando a situação, um caos que veio logo após a provatização da Sabesp e que nunca foi visto antes na empresa.

Privatização só piora a sua vida!

caraca daqui a pouco vamo ter q lançar um SOS são paulo hein, pelamor de Deus

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Uma história de desaparecimento e agonia teve um fim trágico e insólito na Espanha. Agostina Rubini Medina, uma universitária de 24 anos, estava em Maiorca, uma ilha espanhola localizada no Mar Mediterrâneo, quando no dia 2 deste mês sumiu sem deixar qualquer rastro. A única coisa que se sabia até então é que a jovem participava de uma festa com vários turistas naquela noite, e depois nunca mais foi vista. Ela estava muito embriagada.

Familiares e amigos espalharam vários cartazes pelas Ilhas Baleares e divulgaram amplamente pedidos de auxílio, com fotos e números de contato, e passaram as três últimas semanas numa busca intensa pela estudante. No entanto, uma investigação da polícia espanhola divulgada nesta terça (22) mostrou que a jovem teve um fim horrendo.

Inicialmente, testemunhas contaram que viram a universitária falando ao telefone ao lado de um grande contentor de lixo, numa via pública de Maiorca. Um outro homem, no entanto, contou aos policiais que ao passar pelo local naquela noite percebeu uma bolsa e uma blusa femininas colocadas de forma organizada, no chão, junto ao coletor. No rastreio do sinal do celular, as autoridades descobriram que o aparelho ficou por mais de meia hora emitindo sinal do exato ponto onde fica o contêiner de recolher resíduos, e que na sequência ele deu seus últimos sinais na usina de processamento de lixo que atende o município. Para piorar, entre os dois pontos de emissão de sinal, o percurso feito pelo aparelho foi o mesmo realizado pelo caminhão de coleta.

Todo o material recolhido pelo veículo de transporte de lixo, após chegar à usina, foi prensado, triturado e incinerado. Numa busca pelo local os peritos encontraram alguns poucos vestígios de material biológico notoriamente humano, bem como cinzas semelhantes à de cremação de cadáveres. Tudo foi recolhido e enviado para análises de DNA, mas a polícia diz já ter certeza que se tratam de restos humanos de Agostina.

O responsável pelas investigações informou que a principal hipótese para o ocorrido é a de que a universitária deixou cair algo dentro do contentor. Como estava embriagada e sem muitas condições de mensurar o perigo, a jovem teria entrado no compartimento para tentar recuperar o objeto perdido, mas provavelmente passou mal dentro da grande lixeira, ou caiu e desmaio na queda, ao chegar ao fundo, tendo permanecido inconsciente até a remoção do material.

Vocês acham que eu deveria evitar trazer notícias dessa natureza para a comunidade? Causa desconforto desnecessário em alguém?

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Por André Uzêda, 22/10/2024 | 11h56

Fora da lista de empresas autorizadas a operar no Brasil, alguns sites de apostas estão pirateando contas oficiais de órgãos públicos para promover jogos online na internet. A prática é chamada de cloaking e é considerada extremamente nociva em meios digitais.

O cloaking acontece quando programadores desviam os usuários de suas buscas originais para levá-los a conteúdos indesejados. Em casos assim, ao digitar um tema no buscador do Google, o usuário encontra um determinado link que ele acredita estar relacionado ao assunto pesquisado. Mas, ao clicar, acaba sendo levado para páginas falsas, muito usadas em anúncios de publicidade agressiva ou tentativas de golpe.

As casas de apostas têm usado sites como do Governo do Acre, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), o site oficial do Governo de Minas Gerais, da Secretaria da Agricultura de São Paulo, além de portais de diversas prefeituras e Câmaras Municipais para divulgar jogos online.

Boa parte deste conteúdo é de cassinos online ou de diferentes modalidades de slot games, como o popular ‘Jogo do Tigrinho’ (Fortune Tiger), por exemplo. O slot game está proibido pelo governo brasileiro, que só autorizou a regulamentação de jogos de cota fixa — aquelas em que o jogador entra sabendo quanto pode ganhar ao realizar cada aposta.

No ‘Jogo do Tigrinho’ e outros similares, o valor final da aposta não é definido previamente. E é justamente a imprevisibilidade do formato que acaba sendo um dos maiores atrativos para esta modalidade. Hoje, mesmo ilegal, o Tigrinho é uma enorme febre no país.

Planilha com sites pirateados

Um webempresário e programador que não quis se identificar notou que, desde março deste ano, a prática do cloaking tem sido constante nas páginas do Google. Ele dese ao ICL Notícias que, desde que a plataforma começou a utilizar Inteligência Artificial para resolver problemas de navegação, esse tipo problema se tornou mais recorrente.

O programador elaborou uma planilha com links de quase 200 páginas que estão sendo ou foram pirateadas por casas de apostas nos mais diversos temas buscados no Google. Além de órgãos públicos, há também site de veículos de imprensa e ONGs pirateados. Na maior parte das vezes, os administradores dos portais não sabem que suas páginas estão sendo usadas para outras finalidades.

“Eu acredito que eles usem portais de órgãos públicos porque são considerados mais confiáveis pelo Google. Desta forma, aproveitam que são bem ranqueados nas páginas da plataforma, para enganar o usuário e vender o produto que desejam”, pontua.

Algumas das empresas que mais aparecem na prática do coakling são a BrasCasino e a Bet6K. Nenhuma das duas consta na lista oficial do Ministério da Fazenda como empresas autorizadas para operar no Brasil. O ICL Notícias tentou contato com as duas bets, mas não conseguiu.

O empresário conta que, por diversas vezes, mandou mensagem para o Google para alertar sobre o problema e pedir a exclusão das páginas, mas não obteve resposta da plataforma.

A reportagem conseguiu contato com a empresa que representa o Google no Brasil e alertou para a prática de cloaking envolvendo órgãos públicos. Em nota, o Google disse que tem usado “sistemas avançados de combate a spam” que permitem “manter a busca 99% livre de spams”.

Informou ainda que estão “melhorando de forma contínua esses sistemas para combater o crescente volume de conteúdo com esse tipo de ameaça, incluindo spam hackeado que pode aparecer quando há vulnerabilidades na segurança de um site”.

Também garantiu que tem trabalhado para notificar os sites quando os sistemas detectam que eles podem ter sido invadidos, fornecendo “dicas para ajudar os proprietários a garantir e melhorar a segurança de suas páginas.”

A reportagem enviou a planilha para o Google e, na última consulta feita antes da publicação desta reportagem, notou que muitas páginas já haviam recuperado seus domínios originais, após dias exibindo conteúdo pirateado.

Alguns domínios públicos do serviço público continuavam enviando tráfego para sites de apostas até à noite de segunda-feira (21). O vídeo abaixo mostra dois exemplos: primeiro, o que acontece quando alguém acessa determinados links da Fundação de Cultura Elias Mansour, órgão da Secretaria de Cultura do Estado do Acre, e também o que acontece com alguns links do Portal de Dados Abertos, do Ministério do Desenvolvimento Regional:

Vídeo do Twitter, veja por conta e risco

‘Jogo do Tigrinho’ tem marketing agressivo

A prática do cloaking não é a primeira estratégia agressiva adotada pelos administradores do ‘Jogo do Tigrinho’ no Brasil. A plataforma tem contratado influenciadores digitais com muitos seguidores para estimular seu público a realizar as apostas, com o argumento de que há técnicas especiais para obter renda extra — o que pode ser considerado crime contra a economia popular, previsto na Lei nº 1.521/51.

A lógica do jogo é desafiar o apostador a conseguir combinar três figuras iguais na diagonal para ganhar um prêmio em dinheiro. Cada figura tem um valor diferente. Ainda há uma rodada bônus, multiplicando o valor final em 10 vezes.

De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), o Tigrinho é mais utilizado entre jovens, na faixa etária de 25 a 34 anos. A maior parte dos jogadores (64%) disse usar a principal fonte de renda para fazer as apostas on-line.

A Polícia Civil de diversos estados têm realizado operações para prender grupos que usam o ‘Jogo do Tigrinho’ para lavagem de dinheiro e organização criminosa.

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Natália Portinari, 22/10/2024 05h30

Faz pressão para o dinheiro ser pago sempre na mesma data: "(...) Isso é religioso. Não vai mais ter problema daqui pra frente, ok? Seja 700, 800, é o do mês. Depende do quanto entrar. 15 dias após fechar o mês. Combinado é combinado."

Reclama do que seria uma proposta indecorosa, o parcelamento dos pagamentos atrasados do esquema: "(...) Cássio se comprometeu a, de agora em diante, pagar o do mês, não vai deixar atrasar o do mês, senão esse troço vira uma bola de neve (...) e propôs pagar em 30 parcelas, em 30 meses. 30 meses não tem como, Cássio."

Dá uma bronca por causa de nova interrupção de pagamentos: "O que me interessa é o nosso acordo. (...) não podemos ficar indefinidamente na esperança de 'ah, agora tem a Polícia Federal, tem não sei o quê que vai acontecer (...) Porra, se nós já fizemos um esforço de aumentar de 16,5 (milhões) para 21 (milhões)", diz o prefeito.

Por fim, Busato reclama que não pode ficar um ano sem receber "a cada peido da Polícia Federal".

Cássio Souto dos Santos é o médico que estava à frente da administração do GAMP (Grupo de Apoio à Medicina Preventiva). Em 2018, ele chegou a ficar preso preventivamente no âmbito de uma operação sobre os desvios na saúde de Canoas. Em 2020, ele fez um acordo de delação premiada e entregou os áudios aos investigadores.

Os áudios em que a voz de Busato aparece foram gravados pelo próprio Cássio, durante encontros com o então prefeito, enquanto o esquema funcionava na cidade.

Procurado pelo UOL, o ex-prefeito nega a autenticidade dos áudios e diz que não cometeu nenhuma irregularidade. "Desconheço o assunto mencionado e nunca fui notificado sobre o tema em questão. Além disso, reitero que os áudios que estão circulando não são verdadeiros." Prejuízo de R$ 22 milhões Busato ocupou o cargo de prefeito de 2017 a 2020. Em 2018, o MP-RS (Ministério Público do Rio Grande do Sul) apontou que haveria superfaturamento e sobrepreço (orçamento acima do preço de mercado) nos contratos da saúde do município com o GAMP.

Essa organização recebia mais de R$ 10 milhões por mês para administrar contratos diversos na área de saúde, como prestação de serviços médicos, compra de medicamentos e equipamentos.

Em dezembro de 2018, foram presas preventivamente três pessoas ligadas ao GAMP, Souto dos Santos entre elas, suspeitas de peculato e lavagem de dinheiro. O prejuízo apontado pelos promotores estaduais aos cofres públicos foi de R$ 22,8 milhões.

Em seguida, o MPF (Ministério Público Federal) acabou assumindo o caso, já que havia o uso de verbas federais da saúde nesses contratos.

A delação de Cássio Santos Souto foi feita na PGR (Procuradoria-Geral da República) por envolver um político com foro em Brasília — uma das gravações apresentadas pelo delator faz menção ao atual presidente do TCE-RS (Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul), Marcos Peixoto, e ao conselheiro Alexandre Postal.

Segundo o delator, o prefeito teria pressionado o GAMP a contratar a empresa do filho de Peixoto, Gustavo Peixoto, a P&B Engenharia, para fazer uma reforma em um hospital. Foi fechado um contrato de R$ 1,8 milhão em agosto de 2017.

A delação do médico foi homologada pela ministra Nancy Andrighi, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), em 2022. Os procuradores passaram então a investigar o "núcleo político" que se beneficiaria do esquema.

Foram abertos 46 inquéritos, todos sigilosos, dos quais 17 já viraram ações penais. As investigações envolvem tanto políticos como empresários.

Segundo a delação de Souto dos Santos, haveria uma taxa de propina de 3,5% nos contratos fechados pelo GAMP. O então prefeito receberia 50% desse valor; Germano Dalla Valentina, seu chefe de gabinete na época, ficaria com 30%, e os 20% restantes seriam repartidos entre outros funcionários da prefeitura.

Germano disse, através de seu advogado, que "sempre atuou na gestão pública com respeito à legalidade" e "nunca recebeu qualquer valor ilícito". "Trata-se de uma imputação totalmente descabida."

"No período que esteve vinculado ao gabinete do prefeito na Prefeitura de Canoas (RS), trabalhou com lisura e buscou o melhor para o município."

Os conselheiros do TCE-RS, Marcos Peixoto e Alexandre Postal, foram procurados através da assessoria do tribunal na quarta-feira passada (16), mas não houve resposta até a publicação desta reportagem.

Conteúdo dos aúdios

Souto dos Santos entregou à PGR dois áudios de conversas com o então prefeito, datadas de 2018, quando o GAMP prestava serviços à prefeitura.

Em um deles, Busato cobra a retomada dos pagamentos ao núcleo político do esquema. Ele diz que, em troca de aumentar o valor do contrato da prefeitura com o GAMP, seria preciso "pegar uma parte e acertar conosco".

"Eu quero que o GAMP cumpra o compromisso conosco. Aumentamos de R$ 16,5 milhões pra R$ 20 milhões? Bom, então se estamos aumentando R$ 4 milhões, R$ 5 milhões, acho que tem condições de o GAMP pegar uma parte e acertar conosco. Ficou acertado isso que estou te falando aqui, na boa. E toca o barco."

Cássio Souto dos Santos argumenta que tinha dívidas da OS para pagar naquele momento. O prefeito diz, então, que a prioridade é o "acerto" entre eles.

"Tu tá falando em pagar dívida. Não foi isso que eu acertei com o Germano (Dalla Valentina), não foi isso que eu mandei acertar com vocês."

"Eu autorizei aumentar para que vocês tivessem um fôlego, parasse o problema, porque o que atinge vocês atinge nós. Nós somos parceiros, somos dois irmãos siameses. Os caras te cravam um prego no ombro, dói em mim também no meu."

O prefeito continua: "O que o Xaxá (Alexandre Bittencourt, seu secretário) e o Germano vieram me trazer: o Cássio se comprometeu a, de agora em diante, pagar o do mês, não vai deixar atrasar o do mês, senão esse troço vira uma bola de neve (...) e propôs pagar em 30 parcelas, em 30 meses. 30 meses não tem como, Cássio."

"Tem problemas, 'como é que eu retiro o dinheiro', não sei quê. Não sei. Tem que achar uma maneira", afirma o então prefeito ao representante da OS, segundo o áudio. "O que eu combinei com o Germano é em cima dos 21 (milhões)."

Souto dos Santos afirma que, diante de outras operações na região contra desvios na saúde, tinha dificuldade em entregar os valores combinados.

"(Eu disse ao) Germano, eu não tenho condições de trazer pra você R$ 2 milhões por mês. Primeiro, pela dificuldade. Olha o que aconteceu em Guaíba (operação do MP-RS em 2018). Das sete empresas, a única que saiu ilesa fomos nós, e olha que grampearam mais de 40 pessoas."

Greve dos caminhoneiros

No momento da gravação dos áudios, estava em andamento a greve dos caminhoneiros de 2018, dificultando o transporte interestadual.

No segundo áudio apresentado pelo delator, o prefeito diz que Souto dos Santos deveria trazer os valores de propina de avião, se fosse necessário. Germano Dalla Valentina também participa dessa conversa.

"O que me interessa é o nosso acordo. Eu sou parceiro, e acho que o Germano também, mas não podemos ficar indefinidamente na esperança de "ah, agora tem a Polícia Federal, tem nao sei o que que vai acontecer." P*rra, se nós já fizemos um esforço de aumentar de 16,5 (milhões) para 21 (milhões)", diz o prefeito.

É neste diálogo que Busato reclama que não pode ficar sem receber "a cada peido da Polícia Federal".

Cássio argumenta de volta que o caminho para os desvios deve ser "através de terceiros", contratados com verba de saúde municipal, ou "através de compras", já que seria arriscado trazer dinheiro de outros estados.

"Nós temos que ter uma segurança. Eu estou assustado (...) Tá muito complicado. Imagina botar R$ 800 mil dentro de um avião, nego me pega com avião, tô desgraçado. Não tem cabimento. (...) Eu pego avião de amigo, eu alugo. O caminho é através de terceiros ou através de compras", afirma.

O filho de Luiz Carlos Busato, Rodrigo Busato, é candidato a vice-prefeito de Canoas neste ano, na chapa de Airton Souza (PL). Ele disputa o segundo turno contra Jairo Jorge (PSD).

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