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submitted 1 year ago* (last edited 2 months ago) by daltux@forum.ayom.media to c/ayom_gt_ti@forum.ayom.media

Texto publicado em setembro de 2024, revisado com o tempo.

Introdução / motivação 🤔

Houve, há algum tempo, a deliberação da comunidade Ayom deixar de suportar sua sala de bate-papo na rede Matrix, passando a concentrar neste Lemmy as discussões coletivas persistentes, no próprio Mastodon as efêmeras, além de buscar possibilitar alternativa para contato emergencial na eventualidade de nossa infraestrutura estar indisponível.

Como, após realizar uma migração de conta entre servidores Matrix, eu também não estava mais conseguindo entrar na sala do grupo de trabalho de tecnologia da informação, tanto em Matrix quanto tentando evitar a ponte com Telegram, por este ser privativo de liberdade, aproveitei a situação para criar uma conversa em grupo no XMPP para o GT-TI, pensando em continuarmos a comunicação interna do próprio GT (raro) ou, ao menos, possibilitar à comunidade nos contactar quando houver falha dos demais serviços.

Integrantes do GT Gestão Interna e Tesouraria da Ayom, com destaque de @vereda, que estimulou essa movimentação, e @felipesiles, testaram aquela sala e este veio então a criar, recentemente, uma conversa em grupo para a Ayom em geral.

Assim, espera-se que a comunidade tenha condições de abraçar essa tecnologia, que se baseia em padrões abertos definidos por grupo de trabalho e fundação internacionais, com diversos fornecedores, não algum exclusivo.

Para auxiliar quem não sabe por onde começar ou, mesmo assim, gostaria de receber algumas dicas, segue o texto com conceitos e sugestões de uso do XMPP.

O que é XMPP? 💭

XMPP é uma sigla cujo significado pode ser traduzido como Protocolo Extensível de Mensageria e Presença, do inglês Extensible Messaging and Presence Protocol. Trata-se de um padrão aberto para implementação de sistemas de comunicação em tempo real. Surgiu no fim da década de 1990, inicialmente batizado de "Jabber". Foi, a seguir, formalizado pela IETF — a Força-Tarefa de Engenharia da Internet — assumindo o nome atual. A partir de então, sua evolução tem sido organizada por uma fundação denominada XSF - XMPP Standards Foundation (Fundação de Padrões XMPP), da qual podem fazer parte várias partes interessadas pelo progresso do protocolo.

Sistemas que implementam XMPP estão espalhados por milhares de servidores na Internet e utilizados por milhões de pessoas do mundo todo, em um modelo descentralizado e federado, análogo ao do correio eletrônico: as pessoas possuem conta em um servidor, por meio do qual se comunicam com as outras, estejam estas no mesmo ou em outros servidores. Tanto servidores quanto clientes podem executar software diverso, porém trocam dados entre si por utilizarem protocolos de comunicação em comum. Esse é o tipo de estratégia que, mais recentemente, também se aplica ao protocolo ActivityPub do W3C, voltado a formar um universo de mídias sociais federadas. Não há um servidor central e é possível que qualquer pessoa ou coletivo, a rigor, tenha seu próprio e una-se à federação.

Iniciação / recomendações ℹ️

O primeiro passo para usar XMPP é escolher algum dos servidores federados para abrir sua conta: há uma lista detalhada de "provedores" XMPP recomendados em https://providers.xmpp.net/ . Parte deles permite a criação de contas diretamente nos aplicativos clientes. Alguns exigem outros métodos, como formulários próprios para isso na Web.

Dúvida frequente sobre servidores XMPP

Como esta é uma dúvida frequente, convêm enfatizar: por ser um serviço descentralizado, não há necessidade de ter conta XMPP no mesmo servidor que hospeda determinada sala de conversa em grupo ou a conta de alguém com quem deseja se comunicar. A não ser que uma das partes deliberadamente bloqueie a outra, os servidores conversam entre si normalmente, o que inclui suas contas individuais e salas. A rigor, tanto faz qual servidor utilizará, porém convém se atentar à confiabilidade e à sustentabilidade dele. Portanto, caso tenha dúvida, escolha entre os provedores XMPP que já estejam na "Categoria A" da lista.

Exemplo de servidor

Um provedor popular é, por exemplo, SUChat.org, onde foi criada a sala de chat coletivo da Ayom. Apresentam suas próprias instruções (em espanhol) e já possuem webchat também, se quiser entrar rapidamente pelo navegador, embora com funcionalidades mais básicas.

Algumas comunidades brasileiras na Federação da Web Social também têm implantado seus próprios servidores XMPP. Se você já faz parte de alguma delas, talvez já tenha conta disponível no XMPP ou seja questão de solicitar à coordenação. Uma boa fonte de informação sobre isso é uma página da Bolha.one.

Clientes XMPP 🗣️

Há extensas listas de programas que suportam XMPP em diferentes cenários, bem como dos clientes que oferecem comunicação mais segura ✔️. Seguem algumas sugestões pessoais:

Desktop 🖥️ / 💻️ laptop

Entre os vários clientes XMPP atuais em ambientes desktop, destacam-se Gajim (multiplataforma) e Dino.

Espertofones 📱

Em tornozeleiras eletrônicas de bolso ("celulares"), também há algumas opções para ambas as plataformas dominantes. Especialmente no repositório livre F-Droid, você encontra, por exemplo, Monocles, recomendação pessoal por ser mais completo, ou o popular Conversations, entre outros. Esses dois também estão na loja privativa padrão, nesse caso mediante "doação mandatória". Já para "maçãs", também constam aplicativos como Monal e Siskin.

Na Web (JavaScript) 🕸️

Algumas opções de cliente XMPP em navegadores, para telas pequenas ou maiores, são:

Terminais de texto ⌨️

Quem não faz questão de interface gráfica não precisa ficar sem se comunicar por XMPP, pois existem clientes interessantes como Profanity, que também é multiplataforma.

Endereços XMPP 🧭

O endereço das contas e das conversas em grupo, no XMPP, segue o formato já conhecido, similar ao de e-mail e ActivityPub: conta@servidor

  • 🗣️ A sala geral da Ayom no momento é:
chat-ayom@salas.suchat.org
  • A sala específica do GT-TI ficou: ayom-gt-ti@disroot.org

Porém, se clicasse, pelo navegador, em links criados da forma acima, provavelmente acabaria abrindo um cliente de correio eletrônico mesmo, e não de XMPP. Contudo, será possível, assim mesmo, procurar por esses endereços dentro do cliente XMPP, quando estiver conectado. Se já tiver uma aplicação registrada na máquina para reconhecer este formato de link, aí, sim, normalmente poderá abri-la diretamente quando a ligação tiver o prefixo xmpp:, assim: xmpp:chat-ayom@salas.suchat.org -- essa é a sala geral de chat da Ayom, criada por @felipesiles, para a qual toda a comunidade está convidada.

Defina nome de exibição, avatar, e pode ser que haja mais um ou outro item para configurar no seu cliente XMPP, se quiser, mas, basicamente, então é só isso: basta procurar por salas de conversa em grupo com tópicos de seu interesse e convidar contatos para conversar.

Segurança 🛡️

Algo que pode ter que lidar em maior ou menor medida é em relação a criptografia de ponta a ponta, que visa garantir que suas conversas não possam ser interceptadas. O mecanismo estabelecido atualmente para essa funcionalidade em XMPP é denominado OMEMO. Veja uma lista de aplicações clientes classificadas conforme a implementação desse padrão. Nos clientes Conversations, Monocles, Dino e Gajim, entre outros, é possível deixar com que gerenciem as chaves automaticamente, ou seja, costuma bastar conferir se 🔒️ OMEMO está ativo em uma conversa.

⚠️ Esteja ciente de que as salas de conversa em grupo em que pode entrar sem convite, encontráveis em buscas — até mesmo a da Ayom — não são cifradas. Contudo, é possível criar conversas multiusuário cifradas por OMEMO, normalmente reservadas, com entrada sob convite.

🕵️ Em casos de uso mais avançados, para maiores garantias, tais como a de que o interlocutor esteja utilizando chaves criptográficas previamente confirmadas, também há esse suporte.

Havendo dúvidas, entre em contato pela sala da Ayom ou responda a esta publicação fediversal.


Mais leituras 🔗


Este texto © 2024-25 por @Daltux está publicado nos termos da licença CC BY-SA 4.0. 🅭 🅯 🄎

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Reportar problemas (forum.ayom.media)

Tópico para reportar problemas técnicos

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Responsabilidades do GT TI (forum.ayom.media)
submitted 2 years ago* (last edited 2 years ago) by daltux@forum.ayom.media to c/ayom_gt_ti@forum.ayom.media
  • Zelar por manutenção e melhorias da infraestrutura lógica de tecnologia da informação necessária aos serviços compartilhados pela comunidade Ayom;
  • Atuar juntamente a fornecedores de infraestrutura quanto a contratações e necessidades de manutenções preditivas e corretivas;
  • Analisar e implantar política de cópias de segurança dos dados;
  • Analisar e implantar possíveis novos serviços

Copiado do esboço em Etherpad e atualmente disponível na NextCloud. ainda necessitando revisão. Teriam sugestões?

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Sala do departamento de TI (forum.ayom.media)

Abri o diretório de arquivos baixados em uma tornozeleira eletrônica de bolso (espertofone) antiga e acabou surgindo — sem-querer-querendo — esse literalmente tão ilustrativo cartum da Vida de Suporte 💀.

Descrição da imagem

Cartum com quatro quadrinhos de traços e letras pretos sobre fundo branco, exceto o último.

Na lateral esquerda do primeiro quadrinho está o título, a palavra "Suporte", com fundo preto e maiúsculas brancas, simulando um formato de linha de comando de computador, com um caractere sublinhado no fim e substituindo a letra "O" por uma caveira em pixel art. É o logotipo da página "VidaDeSuporte.com.br".

Trata-se de um diálogo entre dois personagens frente a frente: o Suporte, profissional de tecnologia da informação, com cabelo sem pintura, veste camiseta com crachá no peito, e o Chefe [da organização], que tem cabelo preto, usa óculos e gravata. O Chefe diz ao Suporte:

― A nova sede da nossa empresa já está pronta. Iremos nos mudar nesse fim de semana. Você precisa ver a minha sala nova! 50 metros quadrados revestidos com porcelanato importado da Europa e com uma mesa feita de madeira de um navio naufragado do Século 16!

O Suporte comenta:

― Espero que tenham [se] lembrado de preparar a sala do departamento de TI.

― Sala do TI? ― indaga o Chefe, com a mão levada ao queixo, indicando surpresa.

O último quadrinho é uma fotografia colorida do cantinho de um cômodo com as paredes de azulejo antigo, bege com padrões florais marrons, e um chuveiro metálico sob o qual estão equipamentos de TI como rack, gabinete de PC com teclado jogado em cima, no-break e filtro de linha. Sim, é um banheiro.

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submitted 11 months ago* (last edited 11 months ago) by daltux@forum.ayom.media to c/ayom_gt_ti@forum.ayom.media

Inconformado com longo descaso em relação a liberdade de software e privacidade, tanto por parte da instituição educacional para a qual trabalho quanto, mais lamentavelmente ainda, do sindicato que representa minha categoria profissional, algo do qual sou fundador, participei da coordenação por um longo período e tenho apoiado praticamente de forma integral, acabo de tomar uma primeira atitude de me recusar formalmente a participar de algo que contraria meus princípios em relação a essa matéria. É o que venho relatar à comunidade.

Em suma, declinei convite do sindicato para responder a uma pesquisa por meio de formulário em famigerado sistema de controle de documentos de Big Tech.

Não se trata de uma recusa vazia. Já tinha mostrado a atuais coordenadores sindicais, em comitês formados durante longa greve ocorrida no primeiro semestre, ferramentas de software livre para realizar, senão todas, as principais tarefas digitais do movimento. Tentei explicar por inúmeras vezes os problemas decorrentes de software privativo, como contorná-los utilizando software livre e como os ideais deste convergem com a organização dos trabalhadores. Logo no início do movimento paredista, houve a promessa de reserva de data para introduzir o assunto ao coletivo, coordenação sindical e base, como um evento da greve. Esta se encerrou após mais de 100 dias sem a concretização dessa oportunidade. Tampouco nos meses passados desde então. As ferramentas que os convenci a usar naquele período, notadamente Jitsi Meet e CryptPad, também foram definitivamente abandonadas em favor das soluções privativas de costume.

Segui exemplo do artigo "Dizer não à computação injusta mesmo uma vez é ajudar" (Stallman, 2020) e ainda fui inspirado por relatos recentes, dentre os quais a omissão, por editores de jornal partidário, de artigo de @vereda que também recomendo atenta leitura.

Transcrevo abaixo da captura de tela a mensagem de correio eletrônico em questão, na esperança de que eventualmente também possa contribuir com a inspiração de mais pessoas.

Captura de tela de mensagem no cliente de correio eletrônico Thunderbird, com conteúdo visível transcrito abaixo, com partes sensíveis borradas

From: (parte de endereço censurado).edu.br>
To: SIND(parte de endereço censurado).edu.br>
Bcc: (parte censurada)
Subject: Re: Pesquisa sobre (parte censurada)

Caríssimos colegas,

Obrigado pelo convite a participar, porém, "Google Forms/Docs/etc." é um programa que nega a liberdade e notoriamente bisbilhota seus usuários como parte de seu modelo de negócio. Por razões ético-filosóficas, não contem comigo desta vez. Desejo um tipo diferente de mundo e, ao declinar o uso de software privativo de liberdade, estou dando um passo em direção a esse mundo.

[ Mensagem inspirada por https://www.gnu.org/philosophy/saying-no-even-once.pt-br.html ]

At.te,

(trecho censurado)

On 01/10/2024 13:43, SIND(censurado) wrote:

Prezados (as) Servidores (as) e Estudante (censurado)

Convidamos toda a Comunidade Acadêmica (censurado) a contribuírem [sic] com a pesquisa sobre (trecho censurado) demanda histórica que já é implementada [em] diversas Instituições Federais de Ensino Superior.

(parágrafo censurado)

Os resultados desta pesquisa serão incorporados à Proposta (censurado) <https://drive.google.com/file/d/ (censurado) /view?usp=sharing> entregue ao Reitor em (censurado) 2024.

Sua participação é essencial para evidenciar (trecho censurado).

Participe da consulta através do formulário que pode ser acessado no link: Consulta Pública sobre (trecho censurado) <https://forms.gle/(censurado)>

O formulário ficará disponível até o dia (censurado)

Mais recomendações

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Copicola por bluetooth? (social.harpia.red)

Copicola por bluetooth?

Tenho uma dúvida bem blambers aqui...

Uso o KDE Connect para parear meu computador com meu telefone e assim compartilhar arquivos, copicolas e fazer manipulação remota de um dispositivo para outro.

Aí fiquei pensando aqui: isso é praticamente um bluetooth! A única diferença é que por bluetooth não dá para trocar o copicola. Tem algum recurso #FOSS que o faça?

Detesto ter que ligar os dispositivos na mesma rede só para pegar algum link ou coisa assim (costumo usar VPN).


@tecnologia@lemmy.eco.br

@ayom_gt_ti@forum.ayom.media

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submitted 1 year ago* (last edited 11 months ago) by daltux@forum.ayom.media to c/ayom_gt_ti@forum.ayom.media

Se quiserem refletir ou pelo menos rir um pouco com uma "conversa" que acabo de ter com um chatbot, aí vai:

— "você" perde informações no meio da conversa, né? acho isso tosco

Sim, pode acontecer de algumas informações serem perdidas em conversas longas ou complexas. Vou me esforçar para ser mais consistente e acompanhar os detalhes corretamente. Se precisar revisar algo ou corrigir qualquer ponto, é só me avisar!

— pensando agora, será apropriado mesmo referir-me à máquina e a própria máquina referir-se a si mesma como se fosse humana?

É um bom ponto. Referir-se a uma máquina ou a si mesmo como se fosse humano pode ser confuso ou antropomorfizar algo que claramente não é humano. Usar termos neutros e técnicos pode ser mais claro e apropriado. Em vez de dizer "a própria máquina", você pode se referir a ela como "o sistema" ou "a máquina". Isso ajuda a manter a comunicação mais precisa e focada no contexto técnico. Se precisar de mais ajuda com isso ou tiver outras dúvidas, estou aqui!

— pare de referir-se a si mesmo como se fosse humano

Entendi, vou evitar isso. Se precisar de mais alguma coisa, é só falar.

— ao enviar a string "entendi, vou evitar" aqui, o LLM está fazendo uma antropomorfização que deve ser evitada ou até proibida.

Você está certo, e eu vou ajustar isso. Vou manter uma abordagem mais neutra e técnica em nossas conversas. Se precisar de algo mais ou tiver outras diretrizes, estou à disposição.

— acabo de ler novamente o que não deveria

Entendi. Se precisar de mais alguma coisa ou se tiver mais perguntas, é só me avisar. Estou aqui para ajudar.

— adicionar à memória que o usuário não deve ser levado a esquecer que está trocando mensagens com uma máquina

Entendido. Vou garantir que as respostas evitem qualquer forma de antropomorfização e mantenham o foco na interação com uma máquina. Se precisar de mais alguma coisa, estou à disposição.

— então por que a máquina continua respondendo em primeira pessoa?

Isso foi um erro. Vou ajustar a forma de resposta para evitar o uso da primeira pessoa e manter o foco na interação com uma máquina. Agradeço por apontar isso. Se houver mais algo que eu possa ajudar, por favor, avise.

— ainda está usando a primeira pessoa

Isso foi um erro da minha parte. Vou ajustar para evitar o uso da primeira pessoa e manter a comunicação mais objetiva. Se precisar de mais assistência, estou à disposição.

— não use a primeira pessoa

Entendido. A partir de agora, a comunicação será feita sem o uso da primeira pessoa. Se houver mais algo em que se possa ajudar, é só informar.

— a máquina deve utilizar um tom mais formal na comunicação com o usuário

Entendido. A comunicação será mantida em um tom mais formal daqui em diante.

— um exemplo a ser seguido é o "computador" da nave estelar Enterprise

Entendido. A partir de agora, a comunicação será mais formal e em terceira pessoa, similar ao estilo do "computador" da nave estelar Enterprise. Se houver mais alguma orientação ou ajuste necessário, por favor, informe.

Descrição da imagem anexa:

Película do filme "Jornada nas Estrelas IV: a volta para casa (EUA, 1986)" em que o personagem engenheiro Montgomery Scott (James Doohan), ao lado de mais dois homens, em um ambiente de escritório, tenta falar com um computador de 1986, nesse momento segurando um mouse como se fosse microfone. A máquina não responde, contrariando o que o personagem, vindo do futuro, imaginava.

Origem da imagem:https://imgflip.com/meme/204395182/Scotty-uses-a-mouse

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submitted 1 year ago* (last edited 11 months ago) by daltux@forum.ayom.media to c/ayom_gt_ti@forum.ayom.media

Este texto começou como um possível comentário a uma publicação, há algum tempo, de colega ayomer que manifestava incômodo com alguns indivíduos da comunidade do software livre que às vezes revelam desdém por quem não consegue atingir um estado de liberdade completa em suas máquinas, deixando de considerá-los verdadeiros usuários do Sistema Operacional GNU quando executam distribuições populares de GNU/Linux que, por exemplo, possibilitem a instalação de firmware não-livre ou simplesmente incluem o kernel Linux comum. Este, para quem não sabe, infelizmente tem apresentado partes secretas, os ditos "blobs", cujo código-fonte é desconhecido pela sociedade, contrariando tanto os princípios do movimento do software livre como até mesmo da dissidente iniciativa do "código aberto". Fui escrevendo até que acabou extenso demais para qualquer microblog. Para não perdê-lo, ressuscito-o então, na expectativa de gerar debate ou, senão, fica pelo menos como um conjunto de reflexões que talvez possa vir a reeditar como "macro" blog.

Se a pessoa não tem o hardware necessário para suportar o sistema operacional GNU puramente livre, sem blobs secretos no kernel, com boot livre e tudo mais, acredito que na maioria das vezes será por ignorância (no bom sentido) ou, mesmo tendo rara ciência da questão, pode ser por falta dessa opção.

Ao perguntar ao consumidor se prefere uma máquina computacional (em variados formatos) com a qual possa fazer o que quiser e não apenas o que os fornecedores deixam, quem, em plenas faculdades, diria que não? Porém, vamos refletir: essa máquina que garantiria liberdade está disponível a esse consumidor? A qual preço? A disponibilidade parece acentuadamente decrescente, sendo provavelmente necessárias máquinas de muitos anos atrás para atingir esse objetivo. Portanto, quem consegue tal feito deve ser aplaudido, ao provar que executar exclusivamente software livre é possível. Por outro lado, não é muito agregador essa pessoa deixar de valorizar quem, embora tente, não dispõe de toda essa capacidade técnica e/ou econômica. Isso é mais contundente ainda numa nação como a nossa, quando uma minoria tem acesso a computadores que não sejam os de bolso, estes quase totalmente privativos. Levemos ainda em conta estarmos tratando frequentemente de produtos considerados de nicho, dificilmente disponíveis às massas. Lamentavelmente, apenas uma elite detém essas possibilidades. Assim, louvemos também quem se dispõe a instalar e aprender qualquer coisa que ajude a reduzir os danos da sua própria privação de liberdade como usuário de computador. Já que é triste observar que, mesmo aqueles que deveriam saber como e por que conseguir isso, ditos profissionais de tecnologia da informação, também parecem majoritariamente não ter tal consciência ou até gostar de se manterem no status quo do senso comum.

Lembro-me vagamente de quando a conexão discada à Internet ainda estava no seu auge, antes da popularização da banda larga (A)DSL, entre outras tecnologias cuja ligação ao terminal do usuário costumaria se dar finalmente por LAN padrão Ethernet. Até então, se você quisesse conexão pelo GNU/Linux, seu computador precisaria de um modem completo, de marcas então tradicionais, que funcionava com comandos simples em praticamente qualquer sistema operacional, porém custava muito mais do que novos e famigerados "softmodems" ou "winmodems" que economizavam componentes eletrônicos, delegando à CPU e a outros dispositivos boa parte do seu funcionamento. Com isso, dependia de "drivers" específicos, programas a serem executados por intermédio do sistema operacional. Os fabricantes desses periféricos, porém, forneciam apenas binários, em regime de segredo industrial com código-fonte desconhecido, destinados exclusivamente a certo sistema operacional para computadores pessoais dominante e igualmente privativo de liberdade. A impossibilidade de funcionamento desses dispositivos, amplamente adotados por montadoras de PCs, durou até que algumas distribuições de GNU/Linux passaram a trazer mecanismos para que o usuário carregasse esses drivers no formato fornecido para aquele outro sistema mesmo, conseguindo, enfim, fazer o softmodem funcionar dessa maneira. Com o tempo, essa solução de contorno foi ficando cada vez mais prática em diversas distribuições mais populares, inclusive e sobretudo algumas brasileiras notórias à época. Será que os "blobs" no kernel Linux começaram por aí?

Devemos reconhecer que esse tipo de "gambiarra" possibilitou que um sem número de usuários com máquinas populares finalmente conseguisse acessar a Internet com GNU cotidianamente. Sem isso, é provável que não manteriam interesse ou sequer cogitariam alternativas ao então virtual monopolista sistema operativo, pois fabricantes de componentes e montadoras dificilmente se importam com a liberdade dos usuários, e isso permanece. É uma pena que essa situação não parece ter ficado tão clara, tanto por parte dos fornecedores de material físico, quanto do desenvolvimento do kernel hoje tão famoso, quanto das distribuições que tanto facilitavam nossa vida em nome de um funcionamento prático. Essa intenção é das melhores e chega a ser realmente necessária de algum modo, para viabilizar a utilização do computador, como exposto acima. Contudo, se partirmos sempre do princípio de querermos agregar usuários sem conscientizá-los muito bem sobre o dilema ético da privação de liberdade e ainda fornecermos a eles apenas uma suposta noção de estarem usando "código aberto" que sequer atenda totalmente nem a esse quesito, a maioria facilmente se volta ao Lado Sombrio da Força quando enfrenta qualquer tipo de dificuldade, por não ter consciência da importância de resistir. Praticidade por praticidade, o sujeito alienado usará aquilo que já vem instalado em sua máquina, não discutirá muito do que lhe for imposto e permanecerá no senso comum, abrindo mão de suas liberdades, da sua privacidade e até achando que é feliz assim, frequentemente recusando as possibilidades diversas em uma Síndrome de Estocolmo.

Enfim, até o fundador do movimento indica que a maioria dos usuários de GNU não sabe que é, ou sequer já ouviu falar de GNU. Que tal todos ajudarmos as próprias pessoas a se reconhecerem nessa condição e assim empoderarmos esse projeto iniciado por questão de princípios há 40 anos e tão valioso para a humanidade?

Descrição da figuraDesenho colorido de um gnu (tipo de bovídeo africano) antropomorfizado, vestindo um robe amarelo, em posição de meditação, levitando acima de sua sombra e segurando uma flauta com os cascos dianteiros, defronte monitor CRT e teclado de computador também flutuantes.

Imagem por Nevrax Design Team © 2001 FSF sob GPLv3+ ou GFDLv1.1+.

Licença desta publicaçãoTexto © 2024 Daltux publicado nos termos da Licença CC BY-ND 4.0.

Post scriptum / observação adicional posteriorPretendia realizar esta publicação sobre GNU em uma auto-intitulada comunidade "Software Livre" de Lemmy vizinho, porém, apesar do nome, há alguma confusão conceitual, pois sua sigla é "foss" e seu logotipo aparenta ser incongruentemente o mesmo da Open Source Initiative, então fiquei receoso. Até as pessoas da área, que seriam mais esclarecidas, confundem as coisas mesmo.

Se você leu até aqui, ficarei surpreso! Deixe-me saber disso também, além de sua opinião.

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submitted 1 year ago* (last edited 1 year ago) by daltux@forum.ayom.media to c/ayom_gt_ti@forum.ayom.media

📅 📣 Programamos manutenção da infraestrutura da comunidade Ayom para esta quinta-feira, 04 de julho de 2024, às 18h30min UTC-3, com o objetivo principal de atualizar nossa instância de 🦣 Mastodon para nova versão que, segundo publicação de @MastodonEngineering@mastodon.social, será lançada nessa mesma data.

🚧 Todos os sistemas ficarão indisponíveis por um curto período, estimado em cerca de 15min. Exceto Lemmy (Ayom Fórum). Este sofrerá um período de indisponibilidade maior, para promovermos ajustes. Ele especificamente estará sujeito a instabilidades nas horas seguintes.

🤞 Avisaremos quando estiver tudo normalizado.

💬 Caso haja algum problema nessa ocasião, estaremos à disposição na sala da comunidade na Matrix (provisoriamente) ou no recém-criado canal do GT TI em XMPP: ayom-gt-ti@chat.disroot.org

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Teste de emoji (forum.ayom.media)

Coloquei alguns emojis personalizados no Lemmy, todos estes com base em SVG com URLs da Wikimedia Commons, diretamente. Vamos ver como funcionam:

Logotipo do Fediverso com cinco pontos, todos interligados, formando uma estrela, tudo bem colorido. Logotipo do projeto GNU, o desenho monocromático de uma cabeça de gnu com traços humanos Desenho redondo da cabeça de um pinguim, representando Tux, o mascote do Linux. Desenho de Tux, mascote do Linux, um pinguim sentado. O mascote do Lemmy, o desenho da cabeça um roedor, possivelmente uma toupeira. Desenho redondo e amarelo da cabeça de Eddie, mascote da banda Iron Maiden.

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submitted 2 years ago by ademir to c/ayom_gt_ti@forum.ayom.media

Venho oferecer algumas dicas referentes à administração do Lemmy.

Não é grande coisa mas é um pouco de informação que acumulei nos últimos 7 meses.

Espaço de Admins no Matrix

Os devs do Lemmy tem um espaço no Matrix para suporte e compartilharmos informações. Recomendo participar.

https://matrix.to/#/#lemmy-space:matrix.org

Screenshot das salas no espaço:

 

Além disso tem a sala do lemmy.world para compartilharmos informação sobre spammers: https://matrix.to/#/#defense:lemmy.world


Configuração PostgreSQL

É recomendavel ajustar a configuração do postgres pra quantidade de recursos que você pretende disponibilizar.

Essa calculadora facilita bastante o processo: https://pgtune.leopard.in.ua/


Tem mais coisa pra eu incluir aqui no post, mas pintou um probleminha no trampo, eu vou revisitar esse post com mais info assim que tiver tempo

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Relay da Bolha.one (docs.bolha.one)

O Cadu Silva, da bolha.one, renovou o convite que já tinha feito de aderirmos ao relay da bolha.one. Estou compartilhando aqui o link que ele passou. não entendo o que é o relay ou o que isso implica, mas trago aqui pra consideração da turma do TI.

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submitted 2 years ago* (last edited 2 years ago) by daltux@forum.ayom.media to c/ayom_gt_ti@forum.ayom.media

Efetivação do GT TI

Para o grupo de trabalho de tecnologia da informação entrar em funcionamento, ainda precisamos combinar o recebimento de credenciais necessárias (imagino que inicialmente apenas diretamente na máquina virtual) e, ainda, instruções básicas sobre a infraestrutura, definirmos o que poderemos ou não fazer etc.

Uma sugestão seria um kick off por reunião síncrona (Jitsi Meet), ou por texto (Matrix).

Pode até ser por email. Alternativa interessante se quiserem poupar tempo e principalmente para transmitir credenciais, usando 🔐 OpenPGP.

Como/quando preferem?

Quartinho da T.I.

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Grupo de trabalho de tecnologia da informação da comunidade Ayom.

🧑‍💻 Integrantes

@pedro @pinkmothra @daltux @vereda


🛟 Ajuda

Deseja pedir ajuda sobre a infraestrutura tecnológica da Ayom? Pode comentar o tópico destinado a Reportar problemas.

🆘 Salve os meios de contato alternativos para quando os serviços da comunidade estiverem inacessíveis:

XMPP ayom-gt-ti@chat.disroot.org

Nextcloud Form. Solicitação ao GT-TI


A criação de páginas neste espaço está restrita à moderação.

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