Estava mostrando os dados do statcounter pra um amigo ontem e a gente teve a curiosidade de ver o percentual de uso de sistemas operacionais na américa do sul nos últimos 15 anos, que é o período máximo que o site deixa ver. No geral, a maioria dos países segue um mesmo padrão, com windows começando no topo, linux crescendo beeem devagarinho, mac ganhando bastante popularidade a partir de 2014 e dando uma queda brusca a partir de 2020.
Mas os dados do Uruguai chamaram a atenção, porque fogem bastante desse padrão e mostram o linux saindo do quase 0 e ganhando bastante popularidade a partir de 2009, passando dos 10% de uso e chegando a um pico de mais de 20% em 2014. Isso é bastante coisa, e nunca vi ser comentado em lugar algum.
Porém, a partir de 2015, o percentual vai diminuindo progressivamente e dando uma estabilizada em torno de 4%, que é a média global de hoje. Aqui tá o gráfico e o link pra quem quiser observar os dados também:
Link: https://gs.statcounter.com/os-market-share/desktop/uruguay/#monthly-200901-202404
Alguém sabe a razão disso ter acontecido? Houve alguma política por lá de incentivo ao uso de software livre? Havia talvez um maior interesse da população? Pesquisei e vi que esse período bate mais ou menos com o governo do pepe mujica, mas não sei se teve relação.
Nem ideia também. Tentei buscar algumas informações, o máximo que encontrei foram alguns incentivos do governo em colocar o linux em insituições de ensino.
Não sei porque o número cai logo em seguida, mas notei que o seu gráfico também possui 2 picos em "unknown" em 2019 e 2023, alguns eventos relevantes devem ter acontecido aí também.
Uma coisa interessante que você pode fazer é observar como a adoção do linux na Alemanha vai se comportar, tendo em vista que o governo Alemão está migrando milhares de máquinas para o linux este ano.
Os dados desse site costumam ter esses picos em “unknown” pra qualquer gráfico. Como não fornecem muitos detalhes sobre a metodologia, fica difícil a gente saber, mas acredito que possam ser erros no processo de coleta dos dados.
No caso da alemanha, tinha visto a notícia e é coisa de 30 mil máquinas. Isso é bem pouco no contexto de um país, e sem um programa de incentivo junto, não acredito que faria diferença significativa. A alemanha já fez migrações como essa no passado e não se observa diferença no gráfico. Se o site tivesse dados dos anos 2000, daria pra ver como foi aqui no brasil com os programas do governo da época, pra ver se teve alguma influência. De qualquer forma, deve ser interessante observar.
Mas mesmo assim, pra atingir mais de 10% bem rápido como foi no uruguai, teria que ser um programa de migração bem forte, mais parecido com o que a índia tá fazendo.
No caso da Alemanha, pelo que vi não é o país todo, mas um estado do país que adotou a medida. Dependendo de como for a experiência - e a resistência ao lobby da Microsoft, que vai acontecer - a medida pode se espalhar para outros estados do país.
Se não voltarem para o windows denevo, devido incompatibilidade dos computadores não migrados, eles já fizeram isso no passado. :/