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Comunidade de divulgação científica e de notícias científicas

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Duas estudantes americanas do Ensino Médio, Calcea Johnson e Ne'Kiya Jackson, descobriram cinco novas formas de provar o Teorema de Pitágoras usando trigonometria. O caso aconteceu ainda em 2022, nos Estados Unidos. Porém, as soluções que as jovens propuseram para o problema estava sob análise de matemáticos, e foram confirmadas apenas recentemente.

Quem é leitor da GALILEU talvez se lembre de quando a notícia veio a público pela primeira vez, no ano passado. Agora, um estudo que descreve as 5 novas provas do Teorema de Pitágoras descobertas pelas alunas foi publicado no American Mathematical Monthly.

Estudantes podem ter chegado a prova "impossível" para O teorema de Pitágoras tem como fórmula a clássica equação "a² + b² = c²", que versa que a soma de dois lados de um triângulo retângulo (a² + b²) é igual ao valor do lado maior, chamado de hipotenusa (c²). Com essa fórmula, ao possuir o número de dois lados de um triângulo retângulo, é possível descobrir o valor do lado restante.

Em síntese, a soma dos dois lados mais curtos ao quadrado é igual ao quadrado do maior lado, a hipotenusa. O teorema foi comprovado por matemáticos ao longo dos anos, através do uso da álgebra e da geometria.

Porém, muitos consideravam impossível que o teorema fosse provado por trigonometria, pois este ramo da matemática depende do próprio Teorema de Pitágoras para definir relações entre os ângulos e os lados de um triângulo. Ou seja, usar a trigonometria para comprovar o teorema só estaria confirmando sua veracidade.

Jackson e Johnson conseguiram provar o Teorema de Pitágoras de uma forma independente, algo feito apenas duas vezes anteriormente por matemáticos. Em março de 2023, as estudantes compartilharam seus estudos na reunião da Sociedade Americana de Matemática, em Atlanta, na Geórgia.

O estudo de Jackson e Johnson contém cinco novas formas de provar o teorema utilizando trigonometria e mais cinco comprovações a partir de um método, o que totaliza dez novas confirmações matemáticas. Na conferência, uma dessas provas tinha sido apresentada por outras pessoas, o que significa que nove são descobertas matemáticas.

Elas enviaram as descobertas para serem revisadas por matemáticos e, posteriormente, publicadas na forma de um estudo científico. "Fiquei bem surpresa por ser publicada. Não pensei que chegaria tão longe”, disse Jackson, em comunicado. "Ter um artigo publicado, mesmo sendo tão jovem, é realmente alucinante", afirma Johnson.

Na pesquisa publicada, é explicado por algum dos autores que existem duas versões distintas da trigonometria, por isso, os estudantes acabam se confundindo e adquirindo muita dificuldade para entender esse tema matemático.

Por outro lado, Jackson e Johnson relataram que ao estudar apenas uma dessas versões, elas conseguiram extrair novas comprovações do Teorema de Pitágoras.

Nenhuma das jovens estuda matemática na faculdade

Jackson está fazendo doutorado em farmácia, na Universidade Xavier, em Louisiana. Johnson foi para uma área diferente, e estuda engenharia ambiental, na Universidade Estadual de Louisiana.

"Seus resultados chamam a atenção para a promessa de novas perspectivas para a área. Eles também destacam o papel importante dos professores e escolas no avanço da próxima geração de matemáticos”, afirma a editora-chefe da American Mathematical Monthly, Della Dumbaugh.

"Estou muito orgulhosa de que ambas possamos ser uma influência tão positiva ao mostrar que mulheres jovens e mulheres de cor podem fazer essas coisas, e deixar que outras mulheres jovens saibam que elas são capazes de fazer o que quiserem. Então, estar nessa posição me deixa muito orgulhosa", ressalta Johnson.

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O uso de cadáveres para observação e dissecção é o melhor método para o estudo da anatomia e o treinamento de habilidades médicas e cirúrgicas.

É o que defendem as principais instituições de ensino e sociedades médicas ao redor do mundo.

Mas no Brasil, o uso acadêmico dos corpos pós-óbito não é tão popular, e a decisão de doar o corpo para ciência ainda não é amplamente abraçada.

A falta de peças anatômicas é a realidade para maioria das universidades públicas no país, o que a BBC News Brasil mostrou em uma reportagem publicada em 2023.

Por isso, a divulgação de cursos que usam cadáveres ainda frescos para o treinamento de técnicas de harmonização facial (como aplicação de toxina botulínica e preenchimento com ácido hialurônico), causou um debate intenso recentemente na rede social Bluesky (que funciona de forma semelhante ao X).

O uso foi considerado algo fútil por muitos usuários da rede. Como faltam corpos para as universidades, mas estão disponíveis para harmonização facial?

Especialistas ouvidos pela BBC News Brasil explicam que o treinamento em cadáveres para estética faz sentido, já que os procedimentos incluem estruturas sensíveis da face.

Além disso, que os corpos não são provenientes das mesmas fontes das universidades federais — e por isso, os cursos não estariam competindo com elas por recursos.

Nos cursos de harmonização facial, não são quaisquer cadáveres, mas sim corpos ainda frescos por terem passado por uma técnica de congelamento logo após o óbito, que foram doados em outros países e são importados para o Brasil.

Chamada de ‘fresh frozen’, essa é considerada uma alternativa superior à técnica tradicionalmente usada para conservar os corpos com formol (geralmente usada nas universidades públicas), porque permite preservar mais as características do corpo humano.

Enquanto substâncias químicas como o formol degradam parte das estruturas e diminuem a semelhança com uma pessoa viva, os cadáveres preservados com a técnica fresh frozen ficam praticamente intactos.

Quem opta por doar o corpo para a ciência compreende que essa doação será usada para o estudo de diversas áreas da saúde, abrangendo estruturas anatômicas, tecidos e sistemas do corpo humano.

Ao fazer essa escolha, o doador não tem a possibilidade de restringir o uso de seu corpo a uma disciplina específica, como neurologia, ortopedia ou qualquer outra área.

A legislação brasileira proíbe a comercialização de cadáveres e partes de corpos. Por isso, tanto as universidades públicas quanto os cursos de centros privados, como é o caso dos que oferecem treinamento para harmonização facial, o material usado deve ser proveniente de doação.

A diferença está no caminho que esses cadáveres fazem até chegar a uma sala de aula — e também nos custos que isso implica.

As universidades públicas que usam cadáveres para aulas os recebem principalmente por meio de doações voluntárias — quando a pessoa decide ainda em vida que quer dar aquele destino aos seus restos mortais.

Em casos menos frequentes, indivíduos que morreram sem identificação e que não tiveram seus corpos reclamados em até 30 dias também podem ter seus corpos encaminhados para instituições de ensino.

Nos centros de estudo que utilizam a técnica de conservação fresh frozen, os corpos são provenientes principalmente de doações nos Estados Unidos e em alguns países da Europa, como a Holanda.

Caso o doador decida que não quer que seus restos mortais sejam enviados para um país diferente, ele pode declarar isso na documentação que preenche ao fazer a escolha de doar.

Empresas especializadas são responsáveis por conectar os doadores às instituições de ensino interessadas que possuem condições de custear os gastos com a importação.

Mas ainda que os cadáveres importados sejam provenientes de doações, o processo de congelamento e manutenção dos corpos é caro e exige não só cuidados extensivos durante a importação, mas também um laboratório com câmaras específicas para a preservação.

Isso se torna uma barreira para universidades públicas com fundos limitados. Para os cursos privados, significa que o valor gasto será refletido na matrícula — o que faz com que não seja acessível para todos.

"Se temos dificuldade de fazer um programa voluntário de doação e montar uma estrutura básica de rede para receber os corpos e outras tarefas que são bem mais baratas, imagine a importação de corpos congelados", disse José Aderval Aragão, coordenador do Programa de Doação Voluntária de Corpos da UFS (Universidade Federal de Sergipe), em entrevista à BBC News Brasil.

Ricardo Eustáquio da Silva, professor de anatomia da Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo), diz que, na instituição, a possibilidade de importar corpos ‘fresh frozen’ sequer chegou a ser cogitada.

"É uma alternativa muito cara. No passado, países como os Estados Unidos, a Espanha e o Canadá também passaram pela dificuldade de não ter cadáveres suficientes, mas isso foi resolvido com a conscientização da população sobre a importância da utilização de material humano para o ensino dos futuros profissionais da área da saúde."

A UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) é a única universidade pública no Brasil que dispõe de câmaras adequadas para a preservação de corpos.

No entanto, os cadáveres utilizados pela instituição são provenientes de um programa de doação já consolidado em Minas Gerais, o que torna desnecessária a importação desses corpos.

O treinamento de harmonização em cadáveres faz sentido?

"Harmonização facial é uma área que tem crescido exponencialmente em todo o Brasil. E, logicamente, você precisa treinar, se aperfeiçoar e melhorar o máximo possível para que tenha a menor chance de erro na hora de tratar o seu paciente", diz Henrique Barros, presidente da Sociedade Brasileira de Anatomia.

"Nenhum boneco ou simulador chega nem perto da veracidade de um treinamento com cadáver fresco. Ao fazermos alguns procedimentos, ele ainda pode sangrar, é muito similar a um paciente vivo", complementa.

A legislação atual prevê que harmonização facial pode ser feita por médicos dermatologistas, cirurgiões plásticos, dentistas especialistas na área (ao menos 500 horas de especialização, de acordo com norma do Conselho Federal de Odontologia), biomédicos e farmacêuticos — ambos com pós-graduação na área de Saúde Estética reconhecida pelo Ministério da Educação.

''No caso de procedimentos cosmiátricos invasivos, apenas profissionais com formação em Medicina devem realizá-los, uma vez que os mesmos oferecem riscos de danos temporários e permanentes e até óbitos devido às falhas na indicação, na técnica e por aplicação de procedimentos realizada de modo inseguro'', diz Heitor de Sá, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Entre as alternativas para os profissionais que estão treinando em harmonização facial, destacam-se o uso de bonecos, modelos digitais 3D, que permitem simulações dos procedimentos, e o oferecimento de tratamentos a preço de custo para pacientes que aceitam ser atendidos por profissionais ainda em formação.

'Pacientes modelos' se oferecem como 'cobaias' em treinamentos de harmonização a botox Com cadáveres frescos, defendem os especialistas, o treinamento ajuda os profissionais a terem uma melhor noção de como preservar as regiões nobres e evitar lesionar tecidos importantes, como grandes artérias e nervos.

"Embora não seja possível observar o resultado completo, como o inchaço e a resposta inflamatória que ocorrem em pacientes vivos, cumpre-se o objetivo de aprender a localizar as camadas e lacunas corretas e prevenir complicações como necrose ou embolia", explica Mohamad Abou Wadi, formado em odontologia e parte do Instituto de Treinamento em Cadáveres.

A dissecação do cadáver mostra as estruturas anatômicas, como vasos arteriais e venosos, nervos sensitivos, nervos motores e músculos que, se lesados durante qualquer procedimento, podem trazer complicações graves.

"No estudo do cadáver fresco é possível demonstrar o trajeto destas estruturas anatômicas, assim como o plano de profundidade onde se encontram. Os vasos arteriais e venosos podem ser injetados com corantes que o destacam, o que permite observar seus trajetos" descreve Sergio Serpa, médico dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e Professor de Cirurgia Micrográfica da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

Quanto custa um curso com cadáver fresco?

O custo dos cursos que utilizam cadáveres ‘fresh frozen’ varia significativamente.

Um curso de harmonização facial oferecido por um centro chamado HAC (Human Anatomy Center), localizado em Bauru e Alphaville (ambas localizações próximas à cidade de São Paulo), que inclui módulos que passam por temas como teoria e prática de anatomia de cabeça e pescoço, técnicas anestésicas, histofisiologia (estudo da estrutura e função dos tecidos), toxina botulínica e mais, custa R$1.500.

Mas o corpo — ou apenas partes dele — pode ser utilizado em diversas áreas da Medicina, da Ortopedia à Neurologia, geralmente para profissionais já graduados que querem aperfeiçoar técnicas cirúrgicas.

"A peça anatômica é apenas um material didático, e o valor final pode ser influenciado também pelo prestígio da instituição e o renome do professor que irá ensinar a técnica. Em alguns casos, a indústria patrocina cursos para médicos, por exemplo, como forma de divulgar novas técnicas. Considerando esses fatores, os valores podem variar de R$ 3 mil a R$ 15 mil", diz Mohamad Abou Wadi.

Após os treinamentos, conta Wadi, o corpo passa por dissecação para que os profissionais possam analisar erros e acertos, o que contribui para o aprendizado.

"Essa sequência de uso maximiza o aproveitamento da peça, que só depois desse processo completo é destinado à incineração."

A cultura de doação de corpos O Brasil ainda tem um caminho longo até que cadáveres se tornem materiais didáticos acessíveis para profissionais de saúde em formação em diferentes áreas.

"No Brasil, já é muito difícil incentivar as pessoas a doarem sangue ou órgãos, e a doação de corpos é ainda mais complicada. É importante ressaltar a importância de as pessoas se preocuparem em doar porque reflete diretamente na formação dos futuros profissionais", diz o presidente da Sociedade Brasileira de Anatomia.

Quando não há cadáveres suficientes para a dissecção, professores buscam as opções mais próximas para oferecer uma experiência mais fiel nas aulas de anatomia.

"A prática de dissecação, que é primordial para a anatomia topográfica, fica deficitária em nossas aulas. Temos alguns modelos sintéticos e usamos peças cadavéricas", afirmou Célia Regina de Godoy Gomes, professora de Anatomia Humana do Departamento de Ciências Morfológicas da Universidade Estadual de Maringá (UEM), em reportagem da BBC publicada no ano passado.

Quem deseja doar seu corpo especificamente para fins de estudo pode se registrar ainda em vida em programas do tipo mantidos por universidades ou informar parentes sobre seu desejo de participar para que eles façam a doação.

Um levantamento ainda em andamento feito pela professora Andrea Oxley, da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) aponta que existem hoje 41 destes programas no Brasil.

"Ainda não temos certeza que este é o número final”, diz Oxley.

“É pouco para a quantidade de instituições com cursos da área de Saúde, mas, se observarmos que a maioria surgiu nos últimos anos, considero que é um dado positivo.”

Esses programas são considerados hoje a melhor forma de suprir a escassez de cadáveres, mas professores de Medicina ouvidos pela BBC News Brasil dizem que o número de doações ainda é baixo. Nos primeiros cinco anos do programa de doações de corpos da Universidade Federal do Espírito Santo, por exemplo, apenas seis cadáveres foram doados.

Para muitas universidades, o desafio de tornar seus programas conhecidos — e bem aceitos — entre a população local continua.

Queria ser o jornalista responsável por essa matéria para perguntar para o entrevistado se ele doaria o corpo dele para a Ciência após sua morte... Para dar um bom exemplo para o público, eu juro!

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Cerca de metade dos cientistas e pessoas que trabalham em laboratórios se identificam como neurodivergentes, com 25% afirmando serem autistas, de acordo com um novo estudo.

Com a neurodivergência, vem a necessidade de adaptar os espaços para melhorar a inclusão, mas, conforme o estudo, o design arquitetônico dos laboratórios pode inibir os neurodivergentes.

Publicado em setembro, o estudo foi conduzido pela empresa ARC, que desenvolve espaços de laboratórios, em parceria com o escritório de arquitetura HOK e a Universidade do Oeste da Escócia.

O objetivo era descobrir como os espaços de laboratório acolhem pessoas neurodivergentes, mas o estudo foi além, descobrindo que o número de cientistas e funcionários autistas superam a média global. No Reino Unido, o número de cientistas autistas é 25 vezes maior que a média de pessoas no espectro.

Dos 241 participantes da pesquisa fornecendo dados confiáveis, como laudos médicos, 48,1% se identificaram como neurodivergentes, enquanto 19,5% disseram não ter certeza e 29,9% se identificaram como neurotípicos.

Dos 48,1% cientistas ou pessoas neurodivergentes que trabalham em laboratórios, 25,5% são autistas (9% com comorbidades), 18,6% têm TDAH e 20,6% possuem dislexia. 35,4% entraram no grupo de comorbidade, que são indivíduos com duas ou mais condições neurodivergentes, como autismo e TDAH, ou TDAH e dislexia.

Projeto para criar laboratórios inclusivos para cientistas neurodivergentes Indivíduos neurodivergentes são particularmente sensíveis a elementos auditivos, visuais e táteis, causando distrações sensoriais que geram interrupções cognitivas.

Desse modo, a pesquisa descobriu haver uma grande necessidade de criar espaços científicos que analisam e repensam, de maneira holística, elementos auditivos, visuais e táteis.

A intenção dos arquitetos é identificar e eliminar fontes de disrupção e desinteresse, desenvolvendo um projeto de design mais inclusivo para laboratórios.

Composto por um conjunto de princípios e ideias de pesquisadores, arquitetos e designers, o projeto visa tornar laboratórios mais confortáveis para todas as pessoas. No entanto, o foco é reduzir os impactos em pessoas neurodivergentes.

Portanto, entre as soluções dos arquitetos, estão laboratórios que incluam biofilia, controles de som e audição para tarefas específicas.

Para grupos específicos, como autistas e TDAH, é essencial a redução do ruído visual, móveis ergonomicamente ajustáveis e opções de espaços de trabalho.

AstraZenenca terá um dos primeiros laboratórios inclusivos

Aliás, muitas dessas ideias serão incluídas no laboratório que o HOK desenvolve para a AstraZeneca, a gigante farmacêutica que criou algumas das vacinas para Covid.

No entanto, as mudanças não são muito caras, de acordo com Kay Sargent, diretora de design de interiores da firma. Segundo a arquiteta, “toques” conscientes podem otimizar significativamente a produtividade.

Com 48% dos cientistas neurodivergentes, sendo 25% autistas – superando a média global – os arquitetos correm para não perder mentes brilhantes devido aos laboratórios com designs ultrapassados e sem diversidade.

Eu trouxe essa noticia por dois motivos:

Primeiro: é um exemplo de que pessoas neurodivergentes podem ser tão capazes quanto pessoas neuro típicas;

Segundo: mostra a importância da acessibilidade para o desenvolvimento da sociedade em áreas como a científica.

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Em uma escavação em Pañamarca, no Peru, arqueólogos encontraram uma sala do trono com evidências sugerindo que uma mulher governou o local há mais de 1.300 anos.

O sítio arqueológico de Pañamarca foi um centro político e religioso da antiga cultura Moche, que floresceu ao norte do Peru durante séculos, mas não chegou a constituir um reino ou império. Mesmo assim, a cultura Moche construiu grandes estruturas muito antes dos Incas conquistarem os Andes. Uma dessas estruturas é a sala do trono, com decoração elaborada e pinturas em murais que mostram cenas específicas.

De acordo com os arqueólogos, as pinturas dos murais são evidências que indicam que “uma mulher usava o espaço, sendo, possivelmente, quem governava”.

Evidências na sala do trono indicando do governo de uma mulher

Jessica Ortiz, diretora de pesquisa do projeto de escavação no Peru, afirmou que os arqueólogos encontraram uma sala do trono com pilares que se alinhavam aos murais com pinturas de “uma mulher poderosa entrelaçada a uma criatura marinha” e representações de uma Lua Crescente. Um dos murais mostra a mulher sentada no trono recebendo visitantes.

Além disso, os arqueólogos encontraram a presença de cabelos e marcas de desgaste na pedra que indicam que o trono foi, de fato, usado por uma pessoa.

Os traços de desgaste, segundo os arqueólogos, são a parte mais impressionante da descoberta porque não há “uma única superfície no local sem pintura”.

“Tudo foi pintado e decorado com cenas e personagens mitológicos”, afirmou Jose Ochatoma, um dos arqueólogos do projeto.

De acordo com os arqueólogos, a sala do trono data do século 7. No período, a cultura Moche era dominante nos vales litorâneos do Peru.

Os arqueólogos afirmaram que a escavação apresentou iconografias inéditas do período da América pré-Hispânica.

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Os escorpiões não são exatamente bonitos. Eles podem até mesmo causar uma certa repulsa, já que muitas espécies representam um perigo à vida humana por serem venenosos. Mas esses animais também precisam ser respeitados: primeiro, porque eles desempenham um papel importante no equilíbrio ecológico como predadores de outros bichos e, segundo, porque são os aracnídeos mais antigos do planeta Terra. Isso mesmo: os escorpiões habitam nossa superfície há mais de 450 milhões de anos.

O Brasil abriga quatro espécies de escorpiões que são consideradas de interesse médico e registram a maior quantidade de acidentes. O escorpião-preto-da-Amazônia (Tityus obscurus), que ocorre na região Norte e no estado do Mato Grosso; o escorpião-amarelo-do-Nordeste (Tityus stigmurus), que também tem aparecido nos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Tocantins; o escorpião-marrom (Tityus bahiensis), frequente nas regiões do Centro-Oeste, Sudeste e Sul; e o escorpião-amarelo (Tityus serrulatus), com ocorrência em todas as regiões do país, mas na região Norte, ainda restrito em Tocantins.

Resistentes e antigos no planeta Terra: conheça 9 curiosidades dos escorpiões

Para além da importância em saúde, os escorpiões – assim como qualquer animal – possuem características interessantes, inusitadas e até mesmo arrepiantes. Mas mais importante do que qualquer curiosidade é entender os hábitos desses aracnídeos, para que você possa não só evitar os mais perigosos, mas também entender os motivos que podem fazê-los se sentirem ameaçados.

A bióloga e assistente técnica de pesquisa científica e tecnológica do Biotério de Artrópodes do Instituto Butantan Denise Maria Candido identifica nove curiosidades dos escorpiões que talvez você nem imagine!

1 – Os escorpiões podem ficar fluorescentes

Esses pequenos aracnídeos carregam em sua cutícula substâncias que são chamadas de metabólitos secundários. Por isso, eles parecem fluorescentes sob a luz ultravioleta. Esse tipo de iluminação ajuda os especialistas a fazerem o controle e coleta dos escorpiões, o que precisa acontecer à noite, já que é nesse período que eles saem para caçar. “Como eles ficam escondidos, é muito difícil achá-los. A luz os deixa brilhantes e nós conseguimos identificar a presença deles no meio de muros e no mato, por exemplo”, explica Denise.

2 – Eles picam pela cauda e não pelas pinças

O veneno do escorpião é armazenado no interior do órgão conhecido popularmente como cauda. Na verdade, o nome real dessa parte do corpo é metassoma: ela ajuda a dar equilíbrio ao animal, além de servir como forma de defesa. As pinças, por sua vez, têm outras funções e são usadas para segurar presas, alimentar-se e acasalar.

3 – Soltar a “cauda” para se defender

Os escorpiões do gênero Ananteris, encontrados em todo o Brasil e em regiões das Américas do Sul e Central, têm uma capacidade bem diferente: conseguem se desprender de sua “cauda” para escapar de predadores. Esse fenômeno (que pode ser visto também nos lagartos) é considerado uma automutilação: quando o órgão é destacado do corpo do animal, seu intestino e ânus param de funcionar corretamente e as fezes ficam acumuladas, causando uma intoxicação e, posteriormente, a morte.

“Essa capacidade é vantajosa porque ele consegue fugir de situações de perigo, mas depois o escorpião passa a ter uma vida mais curta”, explica Denise. Então qual o benefício? Na natureza, a função dos bichos é reproduzir. Se o Ananteris consegue fugir do predador e, no tempo que lhe resta de vida, acasalar, sua meta no mundo terá sido cumprida.

4 – Um poderoso sistema sensorial

Apesar de possuírem até 12 olhos, a visão não é o forte dos escorpiões. O grande diferencial desses bichos é seu sistema sensorial: os pelos espalhados por seu corpo levam mensagens sobre o meio ambiente ao sistema nervoso, e os pentes que ficam no ventre são usados para sentir as vibrações, a temperatura e a umidade do ar. O resultado é que se eles notarem um pequeno barulho, fogem imediatamente.

Esses recursos foram sendo desenvolvidos ao longo de milhares e milhares de anos: é justamente por estarem há bastante tempo no planeta e terem sobrevivido a diversas revoluções ecológicas que os escorpiões adquiriram habilidades que os tornaram bastante resistentes – o sistema sensorial é uma dessas habilidades, e considerada bem efetiva pelos biólogos.

5 – Dança nupcial: um convite para o acasalamento

Algumas espécies, como o escorpião-preto-da-Amazônia (Tityus obscurus) e o escorpião-marrom (Tityus bahiensis), acasalam para se reproduzir. O primeiro passo do romance é a escolha do local adequado, feita pelo macho. Depois, ele sai em busca de uma fêmea disposta a curtir o momento. É preciso encantar a pretendente, porque ela pode se negar e causar uma briga fatal para um deles. Depois do aceite, o macho “dá as mãos” (na verdade, as pinças) à fêmea e começa a levá-la para o ambiente escolhido. Esses movimentos, antes do ato, são chamados de dança nupcial.

6 – Partenogênese, uma forma de reprodução sem acasalamento

É isso mesmo. De acordo com Denise, cerca de 5% das espécies de escorpiões tem a capacidade de ter filhotes sozinhas, sem precisar de um parceiro. Esse tipo de reprodução é chamado de partenogênese, que é o desenvolvimento de embriões sem a necessidade de fecundação de espermatozoides.

“O que chama atenção nas Américas do Sul e Central é que as duas principais espécies do bicho, o escorpião-amarelo-do-Nordeste e o escorpião-amarelo, têm a capacidade de se reproduzir por partenogênese, aumentando a população dos escorpiões no meio ambiente”, diz a bióloga.

7 – Assim como as cobras e cigarras, os escorpiões trocam de pele

Com apenas uma semana de vida, os filhotes já trocam de pele. Depois disso, eles trocam mais quatro vezes, até se tornarem adultos. Como eles são animais invertebrados, ou seja, não possuem coluna vertebral para sustentar o corpo, a sustentação é feita pela carapaça externa – e quando ela fica muito pequena para acomodar o animal, precisa ser abandonada.

8 – O primeiro lar dos escorpiões são as costas da mãe

Assim que nascem, os pequenos escorpiões sobem logo para as costas da mãe e lá ficam por 15 dias. Esse comportamento acontece por segurança e proteção. A fêmea cuida da ninhada, é verdade, mas ai dos que caírem pelo caminho: eles podem virar comida da própria mãe! O contrário não acontece: por todo o tempo que ficam em cima da mãe, os filhotes não se alimentam. É que, após nascerem, eles possuem uma espécie de reserva alimentar – como se fosse o vitelo dos mamíferos (material nutritivo contido no óvulo).

Outro aspecto curioso é que, depois dessa quinzena nas costas maternas, cada um segue sua vida solitariamente sem grandes problemas. “Depois da primeira troca de pele, quando já estão formados, eles ficam mais uma semana e então saem para desbravar o mundo”, detalha Denise.

9 – Escorpiões cometem suicídio? É mentira!

Não acredite em tudo o que lê na internet. Há relatos de que se o escorpião fica no meio de uma roda de fogo, ele prefere se matar antes de morrer queimado. Mas a história não é bem assim. “Na realidade, ele sente que tem o perigo, então tenta se defender. O que acontece é que, por vezes, ao se movimentar muito em momentos de estresse, ele mexe a cauda e encaixa o ferrão em seu próprio corpo”, explica Denise. Mas como qualquer animal peçonhento, o escorpião é imune ao seu próprio veneno. Em uma situação como a da fogueira, ele morreria queimado ao se desidratar.

ATENÇÃO: em caso de acidente com um animal peçonhento, procure o serviço médico mais próximo. Mantenha a calma: não faça torniquetes, não corte e não tente “sugar” o veneno, nem aplique nenhum produto sobre a ferida, pois essas práticas podem piorar o quadro.

Esta matéria foi validada pela bióloga e assistente técnica de pesquisa científica e tecnológica do Biotério de Artrópodes do Instituto Butantan Denise Maria Candido.

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A Visiona, empresa brasileira criada em conjunto pela Embraer e Telebras, divulgou as imagens obtidas pelo VCB1, primeiro satélite de alto desempenho projetado e produzido pela indústria nacional, tendo software embarcado e câmera reflexiva 100% brasileiros.

O satélite de sensoriamento remoto produziu imagens de Brasília (DF), Barcarena (PA), Mossoró (RN), São Paulo (SP) e Manaus (AM).

No âmbito do projeto foi desenvolvida pela primeira vez no Brasil uma câmera reflexiva, a OPTO 3UCAM.

Além disso, todo o software embarcado, ou seja, os programas que fazem com que o satélite funcione, foi produzido no país. A Visiona enfatizou que esses avanços se traduzem “na autonomia completa do projeto”.

João Paulo Rodrigues Campos, diretor-executivo da Visiona, contou que “o VCUB1 pode ser utilizado para questões que são centrais ao País como a proteção ambiental, a resposta a desastres naturais, o combate às queimadas ou ainda o desenvolvimento da agricultura”.

“Além da geração de novas oportunidades de negócios, ampliação da infraestrutura espacial brasileira e geração de empregos”, continuou.

O nanossatélite pode ainda ser utilizado em tarefas de inteligência e defesa.

O diretor de tecnologia da empresa nacional, Himilcon Carvalho, destacou que “o domínio do software embarcado é o que nos dá liberdade para integrar ou substituir qualquer componente, concedendo total liberdade ao projeto”. “Entramos num seleto grupo de empresas no mundo capazes de projetar integralmente satélites”, continuou.

A Visiona Tecnologia Espacial foi criada em 2012 enquanto uma joint-venture (empreendimento conjunto) da Embraer com a Telebras, que é estatal, para especializar-se em integração de sistemas espaciais e serviços baseados em satélites.

O VCUB1, considerado um nanossatélite, tem 12kg e carrega a câmera reflexiva OPTO 3UCAM, a primeira a ser projetada e produzida no Brasil.

Esse equipamento, segundo o Grupo Aker, empresa de engenharia brasileira responsável por esta parte do projeto, tem resolução de até 3 metros e tem uma faixa de varredura de 14 quilômetros.

A empresa ressaltou a flexibilidade da câmera, que pode se adequar a diferentes serviços.

Cesar Silva, diretor-executivo da Akaer, disse que “o desenvolvimento do VCUB1 e da OPTO 3UCAM reflete o potencial da indústria nacional e a importância das colaborações para o avanço da infraestrutura espacial brasileira”.

“Estamos orgulhosos de contribuir com a nossa expertise para o fortalecimento do Programa Espacial Brasileiro”, continuou.

O lançamento do satélite VCUB1 ocorreu em abril de 2023 e, desde então, os equipamentos vêm sendo calibrados para sua perfeita utilização.

O projeto contou com a colaboração da Agência Espacial Brasileira (AEB), Embrapa, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), Transpetro, Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), entre outros institutos e empresas.

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Arqueólogos na Dinamarca descobriram uma tecnologia avançada de construção em uma moradia neolítica na ilha de Falster: uma despensa em um porão com piso de pedra.

Atualmente, construções com piso de pedra são comuns, mas há 5 mil anos eram tecnologias avançadas. Não por acaso, os arqueólogos do museu de Lolland-Falster e da Universidade de Aarhus evidenciaram a tecnologia no título do estudo sobre a descoberta.

“Porão com Piso de Pedra na Idade da Pedra? Evidências Arqueológicas de Construção Subterrânea Neolítica em Nygårdsvej 3, Falster, Dinamarca” é o título do estudo publicado na quinta-feira (10).

A surpresa no título se dá porque a Escandinávia havia adotado o modo de vida sedentário pouco tempo antes da construção.

As escavações no local descobriram duas fases de construções de casas com designs comuns da Cultura do Funil de Cerâmica – que surgiu na Europa há 4 mil anos –, com pilares no interior da casa dando suporte a um grande telhado duplo.

A primeira fase tinha 38 perfurações para pilares e colunas, enquanto a segunda fase tinha 35, indicando um grande planejamento arquitetônico.

A localização também aponta para um planejamento arquitetônico. Por ficar em uma certa elevação, a construção oferece uma visão estratégica da região e se mantendo acima da área de inundações.

Despensa em porão de casa neolítica De acordo com o estudo, construções desse tipo não eram comuns na Dinamarca neolítica, então os arqueólogos definiram o local como uma despensa de porão.

“Em partes, o design é semelhante a câmaras de túmulos ou dolmens, com uma entregada prolongada e uma câmara rebaixada. Embora seja possível que a construção se inspire nos tipos de túmulos megalíticos, essas casas não foram simplesmente construídas em cima de túmulos, pois não encontramos vestígios que indicassem a possibilidade”, diz o estudo.

Em contrapartida, os arqueólogos encontraram mais de mil artefatos no local, incluindo potes de cerâmica e dois ouriços-do-mar petrificados.

Desse modo, os arqueólogos afirmam que a construção na Dinamarca pode ser interpretada como uma casa que tinha uma despensa no porão durante o período neolítico.

Se essa interpretação estiver correta, a despensa no porão pode representar um salto tecnológico significativo em termos de preservação de recursos.

As temperaturas subterrâneas são muito mais estáveis porque o vento não chega ao porão, permitindo um melhor armazenamento de comida e sendo uma vantagem em uma sociedade recém-agrícola.

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Depois de a NASA anunciar que os astronautas da nave Starliner, da Boeing, ficariam “presos” no espaço até 2025, outros tripulantes da ISS (Estação Espacial Internacional) ficarão na órbita da Terra por mais dias do que o planejado. O fim da missão Crew-8, que retornaria na última segunda-feira (7), não deve ocorrer antes do próximo domingo (13). Isso porque a nave deve pousar no oceano que banha a costa da Flórida, que está sob ameaça do forte furacão Milton.

Na segunda, a NASA e a SpaceX emitiram um comunicado sobre a mudança. De acordo com as autoridades das organizações, “os gerentes da missão continuam monitorando as condições” e devem fornecer atualizações em breve.

“A NASA e a SpaceX agora estão mirando não antes das 3h05 am EDT de domingo, 13 de outubro, para o desacoplamento da missão Crew-8 da Estação Espacial Internacional devido às condições climáticas e potenciais impactos do furacão Milton na península da Flórida”, disseram.

A SpaceX lançou a Crew-8 em março, com os astronautas da NASA Matthew Dominick, Michael Barratt e Jeanette Epps, além do cosmonauta Alexander Grebenkin, da agência russa Roscosmos.

O Milton foi considerado um furacão de categoria 5, a mais alta da escala Saffir-Simpson, para tempestades com ventos acima de 251 km/h. Porém, ele reduziu sua força quando atingiu o continente. Confira imagens do furacão Milton captadas a partir da ISS:

Não é só o furacão Milton que provocou adiamentos

A missão Crew-9, que chegou na ISS no último dia 29 de setembro, também atrasou dois dias devido ao furacão Helene, que atingiu o estado da Flórida no final do mês.

Além disso, a NASA e a SpaceX atrasaram indefinidamente o lançamento da nave espacial Europa Clipper, que deveria decolar nesta quinta-feira (10). A Clipper, que estudará o potencial de hospedagem de vida da lua oceânica de Júpiter, Europa, tem até 6 de novembro para decolar.

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