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Comunidade de divulgação científica e de notícias científicas

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"No entanto, segundo pesquisadores responsáveis por um novo estudo, o local acabou sendo abandonado, indicando que a população local rejeitou a autoridade centralizada. Demoraria mais 1.500 anos para que uma nova autoridade governamental existisse na região."

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submitted 7 months ago by obbeel to c/ciencia
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Duas estudantes americanas do Ensino Médio, Calcea Johnson e Ne'Kiya Jackson, descobriram cinco novas formas de provar o Teorema de Pitágoras usando trigonometria. O caso aconteceu ainda em 2022, nos Estados Unidos. Porém, as soluções que as jovens propuseram para o problema estava sob análise de matemáticos, e foram confirmadas apenas recentemente.

Quem é leitor da GALILEU talvez se lembre de quando a notícia veio a público pela primeira vez, no ano passado. Agora, um estudo que descreve as 5 novas provas do Teorema de Pitágoras descobertas pelas alunas foi publicado no American Mathematical Monthly.

Estudantes podem ter chegado a prova "impossível" para O teorema de Pitágoras tem como fórmula a clássica equação "a² + b² = c²", que versa que a soma de dois lados de um triângulo retângulo (a² + b²) é igual ao valor do lado maior, chamado de hipotenusa (c²). Com essa fórmula, ao possuir o número de dois lados de um triângulo retângulo, é possível descobrir o valor do lado restante.

Em síntese, a soma dos dois lados mais curtos ao quadrado é igual ao quadrado do maior lado, a hipotenusa. O teorema foi comprovado por matemáticos ao longo dos anos, através do uso da álgebra e da geometria.

Porém, muitos consideravam impossível que o teorema fosse provado por trigonometria, pois este ramo da matemática depende do próprio Teorema de Pitágoras para definir relações entre os ângulos e os lados de um triângulo. Ou seja, usar a trigonometria para comprovar o teorema só estaria confirmando sua veracidade.

Jackson e Johnson conseguiram provar o Teorema de Pitágoras de uma forma independente, algo feito apenas duas vezes anteriormente por matemáticos. Em março de 2023, as estudantes compartilharam seus estudos na reunião da Sociedade Americana de Matemática, em Atlanta, na Geórgia.

O estudo de Jackson e Johnson contém cinco novas formas de provar o teorema utilizando trigonometria e mais cinco comprovações a partir de um método, o que totaliza dez novas confirmações matemáticas. Na conferência, uma dessas provas tinha sido apresentada por outras pessoas, o que significa que nove são descobertas matemáticas.

Elas enviaram as descobertas para serem revisadas por matemáticos e, posteriormente, publicadas na forma de um estudo científico. "Fiquei bem surpresa por ser publicada. Não pensei que chegaria tão longe”, disse Jackson, em comunicado. "Ter um artigo publicado, mesmo sendo tão jovem, é realmente alucinante", afirma Johnson.

Na pesquisa publicada, é explicado por algum dos autores que existem duas versões distintas da trigonometria, por isso, os estudantes acabam se confundindo e adquirindo muita dificuldade para entender esse tema matemático.

Por outro lado, Jackson e Johnson relataram que ao estudar apenas uma dessas versões, elas conseguiram extrair novas comprovações do Teorema de Pitágoras.

Nenhuma das jovens estuda matemática na faculdade

Jackson está fazendo doutorado em farmácia, na Universidade Xavier, em Louisiana. Johnson foi para uma área diferente, e estuda engenharia ambiental, na Universidade Estadual de Louisiana.

"Seus resultados chamam a atenção para a promessa de novas perspectivas para a área. Eles também destacam o papel importante dos professores e escolas no avanço da próxima geração de matemáticos”, afirma a editora-chefe da American Mathematical Monthly, Della Dumbaugh.

"Estou muito orgulhosa de que ambas possamos ser uma influência tão positiva ao mostrar que mulheres jovens e mulheres de cor podem fazer essas coisas, e deixar que outras mulheres jovens saibam que elas são capazes de fazer o que quiserem. Então, estar nessa posição me deixa muito orgulhosa", ressalta Johnson.

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O uso de cadáveres para observação e dissecção é o melhor método para o estudo da anatomia e o treinamento de habilidades médicas e cirúrgicas.

É o que defendem as principais instituições de ensino e sociedades médicas ao redor do mundo.

Mas no Brasil, o uso acadêmico dos corpos pós-óbito não é tão popular, e a decisão de doar o corpo para ciência ainda não é amplamente abraçada.

A falta de peças anatômicas é a realidade para maioria das universidades públicas no país, o que a BBC News Brasil mostrou em uma reportagem publicada em 2023.

Por isso, a divulgação de cursos que usam cadáveres ainda frescos para o treinamento de técnicas de harmonização facial (como aplicação de toxina botulínica e preenchimento com ácido hialurônico), causou um debate intenso recentemente na rede social Bluesky (que funciona de forma semelhante ao X).

O uso foi considerado algo fútil por muitos usuários da rede. Como faltam corpos para as universidades, mas estão disponíveis para harmonização facial?

Especialistas ouvidos pela BBC News Brasil explicam que o treinamento em cadáveres para estética faz sentido, já que os procedimentos incluem estruturas sensíveis da face.

Além disso, que os corpos não são provenientes das mesmas fontes das universidades federais — e por isso, os cursos não estariam competindo com elas por recursos.

Nos cursos de harmonização facial, não são quaisquer cadáveres, mas sim corpos ainda frescos por terem passado por uma técnica de congelamento logo após o óbito, que foram doados em outros países e são importados para o Brasil.

Chamada de ‘fresh frozen’, essa é considerada uma alternativa superior à técnica tradicionalmente usada para conservar os corpos com formol (geralmente usada nas universidades públicas), porque permite preservar mais as características do corpo humano.

Enquanto substâncias químicas como o formol degradam parte das estruturas e diminuem a semelhança com uma pessoa viva, os cadáveres preservados com a técnica fresh frozen ficam praticamente intactos.

Quem opta por doar o corpo para a ciência compreende que essa doação será usada para o estudo de diversas áreas da saúde, abrangendo estruturas anatômicas, tecidos e sistemas do corpo humano.

Ao fazer essa escolha, o doador não tem a possibilidade de restringir o uso de seu corpo a uma disciplina específica, como neurologia, ortopedia ou qualquer outra área.

A legislação brasileira proíbe a comercialização de cadáveres e partes de corpos. Por isso, tanto as universidades públicas quanto os cursos de centros privados, como é o caso dos que oferecem treinamento para harmonização facial, o material usado deve ser proveniente de doação.

A diferença está no caminho que esses cadáveres fazem até chegar a uma sala de aula — e também nos custos que isso implica.

As universidades públicas que usam cadáveres para aulas os recebem principalmente por meio de doações voluntárias — quando a pessoa decide ainda em vida que quer dar aquele destino aos seus restos mortais.

Em casos menos frequentes, indivíduos que morreram sem identificação e que não tiveram seus corpos reclamados em até 30 dias também podem ter seus corpos encaminhados para instituições de ensino.

Nos centros de estudo que utilizam a técnica de conservação fresh frozen, os corpos são provenientes principalmente de doações nos Estados Unidos e em alguns países da Europa, como a Holanda.

Caso o doador decida que não quer que seus restos mortais sejam enviados para um país diferente, ele pode declarar isso na documentação que preenche ao fazer a escolha de doar.

Empresas especializadas são responsáveis por conectar os doadores às instituições de ensino interessadas que possuem condições de custear os gastos com a importação.

Mas ainda que os cadáveres importados sejam provenientes de doações, o processo de congelamento e manutenção dos corpos é caro e exige não só cuidados extensivos durante a importação, mas também um laboratório com câmaras específicas para a preservação.

Isso se torna uma barreira para universidades públicas com fundos limitados. Para os cursos privados, significa que o valor gasto será refletido na matrícula — o que faz com que não seja acessível para todos.

"Se temos dificuldade de fazer um programa voluntário de doação e montar uma estrutura básica de rede para receber os corpos e outras tarefas que são bem mais baratas, imagine a importação de corpos congelados", disse José Aderval Aragão, coordenador do Programa de Doação Voluntária de Corpos da UFS (Universidade Federal de Sergipe), em entrevista à BBC News Brasil.

Ricardo Eustáquio da Silva, professor de anatomia da Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo), diz que, na instituição, a possibilidade de importar corpos ‘fresh frozen’ sequer chegou a ser cogitada.

"É uma alternativa muito cara. No passado, países como os Estados Unidos, a Espanha e o Canadá também passaram pela dificuldade de não ter cadáveres suficientes, mas isso foi resolvido com a conscientização da população sobre a importância da utilização de material humano para o ensino dos futuros profissionais da área da saúde."

A UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) é a única universidade pública no Brasil que dispõe de câmaras adequadas para a preservação de corpos.

No entanto, os cadáveres utilizados pela instituição são provenientes de um programa de doação já consolidado em Minas Gerais, o que torna desnecessária a importação desses corpos.

O treinamento de harmonização em cadáveres faz sentido?

"Harmonização facial é uma área que tem crescido exponencialmente em todo o Brasil. E, logicamente, você precisa treinar, se aperfeiçoar e melhorar o máximo possível para que tenha a menor chance de erro na hora de tratar o seu paciente", diz Henrique Barros, presidente da Sociedade Brasileira de Anatomia.

"Nenhum boneco ou simulador chega nem perto da veracidade de um treinamento com cadáver fresco. Ao fazermos alguns procedimentos, ele ainda pode sangrar, é muito similar a um paciente vivo", complementa.

A legislação atual prevê que harmonização facial pode ser feita por médicos dermatologistas, cirurgiões plásticos, dentistas especialistas na área (ao menos 500 horas de especialização, de acordo com norma do Conselho Federal de Odontologia), biomédicos e farmacêuticos — ambos com pós-graduação na área de Saúde Estética reconhecida pelo Ministério da Educação.

''No caso de procedimentos cosmiátricos invasivos, apenas profissionais com formação em Medicina devem realizá-los, uma vez que os mesmos oferecem riscos de danos temporários e permanentes e até óbitos devido às falhas na indicação, na técnica e por aplicação de procedimentos realizada de modo inseguro'', diz Heitor de Sá, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Entre as alternativas para os profissionais que estão treinando em harmonização facial, destacam-se o uso de bonecos, modelos digitais 3D, que permitem simulações dos procedimentos, e o oferecimento de tratamentos a preço de custo para pacientes que aceitam ser atendidos por profissionais ainda em formação.

'Pacientes modelos' se oferecem como 'cobaias' em treinamentos de harmonização a botox Com cadáveres frescos, defendem os especialistas, o treinamento ajuda os profissionais a terem uma melhor noção de como preservar as regiões nobres e evitar lesionar tecidos importantes, como grandes artérias e nervos.

"Embora não seja possível observar o resultado completo, como o inchaço e a resposta inflamatória que ocorrem em pacientes vivos, cumpre-se o objetivo de aprender a localizar as camadas e lacunas corretas e prevenir complicações como necrose ou embolia", explica Mohamad Abou Wadi, formado em odontologia e parte do Instituto de Treinamento em Cadáveres.

A dissecação do cadáver mostra as estruturas anatômicas, como vasos arteriais e venosos, nervos sensitivos, nervos motores e músculos que, se lesados durante qualquer procedimento, podem trazer complicações graves.

"No estudo do cadáver fresco é possível demonstrar o trajeto destas estruturas anatômicas, assim como o plano de profundidade onde se encontram. Os vasos arteriais e venosos podem ser injetados com corantes que o destacam, o que permite observar seus trajetos" descreve Sergio Serpa, médico dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e Professor de Cirurgia Micrográfica da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

Quanto custa um curso com cadáver fresco?

O custo dos cursos que utilizam cadáveres ‘fresh frozen’ varia significativamente.

Um curso de harmonização facial oferecido por um centro chamado HAC (Human Anatomy Center), localizado em Bauru e Alphaville (ambas localizações próximas à cidade de São Paulo), que inclui módulos que passam por temas como teoria e prática de anatomia de cabeça e pescoço, técnicas anestésicas, histofisiologia (estudo da estrutura e função dos tecidos), toxina botulínica e mais, custa R$1.500.

Mas o corpo — ou apenas partes dele — pode ser utilizado em diversas áreas da Medicina, da Ortopedia à Neurologia, geralmente para profissionais já graduados que querem aperfeiçoar técnicas cirúrgicas.

"A peça anatômica é apenas um material didático, e o valor final pode ser influenciado também pelo prestígio da instituição e o renome do professor que irá ensinar a técnica. Em alguns casos, a indústria patrocina cursos para médicos, por exemplo, como forma de divulgar novas técnicas. Considerando esses fatores, os valores podem variar de R$ 3 mil a R$ 15 mil", diz Mohamad Abou Wadi.

Após os treinamentos, conta Wadi, o corpo passa por dissecação para que os profissionais possam analisar erros e acertos, o que contribui para o aprendizado.

"Essa sequência de uso maximiza o aproveitamento da peça, que só depois desse processo completo é destinado à incineração."

A cultura de doação de corpos O Brasil ainda tem um caminho longo até que cadáveres se tornem materiais didáticos acessíveis para profissionais de saúde em formação em diferentes áreas.

"No Brasil, já é muito difícil incentivar as pessoas a doarem sangue ou órgãos, e a doação de corpos é ainda mais complicada. É importante ressaltar a importância de as pessoas se preocuparem em doar porque reflete diretamente na formação dos futuros profissionais", diz o presidente da Sociedade Brasileira de Anatomia.

Quando não há cadáveres suficientes para a dissecção, professores buscam as opções mais próximas para oferecer uma experiência mais fiel nas aulas de anatomia.

"A prática de dissecação, que é primordial para a anatomia topográfica, fica deficitária em nossas aulas. Temos alguns modelos sintéticos e usamos peças cadavéricas", afirmou Célia Regina de Godoy Gomes, professora de Anatomia Humana do Departamento de Ciências Morfológicas da Universidade Estadual de Maringá (UEM), em reportagem da BBC publicada no ano passado.

Quem deseja doar seu corpo especificamente para fins de estudo pode se registrar ainda em vida em programas do tipo mantidos por universidades ou informar parentes sobre seu desejo de participar para que eles façam a doação.

Um levantamento ainda em andamento feito pela professora Andrea Oxley, da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) aponta que existem hoje 41 destes programas no Brasil.

"Ainda não temos certeza que este é o número final”, diz Oxley.

“É pouco para a quantidade de instituições com cursos da área de Saúde, mas, se observarmos que a maioria surgiu nos últimos anos, considero que é um dado positivo.”

Esses programas são considerados hoje a melhor forma de suprir a escassez de cadáveres, mas professores de Medicina ouvidos pela BBC News Brasil dizem que o número de doações ainda é baixo. Nos primeiros cinco anos do programa de doações de corpos da Universidade Federal do Espírito Santo, por exemplo, apenas seis cadáveres foram doados.

Para muitas universidades, o desafio de tornar seus programas conhecidos — e bem aceitos — entre a população local continua.

Queria ser o jornalista responsável por essa matéria para perguntar para o entrevistado se ele doaria o corpo dele para a Ciência após sua morte... Para dar um bom exemplo para o público, eu juro!

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Cerca de metade dos cientistas e pessoas que trabalham em laboratórios se identificam como neurodivergentes, com 25% afirmando serem autistas, de acordo com um novo estudo.

Com a neurodivergência, vem a necessidade de adaptar os espaços para melhorar a inclusão, mas, conforme o estudo, o design arquitetônico dos laboratórios pode inibir os neurodivergentes.

Publicado em setembro, o estudo foi conduzido pela empresa ARC, que desenvolve espaços de laboratórios, em parceria com o escritório de arquitetura HOK e a Universidade do Oeste da Escócia.

O objetivo era descobrir como os espaços de laboratório acolhem pessoas neurodivergentes, mas o estudo foi além, descobrindo que o número de cientistas e funcionários autistas superam a média global. No Reino Unido, o número de cientistas autistas é 25 vezes maior que a média de pessoas no espectro.

Dos 241 participantes da pesquisa fornecendo dados confiáveis, como laudos médicos, 48,1% se identificaram como neurodivergentes, enquanto 19,5% disseram não ter certeza e 29,9% se identificaram como neurotípicos.

Dos 48,1% cientistas ou pessoas neurodivergentes que trabalham em laboratórios, 25,5% são autistas (9% com comorbidades), 18,6% têm TDAH e 20,6% possuem dislexia. 35,4% entraram no grupo de comorbidade, que são indivíduos com duas ou mais condições neurodivergentes, como autismo e TDAH, ou TDAH e dislexia.

Projeto para criar laboratórios inclusivos para cientistas neurodivergentes Indivíduos neurodivergentes são particularmente sensíveis a elementos auditivos, visuais e táteis, causando distrações sensoriais que geram interrupções cognitivas.

Desse modo, a pesquisa descobriu haver uma grande necessidade de criar espaços científicos que analisam e repensam, de maneira holística, elementos auditivos, visuais e táteis.

A intenção dos arquitetos é identificar e eliminar fontes de disrupção e desinteresse, desenvolvendo um projeto de design mais inclusivo para laboratórios.

Composto por um conjunto de princípios e ideias de pesquisadores, arquitetos e designers, o projeto visa tornar laboratórios mais confortáveis para todas as pessoas. No entanto, o foco é reduzir os impactos em pessoas neurodivergentes.

Portanto, entre as soluções dos arquitetos, estão laboratórios que incluam biofilia, controles de som e audição para tarefas específicas.

Para grupos específicos, como autistas e TDAH, é essencial a redução do ruído visual, móveis ergonomicamente ajustáveis e opções de espaços de trabalho.

AstraZenenca terá um dos primeiros laboratórios inclusivos

Aliás, muitas dessas ideias serão incluídas no laboratório que o HOK desenvolve para a AstraZeneca, a gigante farmacêutica que criou algumas das vacinas para Covid.

No entanto, as mudanças não são muito caras, de acordo com Kay Sargent, diretora de design de interiores da firma. Segundo a arquiteta, “toques” conscientes podem otimizar significativamente a produtividade.

Com 48% dos cientistas neurodivergentes, sendo 25% autistas – superando a média global – os arquitetos correm para não perder mentes brilhantes devido aos laboratórios com designs ultrapassados e sem diversidade.

Eu trouxe essa noticia por dois motivos:

Primeiro: é um exemplo de que pessoas neurodivergentes podem ser tão capazes quanto pessoas neuro típicas;

Segundo: mostra a importância da acessibilidade para o desenvolvimento da sociedade em áreas como a científica.

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Em uma escavação em Pañamarca, no Peru, arqueólogos encontraram uma sala do trono com evidências sugerindo que uma mulher governou o local há mais de 1.300 anos.

O sítio arqueológico de Pañamarca foi um centro político e religioso da antiga cultura Moche, que floresceu ao norte do Peru durante séculos, mas não chegou a constituir um reino ou império. Mesmo assim, a cultura Moche construiu grandes estruturas muito antes dos Incas conquistarem os Andes. Uma dessas estruturas é a sala do trono, com decoração elaborada e pinturas em murais que mostram cenas específicas.

De acordo com os arqueólogos, as pinturas dos murais são evidências que indicam que “uma mulher usava o espaço, sendo, possivelmente, quem governava”.

Evidências na sala do trono indicando do governo de uma mulher

Jessica Ortiz, diretora de pesquisa do projeto de escavação no Peru, afirmou que os arqueólogos encontraram uma sala do trono com pilares que se alinhavam aos murais com pinturas de “uma mulher poderosa entrelaçada a uma criatura marinha” e representações de uma Lua Crescente. Um dos murais mostra a mulher sentada no trono recebendo visitantes.

Além disso, os arqueólogos encontraram a presença de cabelos e marcas de desgaste na pedra que indicam que o trono foi, de fato, usado por uma pessoa.

Os traços de desgaste, segundo os arqueólogos, são a parte mais impressionante da descoberta porque não há “uma única superfície no local sem pintura”.

“Tudo foi pintado e decorado com cenas e personagens mitológicos”, afirmou Jose Ochatoma, um dos arqueólogos do projeto.

De acordo com os arqueólogos, a sala do trono data do século 7. No período, a cultura Moche era dominante nos vales litorâneos do Peru.

Os arqueólogos afirmaram que a escavação apresentou iconografias inéditas do período da América pré-Hispânica.

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