Ciência

112 readers
1 users here now

Comunidade de divulgação científica e de notícias científicas

founded 1 year ago
MODERATORS
76
 
 

Os escorpiões não são exatamente bonitos. Eles podem até mesmo causar uma certa repulsa, já que muitas espécies representam um perigo à vida humana por serem venenosos. Mas esses animais também precisam ser respeitados: primeiro, porque eles desempenham um papel importante no equilíbrio ecológico como predadores de outros bichos e, segundo, porque são os aracnídeos mais antigos do planeta Terra. Isso mesmo: os escorpiões habitam nossa superfície há mais de 450 milhões de anos.

O Brasil abriga quatro espécies de escorpiões que são consideradas de interesse médico e registram a maior quantidade de acidentes. O escorpião-preto-da-Amazônia (Tityus obscurus), que ocorre na região Norte e no estado do Mato Grosso; o escorpião-amarelo-do-Nordeste (Tityus stigmurus), que também tem aparecido nos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Tocantins; o escorpião-marrom (Tityus bahiensis), frequente nas regiões do Centro-Oeste, Sudeste e Sul; e o escorpião-amarelo (Tityus serrulatus), com ocorrência em todas as regiões do país, mas na região Norte, ainda restrito em Tocantins.

Resistentes e antigos no planeta Terra: conheça 9 curiosidades dos escorpiões

Para além da importância em saúde, os escorpiões – assim como qualquer animal – possuem características interessantes, inusitadas e até mesmo arrepiantes. Mas mais importante do que qualquer curiosidade é entender os hábitos desses aracnídeos, para que você possa não só evitar os mais perigosos, mas também entender os motivos que podem fazê-los se sentirem ameaçados.

A bióloga e assistente técnica de pesquisa científica e tecnológica do Biotério de Artrópodes do Instituto Butantan Denise Maria Candido identifica nove curiosidades dos escorpiões que talvez você nem imagine!

1 – Os escorpiões podem ficar fluorescentes

Esses pequenos aracnídeos carregam em sua cutícula substâncias que são chamadas de metabólitos secundários. Por isso, eles parecem fluorescentes sob a luz ultravioleta. Esse tipo de iluminação ajuda os especialistas a fazerem o controle e coleta dos escorpiões, o que precisa acontecer à noite, já que é nesse período que eles saem para caçar. “Como eles ficam escondidos, é muito difícil achá-los. A luz os deixa brilhantes e nós conseguimos identificar a presença deles no meio de muros e no mato, por exemplo”, explica Denise.

2 – Eles picam pela cauda e não pelas pinças

O veneno do escorpião é armazenado no interior do órgão conhecido popularmente como cauda. Na verdade, o nome real dessa parte do corpo é metassoma: ela ajuda a dar equilíbrio ao animal, além de servir como forma de defesa. As pinças, por sua vez, têm outras funções e são usadas para segurar presas, alimentar-se e acasalar.

3 – Soltar a “cauda” para se defender

Os escorpiões do gênero Ananteris, encontrados em todo o Brasil e em regiões das Américas do Sul e Central, têm uma capacidade bem diferente: conseguem se desprender de sua “cauda” para escapar de predadores. Esse fenômeno (que pode ser visto também nos lagartos) é considerado uma automutilação: quando o órgão é destacado do corpo do animal, seu intestino e ânus param de funcionar corretamente e as fezes ficam acumuladas, causando uma intoxicação e, posteriormente, a morte.

“Essa capacidade é vantajosa porque ele consegue fugir de situações de perigo, mas depois o escorpião passa a ter uma vida mais curta”, explica Denise. Então qual o benefício? Na natureza, a função dos bichos é reproduzir. Se o Ananteris consegue fugir do predador e, no tempo que lhe resta de vida, acasalar, sua meta no mundo terá sido cumprida.

4 – Um poderoso sistema sensorial

Apesar de possuírem até 12 olhos, a visão não é o forte dos escorpiões. O grande diferencial desses bichos é seu sistema sensorial: os pelos espalhados por seu corpo levam mensagens sobre o meio ambiente ao sistema nervoso, e os pentes que ficam no ventre são usados para sentir as vibrações, a temperatura e a umidade do ar. O resultado é que se eles notarem um pequeno barulho, fogem imediatamente.

Esses recursos foram sendo desenvolvidos ao longo de milhares e milhares de anos: é justamente por estarem há bastante tempo no planeta e terem sobrevivido a diversas revoluções ecológicas que os escorpiões adquiriram habilidades que os tornaram bastante resistentes – o sistema sensorial é uma dessas habilidades, e considerada bem efetiva pelos biólogos.

5 – Dança nupcial: um convite para o acasalamento

Algumas espécies, como o escorpião-preto-da-Amazônia (Tityus obscurus) e o escorpião-marrom (Tityus bahiensis), acasalam para se reproduzir. O primeiro passo do romance é a escolha do local adequado, feita pelo macho. Depois, ele sai em busca de uma fêmea disposta a curtir o momento. É preciso encantar a pretendente, porque ela pode se negar e causar uma briga fatal para um deles. Depois do aceite, o macho “dá as mãos” (na verdade, as pinças) à fêmea e começa a levá-la para o ambiente escolhido. Esses movimentos, antes do ato, são chamados de dança nupcial.

6 – Partenogênese, uma forma de reprodução sem acasalamento

É isso mesmo. De acordo com Denise, cerca de 5% das espécies de escorpiões tem a capacidade de ter filhotes sozinhas, sem precisar de um parceiro. Esse tipo de reprodução é chamado de partenogênese, que é o desenvolvimento de embriões sem a necessidade de fecundação de espermatozoides.

“O que chama atenção nas Américas do Sul e Central é que as duas principais espécies do bicho, o escorpião-amarelo-do-Nordeste e o escorpião-amarelo, têm a capacidade de se reproduzir por partenogênese, aumentando a população dos escorpiões no meio ambiente”, diz a bióloga.

7 – Assim como as cobras e cigarras, os escorpiões trocam de pele

Com apenas uma semana de vida, os filhotes já trocam de pele. Depois disso, eles trocam mais quatro vezes, até se tornarem adultos. Como eles são animais invertebrados, ou seja, não possuem coluna vertebral para sustentar o corpo, a sustentação é feita pela carapaça externa – e quando ela fica muito pequena para acomodar o animal, precisa ser abandonada.

8 – O primeiro lar dos escorpiões são as costas da mãe

Assim que nascem, os pequenos escorpiões sobem logo para as costas da mãe e lá ficam por 15 dias. Esse comportamento acontece por segurança e proteção. A fêmea cuida da ninhada, é verdade, mas ai dos que caírem pelo caminho: eles podem virar comida da própria mãe! O contrário não acontece: por todo o tempo que ficam em cima da mãe, os filhotes não se alimentam. É que, após nascerem, eles possuem uma espécie de reserva alimentar – como se fosse o vitelo dos mamíferos (material nutritivo contido no óvulo).

Outro aspecto curioso é que, depois dessa quinzena nas costas maternas, cada um segue sua vida solitariamente sem grandes problemas. “Depois da primeira troca de pele, quando já estão formados, eles ficam mais uma semana e então saem para desbravar o mundo”, detalha Denise.

9 – Escorpiões cometem suicídio? É mentira!

Não acredite em tudo o que lê na internet. Há relatos de que se o escorpião fica no meio de uma roda de fogo, ele prefere se matar antes de morrer queimado. Mas a história não é bem assim. “Na realidade, ele sente que tem o perigo, então tenta se defender. O que acontece é que, por vezes, ao se movimentar muito em momentos de estresse, ele mexe a cauda e encaixa o ferrão em seu próprio corpo”, explica Denise. Mas como qualquer animal peçonhento, o escorpião é imune ao seu próprio veneno. Em uma situação como a da fogueira, ele morreria queimado ao se desidratar.

ATENÇÃO: em caso de acidente com um animal peçonhento, procure o serviço médico mais próximo. Mantenha a calma: não faça torniquetes, não corte e não tente “sugar” o veneno, nem aplique nenhum produto sobre a ferida, pois essas práticas podem piorar o quadro.

Esta matéria foi validada pela bióloga e assistente técnica de pesquisa científica e tecnológica do Biotério de Artrópodes do Instituto Butantan Denise Maria Candido.

77
 
 

A Visiona, empresa brasileira criada em conjunto pela Embraer e Telebras, divulgou as imagens obtidas pelo VCB1, primeiro satélite de alto desempenho projetado e produzido pela indústria nacional, tendo software embarcado e câmera reflexiva 100% brasileiros.

O satélite de sensoriamento remoto produziu imagens de Brasília (DF), Barcarena (PA), Mossoró (RN), São Paulo (SP) e Manaus (AM).

No âmbito do projeto foi desenvolvida pela primeira vez no Brasil uma câmera reflexiva, a OPTO 3UCAM.

Além disso, todo o software embarcado, ou seja, os programas que fazem com que o satélite funcione, foi produzido no país. A Visiona enfatizou que esses avanços se traduzem “na autonomia completa do projeto”.

João Paulo Rodrigues Campos, diretor-executivo da Visiona, contou que “o VCUB1 pode ser utilizado para questões que são centrais ao País como a proteção ambiental, a resposta a desastres naturais, o combate às queimadas ou ainda o desenvolvimento da agricultura”.

“Além da geração de novas oportunidades de negócios, ampliação da infraestrutura espacial brasileira e geração de empregos”, continuou.

O nanossatélite pode ainda ser utilizado em tarefas de inteligência e defesa.

O diretor de tecnologia da empresa nacional, Himilcon Carvalho, destacou que “o domínio do software embarcado é o que nos dá liberdade para integrar ou substituir qualquer componente, concedendo total liberdade ao projeto”. “Entramos num seleto grupo de empresas no mundo capazes de projetar integralmente satélites”, continuou.

A Visiona Tecnologia Espacial foi criada em 2012 enquanto uma joint-venture (empreendimento conjunto) da Embraer com a Telebras, que é estatal, para especializar-se em integração de sistemas espaciais e serviços baseados em satélites.

O VCUB1, considerado um nanossatélite, tem 12kg e carrega a câmera reflexiva OPTO 3UCAM, a primeira a ser projetada e produzida no Brasil.

Esse equipamento, segundo o Grupo Aker, empresa de engenharia brasileira responsável por esta parte do projeto, tem resolução de até 3 metros e tem uma faixa de varredura de 14 quilômetros.

A empresa ressaltou a flexibilidade da câmera, que pode se adequar a diferentes serviços.

Cesar Silva, diretor-executivo da Akaer, disse que “o desenvolvimento do VCUB1 e da OPTO 3UCAM reflete o potencial da indústria nacional e a importância das colaborações para o avanço da infraestrutura espacial brasileira”.

“Estamos orgulhosos de contribuir com a nossa expertise para o fortalecimento do Programa Espacial Brasileiro”, continuou.

O lançamento do satélite VCUB1 ocorreu em abril de 2023 e, desde então, os equipamentos vêm sendo calibrados para sua perfeita utilização.

O projeto contou com a colaboração da Agência Espacial Brasileira (AEB), Embrapa, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), Transpetro, Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), entre outros institutos e empresas.

78
79
 
 

Arqueólogos na Dinamarca descobriram uma tecnologia avançada de construção em uma moradia neolítica na ilha de Falster: uma despensa em um porão com piso de pedra.

Atualmente, construções com piso de pedra são comuns, mas há 5 mil anos eram tecnologias avançadas. Não por acaso, os arqueólogos do museu de Lolland-Falster e da Universidade de Aarhus evidenciaram a tecnologia no título do estudo sobre a descoberta.

“Porão com Piso de Pedra na Idade da Pedra? Evidências Arqueológicas de Construção Subterrânea Neolítica em Nygårdsvej 3, Falster, Dinamarca” é o título do estudo publicado na quinta-feira (10).

A surpresa no título se dá porque a Escandinávia havia adotado o modo de vida sedentário pouco tempo antes da construção.

As escavações no local descobriram duas fases de construções de casas com designs comuns da Cultura do Funil de Cerâmica – que surgiu na Europa há 4 mil anos –, com pilares no interior da casa dando suporte a um grande telhado duplo.

A primeira fase tinha 38 perfurações para pilares e colunas, enquanto a segunda fase tinha 35, indicando um grande planejamento arquitetônico.

A localização também aponta para um planejamento arquitetônico. Por ficar em uma certa elevação, a construção oferece uma visão estratégica da região e se mantendo acima da área de inundações.

Despensa em porão de casa neolítica De acordo com o estudo, construções desse tipo não eram comuns na Dinamarca neolítica, então os arqueólogos definiram o local como uma despensa de porão.

“Em partes, o design é semelhante a câmaras de túmulos ou dolmens, com uma entregada prolongada e uma câmara rebaixada. Embora seja possível que a construção se inspire nos tipos de túmulos megalíticos, essas casas não foram simplesmente construídas em cima de túmulos, pois não encontramos vestígios que indicassem a possibilidade”, diz o estudo.

Em contrapartida, os arqueólogos encontraram mais de mil artefatos no local, incluindo potes de cerâmica e dois ouriços-do-mar petrificados.

Desse modo, os arqueólogos afirmam que a construção na Dinamarca pode ser interpretada como uma casa que tinha uma despensa no porão durante o período neolítico.

Se essa interpretação estiver correta, a despensa no porão pode representar um salto tecnológico significativo em termos de preservação de recursos.

As temperaturas subterrâneas são muito mais estáveis porque o vento não chega ao porão, permitindo um melhor armazenamento de comida e sendo uma vantagem em uma sociedade recém-agrícola.

80
 
 

Depois de a NASA anunciar que os astronautas da nave Starliner, da Boeing, ficariam “presos” no espaço até 2025, outros tripulantes da ISS (Estação Espacial Internacional) ficarão na órbita da Terra por mais dias do que o planejado. O fim da missão Crew-8, que retornaria na última segunda-feira (7), não deve ocorrer antes do próximo domingo (13). Isso porque a nave deve pousar no oceano que banha a costa da Flórida, que está sob ameaça do forte furacão Milton.

Na segunda, a NASA e a SpaceX emitiram um comunicado sobre a mudança. De acordo com as autoridades das organizações, “os gerentes da missão continuam monitorando as condições” e devem fornecer atualizações em breve.

“A NASA e a SpaceX agora estão mirando não antes das 3h05 am EDT de domingo, 13 de outubro, para o desacoplamento da missão Crew-8 da Estação Espacial Internacional devido às condições climáticas e potenciais impactos do furacão Milton na península da Flórida”, disseram.

A SpaceX lançou a Crew-8 em março, com os astronautas da NASA Matthew Dominick, Michael Barratt e Jeanette Epps, além do cosmonauta Alexander Grebenkin, da agência russa Roscosmos.

O Milton foi considerado um furacão de categoria 5, a mais alta da escala Saffir-Simpson, para tempestades com ventos acima de 251 km/h. Porém, ele reduziu sua força quando atingiu o continente. Confira imagens do furacão Milton captadas a partir da ISS:

Não é só o furacão Milton que provocou adiamentos

A missão Crew-9, que chegou na ISS no último dia 29 de setembro, também atrasou dois dias devido ao furacão Helene, que atingiu o estado da Flórida no final do mês.

Além disso, a NASA e a SpaceX atrasaram indefinidamente o lançamento da nave espacial Europa Clipper, que deveria decolar nesta quinta-feira (10). A Clipper, que estudará o potencial de hospedagem de vida da lua oceânica de Júpiter, Europa, tem até 6 de novembro para decolar.

81
82
83
84
85
86
87
88
89
90
91
92
93
94
95
 
 

Até agora, sabia-se que os eletróns e os fotóns eram capazes de entrelaçamento quântico. Ou seja, de compartilharem um mesmo estado quântico por meios não-clássicos. Agora, descobriram que os quarks, que são sub-partículas dos prótons e neutrons, também podem se entrelaçar. Isso gera um conhecimento mais completo sobre o que é a matéria e como ela se relaciona com o Universo.

96
 
 

A Sakana AI é uma startup do Japão que quer fazer com que IAs escrevam e desenvolvam artigos científicos por si próprias, criando e avançando a Ciência em regime não supervisionado. Apesar do objetivo ambicioso, essa IA não tem recursos necessários que são vistos em outras IAs como o ChatGPT e o Claude. Acho que não tem modelo de Visão Computacional, por exemplo. O que faz com que não possa categorizar, ler ou gerar gráficos.

97
 
 

Não fica muito claro nesse artigo, mas esse estado são de células que continuam vivas mesmo depois da morte do organismo geral, o ser vivo em si.

98
 
 

Publicação um pouco antiga, mas que vale para ressaltar a inexplicabilidade da fotossíntese.

99
100
view more: ‹ prev next ›