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O grupo libanês Hezbollah nomeou nesta terça-feira (29/10) Naim Qassem, 71 anos, como sucessor do secretário-geral Hassan Nasrallah, que foi assassinado em um ataque de Israel no sul do país em setembro.

Segundo informou o grupo, o Conselho Shura do Hezbollah elegeu o sucessor conforme os dispositivos estabelecidos no que tange a escolha de uma nova liderança.

Qassem foi durante muito tempo o vice-secretário-geral do Hezbollah, ele se tornou o segundo homem do grupo em 1991, após ser nomeado pelo então líder Abbas al-Musawi. Porém, antes dele, o sucessor mais considerado era Hashem Safieddine, mas que também foi vítima de um ataque nos subúrbios da capital libanesa em outubro.

Por conta disso, Qassem vinha sendo o rosto do Hezbollah desde a morte de Nasrallah, mas não desfruta da mesma popularidade. Ele disse, há algumas semanas, que nomear um novo líder era tarefa complexa que levaria algum tempo.

Em comunicado, o Hezbollah prometeu continuar a “resistência” contra Israel e hastear sua bandeira “até a vitória”. “Trabalharemos juntos para alcançar os objetivos”, diz a nota do grupo.

Hezbollah é alvo de uma ofensiva de Israel no Líbano desde meados de setembro.

Diversos líderes do grupo foram mortos. Segundo o jornal britânico Guardian, praticamente toda a liderança política e militar mais experiente do Hezbollah teria sido assassinada por Israel nos últimos três meses.

Com os ataques das Forças de Defesa israelenses (IDF, por sua sigla em inglês), um quarto da população do Líbano foi obrigada a abandonar sua casa para fugir dos bombardeios ou atendendo às ordens de evacuação desse país, informou a Organização das Nações Unidas (ONU).

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O presidente tunisiano Kais Saied foi empossado ontem para seu segundo mandato de cinco anos, onde prometeu para confrontar aqueles que ele rotulou como “traidores e agentes”, afirmando que eles não têm lugar no país, informou a Agência Anadolu.

Após fazer o juramento, Saied disse: “O povo tunisiano expressou livremente sua vontade em 6 de outubro”, acrescentando que “o povo tunisiano escolheu continuar o caminho da resistência e libertação nacional completa”.

Ele enfatizou que um dos maiores desafios que seu governo enfrentará será criar novas oportunidades para os desempregados, especialmente os jovens.

Comentando sobre o estado das liberdades na Tunísia, Saied declarou: “A liberdade não é sobre insultos e calúnias, nem sobre violar direitos e quebrar a lei”.

“O que não podemos debater é a própria nação. Não há lugar para traidores e agentes, e não há espaço em nosso solo para aqueles que se alinham com poderes coloniais”.

Saied garantiu 90,69 por cento dos votos no início deste mês, enquanto seu oponente, Ayachi Zammel, recebeu 7,35 por cento, e Zohair Maghzaoui, que apoia Saied, recebeu 1,97 por cento, de acordo com a Comissão Eleitoral.

Vários candidatos da oposição foram presos ou proibidos de concorrer na eleição.

Nesse site tem várias notícias a respeito da situação política atual na Tunísia. Eu trouxe apenas a mais recente, mas tem sobre os presos e sobre as manifestações que ocorreram em protesto contra o governo atual. Gostaria de mais informações de fontes diferentes para ter uma perspectiva completa.

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As reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (BM) começaram nesta segunda-feira (21) em Washington, em meio a uma crescente ira pelo fracasso dessas instituições em enfrentar de forma efetiva a pobreza, a desigualdade e os perigos evidentes das mudanças climáticas, por declaração de líderes de que estar reuniões serão diferentes, e por indícios de que o poder destas organizações multilaterais está se desvanecendo ao surgirem instituições mais democráticas no âmbito internacional.

“O crescimento a médio prazo está projetado a ser reduzido” a nível global, reconheceu na semana passada a diretora administrativa do FMI, Kristalina Georgieva, em um resumo desalentador do que se pode esperar na reunião deste ano.

“O crescimento está longe de ser suficientemente bom. Não é suficiente para erradicar a pobreza mundial, nem para criar o número de empregos que requeremos, nem para vastas necessidades de investimento, inclusive para a transição verde”.

O BM, cuja meta central é “erradicar a pobreza e impulsionar o desenvolvimento inclusivo”, reconheceu também na semana passada que, com base na atual trajetória, seria necessário mais de um século para tirar toda a população mundial da linha da pobreza, atualmente calculada em uma renda de 6,85 dólares por dia.

Ambos os líderes dessas instituições, Georgieva e seu homólogo no BM, Ajay Banga, insistiram que, se os países decidissem trabalhar em conjunto, poderiam mudar essa realidade econômica.

Plano Marshall às avessas

“2023 foi um desastre em termos de apoio ao mundo em desenvolvimento”, escreveram recentemente Lawrence Summers, ex-secretário do Tesouro dos Estados Unidos, e o economista e político indiano N. K. Singh. “Taxas de interesses crescentes e ausência de bônus e empréstimos implicam que quase 200 bilhões de dólares fluíram para fora dos países em desenvolvimento em direção a credores privados em 2023, muitíssimo mais que o financeiramente incrementado pelas instituições financeiras internacionais”.

O sistema financeiro internacional, declarou o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas em setembro, “é um Plano Marshall ao contrário, onde os países pobres financiam os ricos”. Esta crítica foi compartilhada por outros líderes, como os mandatários da Colômbia, Gustavo Petro, e da África do Sul, Cyril Ramaphosa.

Nos últimos anos, Lula e outros líderes mundiais foram além das críticas, desenvolvendo propostas concretas através do Grupo dos 20 (G20), visando implementar um imposto universal sobre as pessoas e organizações mais ricas, e criar um banco internacional alternativo estabelecido pelos países do BRICS (que se reúne esta semana na Rússia, ao mesmo tempo que acontecem as reuniões em Washington), assim como demandar mudanças nas estruturas de governança e relações de poder nestas instituições multilaterais e na ONU.

Guardiões do sistema

O FMI e o BM continuam sendo os “guardiões do sistema financeiro” atual, que inclui não só os fundos fornecidos pelos países membros a estas instituições, mas também as normas sobre fluxos de capital privado, comércio e investimento multinacional.

Georgieva, do FMI, não está modificando esse papel. Na semana passada, ela insistiu que o crescimento econômico continua sendo “a chave” e detalhou uma agenda que inclui mobilizar capital, aumentar a produtividade e reformar mercados de trabalho para que os trabalhadores corretos sejam colocados nos empregos corretos. A chefe do FMI também reconheceu que as reformas e medidas recomendadas pela instituição “nunca são populares” entre o público dos países.

É fácil entender a razão disso. Uma pesquisa realizada pela Oxfam Internacional conclui que “94% dos países com empréstimos atuais do BM e do FMI cortaram investimentos vitais em educação pública, programas de saúde e proteção social ao longo dos últimos dois anos”. Para Kate Donald, chefe do escritório da Oxfam Internacional em Washington, “estes cortes não só são desalentadores, mas são perigosos e fundamentalmente contra o desenvolvimento”.

Pressões e mudanças paliativas As duas instituições anunciarão algumas mudanças e modificações em suas práticas esta semana. Sob pressão do Grupo dos 77 e do Grupo dos 24, o FMI acordou reduzir os encargos que essencialmente aumentam os custos dos empréstimos aos países em desenvolvimento. Também haverá novos compromissos para ampliar o financiamento voltado a combater as mudanças climáticas, mais fundos para empréstimos e subsídios para os países mais pobres e buscar modificações para oferecer mais capital disponível ao Sul Global. Porém, como assinalam especialistas, compromissos não são ações.

Ao mesmo tempo, estas reuniões se realizam sob a sombra das eleições nos Estados Unidos e suas implicações potenciais para estas instituições no futuro imediato. O país é o maior acionista do FMI, com 16,5% do total, o que efetivamente lhe permite frear mudanças maiores nestas instituições, incluindo sua forma de governança. A China, em contraste, tem só 6,5% das ações, Brasil 1,2% e México 1,8%.

Apesar disso, alguns promotores de mudanças veem algumas indicações positivas. Alex Main, diretor de políticos em CEPR, assinalou como um exemplo o esforço para obrigar o FMI a reduzir seus encargos. Em entrevista ao La Jornada, também apontou para a chamada Iniciativa Bridgetown, impulsada pela presidenta de Barbados, Mia Motley, como outro exemplo de um esforço para forçar que os credores incorporem cláusulas de desastres naturais que permitam a suspensão do pagamento de empréstimos em caso desses desastres.

Mas nem perto foi alcançado o necessário. Simon Stiell, secretário-executivo da Convenção Quadro da ONU sobre Mudança Climática, reportou que um trilhão de dólares foram mobilizados para abordar a mudança climática no ano passado, mas que essa soma só representa um quarto do que se requer anualmente para isso.

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Os resultados das eleições presidenciais e do referendo constitucional no último domingo (20) na Moldávia – o país mais pobre da Europa, surgido da antiga União Soviética, incrustado entre a Romênia e a Ucrânia, com uma região, a Transnístria, que se declara independente, e cuja população se divide entre os que aspiram a se integrar à União Europeia e os que gostariam de continuar como estão ou até mesmo fazer parte da Rússia – deixaram, nesta segunda-feira, um sabor agridoce na principal promotora da convocação às urnas, a presidente Maia Sandu, que buscava um respaldo para sua aposta europeísta.

Conhecidos os resultados finais da apuração – que, como se esperava, deram uma virada ao serem computados os votos emitidos no exterior pelas centenas de milhares de moldavos que trabalham em países europeus, revertendo a tendência contrária ao governo que predominava nos sufrágios internos da república, mais identificados com a Rússia – Sandu obteve o maior número de apoio, 42,20%.

No entanto, embora tenha conquistado 16 pontos a mais que o segundo candidato, o ex-procurador-geral Aleksandr Stoianoglo, indicado pelo Partido Socialista próximo aos interesses de Moscou, com 26,16%, o resultado de Sandu não foi suficiente para ser reeleita, pois não atingiu o mínimo exigido de 50% mais um e, portanto, a presidência moldava terá que ser decidida em segundo turno, em 3 de novembro.

Sandu tampouco conseguiu um apoio esmagador para a entrada da Moldávia na União Europeia, mas o “Não” promovido por seus adversários não prevaleceu. Foi proposto aos moldavos responder à pergunta: “Você concorda em modificar a Constituição para que a Moldávia se unir à União Europeia?”. A iniciativa foi aprovada com apenas 50,29% dos votos depositados, frente a 49,71% de votos contrários.

Moldávia se mostra dividida

Essa mínima diferença a favor da posição do governo evidenciou que a sociedade moldava está dividida e que o desejo de se integrar à Europa não é unânime. Além disso, os institutos de pesquisa previam uma vantagem de mais de 30 pontos de vantagem para a iniciativa de Sandu. Devido a isso, a atual presidente acusou seus adversários – “grupos criminosos”, como os chamou – de interferirem “a partir de Moscou” na votação de domingo.

Assegurou que o controverso magnata Ilon Shor, refugiado na capital russa após ser acusado de fraude e roubos multimilionários, criou um esquema fraudulento para “comprar 300 mil votos” na Transnístria, Gagauzia e outras zonas pró-russas, supostamente com 15 milhões de dólares depositados em bancos russos, e que o Kremlin destinou “100 milhões de euros” para boicotar o referendo que incluía no preâmbulo da Carta Magna a aspiração dos moldavos de serem parte da União Europeia.

Eleição e referendo repercutem na Rússia

Na Rússia, o porta-voz da presidência russa, Dimitri Peskov, reagiu dizendo que os resultados das eleições presidenciais e do referendo na Moldávia “deixam muitas perguntas” e deu a entender que “houve anomalias durante a contagem de votos a favor da (presidente Maia) Sandu e da integração europeia”, além de que a oposição não teve permissão para participar em condições de igualdade na campanha eleitoral.

Para Peskov, “não seria ruim que ela (Sandu) explicasse o grande número de votos contra a política que pratica. Também são grupos criminosos? Ou ela considera que todos os cidadãos moldavos que não a apoiam estão associados a grupos criminosos?”.

Os seguidores de Aleksandr Stoianoglo, o segundo mais votado, se perguntam como foi possível reverter a tendência que, com cerca de 90% da apuração, indicava que a maioria dos eleitores era contra a integração europeia, mas a Comissão Eleitoral Central, principal autoridade no assunto, afirma que os votos vindos do exterior no último momento inclinaram a balança para o outro lado.

Independentemente de o segundo turno de 3 de novembro confirmar ou não a reeleição de Sandu, o futuro da Moldávia – segundo especialistas – será decidido nas cruciais eleições legislativas da próxima primavera.

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O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva orientou sua delegação, liderada pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, para rechaçar a inclusão da Venezuela no BRICS, durante a cúpula na Rússia. A informação foi antecipada pela coluna do jornalista Jamil Chade, no portal UOL, ao descrever que o “Brasil insiste que todas as decisões do grupo precisam ser tomadas por consenso”, e nesse sentido, o mandatário “sinaliza um veto ao governo de Nicolás Maduro”.

A adesão de Caracas no grupo econômico foi uma promessa de Maduro durante a campanha eleitoral que o levou à vitória nas eleições realizadas em 28 de julho. Já no fim de agosto, o chanceler venezuelano, Yván Gil, mais uma vez reforçou que seu país “está na órbita do BRICS” e que seu ingresso ao bloco seria uma “mera formalidade”.

“Podemos dizer que a Venezuela está praticamente dentro dos BRICS, enviamos representantes que participam nas comissões do grupo, das cúpulas sobre diferentes temas, de cúpulas de chanceleres nas quais eu participei, e em reuniões diversas. Estamos na órbita do BRICS”, enfatizou o chefe da diplomacia venezuelana, na ocasião.

A cúpula do BRICS ocorre entre esta terça-feira (22/10) e quinta-feira (24/10), na cidade russa de Kazan. O presidente Lula não pôde comparecer devido a um acidente doméstico no domingo (20/10) na residência oficial da Presidência, ocasião em que feriu a cabeça e acabou sendo internado no Hospital Sírio-Libanês. No entanto, o mandatário brasileiro participará do encontro por videoconferência.

A Rússia, que preside os BRICS neste ano, informou que, ao todo, 32 países confirmaram presença na cúpula, sendo 23 chefes de Estado. Dos dez membros plenos, apenas o Brasil e a Arábia Saudita não vão enviar o representante máximo da nação.

Vale lembrar que, apesar da confirmação do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, por diversas vezes o mandatário brasileiro declarou não reconhecer o resultado do pleito que elegeu Maduro na disputa eleitoral contra o candidato de extrema direita, Edmundo González Urrutia, que fugiu para a Espanha.

Entretanto, em setembro, Lula afirmou que seu posicionamento em relação ao resultado eleitoral da nação de seu homólogo não afetaria a relação de ambos os países.

“Como eu também não reconheço o fato de a oposição ter ganhado. Ali só tem uma solução: fazer uma nova eleição”, sugeriu a uma rádio de Goiás.

Candidaturas no BRICS

A expectativa de que novos países podem ser aceitos no bloco é alimentada pelo fato de, na cúpula anterior – realizada em Johanesburgo, na África do Sul –, cinco novos países passaram a formar parte do bloco: Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes, Etiópia e Irã.

O BRICS foi fundado em 2009, quando se chamava apenas “BRIC” e era formado por Brasil, Rússia, Índia e China. Em 2011, com a inclusão da África do Sul, a sigla ganha a letra S (pelo nome do país em inglês: South Africa) e adquire seu formato atual.

Entre as nações latino-americanas e caribenhas, há outros seis pedidos de adesão, além do apresentado por Caracas. São os casos de Barbados, Bolívia, Colômbia, Cuba, Honduras e Nicarágua.

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A Frente Ampla poderá vencer as eleições presidenciais uruguaias ainda no primeiro turno, no próximo domingo, 27 de outubro, acreditam opositores ao governo. Nas pesquisas realizadas desde julho, o candidato progressista Yamandú Orsi lidera as intenções de voto. No domingo (20/10), ele comandou a grande “Caravana da Vitória” pela capital Montevidéu e cidades próximas, reunindo grande público, conforme relata o jornal El País. A diferença de Orsi para os demais candidatos é grande e anima oposicionistas de que a vitória no primeiro turno é possível.

Na liderança, a candidatura da Frente Ampla faz oposição ao governo atual de Luis Lacalle Pou. Segundo dados do instituto de pesquisas Opción, 42% dos eleitores votariam em Orsi, com Álvaro Delgado, ex-secretário de Lacalle Pou, em segundo, com 24% das intenções. O advogado Andrés Ojeda está em terceiro lugar com 12%. Enquanto as pesquisas indicam que Orsi teria 42% dos votos, todos os outros candidatos, governistas, somam juntos 41%.

Em 27 de outubro, os uruguaios irão às urnas escolher presidente e vice-presidente que governarão o país entre 2025 e 2030. Se nenhuma chapa presidencial obtiver mais de 50% dos votos, haverá um segundo turno em 24 de novembro. Na votação também serão definidas as vagas de 30 senadores e 99 deputados.

A Frente Ampla, coalizão de esquerda liderada pelo ex-presidente José Pepe Mujica, definiu no final de junho o nome de Yamandú Orsi, 57 anos, ex-prefeito de Canelones, para disputar as eleições. A frente, historicamente associada a políticas progressistas e de inclusão social, tem raízes profundas no cenário político uruguaio, com figuras icônicas como Mujica e Tabaré Vázquez.

Mesmo enfrentando um tratamento contra o câncer, Mujica fez pronunciamentos de apoio a Orsi, gravando programas em emissoras uruguaias e até brasileiras.

Álvaro Delgado, candidato do Partido Nacional ou Partido Blanco, representa a continuidade da atual administração. Delgado, com 55 anos, é um veterano da política uruguaia, tendo servido como secretário da presidência no governo de Lacalle Pou e como senador entre 2015 e 2020.

Andrés Ojeda, o candidato do Partido Colorado, completa a lista dos principais concorrentes. Aos 40 anos, ele traz uma nova geração para a política uruguaia. Seu partido, historicamente um dos pilares da política uruguaia, teve um papel central na história do país, governando por longos períodos no século XX. Nos últimos anos, o Partido Colorado tem buscado redefinir sua identidade e recuperar o terreno perdido para seus rivais, especialmente após se tornar parte da coalizão governista.

Essas eleições ocorrem em um momento crucial para o Uruguai, com debates que vão desde a economia até a segurança, passando por questões sociais e ambientais. O resultado será fundamental para definir o rumo do país na próxima década, especialmente em um contexto regional e global em constante mudança.

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O ministro das Relações Exteriores do Brasil, o chanceler Mauro Vieira, vai chefiar a delegação brasileira na cúpula dos BRICS em Kazan, na Rússia, entre esta terça (22/10) e quinta-feira (24/10). O ministro foi designado para representar o país depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sofreu um acidente doméstico no sábado (19/10).

Os médicos recomendaram, por precaução, que Lula evite viagens de longas distâncias. O presidente segue trabalhando normalmente em Brasília nesta semana e participa da reunião de chefes de Estado da cúpula dos BRICS por videoconferência.

A Rússia, que preside os BRICS neste ano, informou que 32 países confirmaram presença na cúpula em Kazan, sendo 23 chefes de Estado. Dos dez membros plenos, apenas o Brasil e a Arábia Saudita não vão enviar o representante máximo da nação. Os sauditas também vão enviar o ministro das relações exteriores.

Este será o primeiro encontro dos BRICS com os novos membros que ingressaram no bloco neste ano. Formado até então por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o Brics agora conta também com Irã, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito e Etiópia como membros plenos.

Além disso, existe a expectativa de novos parceiros serem anunciados como membros associados. “É nisso que é consumido o nosso trabalho neste semestre, quais são os critérios para essa modalidade, e há uma expectativa de que, aprovada essa modalidade, possa ser feito um anúncio dos países que seriam convidados para integrar essa categoria”, disse o embaixador Eduardo Paes Saboia, secretário de Ásia e Pacífico do Itamaraty.

Os membros do bloco também devem discutir medidas para reduzir a dependência do dólar no comércio entre os países, além de ações para fortalecer instituições financeiras alternativas ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao Banco Mundial, controlados principalmente por potências ocidentais.

Para especialistas consultados pela Agência Brasil, os BRICS têm o papel de contornar as dificuldades impostas pelos Estados Unidos (EUA) e seus aliados ao avanço comercial e tecnológico da China.

Países que sofrem bloqueios econômicos de potências ocidentais – como Irã e Rússia – também precisam do bloco para contornar a asfixia financeira das sanções. Enquanto isso, o Brasil deve se equilibrar entre os dois principais blocos geopolíticos em disputa para colher benefícios comerciais e tecnológicos.

Estima-se que o BRICS concentre cerca de 36% do Produto Interno Bruto (PIB) global, superando o G7, grupo das maiores economias do planeta com Estados Unidos, França, Reino Unido e Alemanha, que concentra cerca de 30% do PIB mundial. Além disso, o BRICS concentra cerca de 42% da população mundial.

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O Rei Charles, do Reino Unido, foi vaiado e acusado de genocida pela senadora indígena Lidia Thorpe durante uma visita ao Parlamento da Austrália, país colonizado pela coroa britânica, nesta segunda-feira (21/10).

“Vocês cometeram genocídio contra nosso povo. Devolvam nossa terra. Devolvam o que vocês roubaram de nós – nossos ossos, nossos crânios, nossos bebês, nosso povo”, protestou Thorpe, senadora independente e defensora dos direitos indígenas na Austrália.

Charles cumpre cinco dias de viagem diplomática no país que obteve independência em 1901, mas nunca tornou-se uma República plena. O protesto, que exigiu um tratado da monarquia com os povos originários australianos, ocorreu no primeiro dia da agenda de Charles.

Durante o evento, a senadora interrompeu o discurso sobre mudanças climáticas de Charles ao subir no palco clamando “este não é seu país”.“Você destruiu nossa terra. Dê-nos um tratado. Queremos um tratado neste país”, disse ainda.

O ato de Thorpe foi interrompido por agentes de segurança do Parlamento, que a carregaram até a porta da casa. A senadora foi retirada do local ainda em protesto: “esta não é sua terra. Você não é meu rei. Você não é nosso rei. Foda-se a colônia”.

O jornal The Guardian Australia relata que o monarca britânico, no palco ao lado do primeiro-ministro Anthony Albanese, continuou seu discurso “calmamente” enquanto Thorpe era retirada do Parlamento.

Por sua vez, o governante australiano elogiou o envolvimento de Charles na pauta climática e declarou que o monarca “demonstrou grande respeito pelos australianos, mesmo durante os tempos em que debatemos o futuro de nossos próprios arranjos constitucionais e a natureza de nosso relacionamento com a coroa”, disse Albanese.

Já o ex-primeiro-ministro Tony Abbott, monarquista declarado, também estava no Parlamento durante o protesto da senadora indígena e declarou que o ato foi um “exibicionismo político infeliz”.

Segundo o Guardian, os povos indígenas australianos exigem tratados de reparação desde o início da colonização britânica. O apelo foi renovado com a Declaração de Uluru de 2017, que pede representação indígena no Parlamento, consagração na constituição, e os acordos em prol da verdade sobre a violência cometida pelo Reino Unido durante a colonização

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Os militares israelenses declararam estado de emergência em Tel Aviv depois que o Hezbollah bombardeou nesta terça-feira (22/10) Nirit, nos subúrbios da capital. Israel diz ter interceptado os mísseis, mas três grandes explosões foram ouvidas na capital. Não há registro de mortos ou feridos, mas o tráfego aéreo no aeroporto de Ben Gurion foi interrompido.

A cidade de Haifa, no norte do país, foi alvo dos misseis dos ataques do Hezbollah desta terça-feira.

É a primeira vez que o Hezbollah usa foguetes de médio alcance. Segundo o Exército israelense, foram cerca de 20 foguetes disparados desde o Líbano contra seu território, cinco em direção ao centro do país e 15 em direção ao norte.

Fragmentos de um míssil interceptado pela defesa de Israel caíram na cidade de Ma’agan Michael, no norte do país, danificando um prédio, vários veículos e ferindo um homem, informou a mídia israelense citando a polícia.

Alvos militares em Tel Aviv e Haifa

O Hezbollah reivindicou os ataques e disse que seus alvos eram era a base militar de Glilot da unidade de inteligência militar 8200, nos subúrbios de Tel Aviv; e a base naval Stella Maris, a noroeste de Haifa, cidade costeira do norte do país.

Em publicação no Telegram, o grupo xiita explicou que as ações foram em solidariedade aos palestinos em Gaza e em defesa do povo libanês.

Os mísseis do Hezbollah foram disparados pouco depois que sirenes soaram em três assentamentos na Cisjordânia e da divulgação de vídeos (verificados pela agência Sanada, da Al Jazeera) que mostravam fumaça subindo de perto do assentamento de Beit Aryeh, no norte da Cisjordânia.

Os ataques à capital israelense ocorrem no dia em que o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, chega a Tel Aviv para conversar com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu. A viagem ocorre no momento em que Israel planeja sua represália contra o Irã por uma barragem de mísseis que Teerã disse ter sido vingança pela morte do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah.

Blinken se reúne com Netanyahu

Espera-se que a reunião de Blinken e Netanyahu discuta esse provável ataque ao Irã , a liberação dos reféns que continuam em Gaza e também a necessidade de que Israel permita a entrada de ajuda humanitária em Gaza.

Na semana passada, Blinken e Lloyd Austin, secretário de Defesa, enviaram uma carta ao governo israelense advertindo de que se não permitissem a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza no prazo de um mês, poderiam por em risco o fornecimento de armas que recebem de EUA.

Os EUA são o maior fornecedor de armas de Israel. Só no último ano, enviaram àquele país mais de 10 mil bombas extremamente potentes e milhares de mísseis Hellfire. Isso permitiu a Netanyahu até agora produzir 42,6 mil mortos oficiais e mais de 10 mil soterrados em Gaza, além de 2.500 mortos e 500 mil deslocados no Líbano. Com isso, Israel estaria respondendo ao ataque do Hamas de 7 de outubro de 2023, que deixou 1139 mortos e 200 prisioneiros.

Sistema antimísseis

Na semana passada, os EUA enviaram a Israel uma peça adicional de seu mais avançado sistema antimísseis, juntamente com uma centena de militares norte-americanos para operá-lo. É a primeira implantação de tropas norte-americanas em Israel durante o conflito. O sistema visa neutralizar ataques de foguetes, mísseis e drones disparados contra Israel a partir de Gaza, sul do Líbano e Irã.

O Hezbollah disse várias vezes que só o fim da guerra em Gaza trará paz. Mas endossou e disse que respeitaria um cessar-fogo proposto pelo governo libanês na semana passada, desde que Israel fizesse o mesmo.

Com o recrudescimento dos ataques israelenses, porém, prometeram intensificar sua ofensiva, garantindo que tinham novas armas que surpreenderiam Israel. De sua parte, o governo sionista não para de dar mostras de estar decidido a adotar sua prática de longa data de retaliar com força fulminante.

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A presença de uma delegação da Venezuela é uma das novidades da 16ª Cúpula do BRICS, que teve início nesta terça-feira (22/10), na cidade russa de Kazan.

Um dos integrantes da comitiva venezuelana é o ministro da Comunicação do país, Freddy Ñáñez, que concedeu uma entrevista exclusiva a Opera Mundi.

Questionado sobre a possibilidade do Brasil não aceitar a adesão da Venezuela como futuro membro dos BRICS, o ministro venezuelano preferiu a saída diplomática, disse que seu país também faz parte do Sul Global e que todos os membros do grupo são irmãos. “Sempre apostamos em mecanismos de unidade e integração latino-americana, bem como o nascimento de um mundo multipolar”, disse.

Ñáñez enfatizou a importância do ingresso da Venezuela no BRICS e fez questão de citar os discursos de Hugo Chávez em conferências da Organização das Nações Unidas (ONU), no qual o iniciador da Revolução Bolivariana defendia a “construção de um novo mundo”.

“Para nós, o BRICS representa as relações de humanidade com apreço entre as nações que buscam a flexibilidade da cooperação econômica, a pluralidade política e o respeito mútuo”, frisou.

Ele afirmou ainda que Nicolás Maduro considera os presidentes da China, Xi Jinping, e da Rússia, Vladimir Putin, os dois dos maiores irmãos da Venezuela, por terem coragem de representar os seus povos através da preservação da memória histórica. “Nós agradecemos o convite do presidente Putin à nossa delegação, pois as nossas relações com a Rússia são de admiração e respeito. Devemos ao povo russo a libertação do mundo do nazismo. Foram eles que sacrificaram suas vidas pela libertação do mundo, diferente daquilo que Hollywood tenta nos contar”.

Sobre o fato de o governo brasileiro e também o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não reconhecerem a vitória de Nicolás Maduro nas últimas eleições venezuelanas, Freddy Ñáñez preferiu dizer que “nada será capaz de impedir a integração do povo latino-americano”, e que “essa união tem como fundamento principal a descolonização imposta pela Europa e pelos Estados Unidos”.

“Na política temos momentos bons, de crise e de encontros. Nós amamos o povo brasileiro e reconhecemos a sua luta, pois estamos seguindo no mesmo caminho para a libertação absoluta do sul, porque formamos juntos o sul global. A Venezuela estará sempre disposta a construir mecanismos para que um mundo multipolar seja possível, integrando, fortalecendo e compartilhando a nossa história e nossos recursos naturais”, completou.

A Venezuela é o país com as maiores reservas de petróleo e gás natural do mundo. Os dez países que compõem atualmente o BRICS possuem, juntos, mais de 40% de toda a extração mundial de petróleo, cifra que aumentaria enormemente caso a República Bolivariana fosse aceita no bloco.

Além disso, a cúpula de Kazan tem como um dos seus temas principais a criação de um sistema que permitiria a comercialização desses recursos naturais utilizando as moedas dos países membros, sem a utilização do dólar. Essa mudança poderia beneficiar a Venezuela, já que as sanções impostas ao país pelos Estados Unidos são estabelecidas através de um sistema de pagamentos internacionais baseado na moeda norte-americana.

Acordo com a TV BRICS

Em uma das reuniões na qual Freddy Ñáñez participou em Kazan, foi assinado um acordo de parceria entre a emissora estatal Venezuelana de Televisão (VTV) e a TV BRICS.

A celebração do contrato contou com a presença da CEO da TV BRICS, Zhanna Tolstikova, que também é cineasta. A parceria visa a troca de informações e a criação de conteúdos em conjunto através da estrutura oferecida pela TV BRICs à estatal venezuelana, que também contará com uma comunicação mais rápida com os profissionais dos outros países membros.

“Hoje tivemos o sonho de integrar a Venezuela nesta grande plataforma multinacional que é a TV BRICS. Seremos capazes de sustentar a voz dos povos do Sul Global para tornar a comunicação internacional mais democrática por meio de canais multilaterais que transmitam a nossa diversidade linguística e cultural. Essa é a melhor forma para que venezuelanos, russos, chineses e indianos evitem o preconceito da mídia”, disse o ministro.

Segundo Ñáñez, “o multiculturalismo e o respeito entre as nações que é proposto pelos BRICS significa a salvação da humanidade em todos os sentidos”.

“É por isso que para nós, todos os países BRICS são nossos irmãos. Queremos que esta cúpula contribua para o estabelecimento de um mundo multipolar”, completou.

Anteriormente, a TV BRICS havia lançado em seu site oficial uma versão em espanhol e uma filial de transmissão pela internet para noticiar, através dos seus correspondentes internacionais, os trabalhos dos países membros do bloco.

Em 2023, na 15ª Cúpula do BRICS – realizada em Johanesburgo, na África do Sul –, o presidente Nicolás Maduro já tinha enfatizado a importância em aprofundar as parcerias entre os principais meios de comunicação latino-americanos, como o canal TeleSUR e a TV BRICS da Venezuela.

A emissora VTV foi criada em 1964, sendo o único canal nacional do país a oferecer uma cobertura para mais de 82% do território nacional. Atualmente, a emissora conta com 24 horas de programação diária, sendo 75% dos seus programas transmitidos ao vivo em Caracas, sede principal do canal, além de uma rede com correspondentes espalhados em várias cidades do país.

Cúpula do BRICS

Confira trechos da entrevista com o ministro da Comunicação da Venezuela, Freddy Ñáñez:

Opera Mundi: Como avalia o posicionamento do Brasil em relação ao resultado das eleições na Venezuela?

Freddy Ñáñez: Na política temos momentos. Há momentos bons, de crise, de encontro, mas nada vai impedir a integração do povo, porque a união do povo latinomareicano se dá com uma longa história. Nós amamos o povo brasileiro e reconhecemos a sua luta, pois estamos no mesmo caminho, que tem como plano principal consolidar a libertação absoluta do sul, porque formamos juntos o Sul Global. Para a Venezuela o mais importante é que surja um mundo multipolar. Enquanto houver a possibilidade de construir mecanismos para que esse mundo multipolar seja possível, a Venezuela estará disposta a integrar, fortalecer e compartilhar a sua história, os seus recursos naturais e todo o potencial político e econômico que nós temos.

Acredita na narrativa de que o presidente Vladimir Putin está tentando construir uma união contra os países do Ocidente?

Creio que o que o presidente Putin está fazendo é construir um mundo mais livre, mais justo sem hegemonias, sem imperialismos e sem colonialismos. E é isso que todos os povos querem, ver os seus países livres em um mundo onde seja possível conviver e ter direito à autodeterminação, onde os países grandes não comam os países menores, mas os complementem. É a realidade mundial que necessitamos neste momento. Definitivamente, creio que um mundo maior que o Ocidente está nascendo.

A Venezuela busca ser um membro pleno nos BRICs ou apenas mais um parceiro seguindo outro formato de cooperação?

Os BRICS têm seus próprios processos e mecanismos que devem ser respeitados, entendidos e valorizados. Independentemente de quais sejam as categorias, a Venezuela já é um membro do Sul Global. Estamos dispostos em colaborar em qualquer cenário que seja com esse mundo novo que está surgindo. A Venezuela é uma potência petroleira energética que comporta o equilíbrio da humanidade e de parte do mundo. Temos uma longa história política e cultural para ser compartilhada. Por isso, para nós, o mais importante é que o BRICS se consolide, porque se isso acontecer, seremos capazes de criar o mundo multipolar que visamos. A Venezuela tem mais de 200 anos de luta. Se você buscar os documentos de [Simon] Bolívar, a missão sempre foi de integração da humanidade e do equilíbrio universal. É o que enxergava o comandante Chávez, que falou sobre isso nos fóruns internacionais pela construção de um mundo multicêntrico e plural. E é por essa unificação que Nicolás Maduro tem trabalhado desde o primeiro dia como conselheiro e agora como presidente.

Nosso trabalho a nível regional com a CELAC e com a Unasul visa sempre estabelecer relações de amizade, integração e união com as potências emergentes como a China, Rússia, Irã e Índia. Esses são países que têm demonstrado possibilidades em criar uma economia e um poder tecnológico sem que isso signifique formar um império ou um país expansionista ou colonialista. E essas são as relações que nos interessam, onde possamos contribuir de igual para igual. A Rússia é o maior país do mundo e trata seus parceiros com dignidade, respeito e igualdade.

E a China?

A China é a maior potência econômica do mundo e está construindo a rota da seda e o espaço de integração onde os países menores, médios e grandes importam. A Índia também tem uma política nesse sentido de abertura e integração. E os países do sul da África também têm demonstrado isso, são países que apostam em um mundo completamente diferente. O que vai acontecer nesse encontro de presidentes nesta Cúpula do BRICS é verdadeiramente importante porque nasce uma nova ordem mundial que já é iminente para um novo povo. Ela vai representar o equilíbrio e a possibilidade de resolver as diferenças e os problemas do mundo com harmonia, seja na política, na diplomacia ou no diálogo.

Como a nova ordem econômica do BRICS pode afetar a economia da Venezuela e da América Latina daqui para frente?

Eu creio que o BRICS representa uma alternativa para todos os países do mundo, mas, sobretudo, aos países que são injustamente bloqueados e sancionados pelo Ocidente. Há uma possibilidade de dialogar, negociar, e integrar com outras potências mundiais, que são potências que têm o mesmo valor, a mesma possibilidade de associação. Diferente do Ocidente, que não respeita e não nos trata como iguais, eles não têm a intenção de fazer ingerência política e muito menos desestabilizar o nosso país. Creio que a partir dessa Cúpula, a Europa, o Ocidente e os Estados Unidos serão confrontados para ajustarem e reformarem políticas com outros países do mundo. Já não vivemos no Século XVI, quando eles foram uma potência mundial que colonizaram o mundo. Hoje vivemos no Século XXI, onde o colonialismo não tem razão de ser, onde o imperialismo não é possível e onde a única alternativa de paz é reconhecer novas lideranças, novas polaridades, reconhecer que o mundo mudou e que deve seguir mudando nesse sentido da ordem mundial mais justa, respeitosa. Só existe paz perpétua se houver diversidade política e cultural, respeitando as nações do mundo.

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Após Cuba registrar ao menos seis vítimas pela passagem do furacão Oscar no país na última segunda-feira (21/10), o presidente, Miguel Díaz-Canel, convocou uma reunião emergencial para monitorar os danos do fenômeno e continuar restabelecendo o Sistema Elétrico Nacional (SEN), alvo de apagões desde a última sexta-feira (18/10).

“É convocado o Conselho de Defesa Nacional para analisar a situação excecional que o país atravessa. Seguimos monitorando integralmente o contingenciamento energético e os danos causados ​​pelo Oscar. O SEN já está sendo recuperado e Guantánamo também será recuperado”, declarou o mandatário cubano.

Guantánamo, ao leste do país, foi a região mais afetada pela passagem do Oscar. As seis vítimas eram da cidade de San Antonio del Sur, pertencente à província.

Segundo o chefe do departamento de operações do Estado-Maior da Defesa Civil, Argenis Perales Pérez, “o número de mortos é um dado preliminar”. Diversos membros do Ministério do Interior, das Forças Armadas e da Cruz Vermelha “participam das ações de socorro”, informou Perales.

De acordo com informações da Rádio Guantánamo, “casas, habitações, centros de trabalho, linhas de energia e plantações sofreram danos causados pelas fortes chuvas e ventos do Oscar” na cidade de Baracoa, onde mais de mil residências foram afetadas, forçando milhares de pessoas a fugir.

Segundo o Instituto de Meteorologia de Cuba (Insmet), a região oriental do país ainda deve sofrer com fortes chuvas e temporais nas próximas horas, sobretudo nas províncias de Guantánamo, Holguín e Las Tunas.

O presidente Díaz-Canel informou ainda que o local “está isolado devido às inundações” e que a situação é “muito complexa”. “Medidas estão sendo tomadas para proteger a população”, declarou ainda, ao informar que está em contato com o secretário do Partido Comunista de Cuba responsável pela região.

Restauração do Sistema Elétrico Nacional

Díaz-Canel informou na noite de segunda-feira (21/10) que mais de 36% do serviço elétrico foi restabelecido em todo o país, após os apagões que afetaram a ilha.

Segundo o mandatário cubano, “mais de 36% do serviço elétrico foi restaurado [em todo o país], funcionando com estabilidade”. “Diligências continuarão a ser tomadas e nas próximas horas o atendimento aumentará”, informou ainda.

Por sua vez, diretores do Ministério de Energia e Minas (Minem) e da estatal Unión Eléctrica (UNE) anunciaram a entrada em operação de unidades das termelétricas Antonio Guiteras e Máximo Gómez, nas províncias de Matanzas e Artemisa.

Salientaram ainda que a entrada em funcionamento de centrais flutuantes de produção de energia e motores diesel levou à recuperação do serviço elétrico na zona oeste da ilha.

Já na capital Havana, a Havana Electric Company indicou que mais de 89% dos circuitos foram restaurados e funcionam normalmente. A empresa também pediu aos clientes que estão recebendo o serviço que evitem conectar equipamentos que consumam muita tensão para evitar um novo apagão.

As restaurações ocorreram logo após o sistema elétrico cubano sofrer um novo apagão na tarde de segunda-feira.

A situação crítica no país levou o presidente Díaz-Canel a não viajar à Rússia para a cúpula do BRICS, iniciada nesta terça-feira (22/10), de modo que Havana está sendo representada pelo ministro das Relações Exteriores, Bruno Rodríguez.

(*) Com Ansa e TeleSUR

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Um representante da Coreia do Norte nas Nações Unidas (ONU) rechaçou nesta terça-feira (22/10) os rumores levantados pelo governo sul-coreano na semana passada e repercutidos pela mídia ocidental sobre o suposto envio de tropas militares à Rússia, ação que teria como objetivo “auxiliar” o país na guerra contra a Ucrânia.

Durante a reunião da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, o funcionário da missão norte-coreana afirmou que as “infundadas” alegações dos últimos dias tinham como objetivo “minar as relações de cooperação legítimas e amigáveis” entre as duas nações aliadas.

“Em relação à chamada ‘cooperação militar com a Rússia’, nossa missão não sente a necessidade de comentar sobre os rumores infundados e óbvios que buscam minar as relações de cooperação legítimas e amigáveis entre Estados soberanos, e manchar nossa imagem nacional”, pontuou o diplomata.

“As chamadas ‘transferências de armas’ entre Estados que são soberanos, sustentadas por esses países [ocidentais], são contrárias ao tema da discussão de hoje [sobre desarmamento e segurança internacional]”, acrescentou.

As observações do funcionário da delegação norte-coreana foram feitas no âmbito do seu direito de resposta a uma declaração proferida por outro representante da Ucrânia na sessão.

O funcionário ucraniano em questão insistiu que Pyongyang estava envolvido em um acordo de armas com Moscou e que enviaria “em breve” um grande número de tropas para a Rússia, dando sequência à narrativa levantada pelo Serviço Nacional de Inteligência (NIS, por sua sigla em inglês) da Coreia do Sul na semana passada. Na sexta-feira (18/10), a agência de espionagem havia indicado que “um total de cerca de 12 mil forças especiais [norte-coreanas] serão implantadas na frente russa”.

Esta é a primeira vez que Pyongyang se manifesta sobre o assunto envolvendo o envio de soldados à Rússia, país com o qual, em junho, firmou um tratado que inclui uma cláusula de defesa mútua em caso de agressão por parte de um país terceiro.

Enquanto isso, o embaixador sul-coreano na ONU, Hwang Jun Kook, membro do Conselho de Segurança da organização, continuou sustentando os rumores do NIS e pediu a suspensão imediata da cooperação militar entre os países de Kim Jong Un e de Vladimir Putin.

“A Coreia do Norte tem violado habitualmente as normas internacionais e as resoluções do Conselho de Segurança. Agora, o envio militar da Coreia do Norte surpreendeu até a gente”, disse.

Entretanto, anteriormente, a embaixada russa em Seul tinha destacado que a cooperação entre Pyongyang e Moscou é realizada nos méritos da lei internacional, e não é direcionada contra os interesses de segurança da Coreia do Sul.

A Casa Branca e o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Mark Rutte, admitiram não ter informações sólidas que confirmem o suposto envio de tropas à nação de Putin, este que, por sua vez, declarou que a Rússia “não havia solicitado a ninguém” tais soldados e que “não há necessidade” disso.

(*) Com Sputnik

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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e seu homólogo chinês, Xi Jinping, reuniram-se nesta terça-feira (22/10), à margem da cúpula dos BRICS, que vai até a próxima quinta-feira (24/10), na cidade russa de Kazan.

Durante o encontro que durou cerca de uma hora, Putin, que sedia a cúpula do bloco de economias emergentes, afirmou que a relação entre Moscou e Pequim é “um modelo a ser seguido pelo mundo moderno”.

“Nos últimos 75 anos, as relações russo-chinesas atingiram o nível de uma parceria abrangente e interação estratégica. Podemos dizer com confiança que elas se tornaram um modelo de como as relações entre estados devem ser construídas no mundo moderno”, declarou o russo.

Putin ainda definiu as relações entre os dois países como uma “cooperação multifacetada, igualitária, mutuamente benéfica e livre de quaisquer condições externas”.

O presidente russo destacou ainda o aumento de 4,5% no comércio entre os dois países, entre janeiro e agosto passados. Segundo ele, projetos conjuntos estão sendo realizados com sucesso nas áreas de energia, indústria, transportes e agricultura.

Os laços humanitários e culturais também estão a ser fortalecidos e os fluxos turísticos mútuos estão a aumentar, observou Putin. “Ontem visitei o Kremlin [sede da Presidência russa] e vi um grande número de turistas chineses”, declarou.

Durante a reunião, Putin, que já havia parabenizado Xi Jinping pelos marcos recentes, aproveitou a oportunidade para “parabenizar pessoalmente todos os amigos chineses e o povo da China pelo 75º aniversário da fundação da República Popular da China e o estabelecimento de laços diplomáticos” entre Rússia e China.

O presidente russo afirmou que a cooperação russo-chinesa é um dos fatores estabilizadores no cenário mundial. Xi Jinping, por sua vez, disse que nos últimos 10 anos as relações entre os países resistiram a testes e que “sua firmeza não pode ser abalada pelas graves convulsões que hoje ocorrem na cena internacional”.

Da mesma forma, Xi indicou que o grupo BRICS é “ uma das plataformas de cooperação mais importantes para a consolidação do mundo em desenvolvimento e das economias dos mercados emergentes”.

Um dos temas mais importantes da política internacional em relação à Rússia no momento é a guerra na Ucrânia. Sobre o assunto, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, declarou que os mandatários “trocaram opiniões sobre a situação na Ucrânia e a situação internacional em geral”.

“Os lados trocaram opiniões sobre a Ucrânia e a situação internacional em geral. Mais uma vez, eles notaram uma convergência significativa de posições e abordagens com relação ao que está acontecendo no mundo”, disse o porta-voz à imprensa russa.

“As nossas relações percorreram um longo caminho e adquiriram um caráter sem precedentes. Tomamos o caminho certo de construir relações entre grandes potências baseadas nos princípios do não alinhamento e não confronto contra terceiros”, disse o mandatário chinês.

Ao longo do primeiro dia da cúpula dos BRICS, Putin também manteve reuniões com outros chefes de Governo, como Narendra Modi, da Índia, e Cyril Ramaphosa, da África do Sul.

Com Modi, o mandatário russo discutiu cooperação em defesa, energia e economia. Segundo o secretário de Relações Exteriores da Índia, Vikram Misri, citado pela agência russa de notícias TASS, a agenda das negociações foi ampla, incluindo “questões regionais e globais de interesse mútuo”.

Outro tema importante da agenda entre Moscou e Nova Delhi foram as conversas do governo Modi com autoridades da Ucrânia, em conflito com a Rússia desde fevereiro de 2022.

De acordo com Misri, Modi e Putin trocaram opiniões sobre o conflito em andamento na Ucrânia durante conversas bilaterais. “O primeiro-ministro reiterou que o diálogo e a diplomacia são a maneira de resolver o conflito. Ele informou Putin sobre suas interações com a liderança ucraniana e disse que a Índia está pronta para contribuir para a paz na região”, disse o diplomata.

O representante indiano observou que, em seus esforços para encontrar uma solução para o conflito na Ucrânia, a Índia está tentando “continuar em contato com os principais participantes, avaliar a possibilidade de encontrar uma maneira pacífica de encerrar o conflito e talvez também buscar abordagens alternativas que podem não estar sobre a mesa no momento”.

“Acredito que continuaremos em contato com todos os lados, porque somos um dos poucos que têm a capacidade de conversar com todos os lados”, disse Misri.

Já com o sul-africano Ramaphosa, foi abordado o crescimento do comércio entre as nações após um certo declínio. Segundo Putin, os números cresceram 3% nos primeiros oito meses deste ano.

“O diálogo político está se desenvolvendo, nossas agências políticas estrangeiras, conselhos de segurança estão em contato próximo, a interação por meio dos parlamentos foi estabelecida. Os laços comerciais e econômicos entre a Rússia e a África do Sul estão em um alto nível geral. Após um certo declínio, o volume de negócios comerciais retomou o crescimento, que totalizou 3% em janeiro-agosto deste ano”, acrescentou.

Putin ainda encontrou-se com a presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), a instituição financeira do BRICS, Dilma Rousseff. Na reunião, a ex-presidente do Brasil afirmou que os países do Sul Global necessitam de maior aporte financeiro, já que, segundo ela, as condições de obtenção de créditos são complexas. Nesse sentido, comentou sua expectativa com relação a uma expansão do BRICS.

“Eu espero que possamos ter uma expansão maior dos países do BRICS para os países do Sul Global. E que possamos definir os novos rumos, dos quais devemos trilhar nos próximos anos. Portanto, essa é uma questão fundamental dos recursos financeiros necessários para suprir nossas necessidades e tem um foco fundamental no momento atual, junto com a expansão dos países membros”, disse Dilma a Putin.

(*) Com RT en español e TASS

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A escalada genocida na Palestina, além de obedecer a uma estratégia de expulsão e massacre da população, também está relacionada ao controle dos recursos energéticos da região. Em 2010, o geólogo israelense Eitan Aizenberg confirmou a descoberta da jazida de gás Leviatã, um extenso reservatório que abriga cerca de 1,7 bilhão de barris de petróleo recuperáveis e uma média de 122 trilhões de pés cúbicos de gás que, em perspectiva, são suficientes para cobrir o consumo energético de Israel durante décadas e colocaria o Estado sionista como um ator chave no mercado de hidrocarbonetos.

A partir de então, de costas ao Direito Internacional, a administração de Benjamin Netanyahu dedicou-se a convocar investidores e empresas transnacionais para iniciarem seus planos de exploração de gás nestes espaços marítimos. De acordo com as regras de usufruto mencionadas no artigo 55 do Regulamento de Haia, Israel está proibido de utilizar os limitados recursos não renováveis dos territórios ocupados para obter lucros comerciais e em benefício da potência ocupante.

De fato, em 2012 Netanyahu comentou com investidores australianos que o reservatório Leviatã era um “ativo estratégico para a economia de Israel”. E em 2015, junto ao consórcio Noble Energy e o Grupo Delek, afirmou: “Nos torna, se não uma superpotência energética, mas sem dúvida, uma potência internacional de grande relevância”.

Cabe destacar que o reservatório está situado na Bacia do Levante, uma extensa região do leito marinho que abrange cerca de 83 mil km², desde o Chipre até a Síria, passando pelo Líbano e incluindo a península do Sinai. Nesse mesmo espaço se encontra o campo de gás Tamar, que contém aproximadamente 8,7 trilhões de pés cúbicos de hidrocarboneto.

Desta maneira, as jazidas próximas à Faixa de Gaza adquiriram um valor estratégico para a administração de Netanyahu, que utilizou estas descobertas como parte de sua agenda para intensificar a agressão contra o povo palestino e, agora, contra os libaneses.

Assim, a exploração de hidrocarbonetos se entrelaça com a política de genocídio e colonização, que busca sufocar qualquer resistência com vistas a apoderar-se tanto de suas terras como dos valiosos reservatórios energéticos.

Corredor econômico na mira de Netanyahu

O controle destes recursos também está estreitamente relacionado ao desenvolvimento de iniciativas mais amplas, como o corredor econômico Índia-Oriente Médio-Europa (IMEC). Em seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas em 2023, Netanyahu ressaltou a importância do projeto, uma iniciativa de infraestrutura que busca conectar a Ásia Ocidental e o Mediterrâneo:

“Na Conferência do G20, o presidente Biden, o primeiro-ministro Modi e os líderes europeus e árabes anunciaram planos para um corredor visionário que se estenderá ao longo da península arábica e de Israel. Enlaçará a Índia e a Europa mediante conexões marítimas, ferroviárias, gasodutos energéticos e cabos de fibra ótica”, reiterou Netanyahu naquele momento. Este projeto, impulsionado por membros do G20, propõe estabelecer rotas terrestres que conectem os países produtores de energia e os mercados europeus. Suas implicações são profundas, não só em termos de comércio e economia como também para a geopolítica energética da região.

Do ponto de vista econômico, o IMEC promete reduzir os custos de transporte e os tempos de entrega entre a Índia e a Europa, o que é especialmente atraente para a mobilidade de produtos de alta demanda como maquinaria, tecnologia, têxteis e, mais crucial, hidrocarbonetos. Além disso, teoricamente proporcionará mais segurança por ser uma alternativa em meio às ameaças de interrupções derivadas de tensões no Golfo Pérsico ou no Estreito de Ormuz.

Da ótica geopolítica, o mencionado corredor conta com o apoio dos Estados Unidos, que busca confrontar a influência da China nos projetos de infraestrutura global, como a Iniciativa do Cinturão e Rota, com o Corredor Internacional de Transporte Norte-Sul (INSTC), o qual aparece como uma alternativa ao tradicional canal de Suez.

Apesar dos benefícios que expõem as partes interessadas, é provável que o IMEC não consiga materializar-se como um projeto comercial sólido porque, precisamente, compete com os megaprojetos de integração comercial liderados pela China. Estes contam com contratos substanciais no desenvolvimento de infraestrutura ferroviária na Arábia Saudita, além de uma concessão de 35 anos para a gestão de um terminal de contêineres no porto de Khalifa, o que deixa pouca margem para a intervenção do IMEC neste ecossistema comercial.

E ainda não existe uma rota de intercâmbio na região que supere as vantagens do canal de Suez para o mercado do Mediterrâneo porque, em termos de eficiência, os tempos de envio pelo IMEC se estenderiam até a um mês por rotas multimodais, enquanto, utilizando o referido canal, o mesmo trajeto comercial poderia ser realizado em poucas semanas.

As vastas jazidas de hidrocarbonetos e o corredor IMEC são elementos-chave nos interesses de Netanyahu sobre a Palestina. A escalada de agressão aponta para um conflito prolongado que definirá o controle de recursos vitais e das futuras rotas de comércio global.

Israel, como posto estratégico do avanço dos Estados Unidos na Ásia Ocidental, transformou o genocídio na Palestina em uma ferramenta para controlar, também, recursos energéticos de grande importância nesta região.

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O grupo xiita Hezbollah fez um novo ataque com mísseis contra o território de Israel, neste domingo (20/10), no qual atingiu uma base militar localizada na região de Safed, no norte do país.

De acordo com as autoridades israelenses, cerca de 70 mísseis lançados do Líbano foram interceptados pelo sistema antiaéreo do país. Porém, mais de 100 projéteis foram acionados pelo grupo xiita libanês, que assegura ter atingido o alvo com alguns deles.

O comunicado com o qual o Hezbollah assumiu a autoria do ataque afirma que ele foi planejado como um “ato em defesa do Líbano”, devido ao fato de que o país vem sendo alvo de diversos bombardeios israelenses contra cidades e setores residenciais, em ações que têm provocado grande quantidade de mortes civis.

O Hezbollah anunciou na quinta-feira (17/10) que iniciou uma nova “fase de escalada” na guerra contra Israel, e prometeu revelar os detalhes das futuras operações nos próximos dias. O grupo xiita indicou que suas novas operações contra Tel Aviv passarão a utilizar mísseis teleguiados de alta precisão.

Neste sábado (19/10), caças israelenses realizaram dois massivos ataques aéreos ao bairro residencial Haret Hreik, subúrbio localizado ao sul de Beirute, capital do Líbano.

As Forças Armadas de Israel (IDF, por sua sigla em inglês) asseguram ter enviado alertas de evacuação minutos antes do ataque.

A operação israelense aconteceu horas depois da explosão de um drone nas proximidades da casa do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, na cidade de Casareia, na região central do país.

Segundo as autoridades israelenses, o drone foi lançado do Líbano, em plano executado pelo grupo xiita Hezbollah.

Com informações da Al Jazeera.

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O Ministério de Minas e Energia de Cuba informou, na manhã deste domingo (20), que o sistema elétrico da ilha está em processo de restabelecimento. Segundo o órgão governamental, a Usina Termelétrica Antonio Guiteras, por volta das 9h30, estava carregando carga com segurança.

O comunicado diz ainda que há um sistema formado entre as cidades de Matanzas e Holguín, área que encontra-se energizada.

Em publicação nas redes sociais, o presidente Miguel Díaz-Canel disse que os microssistemas do país estão sendo fortalecidos, e Havana recebe energia gradativamente. "Trabalho complexo, mas passos seguros são dados", afirmou.

O apagão de sexta-feira (18), que deixou os cubanos no escuro, foi provocado por uma "desconexão total" do sistema elétrico. A interrupção do serviço ocorreu depois que a Usina Termelétrica Antonio Guiteras, a mais importante do país, quebrou causando uma “saída imprevista” de suas funções, de acordo com o Ministério de Energia e Minas.

Ilha se prepara para chegada de furacão

Cuba intensifica seus esforços para se preparar para a chegada do furacão Oscar, previsto para atingir o leste da ilha neste domingo (20). Segundo informações da AFP, o furacão se desloca pelo Caribe a 19 km/h, com ventos de até 130 km/h, e estava a cerca de 185 km de Guantánamo por volta das 12h GMT (9h de Brasília), de acordo com o Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC).

O alerta de furacão permanece ativo para o sudeste das Bahamas e para a costa norte das províncias cubanas de Holguín e Guantánamo.

Edição: Daniel Lamir

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A Defesa Civil de Gaza informou que um bombardeio aéreo israelense neste domingo (20) – noite de sábado no Brasil – contra uma área residencial em Beit Lahia resultou na morte de pelo menos 73 palestinos. As autoridades locais temem que o número de vítimas possa aumentar, já que há pessoas presas sob os escombros.

Por outro lado, Israel declarou que o ataque teve como alvo um "local terrorista do Hamas", diferentemente do que afirmam as autoridades locais, que falam em "zona desamento povoada".

"As equipes de nossa Defesa Civil recuperaram 73 mártires e um grande número de feridos como resultado do ataque da força aérea israelense contra uma zona residencial de Beit Lahia", no norte do território, disse à AFP Mahmud Bassal, porta-voz da agência.

Bassal confirmou que outras pessoas estão sob os escombros, e que o ataque israelense atingiu a casa de várias famílias no local.

Mulheres e crianças estão entre as 73 vítimas fatais confirmadas, de acordo com o escritório de imprensa do governo de Gaza. A organização considerou que o ataque impactou uma "zona residencial densamente povoada".

Horrores indescritíveis

Os palestinos no norte da Faixa de Gaza estão enfrentando "horrores indescritíveis" durante a operação militar israelense, afirmou neste sábado (19) Joyce Msuya, chefe interina do Escritório da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha).

Em uma publicação na rede social X, Msuya descreveu as condições da população sob cerco como "aterrorizantes" e apelou pelo fim das atrocidades. "Essas atrocidades devem cessar", escreveu a representante da ONU.

Ministério da Saúde

O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza anunciou neste domingo (20) que 42.603 pessoas morreram desde a intensificação do conflito com Israel, em 7 de outubro de 2023. Pelo menos 84 pessoas morreram nas últimas 24 horas, informou um comunicado que não inclui o balanço do bombardeio deste domingo.

Com AFP

Edição: Geisa Marques

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Caças israelenses realizaram dois massivos ataques aéreos neste sábado (19) ao bairro residencial Haret Hreik, subúrbio localizado ao sul de Beirute, capital do Líbano. As Forças Armadas de Israel (IDF, por sua sigla em inglês) asseguram ter enviado alertas de evacuação minutos antes do ataque.

O governo do Líbano e a agência estatal libanesa NNA não reportaram até o momento a quantidade de mortos e feridos na ação.

A operação acontece horas depois da explosão de um drone nas proximidades da casa do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, na cidade de Casareia, na região central do país.

Segundo as autoridades israelenses, o drone foi lançado do Líbano, em plano executado pelo grupo xiita Hezbollah – até o momento, a organização não assumiu a autoria do ataque.

Com relação ao ataque à casa de Netanyahu, o governo israelense assegura que o primeiro-ministro e seus familiares não estavam na residência no momento em que o drone explodiu nas imediações.

A nota completa dizendo que não houve feridos no ataque, apenas “danos estruturais menores em residências da zona”.

De acordo com o jornal local Haaretz, momentos antes do ataque à casa de Netanyahu, as Forças de Armadas de Israel (IDF, por sua sigla em inglês) relataram outra ação com drones, dessa vez na cidade de Haifa e arredores.

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Na última quarta-feira (16), o Ministério da Defesa russo comunicou que as forças do país assumiram o controle de dois assentamentos nas regiões de Lugansk e Donetsk. Dois dias antes, a pasta informou que as unidades russas haviam tomado a aldeia de Levadnoye, na região de Zaporozhye, e "ocuparam posições mais vantajosas".

Os avanços se inserem na dinâmica da ofensiva russa no leste da Ucrânia em diversas direções, pressionando cidades consideradas importantes "fortalezas" da defesa ucraniana. Moscou detém a iniciativa das operações militares desde o final de 2023 e, apesar de lenta e gradualmente, vêm conquistando mais áreas em Donetsk, Lugansk e Zaporozhye, regiões que ainda têm pontos sob controle ucraniano, apesar da Rússia já ter formalmente anexado estes territórios.

A última conquista militar de grande impacto estratégico por parte das forças russas aconteceu no início de outubro, quando o país ocupou a cidade de Ugledar, fazendo com que as Forças Armadas da Ucrânia anunciassem a retirada e o recuo das suas tropas do território.

Em entrevista ao Brasil de Fato, o pesquisador de Relações Internacionais e Estudos Estratégicos da Universidade Estatal de São Petersburgo, Pérsio Glória, explica que a cidade de Ugledar se insere na arquitetura de defesa estratégica que a Ucrânia formou inclusive antes da guerra iniciada pela Rússia em 2022.

"É uma das 'cidades-fortaleza' da Ucrânia. A Ucrânia, desde o começo do conflito, na verdade desde o período da guerra civil, de 2014, estabeleceu alguns pontos de defesa. Por exemplo a cidade de Kramatorsk, Ugledar, a própria Bakhmut, que já caiu há algum tempo, também Avdeevka, que era muito próxima de Donetsk. Eram pontos utilizados pela Ucrânia não só como ponto de defesa, mas como centros logísticos para abastecimento das tropas, para envio de munição para as artilharias", analisa.

De acordo com ele, "são centro importantes porque algumas destas cidades ficam justamente na junção de rodovias, ferrovias, que são essenciais para envio rápido de suprimentos, munições e outros equipamentos militares".

Agora, a Rússia pressiona o leste ucraniano em três frentes: Pokrovsk, Kupyansk e Lymansk. No sul, os ataques concentram-se perto de Rabotino, região de Zaporozhye, e no norte, a ofensiva se concentra perto de Volchansk, na região de Kharkov.

Em particular, a cidade de Pokrovsk representa um importante investimento da ofensiva russa. A região é frequentemente citada como estrategicamente importante em termos militares e logísticos, bem como uma "porta de entrada" para a região de Dnepropetrovsk. A importância estratégica de Pokrovsk também reside no fato de ser o centro de abastecimento mais importante para o grupo das Forças Armadas Ucranianas em Donbass.

Contraofensiva russa em Kursk

Paralelamente, Moscou realiza uma operação de contraofensiva em seu próprio território, na região fronteiriça de Kursk, ao norte da linha de frente, após a intervenção das Forças Armadas da Ucrânia neste território em agosto, assumindo o controle de vários assentamentos. O objetivo da incursão ucraniana era justamente buscar alterar a dinâmica da ofensiva russa, forçando as tropas de Putin a distribuir o poder de fogo no leste ucraniano.

Como afirmou ao Brasil de Fato o analista sênior do International Crisis Group para a Rússia, Oleg Ignatov, a surpreendente iniciativa ucraniana de realizar uma operação desta magnitude dentro do território russo estava intrinsecamente ligada aos problemas enfrentados por Kiev em outras frentes da guerra. Segundo ele, "o principal objetivo dos ucranianos era alterar o rumo da guerra".

No entanto, a estratégia adotada por Moscou foi de realizar a evacuação de civis das áreas mais críticas dos confrontos em Kursk e iniciar uma contraofensiva nestes territórios fronteiriços, mas de forma lenta e gradual, sem prejudicar os avanços no leste ucraniano.

Pérsio Glória concorda que a pressão em Donbass não foi prejudicada pela incursão da Ucrânia na região russa de Kursk. O pesquisador aponta que a Rússia vem deixando claro que vê as conquistas no leste ucraniano como uma prioridade da sua operação militar.

"Essa incursão em Kursk não conseguiu parar a ofensiva russa. Entre agosto e setembro, segundo as autoridades russas, os russos avançaram cerca de 1.000 km quadrados. Não sabemos a exatidão destes números, mas é evidente que tem um progresso diário, semanal", afirma.

Zelensky apresenta "Plano da Vitória" e rejeita concessão de territórios

Enquanto a Rússia continua com os avanços em Donbass, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciou na última quarta-feira, dia 16, os detalhes do chamado "Plano da Vitória". Contrariando rumores divulgados na mídia na última semana, o líder ucraniano rejeitou qualquer possibilidade de concessão de territórios ucranianos para alcançar a paz.

De acordo com uma publicação de 14 de outubro da revista alemã Der Spiegel, citando fontes do governo ucraniano, Kiev estaria discutindo pela primeira vez desde o início da guerra um cenário em que a Ucrânia poderia se ver obrigada a ceder territórios perdidos para a Rússia como uma forma de resolver o conflito.

"Acreditávamos que a vitória deveria ser a rendição incondicional da Rússia de Putin. Mas não podemos dispensar concessões […] o acordo também deveria ser benéfico para a Rússia", diz a fonte citada.

"O 'plano' de resolução ucraniano não prevê a concessão de territórios ou o congelamento do conflito. Isto não é um congelamento. Isto não é um comércio do território ou da soberania da Ucrânia. Devemos implementar o plano", disse ele.

A ideia de Zelensky para terminar o conflito inclui garantias de um convite para a Ucrânia ingressar na Otan e mais apoio econômico e militar para os ataques em território russo. Moscou reagiu dizendo que o plano não tem nada de novo e busca "empurrar a Otan" para dentro da guerra.

Enquanto isso, a Rússia continua aproveitando o atual cenário de vantagem no campo de batalha. Segundo o pesquisador Pérsio Glória, o ritmo da ofensiva russa leva em conta a dependência ucraniana do suporte ocidental – e como esta dinâmica gera riscos para Kiev no médio prazo.

"Me parece que, na visão russa, não há muita pressa neste avanço, o importante é garantir o controle desses territórios. Também tem que se analisar o cenário político de curto prazo, porque os EUA estão no período de eleições e isso pode acabar gerando mudanças significativas. Eles [russos] têm plena noção que o esforço de guerra ucraniano depende desse apoio ocidental, dos armamentos e do financiamento, então a estratégia russa talvez seja esperar que esse apoio seja debilitado e avançar aos poucos, enquanto esse apoio continua", completa.

Edição: Nicolau Soares

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O governo da Venezuela realizou nesta sexta-feira (18) o Fórum Brics: Mundo multipolar em construção. O evento foi realizado quatro dias antes do início da cúpula do Brics que será realizada em Moscou, na Rússia, nos dias 22 e 23 de outubro. A ideia era discutir o surgimento de uma nova organização geopolítica que tenha como objetivo desenvolver a economia de diferentes países pela cooperação.

Participaram do encontro o ministro das Relações Exteriores venzuelano, Yván Gil, os embaixadores do Brasil em Caracas, Glivânia Maria de Oliveira, e da Rússia, Sergey Mélik-Bagdasárov. De acordo com a chancelaria venezuelana, foram discutidas a construção de dois modelos: um liderado pelo Brics, que luta pela igualdade, e outro que "perpetua o neocolonialismo, beneficiando unicamente as elites empresariais".

Ainda de acordo com o comunicado, as discussões também giraram em torno da necessidade de cobrar respeito à soberania e autodeterminação dos povos, "sem coerções e desigualdades".

Na semana que antecede a cúpula, a Venezuela reafirmou a intenção de integrar o bloco que hoje conta com Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã. O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, manifestou em 29 de maio o pedido para que a Venezuela integre o Brics. Já nesta quinta, Yván Gil disse que o país pode contribuir com o bloco, especialmente no setor energético.

"Colocaremos à disposição o nosso conhecimento na luta contra medidas coercitivas unilaterais, bem como os nossos abundantes recursos naturais a serviço do povo. A energia é fundamental para a estabilidade global e o crescimento econômico", afirmou o chanceler.

Yván Gil, no entanto, deixou claro que, mesmo que tenha uma participação importante no fornecimento de petróleo e gás, essa não é a única ajuda que a Venezuela pode dar ao grupo.

"Todos veem a Venezuela como um país com as maiores reservas de petróleo, mas essa não é a nossa principal contribuição nesta construção de um novo mundo multicêntrico e pluripolar. A nossa principal contribuição é a adesão aos princípios de todos esses mecanismos. Temos pela frente um mundo que clama por maiores esforços das economias emergentes para o desenvolvimento", afirmou.

A Venezuela foi convidada pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, para participar da cúpula. Durante o Fórum Empresarial do Brics, realizado também nessa sexta, ele destacou a importância econômica que o bloco já atingiu.

"O PIB somado do grupo ultrapassa os 60 bilhões de dólares, enquanto a sua participação na economia mundial ultrapassa a do G7 e continua aumentando", afirmou.

Edição: Nicolau Soares

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O ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabello, anunciou nesta quinta-feira (17) a prisão de mais 19 mercenários envolvidos em planos de ataques terroristas no país. De acordo com a denúncia do ministro, eles estariam sendo coordenados pela Agência de Inteligência dos Estados Unidos (CIA), a Agência Antidrogas (DEA), e pelo Centro Nacional de Inteligência da Espanha (CNI).

Nesta nova operação, foram apreendidas 71 armas, sendo 33 fuzis que foram roubados das Forças Armadas venezuelanas. De acordo com Cabello, a maior parte dos armamentos apreendidos foi produzida nos Estados Unidos e Israel. Os mercenários que atuam na região dos Valles de Aragua estariam com as armas da Força Nacional Bolivariana (FANB).

Em coletiva de imprensa, o ministro apresentou os armamentos e mostrou um organograma detalhado com a relação entre os envolvidos nos planos de ataques e as agências de outros países. De acordo com Cabello, a ideia do CNI era colocar os mercenários e as armas na Venezuela e estabelecer uma ponte com grupos criminosos como o Trem do Llano e o Trem de Aragua. A partir daí, começariam ataques a estruturas estratégicas, militares e edifícios públicos com o objetivo de desestabilizar o país.

Entre os novos presos, há estadunidenses, peruanos e colombianos. O ministro disse que os envolvidos também são recrutadores que tinham como responsabilidade de buscar mercenários na Colômbia para atuar em território venezuelano. Durante a declaração, Cabello indicou Iván Simonovis como um dos principais responsáveis pelo tráfico de armas. Ele seria protegido pelo governo dos EUA para atuar na América do Sul.

Os 19 envolvidos com as operações foram identificados por meio da interceptação de ligações e rastreamento de aparelhos celulares. Diosdado Cabello disse que eles não só articulavam as operações, como compartilhavam fotos de infraestruturas estratégicas como refinarias e bases militares.

Jonathan Pagan González é apontado pelo ministro como o responsável por se infiltrar em organizações religiosas. Ele é estadunidense e também fazia articulação com organizações políticas antes de ser preso no estado de Zulia.

O ministro ainda afirmou que a ex-deputada ultraliberal María Corina Machado e os ex-presidentes da Colômbia Álvaro Uribe e Iván Duque estavam cientes das operações. Ele, no entanto, não deu detalhes sobre o grau de envolvimento deles nos trabalhos com os mercenários.

Cabello também disse que a Interpol buscou o governo venezuelano para ter detalhes da origem das armas e que o caso está sendo judicializado.

Novo capítulo

As operações divulgadas por Cabello são os desdobramentos de um trabalho que começou a ser revelado em setembro. Há um mês, foram apreendidos 400 fuzis e 6 pessoas foram presas envolvidas no que o governo chamou de um “plano de desestabilização” que tinha como objetivo matar o presidente Nicolás Maduro e a vice Delcy Rodríguez.

A principal prova do envolvimento estadunidense na tentativa de golpe de 2024 são os fuzis apreendidos. Diosdado Cabello apresentou todos à imprensa venezuelana. Sobre uma mesa, o ministro colocou a mostra munições e armamentos que tinham uma inscrição afirmando que as armas são de uso exclusivo dos Estados Unidos e não poderiam ser negociados.

Além de ter uma atuação nas ruas, o plano de ataque contra a Venezuela também envolvia o uso de prisões para desestabilizar o país. A ideia era levar uma parte dos armamentos para dentro dos presídios e instaurar uma série de rebeliões. As investigações estão ouvindo agora 14 líderes de grupos criminosos que já estão presos e estariam envolvidos nessa articulação.

Segundo Cabello, a participação da CIA nas operações não surpreende o governo, “no entanto, o Centro Nacional de Inteligência de Espanha sempre se manteve discreto, sabendo que a CIA opera nesta área”. Os dois países, no entanto, negaram qualquer envolvimento.

O Departamento de Estado dos EUA disse que “qualquer afirmação sobre a participação dos EUA numa conspiração para derrubar Maduro é categoricamente falsa” e, em nota, afirmou que os Estados Unidos apoiam uma “solução democrática para a crise política na Venezuela”.

Segundo a Agência EFE, o governo espanhol também negou qualquer envolvimento nos planos golpistas. De acordo com a agência de notícias espanhola, fontes ligadas ao Ministério de Negócios Estrangeiros afirmaram que “o governo confirmou que os detidos não fazem parte da CNI ou de qualquer outra organização estatal".

Espanha e Estados Unidos mantêm uma cooperação para atuações de segurança e inteligência em outros territórios. De acordo com documentos vazados pelo WikiLeaks em 2013, a Agência Nacional de Segurança dos EUA (NSA) estabelece esse tipo de trabalho conjunto em quatro níveis. A Espanha está em um segundo nível de cooperação com outros 17 países europeus, além de Coreia do Sul e Japão.

Outras operações

Desde sua primeira posse em 2013, Nicolás Maduro enfrenta uma série de planos e operações para derrubar seu governo. Da oposição até articulações externas, o presidente já lidou e denunciou uma série de ataques promovidos pela direita. O primeiro deles na gestão do chefe do executivo foi registrada em junho de 2013.

Naquele mês, nove pessoas foram presas na Venezuela. eles seriam integrantes do grupo paramilitar colombiano Los Rastrojos. A ideia era ocupar Caracas em um ataque que agruparia outros paramilitares no país. O plano foi descoberto pelo Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin) e desmobilizado pelas forças de segurança.

Um dos primeiros planos denunciados por Maduro que teve a participação dos Estados Unidos foi o chamado “Golpe Azul”, ou “Operação Jericó”, que teria sido organizado por um grupo de militares venezuelanos da Aeronáutica com o governo dos EUA. A ideia era usar um avião para atacar o palácio Miraflores durante as comemorações do Dia da Juventude. O plano também foi interceptado pelo governo da Venezuela.

Um dos episódios mais importantes da administração Maduro foi a tentativa de golpe de Estado no país em 2020. A chamada Operação Gedeón tinha como objetivo derrubar o governo a partir de ataques em diferentes lugares do país. Ao todo, 29 pessoas foram condenadas por “traição a pátria, conspiração com governo estrangeiro, rebelião, associação, tráfico ilegal de armas de guerra, terrorismo e financiamento do terrorismo”.

Na ocasião, uma lancha com 10 homens armados com fuzis, metralhadoras e uma pistola tentou aportar na praia Macuto, costa do estado de La Guaira, cerca de 50 km da capital Caracas. Segundo o GPS da própria embarcação, a viagem começou na Colômbia. O plano envolvia também ataques por terra. As Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (Fanb) conseguiram interceptar e desmobilizar a operação.

Outros planos também foram denunciados já em 2024. Em janeiro, o Ministério Público anunciou que foram desmobilizadas 5 tentativas de golpe de Estado durante 2023 que incluíam a morte do presidente, Nicolás Maduro, e do ministro da Defesa, Vladimir Padrino López. Na ocasião, foram realizadas 32 prisões de pessoas acusadas de conspiração.

Maduro também afirmou em março que ex-presidente da Colômbia Álvaro Uribe e o fundador do partido opositor venezuelano Vontade Popular, Leopoldo López, planejaram “ataques terroristas” contra a Venezuela. Segundo o mandatário, os planos estavam sendo articulados com paramilitares para serem realizados na fronteira com a Colômbia.

Edição: Rodrigo Durão Coelho

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Os países que permitem a "ocupação ilegal" dos territórios palestinos por parte de Israel e lhe fornecem ajuda, apesar das advertências sobre crimes de guerra e possível "genocídio" em Gaza, devem ser considerados "cúmplices", afirmou, nesta sexta-feira (18), um grupo de especialistas da ONU.

"Os atos injustos internacionalmente dão origem à responsabilidade estatal, não apenas de Israel, mas de todos os Estados", declarou em um comunicado Navi Pillay, diretora da Comissão Internacional Independente de Investigação da ONU.

Todos os países estão "obrigados a não reconhecer reivindicações territoriais ou de soberania feitas por Israel sobre os territórios ocupados", indicou Pillay. Além disso, devem se abster de prestar "ajuda ou assistência para manter a ocupação ilegal", o que inclui toda "ajuda ou apoio financeiro, militar e político", precisou.

A comissão insistiu que todos os países devem cumprir com suas "obrigações sob a Convenção sobre o Genocídio" e seguir as medidas provisórias ordenadas pela CIJ em um caso apresentado pela África do Sul, que acusa Israel de cometer genocídio em Gaza. O caso conta com a adesão de mais de 50 países que classificam como genocídio os ataques de Israel contra a população palestina na Faixa de Gaza.

"Os Estados podem ser cúmplices ao não evitar o genocídio se não atuarem cumprindo as ordens judiciais, e ajudarem ou assistirem diretamente na execução do genocídio", advertiu.

Apoiadores pedem fim da guerra

Os Estados Unidos, principal aliado político e militar de Israel, se manifestaram nesta sexta-feira (18) ao lado de Reino Unido França e Alemanha, pelo fim da violência israelense na Faixa de Gaza, após a morte do líder do Hamas, Yahya Sinwar em um ataque israelense.

Joe Biden, Olaf Scholz, Keir Starmer e Emmanuel Macron falaram das "implicações" da morte do líder do Hamas e da "necessidade imediata de devolver os reféns [israelenses] às suas famílias, de parar a guerra em Gaza e de garantir que a ajuda humanitária chegue aos civis", afirmou um comunicado publicado pelo governo alemão após a reunião.

Ocupação ilegal

A Comissão Internacional Independente de Investigação da ONU publicou um novo documento para detalhar as ações específicas requeridas, após uma recente opinião consultiva da Corte Internacional de Justiça (CIJ) que declarou "ilegal" a ocupação de Israel desde 1967, tendo o Brasil entre os apoiadores desta decisão.

O documento também examina a implicação do voto da Assembleia Geral da ONU no mês passado, que pede o fim da ocupação em um ano. A comissão foi estabelecida pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU em maio de 2021 para investigar as supostas violações do direito internacional em Israel e nos territórios palestinos.

A votação da Assembleia Geral significa que "Israel tem a obrigação legal internacional de cessar todo novo assentamento e desmantelar os existentes o mais rápido possível".

"Israel deve implementar imediatamente um plano de ação completo que evacue fisicamente todos os colonos dos territórios ocupados", ressaltou a comissão, pedindo também que Israel "devolva a terra, os títulos e os recursos naturais aos palestinos que foram deslocados desde 1967".

*Com AFP

Edição: Leandro Melito

Crítica, reclama, protesta mas não para de enviar ajuda militar.

Israel já é o país que mais recebeu ajuda militar desde a Segunda Guerra Mundial.

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Tanto a democrata Kamala Harris como o republicano Donald Trump fazem campanha eleitoral nesta sexta-feira (18) no Michigan, um dos sete estados-pêndulo que costumam definir a eleição presidencial estadunidense. Ambos os candidatos buscam conquistar o voto da grande comunidade muçulmana no estado.

A comunidade muçulmana costuma votar nos democratas, mas o apoio dos Estados Unidos ao massacre cometido por Israel em Gaza e no Líbano ameaça esse apoio. Várias organizações árabe-americanas decidiram apoiar candidatos independentes como a ambientalista Jill Stein, ou nenhum.

Trump, ainda não reagiu à morte do líder do Hamas, mas Kamala declarou no dia anterior que o assassinato do líder do Hamas, Yahya Sinwar, seria "oportunidade para acabar" com o massacre em Gaza.

A operação israelense que já matou mais de 42 mil palestinos "deve terminar de tal forma que Israel esteja em segurança, os reféns sejam libertados e o sofrimento em Gaza termine, e o povo palestino possa exercer o seu direito à dignidade, segurança, liberdade e autodeterminação", disse ela.

Xenofobia

Nesta sexta, Trump faz comício em Detroit, antigo reduto da indústria automobilística americana. De olho no voto dos trabalhadores da combalida indústria automobilística, ele ameaça impor tarifas de 100%, 200% e ainda mais se vencer as eleições para, segundo ele, trazer um grande número de empresas de volta aos Estados Unidos.

"As famílias do Michigan foram esmagadas pela inflação, sob a liderança fracassada de Kamala", disse sua equipe de campanha. Trump aposta em estimular o clima de medo, principalmente culpando países como China e México.

"A China está construindo enormes fábricas de automóveis no México" e "vão vendê-los nos Estados Unidos" porque, estando perto da fronteira, têm "todas as vantagens e nenhuma das desvantagens. I isso será o fim do Michigan. Será o fim, francamente, da Carolina do Sul, será o fim de tudo", disse o ex-presidente.

Wisconsin

Na quinta, Kamala Harris disse aos jovens do estado-chave de Wisconsin contra as consequências "brutalmente graves" de uma vitória de Donald Trump, que criticou o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky.

"Vai ser uma disputa acirrada até o final", disse Kamala, empatada com Trump nas pesquisas de intenção de voto para as eleições de 5 de novembro.

Kamala também criticou Trump por ter dito que o 6 de janeiro de 2021, quando uma multidão de seus apoiadores invadiu o Capitólio, "foi um dia de amor".

O ex-presidente se referia às centenas de milhares de pessoas que foram a Washington acreditando que as eleições do ano anterior, nas quais ele foi derrotado por Joe Biden, "foram fraudadas".

Com AFP e Washington Post

Edição: Rodrigo Durão Coelho

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Geopolítica

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Geopolítica é a congruência entre demasiados grupos de estratégias adotadas pelo Estado para administrar seu território, e anexar a geografia cotidiana com a história. Desta forma, Geopolítica é um campo de conhecimento multidisciplinar, que não se identifica com uma única disciplina, mas se utiliza principalmente da Teoria Política e da Geologia e Geografia ligado às Ciências Humanas e Ciências Sociais aplicadas.

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