Geopolítica

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Geopolítica é a congruência entre demasiados grupos de estratégias adotadas pelo Estado para administrar seu território, e anexar a geografia cotidiana com a história. Desta forma, Geopolítica é um campo de conhecimento multidisciplinar, que não se identifica com uma única disciplina, mas se utiliza principalmente da Teoria Política e da Geologia e Geografia ligado às Ciências Humanas e Ciências Sociais aplicadas.

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O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira (12) o ex-governador de Arkansas Mike Huckabee como embaixador em Israel.

Ele "ama Israel e o povo de Israel e, da mesma forma, o povo de Israel o ama. Mike trabalhará incansavelmente para trazer a paz no Oriente Médio!", disse Trump por meio de comunicado.

Huckabee, que foi governador do Arkansas de 1996 a 2007, foi duas vezes candidato presidencial republicano e é pai de Sarah Huckabee Sanders, atual governadora do estado e ex-secretária de imprensa da Casa Branca de Trump. Ele é um defensor declarado dos assentamentos; em 2018, disse que sonhava em construir uma "casa de férias" na Cisjordânia ocupada por Israel.

Os assentamentos judeus em terras palestinas são considerados ilegais pelas leis internacionais e um os principais obstáculos para um acordo de paz. Cerca de meio milhão de judeus vivem em mais de 130 assentamentos no território palestino da Cisjordânia.

Gabinete

Os nomes que vão compor o gabinete de governo de Donald Trump indicam que ele escolherá perfis linha dura para os postos mais importantes. O congressista republicano Mike Waltz, ex-oficial das Forças Especiais, será assessor de Segurança Nacional da Casa Branca. Trump também já anunciou nomes para a Organização das Nações Unidas (ONU), Meio Ambiente e Imigração.

Trump descreveu Waltz como "um especialista nas ameaças representadas por China, Rússia, Irã e o terrorismo global". Em 2023, Waltz apresentou um projeto de lei para autorizar o uso do exército contra os cartéis de drogas mexicanos, que ele acusa de tráfico de fentanil, um opioide sintético que causa estragos nos Estados Unidos.

Segundo a imprensa local, Trump escolherá o influente senador latino Marco Rubio como chefe da diplomacia. Defensor de uma linha muito dura contra China e Irã, o senador de 53 anos copresidiu até agora a comissão de inteligência no Senado.

É esperado que ele nomeie, ainda, a governadora de Dakota do Sul Kristi Noem, uma leal escudeira, para dirigir o Departamento de Segurança Nacional, responsável pelas alfândegas e fronteiras e atualmente comandado por Alejandro Mayorkas. Ela foi considerada por algum tempo uma possível candidata à vice-presidência, mas suas chances desabaram quando ela contou ter matado sua cachorra com um tiro porque ela era "indomável".

Edição: Rodrigo Durão Coelho

Eu torço para que esse sonho dele seja uma premonição de um futuro próximo.

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Em meio a uma grave crise no Haiti, o governo interino do país encontra-se imerso num espiral crescente de disputas internas pelo controle da administração. A tensão política se agravou na segunda-feira (11), quando a maioria do Conselho Presidencial de Transição (CPT) decidiu destituir o primeiro-ministro interino Garry Conille e nomear como seu substituto ao empresário Alix Didier Fils-Aimé.

A decisão foi denunciada por Conille como uma medida “tomada fora de qualquer estrutura legal e constitucional”, o que levanta “sérias dúvidas sobre sua legitimidade e suas repercussões sobre o futuro do país”. Afirmando que o Conselho Presidencial de Transição tem o poder de nomear o primeiro-ministro, mas não de demiti-lo.

No entanto, as alegações de Conille não conseguiram provocar um impacto internacional. Numa coletiva de imprensa, o porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, evitou comentar sobre a destituição e exortou os atores políticos do Haiti a “superar suas diferenças” e “trabalhar juntos”, expressando preocupação com as possíveis repercussões sobre o financiamento da Missão Multinacional de Apoio à Segurança (MSS).

“À luz dos recentes acontecimentos, o Secretário-Geral conclama todos os atores haitianos a trabalharem juntos de forma construtiva para promover a transição política”, declarou. Afirmou que é essencial “garantir que (a Missão) receba o apoio financeiro de que necessita para cumprir com êxito seu mandato e para expandir a implantação e as operações”.

O Conselho Presidencial de Transição é um órgão colegiado que exerce os poderes do presidente. Após extensas negociações entre diferentes setores políticos do Haiti, junto com a Comunidade do Caribe, os Estados Unidos, o Canadá e a França, o CTP foi estabelecido em abril, após as pressões para a renúncia do impopular primeiro-ministro Ariel Henry.

É formado por nove pessoas, sete com direito a voto e dois observadores, todos representando diferentes setores políticos do Haiti. Sua função é organizar e garantir as próximas eleições do país para eleger um presidente e um parlamento para assumir o cargo em fevereiro de 2026. A última vez que foram realizadas eleições presidenciais foi em 2016.

Também é formalmente o órgão (juntamente com o primeiro-ministro interino) responsável pela polêmica Missão Multinacional de Apoio à Segurança (MSS), um destacamento de forças policiais liderado pelo Quênia, no país desde junho.

Crise no governo

A demissão de Conille ocorre depois que o primeiro-ministro interino deixou escapar o pedido de renúncia de três membros do CPT (Gérald Gilles, Emmanuel Vertilaire e Smith Augustin) que, em agosto, se envolveram num escândalo de corrupção.

Na ocasião, o presidente do Banco Nacional de Crédito, Raoul Pascal Pierre-Louis, alegou que esses três membros da CPT haviam exigido dele a quantia exorbitante de US$ 758 mil (R$ 4,3 bi) para garantir sua continuidade no cargo.

Em resposta às graves acusações, no início de outubro, a unidade anticorrupção do Haiti (ULCC), um órgão oficial, emitiu relatório que aconselhava a abertura de processos judiciais contra os três membros da CPT. Essa situação aumentou a pressão sobre a CPT para substituir os representantes, mas devido à natureza sem precedentes do conselho de transição, criado fora da estrutura constitucional e sem eleições, o órgão interino permaneceu em funcionamento.

Apesar da crescente impopularidade do CPT entre a população haitiana e das afirmações de que a demissão de Conille teria sido ilegal, o empresário Fils-Aimé tomou posse como primeiro-ministro interino nesta segunda-feira.

Durante seu discurso de posse para o novo primeiro-ministro, o atual CPT, Leslie Voltaire, elogiou a “coragem e determinação” de Garry Conille, ao mesmo tempo em que o denunciou como parte das “lutas políticas estéreis”, que qualificou como “luta de clãs”. “Já chegou a hora de o Haiti pensar e fazer política de forma diferente”, afirmou. Ao mesmo tempo, Fils-Aimé disse que trabalharia para harmonizar os dois poderes do executivo.

Alix Didier Fils-Aimé é uma das figuras mais fortes do empresariado haitiano. Formado pela Universidade de Boston, ele atuou como presidente da Câmara de Comércio e Indústria do país e, em 2016, concorreu sem sucesso ao Senado.

Quando em maio deste ano a CPT tinha que eleger o primeiro-ministro do atual governo de transição, o nome de Alix Didier Fils-Aimé já circulava como possível candidato. No entanto, naquela ocasião, Conille, um funcionário de longa data da ONU, conseguiu prevalecer como primeiro-ministro interino, cargo que ocupou por apenas seis meses.

A mudança de primeiro-ministro inaugura um novo período de incerteza sobre o futuro político da nação caribenha, que se encontra em meio a uma grave crise humanitária. De acordo com o último relatório da ONU, entre janeiro e junho de 2024, o país sofreu mais de 3.600 homicídios e 1.100 sequestros. Enquanto isso, de acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), a violência forçou mais de 700 mil pessoas - metade delas crianças - a fugir de suas casas.

Edição: Rodrigo Durão Coelho

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O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, elogiou nesta segunda-feira (11) a declaração do chefe do Executivo brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que afirmou respeitar as instituições venezuelanas. Segundo Maduro, a fala foi uma reflexão “sábia” do petista e completou: “Ponto a favor de Lula”.

“Estou de acordo com Lula. Cada país tem que buscar sua maneira de resolver seus assuntos, seus conflitos, seus problemas. O Brasil com suas instituições e sua dinâmica nacional soberana, e a Venezuela com nossa dinâmica também soberana. Me parece uma reflexão sábia de Lula. Podia dizer: Ponto a favor de Lula “, disse o venezuelano em seu programa semanal Con Maduro +.

Em entrevista, Lula havia dito no domingo (10) que não questionaria a decisão da Suprema Corte de outros países para que essas críticas não respinguem no Brasil no futuro. O Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela validou o resultado das eleições de 28 de julho que tiveram a vitória de Nicolás Maduro com 51,97% dos votos contra 43,18% do opositor Edmundo González Urrutia.

“Eu não tenho o direito de ficar questionando a Suprema Corte de outro país porque eu não quero que nenhum país fique questionando a minha Suprema Corte, mesmo quando ela erra. Mesmo quando ela faz como fez comigo de não deixar eu ser candidato em 2018”, disse Lula.

Ainda segundo o presidente brasileiro, Maduro é um “problema da Venezuela” e cada presidente deve cuidar do seu país, sem interferir nas questões dos vizinhos. Ele reforçou também que não pode “brigar” com outros países da região como a Nicarágua e a própria Venezuela.

"Eu aprendi que a gente tem que ter muito cuidado quando a gente vai tratar de outros países e de outros presidentes. Eu acho que o Maduro é um problema da Venezuela, não é um problema do Brasil. Eu quero que a Venezuela viva bem, que eles cuidem do povo com dignidade. Eu vou cuidar do Brasil, o Maduro cuida dele, o povo venezuelano cuida do Maduro, e eu cuido do Brasil. E vamos seguir em frente. Porque também não posso ficar me preocupando. Ora brigar com a Nicarágua, ora brigar com a Venezuela, ora brigar com não sei com quem. Tenho é que tentar brigar para fazer esse país dar certo”, disse Lula

A fala de Lula também foi elogiada pelo ministro do Interior venezuelano, Diosdado Cabello. Segundo ele, “nunca é tarde” para reconhecer que essa é uma posição importante para a região.

“Gostaria que o mundo inteiro entendesse isso antes de dizer qualquer coisa sobre a Venezuela. Os assuntos internos da Venezuela são resolvidos pelos venezuelanos. Há pessoas que deixam escapar e depois dizem: 'ah, eu estava errado.' devemos respeitar nosso país e é bom que o presidente Lula assuma essa posição agora. Nunca é tarde demais", disse.

Ele também afirmou que a Venezuela vai respeitar a decisão interna de todos os países, inclusive dos Estados Unidos, que impõem sanções contra os venezuelanos há 7 anos. De acordo com Cabello, os EUA têm o seu próprio sistema e decide como são as suas eleições. “Se me perguntarem se lá existe democracia, para mim não existe”, ressaltou.

Crise entre Venezuela e Brasil

A tensão envolvendo os dois países vizinhos começou na corrida eleitoral venezuelana. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) brasileiro enviaria dois observadores para acompanhar o pleito, mas desistiu depois de Maduro afirmar que as urnas brasileiras "não são auditadas". Em vez de observadores, o governo brasileiro enviou o assessor especial, Celso Amorim, para Caracas durante as eleições.

Maduro foi eleito para um terceiro mandato com 51,97% dos votos contra 43,18% do opositor Edmundo González Urrutia. A oposição venezuelana contestou o resultado e afirmou ter recolhido mais de 80% das cópias das atas eleitorais e, segundo a coalizão de direita Plataforma Unitária, isso garantiria a vitória de Urrutia.

Isso, somado a denúncia de um ataque hacker contra o sistema eleitoral da Venezuela, levaram Maduro a pedir uma investigação pela Justiça. O órgão eleitoral atrasou a divulgação dos resultados detalhados alegando a atuação hacker, o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) venezuelano investigou os supostos ataques, recolheu todo o material eleitoral do órgão e ouviu 9 dos 10 candidatos que disputaram o pleito. Só Edmundo González Urrutia não compareceu.

O governo brasileiro começou a articular com Colômbia e México a mediação da questão eleitoral venezuelana. Os três governos emitiram duas notas conjuntas pedindo a publicação das atas eleitorais pelo CNE e não pela Justiça do país. O TSJ da Venezuela validou a eleição de Maduro e pediu a publicação dos resultados desagregados em até 30 dias. No entanto, mais de 3 meses depois do pleito, os resultados ainda não foram publicados e o site do órgão eleitoral continua fora do ar.

Lula então passou a oscilar entre pedir que a situação seja resolvida internamente, sugerir a realização de novas eleições e dizer que não reconhecia a vitória de Maduro se os resultados das atas não fossem publicados e, consequentemente, sua vitória nas urnas fosse comprovada de forma independente.

A relação entre Venezuela e Brasil se estabilizou momentaneamente até a cúpula do Brics, realizada em Kazan, na Rússia, de 22 a 24 de outubro. Nela, o governo venezuelano esperava ser incorporado ao grupo na categoria de “Estado parceiro”, mas ficou de fora da lista de 13 novos integrantes por um veto do Brasil. A decisão do Itamaraty revoltou os venezuelanos.

O motivo do veto não foi justificado publicamente pelo governo de Lula. O presidente não compareceu ao evento e enviou o chanceler, Mauro Vieira, para chefiar a delegação. Caracas afirma que a decisão foi uma “punhalada nas costas” e que a medida de “ingerência” do governo brasileiro é uma forma de interferir na política local.

Em audiência na Câmara dos Deputados, Amorim reforçou que a questão do pleito deve ser resolvida por venezuelanos e que o Brasil não reconhece a eleição do presidente Nicolás Maduro, até que sejam apresentados os resultados desagregados. Amorim não explicou claramente o veto no Brics. Primeiro, disse que é preciso ser um país com influência e que represente a região, algo que, para ele, a Venezuela não cumpre. Em um segundo momento, citou o mal estar entre os governos brasileiro e venezuelano.

Em resposta à fala do assessor especial, o governo da Venezuela convocou o embaixador venezuelano no Brasil, Manuel Vadell, para consultas. Em nota, Caracas afirmou que a medida foi tomada depois das declarações “intervencionistas e grosseiras” de Amorim. A chancelaria venezuelana também convocou o encarregado de negócios do Brasil em Caracas para demonstrar “rechaço” às declarações de representantes do governo brasileiro em relação ao processo eleitoral do país.

Edição: Rodrigo Durão Coelho

Sabem o que isso significa? Vídeo novo do *Pedro Daher!

*Youtuber brasileiro conhecido por fazer vídeos de humor com temática geopolítica.

Para quem é otaku entender é um Hetalia de baixo orçamento.

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O presidente do Equador, Daniel Noboa, nomeou nesta segunda-feira (11) a ministra do Planejamento, Sariha Moya, como vice-presidente interina. Ela vai substituir Verónica Abad, que deixou o cargo acusada de abandonar suas funções. A troca na vice-presidência faz parte de uma crise política que começou logo após a posse do mandatário, em novembro de 2023.

O governo disse que está amparado pelo artigo 150 da Constituição para fazer a troca. O trecho da Carta Magna determina que "em caso de ausência temporária de quem exerce a vice-presidência da República, corresponderá a substituição da ministra ou do ministro de Estado designado pela Presidência da República". Abad estava como embaixadora do Equador em Israel. Com o aumento dos conflitos com o Líbano, a representação diplomática foi transferida para a Turquia.

De acordo com o Ministério do Trabalho, Abad deveria ter se apresentado à embaixada do Equador em Ancara em 1º de setembro. Ela, no entanto, só chegou à Turquia cinco dias depois. O afastamento da vice foi anunciado no sábado (9). Segundo o ministério, a vice cometeu uma "falta grave". Em comunicado, a presidência afirmou que a nova vice "mostrou uma trajetória exemplar no serviço público, com uma sólida formação na gestão pública e um profundo compromisso com o bem-estar de todos os equatorianos".

A vice, no entanto, contestou a decisão. Segundo Abad, Noboa decidiu afastá-la das funções para impedir que ela assumisse a presidência durante a campanha eleitoral, que terá início em janeiro de 2025. Ela justificou o atraso afirmando que a viagem para a Turquia "não estava preparada" e disse que Noboa quer dar um golpe para garantir a reeleição. O presidente será candidato a um novo mandato nas próximas eleições, com primeiro turno marcado para 9 de fevereiro.

"Depois de tantos ataques contra mim por parte do presidente Daniel Noboa e dos seus ministros, denuncio que mais uma vez cometeram uma grave violação da Constituição e das leis equatorianas com um processo administrativo não aplicável a funcionários eleitos nas urnas. O presidente prepara um golpe de Estado para assegurar a reeleição", disse Abad.

Ela afirma que foi considerada "uma violação não cometida e sem nenhuma prova, com o único objetivo de que eu não assuma a Presidência do Equador".

Especialistas equatorianos questionam a decisão de Noboa por violar a Constituição para o afastamento de uma pessoa eleita. Segundo a legislação do país, é preciso que o afastamento seja julgado pelo Congresso.

Para o sociólogo e professor do Instituto de Altos Estudos Nacionais do Equador Daniel Pontón, essa tese deve ser discutida, já que a decisão não tem precedente. Para ele, o argumento da Abad faz sentido porque há um "claro interesse político" de evitar que ela assuma, pelo histórico da relação entre os dois.

"Há uma guerra declarada entre os dois. A campanha presidencial começa em janeiro e ele tem que deixar o cargo de presidente e a vice assume. Para evitar isso, ele abriu um procedimento administrativo e a suspendeu das atividades. É uma medida extremamente questionável e muita gente inclusive levanta a legalidade disso. A intenção dele é justamente não dar a presidência para ela por essa clara briga", disse ao Brasil de Fato.

Noboa deve disputar a reeleição tendo María José Pinto, atual secretária do programa governamental contra a desnutrição infantil, como vice. Segundo a lei equatoriana, o vice em exercício assume enquanto o presidente faz campanha pela reeleição.

O atual presidente é filho de dois políticos conhecidos no Equador: Alvaro Noboa, um dos homens mais ricos do país e candidato presidencial em cinco ocasiões, e Anabella Azín, médica, deputada e legisladora da última constituinte, em 2007. É empresário e foi eleito pela primeira vez em 2021, para o cargo de deputado. Defende uma plataforma liberal e propõe administrar o país com a participação do setor privado.

Começou mal, terminou mal

A disputa entre os dois se deu desde o começo da gestão de Noboa. Eles foram eleitos na mesma chapa e, logo depois da posse, ela foi enviada para a embaixada equatoriana em Israel. Na época, Abad não escondeu sua insatisfação com a medida e chegou a afirmar que Noboa queria que ela se mantivesse "longe do governo".

Abad também já havia sido acusada pela procuradoria por ter feito campanha eleitoral antecipada quando era candidata a prefeita da cidade de Cuenca, a terceira maior do país. Ela foi multada pelo Tribunal Contencioso Eleitoral do país a pagar 8.500 dólares (R$ 49 mil, aproximadamente).

Noboa justificou o envio de Abad como uma missão importante para mediar o conflito na Faixa de Gaza. Segundo a cientista politica equatoriana Irene León, a explicação surpreendeu na época pelo contexto. Ela explica que os dois vêm de linhas políticas diferentes e, desde antes da gestão, já houve uma aparente ruptura.

"Ela vem da extrema direita, se associou a essas iniciativas impulsionadas pelo Vox, da Espanha, e chegou ao poder junto com Noboa. O envio dela para Israel, com a justificativa de fortalecer a paz no Oriente Médio, surpreendeu porque o Equador não tem essa força de mediação naquela região. Então ela foi afastada da gestão presidencial e foi acusada de ter violado a lei eleitoral e de faltar ao trabalho. Essa é uma mobilização para tirá-la do poder", afirmou ao Brasil de Fato.

Verónica Abad foi diretora do grupo liberal Movimento Amigo, sigla pela qual foi candidata em Cuenca. Em entrevistas, a vice sempre afirmou que não era uma política e que estava ligada aos debates sobre empreendedorismo.

Na semana passada, ela denunciou Noboa e três funcionários do governo por terem cometido "atos de violência política com base no gênero".

De acordo com Irene León, o afastamento de Abad indica uma violação constitucional e ainda levanta questionamentos pela origem do racha entre Noboa e sua antiga vice.

"É uma inimizade muito potente que ninguém sabe a origem. Também não está claro porque Noboa se recusa a deixar a sucessão presidencial no momento da campanha, que está definido por lei. Essa nova vice ninguém conhece, acaba sendo uma forma de colocar uma pessoa pela qual ele não se sente ameaçado e aponta para uma violação constitucional", disse.

Edição: Nicolau Soares

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Um tribunal da Justiça italiana em Roma impôs, nesta segunda-feira (11), nova derrota à política migratória da primeira-ministra de extrema direita, Giorgia Meloni, ao pedir que a Justiça europeia se pronuncie sobre a prisão dos oito migrantes transferidos para a Albânia. A Itália havia anunciado na última sexta-feira (8), que levou os migrantes para o país vizinho como parte do acordo anti-imigração para terceirizar os pedidos de asilo.

Os migrantes, seis do Egito e dois de Bangladesh, haviam sido levados ao centro de detenção de Gjader, uma antiga base militar no noroeste da Albânia, para o rápido processamento das solicitações de asilo. Os magistrados decidiram levar o caso ao Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) para garantir que a legislação italiana cumpra os textos europeus sobre imigração.

Para respeitar os prazos legais, os oito afetados "retornarão à Itália nas próximas horas", disse uma fonte do governo italiano à agência de notícias AFP. A organização não-governamental Sea-Watch comemorou que "mais uma vez a justiça está desmantelando a propaganda do governo italiano".

Roma destinou dezenas de milhões de euros para construir centros de detenção na Albânia, e, assim, tentar implementar as políticas ultradireitistas do governo Meloni. A premiê, que é líder do partido pós-fascista Fratelli d'Italia (FDI), declarou que o projeto é um "exemplo" para todos os países europeus.

Estes centros, inicialmente idealizados para abrigar centenas de migrantes, estão atualmente condenados a permanecerem vazios. Há três semanas, os juízes da seção de migração do tribunal de Roma anularam a prisão dos primeiros doze migrantes levados para a Albânia, citando uma decisão recente do TJUE sobre países de origem considerados "seguros" pelos países anfitriões.

O tribunal decidiu que os doze migrantes não atendiam aos critérios de detenção na Albânia e deveriam retornar à Itália. O acordo entre Itália e Albânia, assinado por Meloni em 2023 e seu homólogo albanês, Edi Rama, tem duração de cinco anos e contempla homens adultos interceptados pela Marinha ou Guarda Costeira italiana em sua área de busca e resgate em águas internacionais.

Segundo os números do Ministério do Interior, cerca de 58 mil migrantes chegaram à Itália entre 1º de janeiro e onze de novembro de 2024, em comparação aos quase 147 mil do mesmo período de 2023. A vitória de Meloni em 2022 representou uma grande mudança polítca para a Itália – um membro fundador da União Europeia e a terceira maior economia da zona do euro – e para a UE.

*Com AFP

Edição: Rodrigo Durão Coelho

~~Não deu muito certo dessa vez Mussiloni.~~

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Entoando “Fora Noboa!”, uma marcha convocada por estudantes e movimentos sociais sacudiu o centro de Quito contra o presidente do Equador e sua política de crise elétrica, com apagões de até 14 horas diárias e negligência quanto à segurança pública, gerando um brutal avanço da criminalidade.

Com faixas e cartazes denunciando a política de arrocho e privatização, os manifestantes avançaram da Universidade Central até a Parça São Domingo, no centro histórico da capital, queimaram imagens de Daniel Noboa semelhantes às utilizadas por ele na campanha eleitoral, e rechaçaram a política recessiva, que poupa recursos para atendier prioritariamente banqueiros e especuladores.

Ao longo de todo o percurso as vozes também se ergueram contra as políticas de “ajuste fiscal” de submissão ao Fundo Monetário Internacional (FMI), que tem repercutido em cortes no orçamento e atingido programas de créditos populares. Ao mesmo tempo, os manifestantes condenaram a brutal insegurança em que foi mergulhado país, que ostenta a mais alta taxa de homicídios do continente.

DISPARADA NOS HOMICÍDIOS

Em menos de dez anos, o Equador deixou de ser o segundo país mais seguro da América Latina para se tornar o mais violento da região. Segundo o Boletim de Homicídios Intencionais do Observatório Equatoriano do Crime Organizado (OECO), as mortes violentas dispararam de seis por 100.000 habitantes em 2018 para 47/100.000 habitantes em 2023, colocando o país na lista dos dez com maior incidência de crimes. O avanço do narcotráfico foi o fator decisivo para esse banho de sangue.

O mês de agosto foi o mês mais violento de 2024. No total, foram registradas 603 mortes violentas, sendo o primeiro mês em que os números superaram os de 2023, o ano mais violento da história do Equador.

Entre os símbolos deste horror, em 24 de março de 2024, Brigitte García, prefeita de San Vicente, na província (Estado) de Manabi, foi executada ao lado do secretário de Comunicação do município, Jairo Loor, também morto a tiros. Enfermeira, militante do movimento Revolução Cidadã (dirigido por Luisa González e pelo ex-presidente Rafael Correa), tinha 27 anos e era a prefeita mais jovem do país.

CAMPONESES E EMPRESÁRIOS DENUNCIAM PERDAS COM APAGÕES

“Este é um governo irresponsável”, afirmou Marcelo Ushiña, presidente da Federação Nacional de Organizações Camponesas, frisando que “o sistema leiteiro está falido neste momento, assim como o sistema floral, por causa dos apagões”. Ushiña também denunciou a crescente violência provocada pela disparada no tráfico de drogas.

O presidente do Comitê Empresarial do Equador, María Paz Jervis, declarou ao canal Teleamazonas que – durante a atual fase de cortes de energia – as vendas em todo o país caíram 20%. “Isto é muito dinheiro”, alertou a líder empresarial, que sustenta que as perdas já alcançam os quatro bilhões de dólares. De acordo com os empresários, cada hora sem energia significa uma perda de 12 milhões de dólares para o país.

Em 2024, a região deu o alarme sobre uma seca prolongada associada às alterações climáticas, que causou racionamento de água e energia e incêndios florestais, sem que o governo respondesse às reivindicações da sociedade. O Equador necessita de cerca de 4.600 MW e enfrenta um déficit de pelo menos 1.600 MW na geração de energia.

Diante da tragédia em curso e do corte nos investimentos, os movimentos sociais decidiram voltar às ruas na próxima sexta-feira (15) com ações de fato “contra este governo antipopular”.

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A condenação da ex-presidenta argentina, Cristina Kirchner, a seis anos de prisão e a inabilitação para exercer cargos públicos por administração fraudulenta foi confirmada por um tribunal de apelações nesta quarta-feira (13). A sentença que havia sido imposta em 2022 não será cumprida por Kirchner até a decisão da Suprema Corte.

A Câmara Federal de Cassação Penal decidiu "condenar Cristina Elizabeth Fernández de Kirchner a seis anos de prisão, inabilitação especial perpétua para exercer cargos públicos, acessórios legais e os custos do processo, considerando-a criminalmente responsável pelo crime de administração fraudulenta em detrimento da administração pública", em uma decisão cuja leitura foi transmitida ao vivo.

Kirchner foi condenada em dezembro de 2022 por desvios de verba em obras públicas em um caso considerado por muitos como lawfare - ou guerra jurídica.

"Nunca um termo judicial foi tão apropriado para definir o que é esse processo judicial e esse tribunal, Ministério Público incluído", ironizou em declaração dada em 2022. "Se no dia 2 de dezembro de 2019, quando falei pela primeira vez no tribunal, eu disse que era o tribunal do lawfare, depois de tudo o que aconteceu, e a mim em particular, devo dizer que fui muito generosa. Na verdade, isto é um verdadeiro pelotão de fuzilamento."

O processo, considerado repleto de irregularidades, investigou 51 obras públicas em Santa Cruz, província onde Kirchner iniciou sua carreira política, realizadas durante os governos presidenciais de Néstor Kirchner (2003-2007) e Cristina Kirchner (2007-2015). A acusação acusou os Kirchner de beneficiar o empresário Lázaro Báez nas licitações para a realização dessas obras sob a figura legal de "associação ilícita".

Trata-se de um caso reaberto, que já havia sido concluído em primeira instância pela justiça de Santa Cruz por não identificar delitos. A denúncia contra o governo Kirchner e o empresário Lázaro Báez foi realizada por Javier Iguacel, recém-chegado na Direção Nacional de Rodovias pelo governo de Mauricio Macri, durante os primeiros dias da gestão em 2016.

O juiz do caso se envolveu em um escândalo em 2022, quando foram divulgadas conversas hackeadas de um grupo de Telegram que integrava com outros funcionários do judiciário e diretores do Grupo Clarín, jornal opositor aos Kirchner e o campo popular na Argentina. Nas conversas vazadas, eles combinam um encontro na mansão de um magnata na Patagônia.

Edição: Martina Medina

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Nasr al-Din Amer, vice-diretor da Autoridade de Mídia do movimento iemenita Ansar Allah, conhecido como houthis, reiterou que o grupo rejeitou o que descreveu como “tentações lucrativas” para abandonar suas ações de apoio a Gaza sitiada.

Dentre as ofertas, comentou Amer, estariam pacotes econômicos e uma suposta solução ao conflito interno no Iêmen, mitigado, porém, por mediação chinesa no último ano.

Ao falar do papel iemenita no apoio a Gaza, Amer confirmou pressão para dividir os fronts, incluindo esforços de lobby internacionais para dissuadir o movimento de suas ações em defesa do povo palestino — contudo, rejeitados.

“Nossa união é nossa força, que tanto preocupa o inimigo israelense”, destacou Amer.

O porta-voz afirmou que o grupo chegou a seu quinto estágio de escalada, ao desenvolver capacidades militares para expandir o escopo e as formas como conduz suas operações ainda nos próximos dias.

“Nós atacamos Israel antes de nos atacarem e a história lembrará que o Iêmen sitiou este inimigo arrogante e impediu seus barcos de atravessar nossas águas”, declarou Amer, em referência ao embargo adotado por Sanaa contra a navegação israelense na região, desde novembro passado, em apoio a Gaza.

Em retaliação ao embargo — com impacto efetivo — e apoio a Israel, Estados Unidos, Grã Bretanha e outros realizaram bombardeios ao Iêmen — considerado o país mais pobre do Oriente Médio.

Os comentários do grupo houthi coincidem com apreensões de propagação da guerra em nível regional, sobretudo após Israel atacar Teerã e outras cidades iranianas pela primeira vez na história, em 26 de outubro.

Amer alertou que, caso a guerra se expanda e alguns Estados se envolvam em apoio a Tel Aviv, o envolvimento do Iêmen evoluirá de “apoio” a “ações diretas”.

Sobre os vizinhos árabes, Amer reafirmou: “Dissemos a eles que não é de seu interesse se envolverem nesta guerra e na destruição de Gaza. Washington e Tel Aviv querem envolver os países da região nesta escalada — advertimos para não fazê-lo”.

Israel mantém ataques a Gaza há mais um ano, com 43 mil mortos, cem mil feridos e dois milhões de desabrigados, em desacato a uma resolução por cessar-fogo do Conselho de Segurança e medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), onde é réu por genocídio desde janeiro.

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O grupo libanês Hezbollah nomeou nesta terça-feira (29/10) Naim Qassem, 71 anos, como sucessor do secretário-geral Hassan Nasrallah, que foi assassinado em um ataque de Israel no sul do país em setembro.

Segundo informou o grupo, o Conselho Shura do Hezbollah elegeu o sucessor conforme os dispositivos estabelecidos no que tange a escolha de uma nova liderança.

Qassem foi durante muito tempo o vice-secretário-geral do Hezbollah, ele se tornou o segundo homem do grupo em 1991, após ser nomeado pelo então líder Abbas al-Musawi. Porém, antes dele, o sucessor mais considerado era Hashem Safieddine, mas que também foi vítima de um ataque nos subúrbios da capital libanesa em outubro.

Por conta disso, Qassem vinha sendo o rosto do Hezbollah desde a morte de Nasrallah, mas não desfruta da mesma popularidade. Ele disse, há algumas semanas, que nomear um novo líder era tarefa complexa que levaria algum tempo.

Em comunicado, o Hezbollah prometeu continuar a “resistência” contra Israel e hastear sua bandeira “até a vitória”. “Trabalharemos juntos para alcançar os objetivos”, diz a nota do grupo.

Hezbollah é alvo de uma ofensiva de Israel no Líbano desde meados de setembro.

Diversos líderes do grupo foram mortos. Segundo o jornal britânico Guardian, praticamente toda a liderança política e militar mais experiente do Hezbollah teria sido assassinada por Israel nos últimos três meses.

Com os ataques das Forças de Defesa israelenses (IDF, por sua sigla em inglês), um quarto da população do Líbano foi obrigada a abandonar sua casa para fugir dos bombardeios ou atendendo às ordens de evacuação desse país, informou a Organização das Nações Unidas (ONU).

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O presidente tunisiano Kais Saied foi empossado ontem para seu segundo mandato de cinco anos, onde prometeu para confrontar aqueles que ele rotulou como “traidores e agentes”, afirmando que eles não têm lugar no país, informou a Agência Anadolu.

Após fazer o juramento, Saied disse: “O povo tunisiano expressou livremente sua vontade em 6 de outubro”, acrescentando que “o povo tunisiano escolheu continuar o caminho da resistência e libertação nacional completa”.

Ele enfatizou que um dos maiores desafios que seu governo enfrentará será criar novas oportunidades para os desempregados, especialmente os jovens.

Comentando sobre o estado das liberdades na Tunísia, Saied declarou: “A liberdade não é sobre insultos e calúnias, nem sobre violar direitos e quebrar a lei”.

“O que não podemos debater é a própria nação. Não há lugar para traidores e agentes, e não há espaço em nosso solo para aqueles que se alinham com poderes coloniais”.

Saied garantiu 90,69 por cento dos votos no início deste mês, enquanto seu oponente, Ayachi Zammel, recebeu 7,35 por cento, e Zohair Maghzaoui, que apoia Saied, recebeu 1,97 por cento, de acordo com a Comissão Eleitoral.

Vários candidatos da oposição foram presos ou proibidos de concorrer na eleição.

Nesse site tem várias notícias a respeito da situação política atual na Tunísia. Eu trouxe apenas a mais recente, mas tem sobre os presos e sobre as manifestações que ocorreram em protesto contra o governo atual. Gostaria de mais informações de fontes diferentes para ter uma perspectiva completa.

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As reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (BM) começaram nesta segunda-feira (21) em Washington, em meio a uma crescente ira pelo fracasso dessas instituições em enfrentar de forma efetiva a pobreza, a desigualdade e os perigos evidentes das mudanças climáticas, por declaração de líderes de que estar reuniões serão diferentes, e por indícios de que o poder destas organizações multilaterais está se desvanecendo ao surgirem instituições mais democráticas no âmbito internacional.

“O crescimento a médio prazo está projetado a ser reduzido” a nível global, reconheceu na semana passada a diretora administrativa do FMI, Kristalina Georgieva, em um resumo desalentador do que se pode esperar na reunião deste ano.

“O crescimento está longe de ser suficientemente bom. Não é suficiente para erradicar a pobreza mundial, nem para criar o número de empregos que requeremos, nem para vastas necessidades de investimento, inclusive para a transição verde”.

O BM, cuja meta central é “erradicar a pobreza e impulsionar o desenvolvimento inclusivo”, reconheceu também na semana passada que, com base na atual trajetória, seria necessário mais de um século para tirar toda a população mundial da linha da pobreza, atualmente calculada em uma renda de 6,85 dólares por dia.

Ambos os líderes dessas instituições, Georgieva e seu homólogo no BM, Ajay Banga, insistiram que, se os países decidissem trabalhar em conjunto, poderiam mudar essa realidade econômica.

Plano Marshall às avessas

“2023 foi um desastre em termos de apoio ao mundo em desenvolvimento”, escreveram recentemente Lawrence Summers, ex-secretário do Tesouro dos Estados Unidos, e o economista e político indiano N. K. Singh. “Taxas de interesses crescentes e ausência de bônus e empréstimos implicam que quase 200 bilhões de dólares fluíram para fora dos países em desenvolvimento em direção a credores privados em 2023, muitíssimo mais que o financeiramente incrementado pelas instituições financeiras internacionais”.

O sistema financeiro internacional, declarou o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas em setembro, “é um Plano Marshall ao contrário, onde os países pobres financiam os ricos”. Esta crítica foi compartilhada por outros líderes, como os mandatários da Colômbia, Gustavo Petro, e da África do Sul, Cyril Ramaphosa.

Nos últimos anos, Lula e outros líderes mundiais foram além das críticas, desenvolvendo propostas concretas através do Grupo dos 20 (G20), visando implementar um imposto universal sobre as pessoas e organizações mais ricas, e criar um banco internacional alternativo estabelecido pelos países do BRICS (que se reúne esta semana na Rússia, ao mesmo tempo que acontecem as reuniões em Washington), assim como demandar mudanças nas estruturas de governança e relações de poder nestas instituições multilaterais e na ONU.

Guardiões do sistema

O FMI e o BM continuam sendo os “guardiões do sistema financeiro” atual, que inclui não só os fundos fornecidos pelos países membros a estas instituições, mas também as normas sobre fluxos de capital privado, comércio e investimento multinacional.

Georgieva, do FMI, não está modificando esse papel. Na semana passada, ela insistiu que o crescimento econômico continua sendo “a chave” e detalhou uma agenda que inclui mobilizar capital, aumentar a produtividade e reformar mercados de trabalho para que os trabalhadores corretos sejam colocados nos empregos corretos. A chefe do FMI também reconheceu que as reformas e medidas recomendadas pela instituição “nunca são populares” entre o público dos países.

É fácil entender a razão disso. Uma pesquisa realizada pela Oxfam Internacional conclui que “94% dos países com empréstimos atuais do BM e do FMI cortaram investimentos vitais em educação pública, programas de saúde e proteção social ao longo dos últimos dois anos”. Para Kate Donald, chefe do escritório da Oxfam Internacional em Washington, “estes cortes não só são desalentadores, mas são perigosos e fundamentalmente contra o desenvolvimento”.

Pressões e mudanças paliativas As duas instituições anunciarão algumas mudanças e modificações em suas práticas esta semana. Sob pressão do Grupo dos 77 e do Grupo dos 24, o FMI acordou reduzir os encargos que essencialmente aumentam os custos dos empréstimos aos países em desenvolvimento. Também haverá novos compromissos para ampliar o financiamento voltado a combater as mudanças climáticas, mais fundos para empréstimos e subsídios para os países mais pobres e buscar modificações para oferecer mais capital disponível ao Sul Global. Porém, como assinalam especialistas, compromissos não são ações.

Ao mesmo tempo, estas reuniões se realizam sob a sombra das eleições nos Estados Unidos e suas implicações potenciais para estas instituições no futuro imediato. O país é o maior acionista do FMI, com 16,5% do total, o que efetivamente lhe permite frear mudanças maiores nestas instituições, incluindo sua forma de governança. A China, em contraste, tem só 6,5% das ações, Brasil 1,2% e México 1,8%.

Apesar disso, alguns promotores de mudanças veem algumas indicações positivas. Alex Main, diretor de políticos em CEPR, assinalou como um exemplo o esforço para obrigar o FMI a reduzir seus encargos. Em entrevista ao La Jornada, também apontou para a chamada Iniciativa Bridgetown, impulsada pela presidenta de Barbados, Mia Motley, como outro exemplo de um esforço para forçar que os credores incorporem cláusulas de desastres naturais que permitam a suspensão do pagamento de empréstimos em caso desses desastres.

Mas nem perto foi alcançado o necessário. Simon Stiell, secretário-executivo da Convenção Quadro da ONU sobre Mudança Climática, reportou que um trilhão de dólares foram mobilizados para abordar a mudança climática no ano passado, mas que essa soma só representa um quarto do que se requer anualmente para isso.

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Os resultados das eleições presidenciais e do referendo constitucional no último domingo (20) na Moldávia – o país mais pobre da Europa, surgido da antiga União Soviética, incrustado entre a Romênia e a Ucrânia, com uma região, a Transnístria, que se declara independente, e cuja população se divide entre os que aspiram a se integrar à União Europeia e os que gostariam de continuar como estão ou até mesmo fazer parte da Rússia – deixaram, nesta segunda-feira, um sabor agridoce na principal promotora da convocação às urnas, a presidente Maia Sandu, que buscava um respaldo para sua aposta europeísta.

Conhecidos os resultados finais da apuração – que, como se esperava, deram uma virada ao serem computados os votos emitidos no exterior pelas centenas de milhares de moldavos que trabalham em países europeus, revertendo a tendência contrária ao governo que predominava nos sufrágios internos da república, mais identificados com a Rússia – Sandu obteve o maior número de apoio, 42,20%.

No entanto, embora tenha conquistado 16 pontos a mais que o segundo candidato, o ex-procurador-geral Aleksandr Stoianoglo, indicado pelo Partido Socialista próximo aos interesses de Moscou, com 26,16%, o resultado de Sandu não foi suficiente para ser reeleita, pois não atingiu o mínimo exigido de 50% mais um e, portanto, a presidência moldava terá que ser decidida em segundo turno, em 3 de novembro.

Sandu tampouco conseguiu um apoio esmagador para a entrada da Moldávia na União Europeia, mas o “Não” promovido por seus adversários não prevaleceu. Foi proposto aos moldavos responder à pergunta: “Você concorda em modificar a Constituição para que a Moldávia se unir à União Europeia?”. A iniciativa foi aprovada com apenas 50,29% dos votos depositados, frente a 49,71% de votos contrários.

Moldávia se mostra dividida

Essa mínima diferença a favor da posição do governo evidenciou que a sociedade moldava está dividida e que o desejo de se integrar à Europa não é unânime. Além disso, os institutos de pesquisa previam uma vantagem de mais de 30 pontos de vantagem para a iniciativa de Sandu. Devido a isso, a atual presidente acusou seus adversários – “grupos criminosos”, como os chamou – de interferirem “a partir de Moscou” na votação de domingo.

Assegurou que o controverso magnata Ilon Shor, refugiado na capital russa após ser acusado de fraude e roubos multimilionários, criou um esquema fraudulento para “comprar 300 mil votos” na Transnístria, Gagauzia e outras zonas pró-russas, supostamente com 15 milhões de dólares depositados em bancos russos, e que o Kremlin destinou “100 milhões de euros” para boicotar o referendo que incluía no preâmbulo da Carta Magna a aspiração dos moldavos de serem parte da União Europeia.

Eleição e referendo repercutem na Rússia

Na Rússia, o porta-voz da presidência russa, Dimitri Peskov, reagiu dizendo que os resultados das eleições presidenciais e do referendo na Moldávia “deixam muitas perguntas” e deu a entender que “houve anomalias durante a contagem de votos a favor da (presidente Maia) Sandu e da integração europeia”, além de que a oposição não teve permissão para participar em condições de igualdade na campanha eleitoral.

Para Peskov, “não seria ruim que ela (Sandu) explicasse o grande número de votos contra a política que pratica. Também são grupos criminosos? Ou ela considera que todos os cidadãos moldavos que não a apoiam estão associados a grupos criminosos?”.

Os seguidores de Aleksandr Stoianoglo, o segundo mais votado, se perguntam como foi possível reverter a tendência que, com cerca de 90% da apuração, indicava que a maioria dos eleitores era contra a integração europeia, mas a Comissão Eleitoral Central, principal autoridade no assunto, afirma que os votos vindos do exterior no último momento inclinaram a balança para o outro lado.

Independentemente de o segundo turno de 3 de novembro confirmar ou não a reeleição de Sandu, o futuro da Moldávia – segundo especialistas – será decidido nas cruciais eleições legislativas da próxima primavera.

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O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva orientou sua delegação, liderada pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, para rechaçar a inclusão da Venezuela no BRICS, durante a cúpula na Rússia. A informação foi antecipada pela coluna do jornalista Jamil Chade, no portal UOL, ao descrever que o “Brasil insiste que todas as decisões do grupo precisam ser tomadas por consenso”, e nesse sentido, o mandatário “sinaliza um veto ao governo de Nicolás Maduro”.

A adesão de Caracas no grupo econômico foi uma promessa de Maduro durante a campanha eleitoral que o levou à vitória nas eleições realizadas em 28 de julho. Já no fim de agosto, o chanceler venezuelano, Yván Gil, mais uma vez reforçou que seu país “está na órbita do BRICS” e que seu ingresso ao bloco seria uma “mera formalidade”.

“Podemos dizer que a Venezuela está praticamente dentro dos BRICS, enviamos representantes que participam nas comissões do grupo, das cúpulas sobre diferentes temas, de cúpulas de chanceleres nas quais eu participei, e em reuniões diversas. Estamos na órbita do BRICS”, enfatizou o chefe da diplomacia venezuelana, na ocasião.

A cúpula do BRICS ocorre entre esta terça-feira (22/10) e quinta-feira (24/10), na cidade russa de Kazan. O presidente Lula não pôde comparecer devido a um acidente doméstico no domingo (20/10) na residência oficial da Presidência, ocasião em que feriu a cabeça e acabou sendo internado no Hospital Sírio-Libanês. No entanto, o mandatário brasileiro participará do encontro por videoconferência.

A Rússia, que preside os BRICS neste ano, informou que, ao todo, 32 países confirmaram presença na cúpula, sendo 23 chefes de Estado. Dos dez membros plenos, apenas o Brasil e a Arábia Saudita não vão enviar o representante máximo da nação.

Vale lembrar que, apesar da confirmação do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, por diversas vezes o mandatário brasileiro declarou não reconhecer o resultado do pleito que elegeu Maduro na disputa eleitoral contra o candidato de extrema direita, Edmundo González Urrutia, que fugiu para a Espanha.

Entretanto, em setembro, Lula afirmou que seu posicionamento em relação ao resultado eleitoral da nação de seu homólogo não afetaria a relação de ambos os países.

“Como eu também não reconheço o fato de a oposição ter ganhado. Ali só tem uma solução: fazer uma nova eleição”, sugeriu a uma rádio de Goiás.

Candidaturas no BRICS

A expectativa de que novos países podem ser aceitos no bloco é alimentada pelo fato de, na cúpula anterior – realizada em Johanesburgo, na África do Sul –, cinco novos países passaram a formar parte do bloco: Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes, Etiópia e Irã.

O BRICS foi fundado em 2009, quando se chamava apenas “BRIC” e era formado por Brasil, Rússia, Índia e China. Em 2011, com a inclusão da África do Sul, a sigla ganha a letra S (pelo nome do país em inglês: South Africa) e adquire seu formato atual.

Entre as nações latino-americanas e caribenhas, há outros seis pedidos de adesão, além do apresentado por Caracas. São os casos de Barbados, Bolívia, Colômbia, Cuba, Honduras e Nicarágua.

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A Frente Ampla poderá vencer as eleições presidenciais uruguaias ainda no primeiro turno, no próximo domingo, 27 de outubro, acreditam opositores ao governo. Nas pesquisas realizadas desde julho, o candidato progressista Yamandú Orsi lidera as intenções de voto. No domingo (20/10), ele comandou a grande “Caravana da Vitória” pela capital Montevidéu e cidades próximas, reunindo grande público, conforme relata o jornal El País. A diferença de Orsi para os demais candidatos é grande e anima oposicionistas de que a vitória no primeiro turno é possível.

Na liderança, a candidatura da Frente Ampla faz oposição ao governo atual de Luis Lacalle Pou. Segundo dados do instituto de pesquisas Opción, 42% dos eleitores votariam em Orsi, com Álvaro Delgado, ex-secretário de Lacalle Pou, em segundo, com 24% das intenções. O advogado Andrés Ojeda está em terceiro lugar com 12%. Enquanto as pesquisas indicam que Orsi teria 42% dos votos, todos os outros candidatos, governistas, somam juntos 41%.

Em 27 de outubro, os uruguaios irão às urnas escolher presidente e vice-presidente que governarão o país entre 2025 e 2030. Se nenhuma chapa presidencial obtiver mais de 50% dos votos, haverá um segundo turno em 24 de novembro. Na votação também serão definidas as vagas de 30 senadores e 99 deputados.

A Frente Ampla, coalizão de esquerda liderada pelo ex-presidente José Pepe Mujica, definiu no final de junho o nome de Yamandú Orsi, 57 anos, ex-prefeito de Canelones, para disputar as eleições. A frente, historicamente associada a políticas progressistas e de inclusão social, tem raízes profundas no cenário político uruguaio, com figuras icônicas como Mujica e Tabaré Vázquez.

Mesmo enfrentando um tratamento contra o câncer, Mujica fez pronunciamentos de apoio a Orsi, gravando programas em emissoras uruguaias e até brasileiras.

Álvaro Delgado, candidato do Partido Nacional ou Partido Blanco, representa a continuidade da atual administração. Delgado, com 55 anos, é um veterano da política uruguaia, tendo servido como secretário da presidência no governo de Lacalle Pou e como senador entre 2015 e 2020.

Andrés Ojeda, o candidato do Partido Colorado, completa a lista dos principais concorrentes. Aos 40 anos, ele traz uma nova geração para a política uruguaia. Seu partido, historicamente um dos pilares da política uruguaia, teve um papel central na história do país, governando por longos períodos no século XX. Nos últimos anos, o Partido Colorado tem buscado redefinir sua identidade e recuperar o terreno perdido para seus rivais, especialmente após se tornar parte da coalizão governista.

Essas eleições ocorrem em um momento crucial para o Uruguai, com debates que vão desde a economia até a segurança, passando por questões sociais e ambientais. O resultado será fundamental para definir o rumo do país na próxima década, especialmente em um contexto regional e global em constante mudança.

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O ministro das Relações Exteriores do Brasil, o chanceler Mauro Vieira, vai chefiar a delegação brasileira na cúpula dos BRICS em Kazan, na Rússia, entre esta terça (22/10) e quinta-feira (24/10). O ministro foi designado para representar o país depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sofreu um acidente doméstico no sábado (19/10).

Os médicos recomendaram, por precaução, que Lula evite viagens de longas distâncias. O presidente segue trabalhando normalmente em Brasília nesta semana e participa da reunião de chefes de Estado da cúpula dos BRICS por videoconferência.

A Rússia, que preside os BRICS neste ano, informou que 32 países confirmaram presença na cúpula em Kazan, sendo 23 chefes de Estado. Dos dez membros plenos, apenas o Brasil e a Arábia Saudita não vão enviar o representante máximo da nação. Os sauditas também vão enviar o ministro das relações exteriores.

Este será o primeiro encontro dos BRICS com os novos membros que ingressaram no bloco neste ano. Formado até então por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o Brics agora conta também com Irã, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito e Etiópia como membros plenos.

Além disso, existe a expectativa de novos parceiros serem anunciados como membros associados. “É nisso que é consumido o nosso trabalho neste semestre, quais são os critérios para essa modalidade, e há uma expectativa de que, aprovada essa modalidade, possa ser feito um anúncio dos países que seriam convidados para integrar essa categoria”, disse o embaixador Eduardo Paes Saboia, secretário de Ásia e Pacífico do Itamaraty.

Os membros do bloco também devem discutir medidas para reduzir a dependência do dólar no comércio entre os países, além de ações para fortalecer instituições financeiras alternativas ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao Banco Mundial, controlados principalmente por potências ocidentais.

Para especialistas consultados pela Agência Brasil, os BRICS têm o papel de contornar as dificuldades impostas pelos Estados Unidos (EUA) e seus aliados ao avanço comercial e tecnológico da China.

Países que sofrem bloqueios econômicos de potências ocidentais – como Irã e Rússia – também precisam do bloco para contornar a asfixia financeira das sanções. Enquanto isso, o Brasil deve se equilibrar entre os dois principais blocos geopolíticos em disputa para colher benefícios comerciais e tecnológicos.

Estima-se que o BRICS concentre cerca de 36% do Produto Interno Bruto (PIB) global, superando o G7, grupo das maiores economias do planeta com Estados Unidos, França, Reino Unido e Alemanha, que concentra cerca de 30% do PIB mundial. Além disso, o BRICS concentra cerca de 42% da população mundial.

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O Rei Charles, do Reino Unido, foi vaiado e acusado de genocida pela senadora indígena Lidia Thorpe durante uma visita ao Parlamento da Austrália, país colonizado pela coroa britânica, nesta segunda-feira (21/10).

“Vocês cometeram genocídio contra nosso povo. Devolvam nossa terra. Devolvam o que vocês roubaram de nós – nossos ossos, nossos crânios, nossos bebês, nosso povo”, protestou Thorpe, senadora independente e defensora dos direitos indígenas na Austrália.

Charles cumpre cinco dias de viagem diplomática no país que obteve independência em 1901, mas nunca tornou-se uma República plena. O protesto, que exigiu um tratado da monarquia com os povos originários australianos, ocorreu no primeiro dia da agenda de Charles.

Durante o evento, a senadora interrompeu o discurso sobre mudanças climáticas de Charles ao subir no palco clamando “este não é seu país”.“Você destruiu nossa terra. Dê-nos um tratado. Queremos um tratado neste país”, disse ainda.

O ato de Thorpe foi interrompido por agentes de segurança do Parlamento, que a carregaram até a porta da casa. A senadora foi retirada do local ainda em protesto: “esta não é sua terra. Você não é meu rei. Você não é nosso rei. Foda-se a colônia”.

O jornal The Guardian Australia relata que o monarca britânico, no palco ao lado do primeiro-ministro Anthony Albanese, continuou seu discurso “calmamente” enquanto Thorpe era retirada do Parlamento.

Por sua vez, o governante australiano elogiou o envolvimento de Charles na pauta climática e declarou que o monarca “demonstrou grande respeito pelos australianos, mesmo durante os tempos em que debatemos o futuro de nossos próprios arranjos constitucionais e a natureza de nosso relacionamento com a coroa”, disse Albanese.

Já o ex-primeiro-ministro Tony Abbott, monarquista declarado, também estava no Parlamento durante o protesto da senadora indígena e declarou que o ato foi um “exibicionismo político infeliz”.

Segundo o Guardian, os povos indígenas australianos exigem tratados de reparação desde o início da colonização britânica. O apelo foi renovado com a Declaração de Uluru de 2017, que pede representação indígena no Parlamento, consagração na constituição, e os acordos em prol da verdade sobre a violência cometida pelo Reino Unido durante a colonização

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Os militares israelenses declararam estado de emergência em Tel Aviv depois que o Hezbollah bombardeou nesta terça-feira (22/10) Nirit, nos subúrbios da capital. Israel diz ter interceptado os mísseis, mas três grandes explosões foram ouvidas na capital. Não há registro de mortos ou feridos, mas o tráfego aéreo no aeroporto de Ben Gurion foi interrompido.

A cidade de Haifa, no norte do país, foi alvo dos misseis dos ataques do Hezbollah desta terça-feira.

É a primeira vez que o Hezbollah usa foguetes de médio alcance. Segundo o Exército israelense, foram cerca de 20 foguetes disparados desde o Líbano contra seu território, cinco em direção ao centro do país e 15 em direção ao norte.

Fragmentos de um míssil interceptado pela defesa de Israel caíram na cidade de Ma’agan Michael, no norte do país, danificando um prédio, vários veículos e ferindo um homem, informou a mídia israelense citando a polícia.

Alvos militares em Tel Aviv e Haifa

O Hezbollah reivindicou os ataques e disse que seus alvos eram era a base militar de Glilot da unidade de inteligência militar 8200, nos subúrbios de Tel Aviv; e a base naval Stella Maris, a noroeste de Haifa, cidade costeira do norte do país.

Em publicação no Telegram, o grupo xiita explicou que as ações foram em solidariedade aos palestinos em Gaza e em defesa do povo libanês.

Os mísseis do Hezbollah foram disparados pouco depois que sirenes soaram em três assentamentos na Cisjordânia e da divulgação de vídeos (verificados pela agência Sanada, da Al Jazeera) que mostravam fumaça subindo de perto do assentamento de Beit Aryeh, no norte da Cisjordânia.

Os ataques à capital israelense ocorrem no dia em que o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, chega a Tel Aviv para conversar com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu. A viagem ocorre no momento em que Israel planeja sua represália contra o Irã por uma barragem de mísseis que Teerã disse ter sido vingança pela morte do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah.

Blinken se reúne com Netanyahu

Espera-se que a reunião de Blinken e Netanyahu discuta esse provável ataque ao Irã , a liberação dos reféns que continuam em Gaza e também a necessidade de que Israel permita a entrada de ajuda humanitária em Gaza.

Na semana passada, Blinken e Lloyd Austin, secretário de Defesa, enviaram uma carta ao governo israelense advertindo de que se não permitissem a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza no prazo de um mês, poderiam por em risco o fornecimento de armas que recebem de EUA.

Os EUA são o maior fornecedor de armas de Israel. Só no último ano, enviaram àquele país mais de 10 mil bombas extremamente potentes e milhares de mísseis Hellfire. Isso permitiu a Netanyahu até agora produzir 42,6 mil mortos oficiais e mais de 10 mil soterrados em Gaza, além de 2.500 mortos e 500 mil deslocados no Líbano. Com isso, Israel estaria respondendo ao ataque do Hamas de 7 de outubro de 2023, que deixou 1139 mortos e 200 prisioneiros.

Sistema antimísseis

Na semana passada, os EUA enviaram a Israel uma peça adicional de seu mais avançado sistema antimísseis, juntamente com uma centena de militares norte-americanos para operá-lo. É a primeira implantação de tropas norte-americanas em Israel durante o conflito. O sistema visa neutralizar ataques de foguetes, mísseis e drones disparados contra Israel a partir de Gaza, sul do Líbano e Irã.

O Hezbollah disse várias vezes que só o fim da guerra em Gaza trará paz. Mas endossou e disse que respeitaria um cessar-fogo proposto pelo governo libanês na semana passada, desde que Israel fizesse o mesmo.

Com o recrudescimento dos ataques israelenses, porém, prometeram intensificar sua ofensiva, garantindo que tinham novas armas que surpreenderiam Israel. De sua parte, o governo sionista não para de dar mostras de estar decidido a adotar sua prática de longa data de retaliar com força fulminante.

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A presença de uma delegação da Venezuela é uma das novidades da 16ª Cúpula do BRICS, que teve início nesta terça-feira (22/10), na cidade russa de Kazan.

Um dos integrantes da comitiva venezuelana é o ministro da Comunicação do país, Freddy Ñáñez, que concedeu uma entrevista exclusiva a Opera Mundi.

Questionado sobre a possibilidade do Brasil não aceitar a adesão da Venezuela como futuro membro dos BRICS, o ministro venezuelano preferiu a saída diplomática, disse que seu país também faz parte do Sul Global e que todos os membros do grupo são irmãos. “Sempre apostamos em mecanismos de unidade e integração latino-americana, bem como o nascimento de um mundo multipolar”, disse.

Ñáñez enfatizou a importância do ingresso da Venezuela no BRICS e fez questão de citar os discursos de Hugo Chávez em conferências da Organização das Nações Unidas (ONU), no qual o iniciador da Revolução Bolivariana defendia a “construção de um novo mundo”.

“Para nós, o BRICS representa as relações de humanidade com apreço entre as nações que buscam a flexibilidade da cooperação econômica, a pluralidade política e o respeito mútuo”, frisou.

Ele afirmou ainda que Nicolás Maduro considera os presidentes da China, Xi Jinping, e da Rússia, Vladimir Putin, os dois dos maiores irmãos da Venezuela, por terem coragem de representar os seus povos através da preservação da memória histórica. “Nós agradecemos o convite do presidente Putin à nossa delegação, pois as nossas relações com a Rússia são de admiração e respeito. Devemos ao povo russo a libertação do mundo do nazismo. Foram eles que sacrificaram suas vidas pela libertação do mundo, diferente daquilo que Hollywood tenta nos contar”.

Sobre o fato de o governo brasileiro e também o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não reconhecerem a vitória de Nicolás Maduro nas últimas eleições venezuelanas, Freddy Ñáñez preferiu dizer que “nada será capaz de impedir a integração do povo latino-americano”, e que “essa união tem como fundamento principal a descolonização imposta pela Europa e pelos Estados Unidos”.

“Na política temos momentos bons, de crise e de encontros. Nós amamos o povo brasileiro e reconhecemos a sua luta, pois estamos seguindo no mesmo caminho para a libertação absoluta do sul, porque formamos juntos o sul global. A Venezuela estará sempre disposta a construir mecanismos para que um mundo multipolar seja possível, integrando, fortalecendo e compartilhando a nossa história e nossos recursos naturais”, completou.

A Venezuela é o país com as maiores reservas de petróleo e gás natural do mundo. Os dez países que compõem atualmente o BRICS possuem, juntos, mais de 40% de toda a extração mundial de petróleo, cifra que aumentaria enormemente caso a República Bolivariana fosse aceita no bloco.

Além disso, a cúpula de Kazan tem como um dos seus temas principais a criação de um sistema que permitiria a comercialização desses recursos naturais utilizando as moedas dos países membros, sem a utilização do dólar. Essa mudança poderia beneficiar a Venezuela, já que as sanções impostas ao país pelos Estados Unidos são estabelecidas através de um sistema de pagamentos internacionais baseado na moeda norte-americana.

Acordo com a TV BRICS

Em uma das reuniões na qual Freddy Ñáñez participou em Kazan, foi assinado um acordo de parceria entre a emissora estatal Venezuelana de Televisão (VTV) e a TV BRICS.

A celebração do contrato contou com a presença da CEO da TV BRICS, Zhanna Tolstikova, que também é cineasta. A parceria visa a troca de informações e a criação de conteúdos em conjunto através da estrutura oferecida pela TV BRICs à estatal venezuelana, que também contará com uma comunicação mais rápida com os profissionais dos outros países membros.

“Hoje tivemos o sonho de integrar a Venezuela nesta grande plataforma multinacional que é a TV BRICS. Seremos capazes de sustentar a voz dos povos do Sul Global para tornar a comunicação internacional mais democrática por meio de canais multilaterais que transmitam a nossa diversidade linguística e cultural. Essa é a melhor forma para que venezuelanos, russos, chineses e indianos evitem o preconceito da mídia”, disse o ministro.

Segundo Ñáñez, “o multiculturalismo e o respeito entre as nações que é proposto pelos BRICS significa a salvação da humanidade em todos os sentidos”.

“É por isso que para nós, todos os países BRICS são nossos irmãos. Queremos que esta cúpula contribua para o estabelecimento de um mundo multipolar”, completou.

Anteriormente, a TV BRICS havia lançado em seu site oficial uma versão em espanhol e uma filial de transmissão pela internet para noticiar, através dos seus correspondentes internacionais, os trabalhos dos países membros do bloco.

Em 2023, na 15ª Cúpula do BRICS – realizada em Johanesburgo, na África do Sul –, o presidente Nicolás Maduro já tinha enfatizado a importância em aprofundar as parcerias entre os principais meios de comunicação latino-americanos, como o canal TeleSUR e a TV BRICS da Venezuela.

A emissora VTV foi criada em 1964, sendo o único canal nacional do país a oferecer uma cobertura para mais de 82% do território nacional. Atualmente, a emissora conta com 24 horas de programação diária, sendo 75% dos seus programas transmitidos ao vivo em Caracas, sede principal do canal, além de uma rede com correspondentes espalhados em várias cidades do país.

Cúpula do BRICS

Confira trechos da entrevista com o ministro da Comunicação da Venezuela, Freddy Ñáñez:

Opera Mundi: Como avalia o posicionamento do Brasil em relação ao resultado das eleições na Venezuela?

Freddy Ñáñez: Na política temos momentos. Há momentos bons, de crise, de encontro, mas nada vai impedir a integração do povo, porque a união do povo latinomareicano se dá com uma longa história. Nós amamos o povo brasileiro e reconhecemos a sua luta, pois estamos no mesmo caminho, que tem como plano principal consolidar a libertação absoluta do sul, porque formamos juntos o Sul Global. Para a Venezuela o mais importante é que surja um mundo multipolar. Enquanto houver a possibilidade de construir mecanismos para que esse mundo multipolar seja possível, a Venezuela estará disposta a integrar, fortalecer e compartilhar a sua história, os seus recursos naturais e todo o potencial político e econômico que nós temos.

Acredita na narrativa de que o presidente Vladimir Putin está tentando construir uma união contra os países do Ocidente?

Creio que o que o presidente Putin está fazendo é construir um mundo mais livre, mais justo sem hegemonias, sem imperialismos e sem colonialismos. E é isso que todos os povos querem, ver os seus países livres em um mundo onde seja possível conviver e ter direito à autodeterminação, onde os países grandes não comam os países menores, mas os complementem. É a realidade mundial que necessitamos neste momento. Definitivamente, creio que um mundo maior que o Ocidente está nascendo.

A Venezuela busca ser um membro pleno nos BRICs ou apenas mais um parceiro seguindo outro formato de cooperação?

Os BRICS têm seus próprios processos e mecanismos que devem ser respeitados, entendidos e valorizados. Independentemente de quais sejam as categorias, a Venezuela já é um membro do Sul Global. Estamos dispostos em colaborar em qualquer cenário que seja com esse mundo novo que está surgindo. A Venezuela é uma potência petroleira energética que comporta o equilíbrio da humanidade e de parte do mundo. Temos uma longa história política e cultural para ser compartilhada. Por isso, para nós, o mais importante é que o BRICS se consolide, porque se isso acontecer, seremos capazes de criar o mundo multipolar que visamos. A Venezuela tem mais de 200 anos de luta. Se você buscar os documentos de [Simon] Bolívar, a missão sempre foi de integração da humanidade e do equilíbrio universal. É o que enxergava o comandante Chávez, que falou sobre isso nos fóruns internacionais pela construção de um mundo multicêntrico e plural. E é por essa unificação que Nicolás Maduro tem trabalhado desde o primeiro dia como conselheiro e agora como presidente.

Nosso trabalho a nível regional com a CELAC e com a Unasul visa sempre estabelecer relações de amizade, integração e união com as potências emergentes como a China, Rússia, Irã e Índia. Esses são países que têm demonstrado possibilidades em criar uma economia e um poder tecnológico sem que isso signifique formar um império ou um país expansionista ou colonialista. E essas são as relações que nos interessam, onde possamos contribuir de igual para igual. A Rússia é o maior país do mundo e trata seus parceiros com dignidade, respeito e igualdade.

E a China?

A China é a maior potência econômica do mundo e está construindo a rota da seda e o espaço de integração onde os países menores, médios e grandes importam. A Índia também tem uma política nesse sentido de abertura e integração. E os países do sul da África também têm demonstrado isso, são países que apostam em um mundo completamente diferente. O que vai acontecer nesse encontro de presidentes nesta Cúpula do BRICS é verdadeiramente importante porque nasce uma nova ordem mundial que já é iminente para um novo povo. Ela vai representar o equilíbrio e a possibilidade de resolver as diferenças e os problemas do mundo com harmonia, seja na política, na diplomacia ou no diálogo.

Como a nova ordem econômica do BRICS pode afetar a economia da Venezuela e da América Latina daqui para frente?

Eu creio que o BRICS representa uma alternativa para todos os países do mundo, mas, sobretudo, aos países que são injustamente bloqueados e sancionados pelo Ocidente. Há uma possibilidade de dialogar, negociar, e integrar com outras potências mundiais, que são potências que têm o mesmo valor, a mesma possibilidade de associação. Diferente do Ocidente, que não respeita e não nos trata como iguais, eles não têm a intenção de fazer ingerência política e muito menos desestabilizar o nosso país. Creio que a partir dessa Cúpula, a Europa, o Ocidente e os Estados Unidos serão confrontados para ajustarem e reformarem políticas com outros países do mundo. Já não vivemos no Século XVI, quando eles foram uma potência mundial que colonizaram o mundo. Hoje vivemos no Século XXI, onde o colonialismo não tem razão de ser, onde o imperialismo não é possível e onde a única alternativa de paz é reconhecer novas lideranças, novas polaridades, reconhecer que o mundo mudou e que deve seguir mudando nesse sentido da ordem mundial mais justa, respeitosa. Só existe paz perpétua se houver diversidade política e cultural, respeitando as nações do mundo.

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Após Cuba registrar ao menos seis vítimas pela passagem do furacão Oscar no país na última segunda-feira (21/10), o presidente, Miguel Díaz-Canel, convocou uma reunião emergencial para monitorar os danos do fenômeno e continuar restabelecendo o Sistema Elétrico Nacional (SEN), alvo de apagões desde a última sexta-feira (18/10).

“É convocado o Conselho de Defesa Nacional para analisar a situação excecional que o país atravessa. Seguimos monitorando integralmente o contingenciamento energético e os danos causados ​​pelo Oscar. O SEN já está sendo recuperado e Guantánamo também será recuperado”, declarou o mandatário cubano.

Guantánamo, ao leste do país, foi a região mais afetada pela passagem do Oscar. As seis vítimas eram da cidade de San Antonio del Sur, pertencente à província.

Segundo o chefe do departamento de operações do Estado-Maior da Defesa Civil, Argenis Perales Pérez, “o número de mortos é um dado preliminar”. Diversos membros do Ministério do Interior, das Forças Armadas e da Cruz Vermelha “participam das ações de socorro”, informou Perales.

De acordo com informações da Rádio Guantánamo, “casas, habitações, centros de trabalho, linhas de energia e plantações sofreram danos causados pelas fortes chuvas e ventos do Oscar” na cidade de Baracoa, onde mais de mil residências foram afetadas, forçando milhares de pessoas a fugir.

Segundo o Instituto de Meteorologia de Cuba (Insmet), a região oriental do país ainda deve sofrer com fortes chuvas e temporais nas próximas horas, sobretudo nas províncias de Guantánamo, Holguín e Las Tunas.

O presidente Díaz-Canel informou ainda que o local “está isolado devido às inundações” e que a situação é “muito complexa”. “Medidas estão sendo tomadas para proteger a população”, declarou ainda, ao informar que está em contato com o secretário do Partido Comunista de Cuba responsável pela região.

Restauração do Sistema Elétrico Nacional

Díaz-Canel informou na noite de segunda-feira (21/10) que mais de 36% do serviço elétrico foi restabelecido em todo o país, após os apagões que afetaram a ilha.

Segundo o mandatário cubano, “mais de 36% do serviço elétrico foi restaurado [em todo o país], funcionando com estabilidade”. “Diligências continuarão a ser tomadas e nas próximas horas o atendimento aumentará”, informou ainda.

Por sua vez, diretores do Ministério de Energia e Minas (Minem) e da estatal Unión Eléctrica (UNE) anunciaram a entrada em operação de unidades das termelétricas Antonio Guiteras e Máximo Gómez, nas províncias de Matanzas e Artemisa.

Salientaram ainda que a entrada em funcionamento de centrais flutuantes de produção de energia e motores diesel levou à recuperação do serviço elétrico na zona oeste da ilha.

Já na capital Havana, a Havana Electric Company indicou que mais de 89% dos circuitos foram restaurados e funcionam normalmente. A empresa também pediu aos clientes que estão recebendo o serviço que evitem conectar equipamentos que consumam muita tensão para evitar um novo apagão.

As restaurações ocorreram logo após o sistema elétrico cubano sofrer um novo apagão na tarde de segunda-feira.

A situação crítica no país levou o presidente Díaz-Canel a não viajar à Rússia para a cúpula do BRICS, iniciada nesta terça-feira (22/10), de modo que Havana está sendo representada pelo ministro das Relações Exteriores, Bruno Rodríguez.

(*) Com Ansa e TeleSUR

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Um representante da Coreia do Norte nas Nações Unidas (ONU) rechaçou nesta terça-feira (22/10) os rumores levantados pelo governo sul-coreano na semana passada e repercutidos pela mídia ocidental sobre o suposto envio de tropas militares à Rússia, ação que teria como objetivo “auxiliar” o país na guerra contra a Ucrânia.

Durante a reunião da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, o funcionário da missão norte-coreana afirmou que as “infundadas” alegações dos últimos dias tinham como objetivo “minar as relações de cooperação legítimas e amigáveis” entre as duas nações aliadas.

“Em relação à chamada ‘cooperação militar com a Rússia’, nossa missão não sente a necessidade de comentar sobre os rumores infundados e óbvios que buscam minar as relações de cooperação legítimas e amigáveis entre Estados soberanos, e manchar nossa imagem nacional”, pontuou o diplomata.

“As chamadas ‘transferências de armas’ entre Estados que são soberanos, sustentadas por esses países [ocidentais], são contrárias ao tema da discussão de hoje [sobre desarmamento e segurança internacional]”, acrescentou.

As observações do funcionário da delegação norte-coreana foram feitas no âmbito do seu direito de resposta a uma declaração proferida por outro representante da Ucrânia na sessão.

O funcionário ucraniano em questão insistiu que Pyongyang estava envolvido em um acordo de armas com Moscou e que enviaria “em breve” um grande número de tropas para a Rússia, dando sequência à narrativa levantada pelo Serviço Nacional de Inteligência (NIS, por sua sigla em inglês) da Coreia do Sul na semana passada. Na sexta-feira (18/10), a agência de espionagem havia indicado que “um total de cerca de 12 mil forças especiais [norte-coreanas] serão implantadas na frente russa”.

Esta é a primeira vez que Pyongyang se manifesta sobre o assunto envolvendo o envio de soldados à Rússia, país com o qual, em junho, firmou um tratado que inclui uma cláusula de defesa mútua em caso de agressão por parte de um país terceiro.

Enquanto isso, o embaixador sul-coreano na ONU, Hwang Jun Kook, membro do Conselho de Segurança da organização, continuou sustentando os rumores do NIS e pediu a suspensão imediata da cooperação militar entre os países de Kim Jong Un e de Vladimir Putin.

“A Coreia do Norte tem violado habitualmente as normas internacionais e as resoluções do Conselho de Segurança. Agora, o envio militar da Coreia do Norte surpreendeu até a gente”, disse.

Entretanto, anteriormente, a embaixada russa em Seul tinha destacado que a cooperação entre Pyongyang e Moscou é realizada nos méritos da lei internacional, e não é direcionada contra os interesses de segurança da Coreia do Sul.

A Casa Branca e o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Mark Rutte, admitiram não ter informações sólidas que confirmem o suposto envio de tropas à nação de Putin, este que, por sua vez, declarou que a Rússia “não havia solicitado a ninguém” tais soldados e que “não há necessidade” disso.

(*) Com Sputnik

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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e seu homólogo chinês, Xi Jinping, reuniram-se nesta terça-feira (22/10), à margem da cúpula dos BRICS, que vai até a próxima quinta-feira (24/10), na cidade russa de Kazan.

Durante o encontro que durou cerca de uma hora, Putin, que sedia a cúpula do bloco de economias emergentes, afirmou que a relação entre Moscou e Pequim é “um modelo a ser seguido pelo mundo moderno”.

“Nos últimos 75 anos, as relações russo-chinesas atingiram o nível de uma parceria abrangente e interação estratégica. Podemos dizer com confiança que elas se tornaram um modelo de como as relações entre estados devem ser construídas no mundo moderno”, declarou o russo.

Putin ainda definiu as relações entre os dois países como uma “cooperação multifacetada, igualitária, mutuamente benéfica e livre de quaisquer condições externas”.

O presidente russo destacou ainda o aumento de 4,5% no comércio entre os dois países, entre janeiro e agosto passados. Segundo ele, projetos conjuntos estão sendo realizados com sucesso nas áreas de energia, indústria, transportes e agricultura.

Os laços humanitários e culturais também estão a ser fortalecidos e os fluxos turísticos mútuos estão a aumentar, observou Putin. “Ontem visitei o Kremlin [sede da Presidência russa] e vi um grande número de turistas chineses”, declarou.

Durante a reunião, Putin, que já havia parabenizado Xi Jinping pelos marcos recentes, aproveitou a oportunidade para “parabenizar pessoalmente todos os amigos chineses e o povo da China pelo 75º aniversário da fundação da República Popular da China e o estabelecimento de laços diplomáticos” entre Rússia e China.

O presidente russo afirmou que a cooperação russo-chinesa é um dos fatores estabilizadores no cenário mundial. Xi Jinping, por sua vez, disse que nos últimos 10 anos as relações entre os países resistiram a testes e que “sua firmeza não pode ser abalada pelas graves convulsões que hoje ocorrem na cena internacional”.

Da mesma forma, Xi indicou que o grupo BRICS é “ uma das plataformas de cooperação mais importantes para a consolidação do mundo em desenvolvimento e das economias dos mercados emergentes”.

Um dos temas mais importantes da política internacional em relação à Rússia no momento é a guerra na Ucrânia. Sobre o assunto, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, declarou que os mandatários “trocaram opiniões sobre a situação na Ucrânia e a situação internacional em geral”.

“Os lados trocaram opiniões sobre a Ucrânia e a situação internacional em geral. Mais uma vez, eles notaram uma convergência significativa de posições e abordagens com relação ao que está acontecendo no mundo”, disse o porta-voz à imprensa russa.

“As nossas relações percorreram um longo caminho e adquiriram um caráter sem precedentes. Tomamos o caminho certo de construir relações entre grandes potências baseadas nos princípios do não alinhamento e não confronto contra terceiros”, disse o mandatário chinês.

Ao longo do primeiro dia da cúpula dos BRICS, Putin também manteve reuniões com outros chefes de Governo, como Narendra Modi, da Índia, e Cyril Ramaphosa, da África do Sul.

Com Modi, o mandatário russo discutiu cooperação em defesa, energia e economia. Segundo o secretário de Relações Exteriores da Índia, Vikram Misri, citado pela agência russa de notícias TASS, a agenda das negociações foi ampla, incluindo “questões regionais e globais de interesse mútuo”.

Outro tema importante da agenda entre Moscou e Nova Delhi foram as conversas do governo Modi com autoridades da Ucrânia, em conflito com a Rússia desde fevereiro de 2022.

De acordo com Misri, Modi e Putin trocaram opiniões sobre o conflito em andamento na Ucrânia durante conversas bilaterais. “O primeiro-ministro reiterou que o diálogo e a diplomacia são a maneira de resolver o conflito. Ele informou Putin sobre suas interações com a liderança ucraniana e disse que a Índia está pronta para contribuir para a paz na região”, disse o diplomata.

O representante indiano observou que, em seus esforços para encontrar uma solução para o conflito na Ucrânia, a Índia está tentando “continuar em contato com os principais participantes, avaliar a possibilidade de encontrar uma maneira pacífica de encerrar o conflito e talvez também buscar abordagens alternativas que podem não estar sobre a mesa no momento”.

“Acredito que continuaremos em contato com todos os lados, porque somos um dos poucos que têm a capacidade de conversar com todos os lados”, disse Misri.

Já com o sul-africano Ramaphosa, foi abordado o crescimento do comércio entre as nações após um certo declínio. Segundo Putin, os números cresceram 3% nos primeiros oito meses deste ano.

“O diálogo político está se desenvolvendo, nossas agências políticas estrangeiras, conselhos de segurança estão em contato próximo, a interação por meio dos parlamentos foi estabelecida. Os laços comerciais e econômicos entre a Rússia e a África do Sul estão em um alto nível geral. Após um certo declínio, o volume de negócios comerciais retomou o crescimento, que totalizou 3% em janeiro-agosto deste ano”, acrescentou.

Putin ainda encontrou-se com a presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), a instituição financeira do BRICS, Dilma Rousseff. Na reunião, a ex-presidente do Brasil afirmou que os países do Sul Global necessitam de maior aporte financeiro, já que, segundo ela, as condições de obtenção de créditos são complexas. Nesse sentido, comentou sua expectativa com relação a uma expansão do BRICS.

“Eu espero que possamos ter uma expansão maior dos países do BRICS para os países do Sul Global. E que possamos definir os novos rumos, dos quais devemos trilhar nos próximos anos. Portanto, essa é uma questão fundamental dos recursos financeiros necessários para suprir nossas necessidades e tem um foco fundamental no momento atual, junto com a expansão dos países membros”, disse Dilma a Putin.

(*) Com RT en español e TASS

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A escalada genocida na Palestina, além de obedecer a uma estratégia de expulsão e massacre da população, também está relacionada ao controle dos recursos energéticos da região. Em 2010, o geólogo israelense Eitan Aizenberg confirmou a descoberta da jazida de gás Leviatã, um extenso reservatório que abriga cerca de 1,7 bilhão de barris de petróleo recuperáveis e uma média de 122 trilhões de pés cúbicos de gás que, em perspectiva, são suficientes para cobrir o consumo energético de Israel durante décadas e colocaria o Estado sionista como um ator chave no mercado de hidrocarbonetos.

A partir de então, de costas ao Direito Internacional, a administração de Benjamin Netanyahu dedicou-se a convocar investidores e empresas transnacionais para iniciarem seus planos de exploração de gás nestes espaços marítimos. De acordo com as regras de usufruto mencionadas no artigo 55 do Regulamento de Haia, Israel está proibido de utilizar os limitados recursos não renováveis dos territórios ocupados para obter lucros comerciais e em benefício da potência ocupante.

De fato, em 2012 Netanyahu comentou com investidores australianos que o reservatório Leviatã era um “ativo estratégico para a economia de Israel”. E em 2015, junto ao consórcio Noble Energy e o Grupo Delek, afirmou: “Nos torna, se não uma superpotência energética, mas sem dúvida, uma potência internacional de grande relevância”.

Cabe destacar que o reservatório está situado na Bacia do Levante, uma extensa região do leito marinho que abrange cerca de 83 mil km², desde o Chipre até a Síria, passando pelo Líbano e incluindo a península do Sinai. Nesse mesmo espaço se encontra o campo de gás Tamar, que contém aproximadamente 8,7 trilhões de pés cúbicos de hidrocarboneto.

Desta maneira, as jazidas próximas à Faixa de Gaza adquiriram um valor estratégico para a administração de Netanyahu, que utilizou estas descobertas como parte de sua agenda para intensificar a agressão contra o povo palestino e, agora, contra os libaneses.

Assim, a exploração de hidrocarbonetos se entrelaça com a política de genocídio e colonização, que busca sufocar qualquer resistência com vistas a apoderar-se tanto de suas terras como dos valiosos reservatórios energéticos.

Corredor econômico na mira de Netanyahu

O controle destes recursos também está estreitamente relacionado ao desenvolvimento de iniciativas mais amplas, como o corredor econômico Índia-Oriente Médio-Europa (IMEC). Em seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas em 2023, Netanyahu ressaltou a importância do projeto, uma iniciativa de infraestrutura que busca conectar a Ásia Ocidental e o Mediterrâneo:

“Na Conferência do G20, o presidente Biden, o primeiro-ministro Modi e os líderes europeus e árabes anunciaram planos para um corredor visionário que se estenderá ao longo da península arábica e de Israel. Enlaçará a Índia e a Europa mediante conexões marítimas, ferroviárias, gasodutos energéticos e cabos de fibra ótica”, reiterou Netanyahu naquele momento. Este projeto, impulsionado por membros do G20, propõe estabelecer rotas terrestres que conectem os países produtores de energia e os mercados europeus. Suas implicações são profundas, não só em termos de comércio e economia como também para a geopolítica energética da região.

Do ponto de vista econômico, o IMEC promete reduzir os custos de transporte e os tempos de entrega entre a Índia e a Europa, o que é especialmente atraente para a mobilidade de produtos de alta demanda como maquinaria, tecnologia, têxteis e, mais crucial, hidrocarbonetos. Além disso, teoricamente proporcionará mais segurança por ser uma alternativa em meio às ameaças de interrupções derivadas de tensões no Golfo Pérsico ou no Estreito de Ormuz.

Da ótica geopolítica, o mencionado corredor conta com o apoio dos Estados Unidos, que busca confrontar a influência da China nos projetos de infraestrutura global, como a Iniciativa do Cinturão e Rota, com o Corredor Internacional de Transporte Norte-Sul (INSTC), o qual aparece como uma alternativa ao tradicional canal de Suez.

Apesar dos benefícios que expõem as partes interessadas, é provável que o IMEC não consiga materializar-se como um projeto comercial sólido porque, precisamente, compete com os megaprojetos de integração comercial liderados pela China. Estes contam com contratos substanciais no desenvolvimento de infraestrutura ferroviária na Arábia Saudita, além de uma concessão de 35 anos para a gestão de um terminal de contêineres no porto de Khalifa, o que deixa pouca margem para a intervenção do IMEC neste ecossistema comercial.

E ainda não existe uma rota de intercâmbio na região que supere as vantagens do canal de Suez para o mercado do Mediterrâneo porque, em termos de eficiência, os tempos de envio pelo IMEC se estenderiam até a um mês por rotas multimodais, enquanto, utilizando o referido canal, o mesmo trajeto comercial poderia ser realizado em poucas semanas.

As vastas jazidas de hidrocarbonetos e o corredor IMEC são elementos-chave nos interesses de Netanyahu sobre a Palestina. A escalada de agressão aponta para um conflito prolongado que definirá o controle de recursos vitais e das futuras rotas de comércio global.

Israel, como posto estratégico do avanço dos Estados Unidos na Ásia Ocidental, transformou o genocídio na Palestina em uma ferramenta para controlar, também, recursos energéticos de grande importância nesta região.

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O grupo xiita Hezbollah fez um novo ataque com mísseis contra o território de Israel, neste domingo (20/10), no qual atingiu uma base militar localizada na região de Safed, no norte do país.

De acordo com as autoridades israelenses, cerca de 70 mísseis lançados do Líbano foram interceptados pelo sistema antiaéreo do país. Porém, mais de 100 projéteis foram acionados pelo grupo xiita libanês, que assegura ter atingido o alvo com alguns deles.

O comunicado com o qual o Hezbollah assumiu a autoria do ataque afirma que ele foi planejado como um “ato em defesa do Líbano”, devido ao fato de que o país vem sendo alvo de diversos bombardeios israelenses contra cidades e setores residenciais, em ações que têm provocado grande quantidade de mortes civis.

O Hezbollah anunciou na quinta-feira (17/10) que iniciou uma nova “fase de escalada” na guerra contra Israel, e prometeu revelar os detalhes das futuras operações nos próximos dias. O grupo xiita indicou que suas novas operações contra Tel Aviv passarão a utilizar mísseis teleguiados de alta precisão.

Neste sábado (19/10), caças israelenses realizaram dois massivos ataques aéreos ao bairro residencial Haret Hreik, subúrbio localizado ao sul de Beirute, capital do Líbano.

As Forças Armadas de Israel (IDF, por sua sigla em inglês) asseguram ter enviado alertas de evacuação minutos antes do ataque.

A operação israelense aconteceu horas depois da explosão de um drone nas proximidades da casa do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, na cidade de Casareia, na região central do país.

Segundo as autoridades israelenses, o drone foi lançado do Líbano, em plano executado pelo grupo xiita Hezbollah.

Com informações da Al Jazeera.

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