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Essa é para quem jogou no click jogos durante a infância que nem eu.

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submitted 2 weeks ago by Samdell to c/jogos
 
 

https://www.controlesvoadores.com.br/post/dos-joguinhos-brasileiros-na-gamescom-latam-2025

Texto da matéria reproduzido abaixo

Entre preços absurdos e ataques de bots, deu pra reconhecer o que importa: os jogos e devs brasileiros

A gamescom latam aconteceu de 1 a 4 de maio de Maio de 2026 no Distrito Anhembi em São Paulo. Em sua segunda edição, o evento recebeu mais de 130 mil visitantes, dentre os quais, alguns dos colunistas desse coletivo.

E a primeira coisa que gostaria de destacar são as ausências nesse registro fotográfico. Primeiro do nosso querido colunista Victor de Paiva - que à essa altura provavelmente localizava-se no estande da Garoa Studios que estava simplesmente bombando com o incrível RitMania. Não tiramos uma foto juntos por razões de "Estávamos muito empolgados conversando sobre engenharia naval" .

Outra colunista que marcou presença, mas infelizmente não consegui encontrar pessoalmente foi a Lívia Scienza , que estava fazendo um trabalho essencial de registrar o evento através do viés de questão da acessibilidade e inclusão PcD. Caso não tenham lido ainda, podem conferir o texto aqui.

Mas indo para aqueles que são o nosso foco principal: os joguinhos brasileiros gostosos demais, estivemos presentes no Panorama BR para conferir o que os devs tinham para nos mostrar. E aqui ficam dois adendos importantes:

  1. Devido a natureza do evento (um evento lotado, cheio de luzes, sons, estímulos e distrações diversas), é humanamente impossível cobrir todos os jogos, então o que fazemos é tentar jogar o máximo possível deles. O que segue abaixo é uma lista daquilo que eu consegui ver de legal no Panorama Brasil.

  2. Sim, levou uma semana para conseguir organizar as ideias e fazer essa lista, mas é isso, o Controles funciona no tempinho dele. Além do mais, foi uma semana movimentada e com conversas importantes para entender o que foi esse evento. Recomendo fortemente a leitura do editoria da Voxel: " Pagando para trabalhar: Devs brasileiros relatam descaso, problemas e insegurança na Gamescom Latam".

Agora, sem mais delongas, vamos para os joguinhos!

Firefighter Gaiden (Top Down Games - PUCPR)

Começando pelo jogo Firefighter Gaiden desenvolvido pelo estúdio Top Down Games , temos aqui um divertido jogo de ação com um estilo 3D Low poly muito bonito. No jogo, você assume o controle de um bombeiro que precisa controlar um incêndio dentro de uma universidade, encontrando o caminha correto enquanto combate objetos que ganharam vida por conta das chamas. O jogador usa a mangueira e o machado de diferentes formas para progredir no jogo.

Tape Us Out (Digital Graveyard Studio)

Tape us Out, criado pelo Digital Graveyard Studio é um interessante jogo cooperativo-online onde os jogadores são "sugados" para dentro de uma fita VHS e tem que desvendar quebra-cabeças em cenários misteriosos. O jogo trás uma cooperação assimétrica, onde um dos jogadores movimenta itens no cenário enquanto o outro tenta decifrar os símbolos na tela.

Para realizar tais tarefas, é necessários que os jogadores se comuniquem enquanto jogam. Durante a mostra, os próprios desenvolvedores jogavam com os visitantes, cada um em um monitor. Essa foi uma das melhores experiências que tive no evento.

Outra grande experiência, foi insistir tanto para poder comprar a decoração do stand que consistia em várias fitas VHS lindíssimas que os devs me presentearam com esse brinde exclusivo totalmente noventista das ideias:

Soulchain (Moraguma)

Soulchain é um jogo de plataforma no estilo metroidvania. Nele você percorre níveis cheios de quebra-cabeças que devem ser superados utilizando um gancho o que trás um elemento de precisão no estilo Dandara. O destaque fica para a lindíssima pixel art e a trilha sonora que trazem um mood meio Celeste para o jogo.

Estúdio: Moraguma

Sunny Trails (Plot Kids)

Um RPG casual com um estilo visual bastante único, Sunny Trails chama atenção por misturar elementos típicos da cultura Japonesa com cenários e elementos que remetem à cultura brasileira, mais precisamente de Florianópolis, como me explicaram os desenvolvedores do estúdio Plot Kids. O jogo tem a intenção de ser um ponto de partida para novos jogadores no gênero, de RPG, sendo uma experiência muito relaxante, mas a arte, música e narrativa criam uma experiência agradável para todos os públicos.

O jogo possui uma Demo gratuita disponível para download em sua página na Steam.

Party Demon (Barely Alive)

Party Demon (do estúdio Barely Alive) é um Tower Defense com elementos de Deck Builder onde os jogadores assumem a defesa do castelo da demoníaca Lady Veridiana, que está comemorando seu aniversário de 2000 anos. Para impedir que os humanos invadam a festa, seu dever é combinar os power ups e armadilhas das cartas e posiciona-los no tabuleiro a fim de desviar o trajeto dos intruso.

Save My Human

Um gênero muito popular nos mangás é o "Isekai" , histórias onde os protagonistas, geralmente crianças são transportados para um mundo estranho onde os monstros fazem as leis (quem pegou, pegou ^^). Mas em Save My Human, o Curis Studio inverteu a lógica, uma vez que são os bichinhos de estimação que são transportados para dentro do vídeo game para salvar seus humanos em um RPG de ação com elementos de Hack´n´Slash .

Chess of Mana

Primeiro título do estúdio Monk Monkey, formado por integrantes da Fogo Games que está por trás do jogo Ghetto Zombies, Ches of Mana trás uma nova roupagem para o clássico mais clássico que os clássicos jogo de Xadrez. Mantendo a jogabilidade do tabuleiro, o jogo trás novos elementos como ataques de magia, mana e combate corpo a corpo, num épico duelo entre criaturas fantásticas.

After the End (Red Frog Games)

Em After the End você assume o papel de uma sobrevivente em um apocalipse zumbi. É preciso gerenciar recursos e adentrar construções de forma furtiva tomando cuidado para não sofrer ataques dos zumbis. O jogo me remeteu a jogabilidade de Final Station mas com sua própria identidade, trazendo cenários bem trabalhados com diversos elementos típicos do Brasil.

O jogo do estúdio Red Frog Games conta com uma Demo gratuita em sua página na Steam.

Au Revoir (Invisible Studios)

Em mais um jogo que tem alunos da PUC-PR entre seus desenvolvedores, Au Revoir é uma aventura point and click rico em narrativa situada em um mundo Cyber Punk/Neon Noir . No jogo você deve caminhar por cenários da cidade que tráz um visual vibrante de luzes e neons, coletar itens e solucionar quebra-cabeças.

Fica aqui o registro da gentileza do colega Bruno Campagnolo , coordenador do curso de Jogos Digitais da PUC-PR em me receber no stand onde pudemos conversar sobre assuntos relacionados ao cenário dos jogos nacionais e educação, além de me apresentar a equipe do Invisible Studios.

O jogo também possui uma Demo gratuita em sua página na Steam.

Ivayami - Berço da Névoa (Hestios Studios)

Ivayami é um jogo de terror e exploração criado pelo Hestios Studio s, onde uma jovem, após sofrem um acidente junto a um grupo de amigos deve explorar uma mistoriosa cidade coberta por uma densa névoa. O jogo é ambientado no distrito de Santo André, a vila de Paranapiacaba, o que, como cidadão radicado à décadas em Santo André me chamou muito a atenção, qualquer um que tenha feito uma excursão, passeio de trem ou trilha na Mata na vila, sabe que Paranapiacaba não está para bincadeira no quesito neblina!

O jogo apresenta um visual muito bonito em 3D low poly com texturas dinâmicas, trazendo uma estética bem única. a jogabilidade remete aos jogos de Playstation, mas com uma roupagem moderna.

Existe uma versão DEMO gratuita do jogo no Itch.io.

Neve (Ritus Studio)

Do Ritus Studio, da nossa querida colunista Michelle Santos (sim, somos clubistas! Inclusive, escute o episódio do Controles sobre o jogo aqui), Neve é um jogo de ficção interativa não linear em que os jogadores são colocados no papel da capitã Jasmina que tem a missão de guiar a tripulação de uma nave (que sofreu uma queda) em uma missão de reconhecimento num ambiente inóspito. Cada decisão da capitã terá efeitos sobre a narrativa e é necessário gerenciar recursos como oxigênio e monitorar a saúde de sua eqipe.

Neve é um prato cheio para os amantes da Ficção cientifica (se você gosta do universo da franquia Alien, apenas jogue) e uma história muito envolvente com visuais surpreendentemente imersivos, trazendo elementos dos jogos de aventura de texto que fizeram muito sucesso nos computadores dos anos 90 e acrescentando elementos modernos à jogabilidade. O áudio e a ambientação conseguem criar um clima de tensão que vai te transportar para a claustrafóbica cabine criogênica da capitã Jasmina.

Neve também possui uma versão DEMO em sua página na Steam.

lunr.rdio.taxi (Soín Coletivo)

Um título que vem chamando muita atenção e ganhando destaque na mídia (eu diria até que dispensa apresentações) é lunr.rdio.taxi criado pela talentosíssima desenvolvedora talb.one no Soin Coletivo, um coletivo independente de produções culturais que tem uma equipe de pessoas neurodiversas e LGBTQIA+.

O jogo é uma corrida e ritmo situado em um cenário colorido e vibrante que me remete aos players de media dos anos 2000. Ao começar o jogador escolhe um um dos três veículos futuristas disponíveis (no melhor estilo F-Zero), cada um acompanhado por um personagem cheio de estilo que me lembraram um pouco do clássico Jet Set Radio .

O toque todo especial de lunr.radio.taxi vem com a trilha sonora recheada de pancadão e soundsystem com participação de vários DJ´s brasileiro.

Shard Squad (The Root Studios)

Shard Squad é um divertido roguelite de ação que guarda suas semelhanças com Vampire Survivors mas que entrega as suas próprias características. Com diferententes criaturas e mapas para escolher no lobby do jogo os jogadores precisam coletar itens e derrotar hordas de inimigos para fortalecer e desbloquear os diversos personagens.

O jogo do The Root Studios é uma experiência muito agradável, entrega o que promete, conta com uma trilha sonora excelente e a pixel art do artista Richard Novak é impecável.

Existe uma versão DEMO gratuita do jogo em sua página na Steam.

Onikura (Too Dark Studios)

Pra finalizar essa lista, mais um jogo com a Pixel art de tirar o fôlego: Onikura.

O jogo do Too Dark Studios é ambientado no Japão feudal, trata-se de um Boss-rush onde o jogador deve enfrentar chefões em sequência enquanto evolui e personaliza seu personagem, tornando a jogabilidade muito dinâmica e a experiência diversa. Além da Pixel Art, a trilha sonora do talentoso Bia Almeida com motivos e instrumentos de música japonesa também impressiona.

Onikura tem uma DEMO gratuita disponível em sua página na Steam.

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https://www.tecmundo.com.br/voxel/501335-pagando-para-trabalhar-devs-brasileiros-relatam-descaso-problemas-e-inseguranca-na-gamescom-latam.htm

Texto do Artigo Copiado Aqui

“Cansativo e doloroso”. Foi assim que um dos desenvolvedores que participou da Gamescom Latam definiu seu trabalho expondo um dos jogos que concorreram ao BIG Festival. “Desorganização total”, comentou outro participante do Panorama Brasil, voltado para games indies, em entrevista ao Voxel.

Apesar de ter se consolidado como um dos maiores eventos de jogos do Brasil, a Gamescom Latam virou alvo de críticas de desenvolvedores e funcionários que participaram da feira. Os relatos obtidos pelo Voxel envolvem problemas de organização, falta de equipamentos, alimentação cara, insegurança e ausência de apoio para estúdios brasileiros independentes.

https://youtu.be/5fWzrQada30

Gerenciada pelo grupo Omelete, a Gamescom Latam absorveu o BIG Festival, que era conhecido por dar luz e servir como plataforma de contato para desenvolvedores brasileiros. No entanto, a ala voltada para jogos independentes da nova feira virou um grande alvo de reclamações. Enquanto centenas de pessoas se divertiam jogando, a feira escondia um lado obscuro, com pessoas trabalhando de graça por divulgação de seus projetos com restrições de equipamento e, em alguns casos, ficando em pé por horas.

O Voxel buscou desenvolvedores que estiveram na Gamescom Latam e conversou até mesmo com funcionários que trabalharam na feira para entender o caso. Enquanto o ideal é sempre garantir transparência com as nossas fontes, optamos por oferecer anonimato a quem não estava confortável em falar publicamente sobre o assunto para evitar possíveis retaliações na indústria.

Falta de incentivo para desenvolvedores

Os problemas da Gamescom Latam começaram a repercutir com uma publicação no Bluesky realizada pelo desenvolvedor “Falme”, que contou sua experiência como expositor em um dos estantes. A publicação foi compartilhada e recebeu relatos de outras pessoas que tiveram contato com estúdios independentes na edição deste ano, principalmente na parte do Panorama Brasil.

Um dos pontos mais polêmicos envolve o fato de que a Gamescom Latam não fornece incentivo financeiro para os desenvolvedores participarem da feira. Enquanto alguns expositores pagam para apresentar seus jogos no local e outros participam gratuitamente, seja por edital ou seleção, nenhuma ajuda de custo é fornecida pelo evento de maneira oficial. Transporte, alimentação e hospedagem: tudo é custeado pelos próprios estúdios independentes.

A Gamescom Latam 2025 permitia que desenvolvedores apresentassem seus games ao público dentro de estandes de marcas e instituições, como Xbox, e também nos espaços próprios organizados pela feira, que inclui o Panorama Brasil. Enquanto os jogos fazem parte das atrações da feira e servem como entretenimento para a audiência do local, o evento costuma pagar os desenvolvedores apenas com “divulgação e visibilidade”.

Os relatos obtidos pelo Voxel apontam que desenvolvedores não tiveram problemas ao apresentar jogos dentro dos estandes de grandes marcas, que ofereciam estrutura adequada para trabalho. Por outro lado, a área voltada para clientes e o Panorama Brasil se tornaram alvo de críticas.

Um dos casos que repercutiu online é de um estúdio que teria pago R$ 10 mil para ter espaço no evento, mas teve problemas com a organização. Segundo averiguado pelo Voxel, ao invés de receber todo o material estipulado em contrato, o estúdio recebeu apenas uma cadeira para a equipe, e só conseguiu obter um item extra após um longo debate com os organizadores envolvendo obrigações contratuais.

“Pagando para trabalhar”

Falme, que denunciou o caso no Bluesky, disse que foi ao evento a convite da Cult SP e trabalhou por cinco dias no estande, mas sem receber qualquer auxílio financeiro direto da feira. “A única coisa que saiu gratuito foram os ingressos mesmo, para os 5 dias, e isso foi pelo motivo de termos ganho um Edital”, explicou o desenvolvedor.

Victor de Paiva, fundador e produtor executivo da Garoa, também comentou sobre o assunto com o Voxel. Após seis participações no BIG e Gamescom, ele disse que até existem formas de conseguir ajuda financeira. No entanto, esse incentivo não é divulgado e “o valor é baixo.”

A falta de incentivo também vai além dos estandes de exposição, afetando até mesmo as palestras do evento. A desenvolvedora Tiani Pixel, que trabalhou em Unsighted e está criando Abyss x Zero, foi convidada para participar da feira, mas a Gamescom Latam não iria fornecer nem mesmo o Uber para ela chegar até o local.

“Nos foi recusado qualquer tipo de cachê, ajuda com transporte, e até ingresso para acompanhante que precisávamos”, contou a desenvolvedora ao Voxel. “Basicamente teríamos que pagar para trabalhar, e recusamos.”

Paranorama Brasil tinha poucas cadeiras e restrições

Além da falta de incentivo para desenvolvedores, a área do Panorama Brasil, que tinha jogos brasileiros em exposição, foi o principal alvo de críticas dos participantes. Com mais de 800 jogos inscritos, o local recebeu cerca de 40 games na feira, com um estande seguindo certos padrões e restrições.

O local contava com duas cadeiras para cada estúdio, limitação de tomadas e uma obrigação: em nenhum momento o estande poderia ficar vazio, o que poderia resultar em multa. A situação gerou incômodo, principalmente, para desenvolvedores solo, que precisavam de alguém para ficar no local para deixar o estande para alimentação e até necessidades básicas.

Em grupos maiores, os desenvolvedores faziam um revezamento de cadeiras. “Chegou um momento onde o cansaço de um dos integrantes de um grupo indie bateu e nos vimos sentados no chão, pelo cansaço de estar de pé por muito tempo”, contou uma das fontes que conversou com o Voxel.

De acordo com as fontes consultadas, nenhuma multa teria sido aplicada por estandes terem ficado vazios. No entanto, funcionários da feira passavam pelos locais e “patrulhavam” os desenvolvedores, fazendo anotações e monitorando o comportamento dos integrantes dos estúdios.

O Voxel teve acesso a um documento de diretrizes da Gamescom Latam para expositores, que, de fato, possui uma regra envolvendo a presença obrigatória de pelo menos um desenvolvedor em cada estande. O valor da multa, no entanto, não é revelado no documento.

“Deverá sempre haver pelo menos um representante do jogo selecionado no balcão que será disponibilizado durante todo o período do evento, com o jogo selecionado funcionando”, diz a documentação. “O não cumprimento desta regra pode gerar multa e penalidade para o expositor.”

“Se um dos membros da equipe pretende participar das reuniões de negócios, organize-se para que outros membros estejam no estande do jogo. Em outras palavras, o ESTANDE NÃO PODE FICAR VAZIO”, completa a diretriz.

‘Cansativo e doloroso’: Indicados ao prêmio BIG não tinham cadeiras

Os jogos indicados ao BIG Festival, que foram consagrados como os melhores da feira, também não receberam um tratamento especial na Gamescom Latam. Diferente do Panorama Brasil, o espaço para esses games nem sequer tinha um estande, apenas uma máquina para o público jogar.

Enquanto os desenvolvedores não precisavam levar equipamentos para ter o jogo exposto, a falta de estrutura dificultava a relação dos criadores com o público e empresas na feira — algo essencial do ponto de vista dos negócios. “Nós basicamente ficamos em pé durante muitas horas ao lado do jogo na área de finalistas, onde ele estava exposto durante os 5 dias do evento”, contou um dos participantes do espaço dos finalistas do BIG.

“Não tivemos qualquer assento e não podíamos sentar no chão ao lado do jogo. Mesmo sem um estande específico para o jogo, a equipe do evento nos pediu para ficar ao lado do jogo sempre que possível, embora não fosse uma obrigatoriedade como é para os devs do Panorama”, contou o desenvolvedor, que já trabalha na indústria há 10 anos.

“Foi super cansativo e doloroso”, completou a fonte do Voxel, que também criticou o tratamento da Gamescom Latam com os jogos brasileiros em sua premiação. “O evento também passa uma imagem muito ruim dos devs brasileiros com algumas comunicações, como por exemplo o fato de nenhum jogo brasileiro participar das categorias Melhor Jogo Latam e Melhor Jogo. Não há uma comunicação do evento conosco ou com o público sobre os critérios de escolha dos jogos, e nem de se há alguma separação.”

Em comunicado enviado ao Voxel, a Gamescom Latam disse que o formato do BIG Festival é o mesmo desde 2012 e não exige presença dos desenvolvedores no local. “A presença dos selecionados é gratuita e não exige presença física no evento. Caso os estúdios do jogos selecionados optem por comparecer, recebem credencial B2B e até 2 cortesias de público. A gamescom latam fornece ainda toda a estrutura necessária: bancada, internet, equipamentos, montagem e desmontagem da estação, além de suporte ao público para testar os jogos.”

DLC de segurança? Locker pago foi oferecido para guardar equipamentos

Além do número reduzido de cadeiras, outras limitações impactaram diretamente os desenvolvedores. A feira cobrava aluguel de equipamentos básicos como TVs e extensões, o que, aliado ao limite de tomadas, poderia dificultar a montagem de estrutura para alguns expositores. Quem precisava deixar os equipamentos no local de um dia para o outro também enfrentava custos extras: o aluguel de um locker para pernoite poderia custar em torno de R$ 200.

Cada totem do Panorama Brasil também contava com um espaço para guardar pertences, mas um dos desenvolvedores reclamou que a solução disponível gratuitamente tinha pouco espaço e não podia ser trancada. “Claro que deixar o balcão aberto foi uma decisão a incentivar a aquisição de lockers, mas nem mesmo se eu houvesse adquirido um destes eu conseguiria guardar meu monitor, já que os espaços eram minúsculos”, disse a fonte.

Um dos participantes da feira também relatou ao Voxel que teve um objeto roubado dentro do evento por causa da falta de opções gratuitas para guardar itens. “Os desenvolvedores prestaram mais acolhimento oferecendo seus próprios lockers pra ajudar com a segurança de objetos, do que o próprio evento, onde eu não pude manter nem mesmo um item sem valor em segurança, e que foi roubado.”

Segundo o material de expositores da Gamescom Latam, apesar de o pavilhão ter segurança 24 horas, o evento não tomou responsabilidade por quaisquer pertences que ficassem no local. “Oferecemos segurança do pavilhão 24h por dia durante todos os dias de realização do evento. Entretanto, não nos responsabilizamos pelos equipamentos ou pertences pessoais deixados sem acompanhamento dos representantes dos estúdios”, diz o material oficial.

Alimentação cara também rendeu polêmica

A alimentação também foi um problema recorrente entre os participantes da feira. Com os preços elevados da praça de alimentação da Gamescom Latam e a rotina intensa de exposição, alguns devs não conseguiam tempo para se alimentar com calma e acabavam recorrendo a pedidos via iFood ou fast food.

Os preços do buffet disponível na Gamescom Latam ultrapassavam os R$ 100, de acordo com as fontes que conversaram com o Voxel, e o evento não oferecia vouchers para desenvolvedores, apenas funcionários. “Permitir o aumento abusivo dos preços ultrapassou os limites do imaginável. R$ 50 por 300 gramas de macarrão é o cúmulo”, disse um dos participantes do evento.

Para quem estava nos totens de finalistas do BIG Festival, havia ainda mais uma restrição: não era permitido comer no local. Um dos desenvolvedores também relatou que as máquinas dessa seção não eram acessíveis para PCD e eventualmente apresentavam problemas. “Desorganização total”, concluiu uma das fontes que falou com o Voxel.

Funcionários também relataram desorganização e sobrecarga

Os problemas da feira não afetaram apenas os desenvolvedores. O Voxel também conversou com funcionários da Gamescom Latam, que pediram anonimato para não sofrerem uma potencial retaliação. Os trabalhadores relataram desorganização interna, cortes de custos e sobrecarga de trabalho em alguns setores.

Segundo as fontes, alguns contratados da Gamescom Latam 2025 receberam menos do que na edição do ano passado, mas precisaram cobrir mais horas de trabalho. A equipe disponível no evento também teria sido reduzida, de acordo com os relatos, com algumas pessoas “coringa” desempenhando diferentes papéis na feira.

Além da sobrecarga, um dos funcionários comentou sobre a situação dos profissionais de serviço, como segurança e limpeza. “Eles recebiam menos que a gente para ficar 12 horas em pé”, disse uma das fontes.

Outro ponto mencionado foi o despreparo de parte da equipe terceirizada. Um caso relatado envolveu um desenvolvedor que deixou adesivos do jogo empilhados em seu balcão para distribuição gratuita. Os brindes foram jogados fora pela produção do evento, que interpretou de forma equivocada a regra de “não colar adesivos” como uma proibição total do item. “Foi um constrangimento, e um sinal claro de que falta comunicação e preparo para lidar com o público indie”, avaliou uma das fontes que conversou com o Voxel.

Pura ganância: o preço de participar da Gamescom Latam

Enquanto os jogos servem como atração para visitantes, os desenvolvedores acabam sofrendo com restrições e responsabilidades de funcionários da feira, mas sem receber remuneração ou incentivos. O preço a pagar por essa “divulgação” pesa no bolso e, no fim das contas, pode nem fazer sentido financeiramente, explica uma das fontes do Voxel.

“Mesmo os estandes que conseguiram vender chaves dos jogos, a conta simplesmente não fecha. Enquanto isso, basta observar o valor dos ingressos para os visitantes para entender o quanto desse valor gerado não passa nem perto dos desenvolvedores. Não estamos nem pedindo participação nos lucros - apenas o mínimo de suporte para que consigamos fazer nosso trabalho com qualidade e dignidade”, explicou.

Já outro criador que participou da feira relembrou o tempo do BIG Festival e como o evento mudou. “O BIG tinha seus problemas, claro, mas por ser um evento pequeno, gratuito, bem localizado e com seus incentivos que eram possíveis de fazer, eles faziam. Não é o caso da Gamescom, o evento claramente tem porte, incentivo de grandes empresas e dinheiro para que isso não fosse um problema.”

“Creio que é por pura ganância capitalista/consumista, como se fosse um favor nos deixar trabalhar de graça, 12 horas por 5 dias, e se saíssemos do estande, levamos multa. Me parece um plano para ferrar o indie. Pagamos com tempo, suor e sangue, ou pagamos com dinheiro”, completou a fonte.

Por que a Gamescom não oferece incentivo para desenvolvedores?

As críticas apontam para uma prática sistemática na indústria: explorar o sonho de fazer jogos como desculpa para precarizar o trabalho criativo. Enquanto o evento possui entrada de dinheiro, desenvolvedores apontam que a situação precisa mudar, pois feiras de porte menor já oferece apoio aos indies.

“Acho que a parte mais importante de frisar, que o público não costuma ter noção, é de que praticamente todos os outros eventos fornecem ajuda de custo, cachê e etc”, ressalta Tiani Pixel. “Mesmo eventos pequenos como os que acontecem em Faculdades, ou eventos com entrada gratuita como o Jogatório e o New Game+.”

“A explicação para a Gamescom não pagar, não é a falta de dinheiro (como muitos acreditam), eles não fazem por princípio. Porque sabem que se pagarem 1 real para qualquer dev, a lógica se inverte e (corretamente) eles admitiriam que estamos prestando um serviço para eles”, diz a desenvolvedora de Unsighted. “Como eles querem se eximir de qualquer responsabilidade nesse sentido, eles se recusam a pagar qualquer coisa, não importa o quão valorizado seja o dev ou o jogo que eles convidam para o evento. Fica tudo na base da visibilidade, e todo mundo trabalhando "voluntariamente" (ou as vezes pagando para estar lá) como se eles é quem estivessem fazendo um favor para nós.”

Para o dev Victor de Paiva, a Gamescom Latam está passando por uma mudança que pode afastar o antigo BIG cada vez mais dos desenvolvedores independentes. “A motivação por trás do ‘shift’ gradual para um evento mais ‘comercial’, além da aquisição recente por grupos especializados neste tipo de evento, é, ao meu ver, uma ênfase em tentar capitalizar e dar mais retorno para os investidores - nenhuma novidade nesse sentido.”

“A presença de mais estandes de marcas não-endêmicas, com ativações, sorteios, brindes, convites para influencers, demonstra onde realmente o evento quer chegar”, explica o criador de RitMania. “Isso faz com que os desenvolvedores independentes, que já foram o cerne do festival, fiquem deixados de lado, muito possivelmente "só" mantidos para não gerar um mal-estar com a comunidade.”

Apesar dos problemas, Paiva também reconhece que o evento aprimorou a visibilidade do Panorama, que já teve uma configuração pior, lembrando do “cotovelo indie” presente na edição de 2022 do BIG Festival. “O shift para Gamescom Latam, em 2024 e 2025, pelo menos estruturou melhor o Panorama, e a nova distribuição dos finalistas também. Ao meu ver, deu mais destaque para estes jogos — ainda que continuassem lutando em uma batalha sem perspectiva de vitória com os estandes milionários de grandes players.”

Como mudar esse cenário?

Um desenvolvedor que falou anonimamente com o Voxel disse que esse tipo de comportamento é comum na indústria e é conhecido como “taxa sonho”. “Trabalhar com o que você sonha tem um custo do abuso que você vai sofrer, e isso é bem claro para todo mundo que tá aqui”, disse o game designer, que já tem 15 anos de experiência na área. “De nada adianta evitar eventos ou boicotar, porque são ações individuais. A resposta tem que ser coletiva. Para novos desenvolvedores, eu não tenho o que dizer a não ser boa sorte”, completou a fonte.

Criadora de Abyss x Zero, a desenvolvedora Tiani Pixel aponta que a Gamescom Latam deveria valorizar quem participa da feira, seja em estandes ou palestras. “O meu feedback é que eles deveriam tratar os desenvolvedores que vão expor e palestrar como trabalhadores. Pagar pelo tempo que estão ali criando atrações para o evento. Eles não estão fazendo um favor para nós, somos nós que criamos as atrações que são mostradas no evento.”

“Infelizmente, sabemos que esse tipo de boa vontade dificilmente virá dessas empresas, visto que o método de "tem quem queira trabalhar de graça" é comum em eventos milionários. Logo, urge a necessidade de uma regulamentação para proibir esse tipo de prática que gera todo tipo de abuso trabalhista, comenta Tiani Pixel. “Se eventos pequenos, que não cobram ingresso, que as vezes são feitos por faculdade, conseguem pagar palestrantes e devs, a Gamescom tem plena capacidade de pagar também.”

Victor de Paiva, que participou da feira com o jogo Ritmania, aponta que o melhor caminho é o evento ouvir os feedbacks dos desenvolvedores. “Acredito na organização da Gamescom, e acredito na organização do BIG Festival - que nasceu com o coração nos independentes - e peço que ouçam e analisem com carinho este pleito. Um ecossistema forte e integrado é o que queremos, não ruptura. No fim do dia, todos nós queremos divertir e entreter nossos jogadores, e todos nós somos fãs de videogames.”

Abragames está ciente da situação

Rodrigo Terra, presidente da Abragames (Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Digitais Eletrônicos), comentou sobre as reclamações de desenvolvedores e a Gamescom Latam. Falando ao Voxel, o porta-voz disse que a instituição está aberta para mediar a situação em busca de melhores condições para futuras edições do evento.

“Estamos à disposição para receber as considerações dos estúdios que participaram da feira e mesmo quem não participou, por quaisquer que sejam os motivos, para, a partir disso, estabelecermos o diálogo necessário com os responsáveis pela organização, com o objetivo de buscarmos melhorias para as próximas edições. A gamescom latam é um evento entre vários que acontecem pelo país e tratamos as demandas de forma igual, não importa quais sejam.”

A instituição também disse que está trabalhando em maneiras de aprimorar a coleta de feedbacks de eventos. “A Abragames trabalha continuamente na articulação de melhores condições de participação para os estúdios brasileiros, seja por meio de diálogo com organizadores de eventos, seja pela negociação de apoios e incentivos com entes públicos”, disse Terra, em comunicado ao Voxel.

“No entanto, nossa atuação depende da escuta ativa dos associados e da comunidade, da formalização de demandas específicas e da participação da comunidade desenvolvedora em soluções que integrem cada vez mais os elos”, explica Rodrigo Terra. “Estamos, inclusive, estruturando canais mais sistemáticos de coleta de feedbacks pós-evento, o que nos permitirá identificar com mais precisão os principais desafios enfrentados pelos estúdios e atuar com mais eficiência na construção de soluções conjuntas.”

Posicionamento da Gamescom Latam

Em comunicado enviado ao Voxel, a Gamescom Latam detalhou a configuração dos estantes da feira e a participação de desenvolvedores independentes. A organização também disse que tem “orgulho de apoiar e fomentar o mercado local de desenvolvimento de jogos” e que está “aberta ao diálogo” com a comunidade gamer.

Confira o posicionamento completo da Gamescom Latam sobre o assunto enviado ao Voxel

A gamescom latam é uma grande conquista para os desenvolvedores de jogos do Brasil e da América Latina. Agora incorporado à edição latina do maior evento de games do mundo, o BIG Festival, que nasceu com o propósito de promover e dar visibilidade a jogos indies, ganha ainda mais notoriedade internacional e aumenta a exposição de projetos de desenvolvedores independentes. O mesmo também acontece com jogos do Panorama Brasil, que visa valorizar produções nacionais.

O formato de participação do BIG Festival se mantém o mesmo desde sua concepção em 2012: a presença dos selecionados é gratuita e não exige presença física no evento. Caso os estúdios do jogos selecionados optem por comparecer, recebem credencial B2B e até 2 cortesias de público. A gamescom latam fornece ainda toda a estrutura necessária: bancada, internet, equipamentos, montagem e desmontagem da estação, além de suporte ao público para testar os jogos.

A participação dos convidados ao Panorama Brasil é gratuita e voluntária, porém exige presença física obrigatória no evento. Todos os selecionados recebem previamente o manual do expositor, que detalha as regras de participação e exige que o espaço não fique vazio. Para garantir isso, cada estúdio participante recebe até 4 credenciais de expositor, permitindo formar uma equipe para manter o funcionamento adequado do espaço e da área como um todo. A gamescom latam também disponibiliza a estrutura, incluindo banquetas, eletricidade e internet, enquanto os participantes são responsáveis pelos equipamentos, montagem e desmontagem do espaço.

O evento conta ainda com a Indie Area, um espaço dedicado a jogos indie, mas com um formato diferente: nessa área, os espaços são comercializados, e os participantes se tornam clientes, seguindo as regras gerais dos expositores do evento.

Além disso, há a possibilidade de desenvolvedores indie participarem do evento por meio de um expositor oficial. Nesses casos, a organização do espaço é feita pela marca expositora, não pela gamescom latam, sendo ela responsável por fornecer manual de boas práticas aos expositores.

Temos orgulho de apoiar e fomentar o mercado local de desenvolvimento de jogos e reafirmamos que estamos sempre abertos ao diálogo com todas as comunidades gamers, inclusive a de desenvolvedores indie, buscando melhorias contínuas para proporcionar uma experiência cada vez mais enriquecedora para a indústria e para o público. Nossa transparência na comunicação reforça o compromisso em criar um evento memorável para todos.

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Decidi divulgar semanalmente os jogos grátis disponibilizados pela epic em uma postagem. São eles:

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submitted 3 weeks ago by abobla@lemm.ee to c/jogos
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submitted 3 weeks ago* (last edited 3 weeks ago) by abobla@lemm.ee to c/jogos
 
 

Me parece um jogo mais caro, e a janela de tempo está menor do que geralmente é na Epic

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Sem contar a constante propaganda dos jogos AAA que nem alcançam a qualidade dos jogos indie. Na Twitch e nas Redes Sociais, todo mundo jogando os mesmos jogos, sem dúvidas com diversos acordos entre streamers e a indústria. Não é orgânico mais, sem contar que os jogos das grandes empresas são todos a mesma roupagem e o mesmo estilo de jogo - o que mostra o dinheiro corrompendo a cultura - no mesmo estilo do que acontece no cinema. A popularidade dos jogos substitui sua qualidade. É como se todos os jogos tivessem se tornado os jogos de filme do final dos anos 2000.

É só ver que Baldur's Gate III é o que temos de mais louvável nos últimos anos e nem de perto compete com os jogos antigos. Estamos em uma transição para um serviço terceiro como o Xbox Pass pra todos os jogos. Não tenho dúvidas de que tem jogos do Xbox Pass que se salvam, mas não podemos depender disso senão vira um Netflix - algumas coisas interessantes no começo mas depois tudo podre.

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