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O exílio é um fator constante na história humana. Mas, longe de ser algo natural, foi muitas vezes causado por guerras, fome, catástrofes de toda sorte e outras formas de violência vivenciadas em sociedades diversas. Alguns povos historicamente perseguidos, como os negros, judeus, ciganos, indígenas e, mais recentemente, os palestinos, carregam consigo a marca do não-lugar. Espaços historicamente ocupados por esses povos foram engolidos pela expansão do colonialismo, dos preconceitos raciais e étnicos, tornando esse exílio uma marca registrada da nova era que surgiu das entranhas das navegações.

Mas, no campo do socialismo real, também houve episódios onde o exílio e a ocupação se fizeram presente, resultado das contradições geradas no seio dessas novas formas sociais surgidas ao longo do século 20. Ainda que esse socialismo seja uma antítese da forma mercantil e capitalista, e, portanto, não carregue em sua teoria e prática o sentido de ocupação e expansão colonial, mudanças drásticas ocorridas em países do chamado “bloco do leste”, na segunda metade do século 20, ocasionaram uma série de conflitos, que até hoje ressoam nessas regiões. O revisionismo de certas figuras de destaque no socialismo real, as contradições com o imperialismo ocidental, e o rebaixamento da política comunista foram alguns dos fatores que geraram conflitos famosos, como a invasão da Hungria em 1956, a breve Guerra sino-vietnamita de 1976, entre outros atritos dentro do bloco socialista.

É sobre um pequeno fragmento dessa relação entre política e exílio que a exposição de Josef Koudelka, no IMS São Paulo, nos fala – a partir de imagens feitas por um “fotógrafo sem lar”. Ainda um engenheiro formado pela Universidade Técnica Checa em Praga, em 1961, decidiu abandonar a carreira, em 1967, para registrar a vida do povo Romani, tentando compreender não apenas a sua cultura itinerante, mas, também, a oposição de diversos estados – muitas vezes, materializado em perseguição e morte, como se deu durante o regime nazista –, ao modo de vida dos povos ciganos. Koudelka não esperava, no entanto, que ele mesmo fosse se tornar um exilado.

Dois dias após retornar ao seu país, a Tchecoslováquia, após um trabalho na Romênia, se deparou com tanques de guerra e soldados soviéticos, e de alguns países do Pacto de Varsóvia, desfilando pelas ruas de Praga durante a chamada Primavera de Praga, num ato encarado, do lado soviético, como a defesa do povo e do socialismo tchecoslovaco, e, do outro, como uma invasão, um ato de rompimento do direito de autodeterminação tão defendido pelos sovietes à época da revolução de outubro. Com a discussão em aberto, indo desde a tese do chamado “social-imperialismo”, defendida por algumas alas do movimento comunista, ou pela análise de Ludo Martens sobre o avanço do anticomunismo e da social-democracia no leste orientado pelo Ocidente, fato é que a chamada invasão, apesar de ter durado, oficialmente, apenas dois dias, e apesar do número de baixas não ter ultrapassado o de 300 pessoas, levou o país de Koudelka a lidar com a presença militar estrangeira até 1991, causando grande trauma na população.

Josef esteve lá para registrar a invasão pela ótica do seu povo, e sua política de não-violência frente ao inimigo, coordenada pelo Partido Comunista da Tchecoslováquia, na figura de Alexander Dubček. Os atos de resistência se basearam, em grande medida, pela indiferença da população ao exército ocupante, ainda que alguns pequenos conflitos armados tenham ocorrido. As fotos de Koudelka retratam essa política de indiferença, o sentimento nacional inflado entre a população, mas, principalmente, o medo da guerra, que provocou o exílio de 70 mil cidadãos tchecoslovacos, número que chegaria a 300 mil até o ano de 1989, quando a chamada Revolução de Veludo irrompeu por todo o bloco do leste.

Com isso, Josef Koudelka passa, como um exilado, a registrar outros exilados pelo mundo. Com o sentimento de não mais pertencer a lugar algum, o fotógrafo percorreu diversos países, como Irlanda, Portugal, Espanha, Grécia e França, à procura de povos ciganos, registrando sua vida, seus costumes, e as dificuldades do não-pertencimento nacional. Sua fotografia, sempre buscando o sujeito humano, muitas vezes retrata a ausência, em alusão à sua condição de apátrida, trazendo elementos como ruas vazias, objetos comuns, sombras, ou pequenos fragmentos de pessoas, quando não a completa ausência delas.

As fotos de Koudelka sobre a invasão da Tchecoslováquia, bem como sua série sobre os exilados, ficaram escondidas por muito tempo, tendo encontrado na lendária Agência Magnum um lugar seguro para serem guardadas e publicadas, ainda que sob o pseudônimo “ P.P”(“Prague photographer“ ou “Fotógrafo de Praga”), evitando, assim, qualquer tipo de perseguição contra o fotógrafo. O exílio e a não-identidade de Koudelka se fez presente até mesmo na premiação Overseas Press Club Robert Capa Gold Medal, de 1969, quando o fotógrafo foi o vencedor, sendo anunciado como o “fotógrafo tcheco anônimo”.

Conseguindo asilo político na Inglaterra, e, posteriormente, na França, Josef se tornou, em 1971, um fotógrafo oficial da Magnum, onde seguiu desenvolvendo seu trabalho, e pôde então retomar o seu nome e uma parte da sua identidade.

Apesar das discussões acaloradas, das recentes aberturas de documentos e produções acadêmicas sobre os eventos ocorridos entre os anos 1950-1991, tanto na União Soviética quanto nos demais países do bloco socialista, a exposição Exilados serve como mais um documento histórico de uma época em que o mundo sacudiu todas as verdades até então intocadas – verdades que, até hoje, inflamam não apenas os debates sobre o socialismo, mas impactam as políticas nacionais pela Europa, numa era em que a extrema-direita, sob a bandeira do nacionalismo e da anti-imigração, ganham força no Velho continente.

Exposição KOUDELKA – Ciganos, Praga 1968, Exílios Data: 18 de maio a 15 de setembro de /2024 Local: IMS São Paulo (Av. Paulista, 2424 – Bela Vista, São Paulo – SP, 01310-300) Não recomendada para menores de 12 anos. Entrada gratuita.

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Soldados israelenses amarraram um palestino ferido em cima do capô de um veículo militar durante uma operação militar em Jenin, na Cisjordânia ocupada. O exército israelense admitiu o incidente e disse que seus soldados violaram as regras da instituição.

As imagens da cena, que foram amplamente divulgadas no sábado (22/06), tornaram-se virais e mostram um homem, visivelmente ferido, amarrado ao capô de um jipe militar enquanto o veículo passa por uma rua relativamente estreita. Mesmo carregando um ferido, o veículo militar passou sem parar por duas ambulâncias da organização Crescente Vermelho.

As imagens causaram indignação nas redes sociais. Vários usuários acusaram Israel de cometer crimes de guerra e uma relatora das Nações Unidas sugeriu que os israelenses usaram o ferido como um escudo humano.

“É impressionante como um Estado nascido há 76 anos conseguiu virar o direito internacional literalmente de ponta-cabeça”, escreveu Albanese, lidera a relatoria especial da ONU para os territórios palestinos ocupados, na rede X.

Abdulraouf Mustafa, um motorista de ambulância palestino, disse que os soldados israelenses se recusaram a entregar o ferido para eles. “O jipe passou e o homem ferido estava no capô”, disse Mustafa à rede Al Jazeera. “Um braço estava amarrado ao para-brisa e o outro estava no abdômen. Eles passaram por nós. Eles se recusaram a nos entregar o paciente.”

Segundo fontes médicas, o homem é Mujahed Azmi, de 24 anos, natural do campo de refugiados de Jenin, mas que estava na casa de amigos em Jabriyat, entre Burin e Jenin, no norte da Cisjordânia ocupada.

Violações

O Exército afirmou que o homem ficou ferido durante uma “operação antiterrorista” que procurava suspeitos na área.

“Em violação às ordens e protocolos operacionais, o suspeito foi levado pelas forças e amarrado ao veículo”, confirmou o Exército de Israel, admitindo que esta forma de ação “não está de acordo” com seus valores e que investigará o ocorrido.

O homem ferido foi entregue ao Crescente Vermelho palestino.

Azmi disse à agência AFP que foi ferido por tiros e permaneceu por mais de duas horas sem conseguir se movimentar atrás de um veículo militar israelense. “Quando (os soldados) chegaram, pisaram na minha cabeça, me agrediram no rosto, nas pernas e nas mãos, que estavam feridas. Eles riam”, disse.

Os militares o “jogaram sobre o capô do jipe”, que estava com superfície extremamente quente, segundo o palestino.

Médicos do hospital Ibn Sina de Jenin confirmaram que Azmi segue internado no local.

Azmi, com “uma fratura e lesões”, foi submetido a uma cirurgia de emergência e terá que passar por outras operações, afirmou Bahaa Abu Hamad, cirurgião do hospital. “Ele tem uma queimadura nas costas, da nuca até a parte inferior das costas”, acrescentou.

Jenin é um reduto de grupos armados palestinos e o Exército israelense costuma efetuar operações com frequência na região.

Cisjordânia

A violência na Cisjordânia, ocupada por Israel desde 1967, aumentou desde o início da guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza, em 7 de outubro.

Ao menos 553 palestinos morreram na Cisjordânia em ações das tropas de dos colonos israelenses desde o início da guerra de Gaza, segundo as autoridades palestinas. Além disso, ao menos 14 israelenses morreram em ataques executados por palestinos no mesmo período, segundo dados divulgados pelas autoridades israelenses.

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Embora o ano passado tenha sido o mais quente já registrado, com 1,45 °C acima das temperaturas pré-industriais, pelo menos um dos próximos cinco anos provavelmente será ainda mais quente do que 2023, mostram os dados da OMM.

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Há 194 anos, em 21 de junho de 1830, nascia o advogado, escritor e jornalista Luiz Gama, Patrono da Abolição da Escravidão no Brasil. Expoente do romantismo, foi um destacado intelectual negro no Brasil escravocrata do século 19 e por meio de sua luta abolicionista conseguiu libertar mais de 500 negros escravizados. Seu nome consta no rol do Livro de Aço dos Heróis Nacionais desde 2018.

Luiz Gonzaga Pinto da Gama nasceu em Salvador, Bahia, filho de um fidalgo português e de Luísa Mahin — uma africana escravizada da nação Jeje-Nagô, que passou a trabalhar como quitandeira após ser alforriada. Conforme a tradição, Luísa deixou o filho sob os cuidados do pai e partiu para lutar nos levantes dos escravizados, atuando na Revolta dos Malês e na Sabinada. O pai, entretanto, endividado com jogos de azar, resolveu vendê-lo como escravo para quitar suas dívidas.

Gama, então com 10 anos de idade, foi adquirido em um leilão no Rio de Janeiro pelo alferes Antônio Pereira Cardoso, sendo levado em seguida para o município de Lorena, onde passou a trabalhar como escravo doméstico, lavando e passando roupa, e como escravo de ganho, exercendo os ofícios de costureiro e sapateiro.

Em 1847, Gama foi alfabetizado por Antônio Rodrigues do Prado Júnior, estudante de direito que se hospedara na casa do alferes Cardoso. Através da leitura dos códigos criminais do Império, tomou conhecimento de que sua situação de escravizado era ilegal, uma vez que nascera em liberdade, filho de pais livres. Fugiu então da fazenda e se dirigiu a São Paulo, onde conquistou sua alforria na Justiça. Em 1848, alistou-se na Força Pública da província, onde serviria como praça por sete anos. Casou-se em 1850 com Claudina Gama, mãe de seu único filho, Benedito Graco. Em 1854, passou 39 dias preso, acusado de insubordinação. Ele havia se desentendido com um oficial da Força Pública que o insultara. Posteriormente, Gama foi expulso da corporação.

Dotado de boa caligrafia e talento para escrita, Gama foi contratado como copista pelas autoridades oficiais, sendo posteriormente promovido a escrivão da Secretaria de Polícia de São Paulo. Alocado no gabinete de Francisco Mendonça, professor de direito, Gama começou a estudar legislação. Usufruindo da tutoria e da biblioteca de Mendonça, resolveu se matricular na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco.

Não obstante, os professores e estudantes se recusaram a aceitar a presença de um negro em sala de aula, impossibilitando sua matrícula na instituição. Gama passou então a estudar por conta própria, tornando-se um rábula — isso é, um advogado autodidata, autorizado a atuar sem o diploma de direito, por possuir conhecimento jurídico análogo ao de um profissional formado.

Na década de 1860, Gama iniciou sua atuação como escritor e jornalista, escrevendo artigos para diversos periódicos. Em 1864, ao lado do caricaturista italiano Angelo Angostini, fundou o Diabo Coxo, primeiro jornal humorístico de São Paulo. Também escreveu artigos abordando assuntos sociorraciais, reportagens denunciando a violência contra a população negra, textos criticando a monarquia e exortando o fim da escravidão e comentários políticos em jornais como o Radical Paulistano (órgão oficial do Clube Radical Paulistano, onde exercia a função de orador), Cabrião, Correio Paulista e Polichinello.

Destacou-se igualmente como poeta, escrevendo obras políticas e satíricas, além de versos evocando a identidade negra, aliados às referências mitológicas e alusões aos escritores do passado, em consonância com a estética romântica. Em 1859, sob o pseudônimo de Getulino, publicou sua obra-prima Primeiras Trovas Burlescas, hoje reconhecida como referência da literatura romântica brasileira. Também é o autor de O Moralista, publicado pelo Almanaque Literário de São Paulo.

Gama tornou-se um dos maiores líderes do movimento abolicionista do século 19, utilizando seu conhecimento jurídico para auxiliar os cativos. Filiou-se ao Partido Liberal e ingressou em diversas organizações anti-escravagistas, além de se tornar membro da Loja Maçônica América, bastante ativa na causa abolicionista. Ele publicava anúncios em jornais oferecendo seus serviços “pro bono” aos escravizados. Na Justiça, conseguiu garantir a libertação de diversos cativos demonstrando que foram trazidos ilegalmente para o Brasil após a promulgação da Lei Feijó, em 1831. Diversos outros escravos foram libertados por meio da comprovação de irregularidades com a matrícula. Por intermédio dessas ações, Gama conseguiu libertar mais de 500 negros escravizados.

Gama fez campanha em favor da aprovação Lei do Ventre Livre, promulgada em 1871, que concedia alforria a todas as crianças nascidas de mulheres escravas a partir da data da sanção. Também elaborou uma estratégia perspicaz de utilizar abolicionistas como avalistas de escravos, reduzindo os valores de compra. Os escravos adquiridos eram então imediatamente alforriados.

Embora atuasse principalmente em prol da libertação e defesa de negros acusados de crimes, Gama também atendia gratuitamente despossuídos de outras etnias, incluindo imigrantes europeus lesados por brasileiros. Sua atuação em processos de escravos causou irritação de setores conservadores, que passaram a exigir seu afastamento do serviço público. Em 1868, Gama foi demitido de seu cargo na Secretaria de Polícia, por pressão dos escravagistas incomodados com as alforrias conquistadas pelo advogado.

Gama lutou até o fim de sua vida por um país “sem reis e sem escravos”. Seus textos demonstram uma aguçada percepção da opressão sobre negros como um instrumento de domínio das classes dominantes. Em um artigo publicado no Correio Paulistano em 1867, Gama assevera que “o dia da felicidade será o memorável dia da emancipação do povo, e o dia da emancipação será aquele em que os grandes forem abatidos e os pequenos levantados; em que não houver senhores nem escravos, nem chefes nem subalternos, nem poderosos nem fracos, nem opressores nem oprimidos”. Em outro texto, esse escrito para a Gazeta do Povo em 1880, ele assinala que “em nós, até a cor é um defeito, um vício imperdoável de origem, o estigma de um crime; e vão ao ponto de esquecer que esta cor é a origem da riqueza de milhares de salteadores.”

Luiz Gama não chegou a ver a abolição da escravatura. Ele faleceu alguns anos, em 24 de agosto de 1882, em decorrência de complicações causadas pela diabetes. Sua morte causou grande comoção e o seu funeral atraiu milhares de pessoas, incluindo vários dos negros alforriados que ele ajudou a libertar.

O articulista Zeca Borges descreveu o enterro como “o mais emocionante acontecimento da história da cidade de São Paulo” até então. Em 1931, Luiz Gama se tornou a primeira pessoa negra a ser homenageada com uma estátua na cidade de São Paulo. Em 2015, 133 anos após sua morte, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) lhe concedeu oficialmente o título de advogado.

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Há 150 anos, instalava-se o primeiro cabo telegráfico submarino do Atlântico Sul, que ligaria a capital pernambucana de Recife a Lisboa, em Portugal, possibilitando a primeira conexão do Brasil à rede global de comunicações em tempo real. Graças à inovação, as notícias não mais precisariam percorrer os mares em navios e demorar cerca de três a quatro semanas para o intercâmbio de informações.

Não é uma coincidência que os dois primeiros jornais nacionais que publicaram uma notícia estrangeira recebida pelo telégrafo elétrico, em 23 de junho de 1874, dia seguinte à instalação, foram pernambucanos: o extinto Jornal do Recife e o Diário de Pernambuco, que existe até hoje. Ou seja, os “furos internacionais” eram naturalmente dados por veículos recifenses pelo fato do estado ser o primeiro porto no qual os navios vindos da Europa aportavam ao se aproximar da costa brasileira.

De acordo com a Revista Pesquisa Fapesp, a primeira página do Jornal do Recife, de 23 de junho de 1874, celebrava a novidade: “Estamos, pois, em comunicação instantânea com o mundo inteiro, e já ontem mesmo se trocaram alguns despachos particulares com a praça de Londres”.

“A inauguração do cabo telegráfico submarino em 1874 foi uma verdadeira revolução na comunicação para o Brasil e, por extensão, para a América do Sul” afirmou o jornalista Pedro Aguiar, também professor pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e pesquisador sobre a história das agências de notícias no Brasil, em entrevista a Opera Mundi.

Segundo Aguiar, a nova tecnologia expandiu os horizontes do mercado brasileiro. Ela permitiu com que a economia nacional pudesse se integrar ao sistema econômico da Europa, assim como também facilitou a comunicação internacional para questões diplomáticas.

“Isso integrou a economia brasileira ao capitalismo financeiro europeu, especialmente britânico, acelerando os investimentos, os créditos e, portanto, as dívidas de empresas e fazendeiros brasileiros com credores de Londres e outros centros do capitalismo imperialista. Também significou um contato mais rápido na diplomacia, evitando atritos como a Questão Christie (1861-1862), causada em grande parte pela demora na comunicação internacional”, explicou o pesquisador.

A implementação de uma conexão por meio do cabo telegráfico também fazia parte do interesse europeu, dado que “conectar nosso continente era estratégico para os interesses imperialistas” e, também, “como foi mais tarde para os norte-americanos”.

“O cabo ligava não só o Brasil, mas na prática toda a América do Sul à rede global de comunicação já instalada desde a década de 1850 pelas potências europeias”, lembrou Aguiar.

Como funcionava o telégrafo?

As informações no telégrafo eram enviadas por meio de fios de cobre e, neles, eram transmitidos impulsos elétricos, como se fossem pequenos choques. As frequências eram codificadas numa combinação entre impulsos longos e curtos.

“Você criava um código para transformar esses impulsos curtos e longos em pontos de linhas. Cada conjunto de pontos e linhas correspondia a uma letra. Esse é o código morse, que o Samuel Morse criou nos Estados Unidos, e ele era, inclusive, dono de jornal. Então por meio do código morse, as pessoas conseguiam decodificar a mensagem quando recebiam”, explicou Aguiar.

Como os fios de cobre eram desencapados e, para ficarem instalados dentro do mar, precisavam de várias camadas protetoras. Eles eram cobertos por camadas de panos e outros materiais isolantes. O principal componente protetor era uma espécie de resina parecida a uma borracha, mas que era derivada de uma planta asiática chamada guta-percha.

A atualidade no caminho do passado

Segundo o pesquisador, chama a atenção como os cabos de fibra óptica da internet na atualidade seguem praticamente “os mesmos caminhos e a mesma concentração dos cabos de telégrafo há 150 anos”. No entanto, observa a novidade que é a ligação entre a Ásia e os Estados Unidos, por meio do Oceano Pacífico.

“Não existia em 1901, mas é muito evidente em 2013”, indicou Aguiar, explicando que a ausência da conexão no século 19 se deve aos “acelerados crescimentos do Japão e da China”.

“Nos dois mapas você vê grandes linhas no Atlântico Norte, ligando os Estados Unidos e a Europa. Poucas linhas entre os continentes do norte e do sul. Um forte fluxo pelo Oriente Médio até a Índia. O que muda mesmo de um para o outro é a ligação Ásia-EUA pelo Oceano Pacífico, que não existia em 1901 mas é muito evidente em 2013”, destacou, justificando como as conexões intercontinentais quase ficaram inalteradas mesmo após tanto tempo.

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No dia 20 de junho, foram presos no município de São Gabriel da Cachoeira, região de fronteira com a Colômbia e a Venezuela, um soldado do Exército Brasileiro e mais dois ex-militares da mesma força, juntamente com duas mulheres. O grupo mantinha em uma residência grandes quantidades de drogas.

Os homens foram descobertos em uma casa na rua Monteiro Lobato, bairro Miguel Quirino, sendo apreendidos com os militares cerca de 340 kg de maconha tipo skunk, material avaliado em cerca de R$7 milhões.

Segundo as investigações, os homens parecem ter ligação com uma rede de tráfico interestadual que transporta as drogas via aeroporto, utilizando-se, em especial, de mulheres jovens como “mulas”.

É importante ressaltar que a crescente militarização de cidades de fronteira tal como São Gabriel da Cachoeira são justificadas constantemente sob o pretexto de “combate ao tráfico de drogas”.

Ao que parece, vê-se uma situação onde o crescente envolvimento das chamadas “forças de segurança brasileiras”, desde agentes polícias civis, militares e até guardas municipais – e mesmo as Forças Armadas – estão constantemente envolvidos com esse mesmo tráfico de drogas que dizem combater.

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O atleta Pierre Yevenel Stephan é hoje um agente de mudança na história esportiva do Haiti, ao tornar-se o primeiro ginasta do país caribenho que participará de Jogos Olímpicos em 124 anos.

“Sendo o primeiro ginasta haitiano, com a primeira participação do Haiti nos Jogos Olímpicos nesta disciplina, será uma honra para mim participar e passar para a história de meu esporte e de minha nação”, disse Stephan.

Em encontros estivais, o país mais pobre do hemisfério ocidental só pôde conseguir uma medalha de prata em tiro por equipe em Paris 1924 e uma de bronze em salto longo em Amsterdam 1928, razão pela qual Stephan espera que sua atuação dê uma nova dimensão ao legado do movimento esportivo haitiano.

Nascido no Haiti, o atleta de 24 anos foi adotado em 2003 por pais franceses e cresceu no país gaulês. Desde maio de 2023, veste com orgulho as cores de sua terra natal no cenário internacional.

A ideia de tornar-se o primeiro ginasta haitiano a competir nos Jogos Olímpicos em 124 anos, é emocionante e estressante para Stephan, como disse ao diário Le Nouvelliste.

“É difícil para mim, mas digo a mim mesmo que tudo o que faço, faço pelo Haiti. Tenho que lutar, pois meu objetivo principal é inspirar os atletas haitianos e todas as gerações futuras”, afirmou.

“Quero tornar o Haiti conhecido por meio da ginástica e mostrar ao mundo os aspectos positivos do país; aos jovens, digo: ‘acreditem em seus sonhos, se eu pude conseguir tudo isto, você também pode, nada é impossível’”, assegurou o atleta franco-haitiano aconselhando os jovens desta disciplina.

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O ator e comediante Wanderley Tribeck, que usava o nome artístico de Wandeko Pipoca, morreu na noite desta terça-feira (18), aos 73 anos, em Balneário Camboriú, no Litoral Norte de Santa Catarina, em decorrência de um infarto do miocárdio.

Tribeck foi o primeiro a interpretar o palhaço Bozo no Brasil, entre os anos de 1980 a 1985. Atualmente, ele atuava como pastor evangélico. Era integrante ativo da Assembleia de Deus de Criciúma, no Sul de Santa Catarina.

Familiares informaram que ele passou mal pela manhã e foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). A seguir, foi encaminhado ao Hospital Municipal Ruth Cardoso, mas não resistiu e morreu por volta das 23h.

Filho lamenta perda

Seu filho publicou mensagem nas redes sociais lamentando a perda:

"Hoje é o dia mais triste da minha vida, perdi meu pai, meu melhor amigo, minha referência. Pai obrigado por tudo. Ainda não acredito que você se foi. Falei com o senhor ontem à noite, vai ser duro não poder te ligar mais. A dor é gigante. Meu Deus olhe por mim, pois preciso de força para criar minhas 2 filhas. Adeus papai, te amarei para sempre de todo meu coração", escreveu Wanderley Tribeck Júnior.

Tribeck lançou, em 2023, uma autobiografia intitulada "Da Morte para a Vida". Nela, ele relata sua trajetória, desde o começo na carreira artística, a passagem como Bozo e a vida após a televisão.

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Segundo a Reuters, Departamento de Defesa incentivou a desinformação contra Sinovac e Pequim durante a pandemia de covid-19

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Texto completo para combater a paywall:

As carcaças incineradas de macacos, cobras e jacarés pontilham as extensões carbonizadas do outrora verdejante pantanal, a maior planície alagável do mundo.

Ao cair da noite, uma torre de fumaça ilumina o céu. Não há descanso para o fogo ou para os animais que tentam fugir.

"Como a queimada é de uma proporção muito grande, não dá tempo de eles fugirem e às vezes nem têm para onde fugir", diz Delcio Rodrigues, diretor do Instituto ClimaInfo.

O padrão climático El Niño, sobrecarregado pelas mudanças climáticas, secou os rios da região e interrompeu suas inundações sazonais habituais, deixando o ecossistema vulnerável a incêndios.

De janeiro ao início de junho de 2024, os focos de incêndio no bioma aumentaram 974% na comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo dados do Programa de BDQueimadas, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

Este ano se encaminha para superar 2020 como o pior já registrado em termos de incêndios florestais no pantanal. Em 2020, as chamas mataram cerca de 17 milhões de vertebrados, de acordo com um estudo publicado na Scientific Reports.

O patrimônio mundial da Unesco, que abrange uma área com mais de duas vezes o tamanho de Portugal, abriga a maior espécie de onça-pintada do mundo, além de espécies como a anta e o tamanduá-bandeira, ameaçados de extinção.

Especialistas alertam para os riscos para essas populações no momento em que a região ingressa na estação mais temida para incêndios florestais, geralmente com pico em setembro.

"Tudo isso, quer dizer, a mudança climática mais as queimadas, eles acabam mudando completamente o ambiente e, a longo prazo, a redução da biodiversidade, perda de habitat", diz Rodrigues. "Os animais selvagens não têm para onde ir."

"Perda de qualidade do solo, consequências para a saúde humana, você tem vários impactos dessa situação", acrescenta.

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“O atual padrão observado das condições de temperatura da superfície do mar do oceano Pacífico equatorial indica valores próximos da média climatológica, ou seja, descaracteriza o fenômeno El Niño e sinaliza condições de neutralidade”, diz o Inmet.

As previsões iniciais indicam que, a partir de junho, o La Niña causará chuvas acima da média em partes da região Norte, Minas Gerais e Bahia, enquanto no Sul, onde as enchentes foram recordes devido ao El Niño, as chuvas devem ficar abaixo da média.

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Eis a lista completa de cidades que terão atos:

Em 13.jun.2024:

  • São Paulo (SP), no Masp (Museu de Arte de São Paulo), às 18h;
  • Rio de Janeiro (RJ), na Cinelândia, às 18h; Brasília (DF), no Museu da República, às 18h;
  • Florianópolis (SC), no Ticen (Terminal de Integração do Centro), às 18h;
  • Manaus (AM), no Largo de São Sebastião, às 18h;
  • Recife (PE), no Sítio da Trindade, às 19h;
  • Niterói (RJ) no terminal das Barcas, às 18h.

Em 14.jun.2024:

  • Porto Alegre (RS), na Esquina Democrática, às 17h.

Em 15.jun.2024:

  • João Pessoa (PB), na Praça Barão Rio Branco, às 11h

Em 16.jun.2024:

  • Vitória (ES), na Ales (Assembleia Legislativa do Espírito Santo), às 13h.

Em 17.jun.2024:

  • Recife (PE), na Praça do Derby, às 16h
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A Meta usou seus advogados para tentar desqualificar pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) que relataram falhas e negligência na moderação de anúncios na plataforma, mostram documentos obtidos via Lei de Acesso à Informação (LAI) pelo Núcleo.

Na ocasião, o grupo mostrou que a empresa não tirou do ar mais de 1,800 posts publicitários contendo golpes que usavam o nome do Desenrola (programa do governo para pessoas endividadas), mesmo após uma notificação meses antes, em jul.2023, ter demandado a retirada dos conteúdos.

Uma das principais estudiosas de redes sociais do país, Marie Santini, coordenadora do grupo e principal alvo das críticas, explica que difamar cientistas se tornou uma "estratégia global" de Big Techs para calar críticos nas universidades.

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Uma coleção de centenas de documentos internos do Google jogaram luz sobre como a empresa faz o rankeamento de seus resultados de pesquisa, utilizando um conjunto de milhares de fatores e critérios para selecionar os principais links nas buscas de usuários.

Documentação mostra que Google mentiu ao público sobre fatores relevantes e que navegador Chrome coleta muitas informações sensíveis

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O TCU (Tribunal de Contas da União) recomendou nesta quarta-feira (12) a aprovação com ressalvas das contas de 2023 do governo Lula (PT). No entanto, o tribunal alertou sobre os altos valores que o governo deixa de arrecadar com isenções fiscais, sobretudo no setor agrícola, e recomendou a vedação de novos benefícios. O relatório segue agora para aprovação ou rejeição do Congresso.

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