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Geopolítica

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Geopolítica é a congruência entre demasiados grupos de estratégias adotadas pelo Estado para administrar seu território, e anexar a geografia cotidiana com a história. Desta forma, Geopolítica é um campo de conhecimento multidisciplinar, que não se identifica com uma única disciplina, mas se utiliza principalmente da Teoria Política e da Geologia e Geografia ligado às Ciências Humanas e Ciências Sociais aplicadas.

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A população do Equador precisou adquirir um novo hábito desde setembro: conferir diariamente nas redes sociais da Corporação Elétrica Nacional do Equador (CNEL) os horários que suas casas, estabelecimentos ou bairros ficarão sem energia elétrica.

Moradores da capital Quito, Guayaquil e outras regiões vivem diariamente com cortes de energia que variam de seis a 10 horas. Desde a última quinta-feira (10/10), o racionamento voltou das 00h às 2h; 8h às 12h; e 16h às 20h (horário local).

Os chamados “apagões programados” foram medidas tomadas pelo governo de Daniel Noboa como forma de controlar o consumo de energia do país, que passa por sua pior crise energética em 61 anos.

Contudo, o estopim para a piora da situação foi a seca extrema que atingiu a América do Sul, afetando o abastecimento das hidrelétricas equatorianas, fonte de 70% da energia que atende cerca de 18 milhões de habitantes.

Segundo a pesquisadora equatoriana Pilar Troya, a situação é um combinado entre “falta de investimento e manutenção, além da falta de prevenção”.

“[A crise] é uma combinação de aumento da demanda junto com uma das maiores secas da história, e somado a isso a não manutenção de infraestrutura e equipamentos, e o não cumprimento do “Plan Maestro de Electrificación”, afirma a Opera Mundi.

Troya refere-se ao planejamento do então Ministério de Energias e Recursos Naturais Renováveis do Equador, feito em 2013 sob o governo de Lenín Moreno (2013-2021), que tinha como objetivo “melhoria dos indicadores de gestão e na garantia do fornecimento de eletricidade” no Equador.

O plano teve uma nova versão apresentada para o período de 2023 a 2032, mas a pesquisadora avalia que esta “não dá conta de tudo o que deixou de ser feito no plano anterior”.

Nesta terça-feira (15/10) ao programa Contacto Direto, a ministra de Energias e Minas do país, Inés Manzano, que assumiu a pasta em meio a crise na última quarta-feira (10/10), responsabilizou a administração estatal pela crise energética no Equador. Além disso, criticou gestões anteriores por não realizarem os racionamentos adequados à época.

“Essa forma de conceber a energia no Equador tem sido estadista, com um ponto de vista em que só o Estado investia”, disse ela ao convidar “todas as pessoas ou empresas que queiram investir em energias renováveis ​​não convencionais”.

Já na análise de Troya, “a partir do governo Moreno o investimento público reduziu drasticamente, de modo que o Estado não tem capacidade de dar conta nem dos serviços básicos”, como a energia elétrica.

Ao afirmar que o Equador “não pode depender do clima” para garantir seu fornecimento de energia, a responsável pelo setor ainda defendeu o presidente Noboa, que não se posicionou até o momento sobre a situação que envolve o país há quase um mês.

“O presidente confia na sua equipe, caso contrário o Ministério da Energia não teria sido designado a mim. Além de dar entrevistas, temos trabalhado para conversar com outros governos, viabilizar as coisas, e ele está ciente de tudo”, defendeu Manzano.

Barcos térmicos, geradores e importação da Colômbia

Em declaração à Teleamazonas, na última segunda-feira (14/10), a ministra admitiu que o racionamento elétrico deve durar até o final de novembro, com possíveis reduções de horário. Contudo, falou em “apagões mínimos” ainda no mês de dezembro.

“O que posso prometer é que até ao final de novembro vamos ter energia e vamos reduzir muito as suspensões”, falou a responsável, mencionando que a crise “tem muito a ver com a questão meteorológica”.

Tarefas domésticas, funcionamento de estabelecimentos e até mesmo o tráfego foram completamente prejudicados. Mas Manzano afirmou “ter consciência da indignação” dos equatorianos, prometendo o controle da situação e compensação da crise aos cidadãos.

Mencionando ações práticas do governo, a ministra falou sobre dois barcos térmicos para geração de energia que estavam a caminho do Equador, a fim de mitigar a crise. No entanto, as embarcações de geração móvel, com o custo de mais de 316 milhões de dólares cada, segundo o jornal local El Universo, atrasaram e passam por revisões.

Outra via considerada pelo governo de Noboa é a importação de energia elétrica da Colômbia, solicitada a Bogotá na última quinta-feira. Segundo a ministra, o país vizinho está considerando a possibilidade de retomar o comércio completo de 350 megawatts, e não apenas 25.

Assim, o governo tem dado preferência à compra de geradores de energia móveis, que, segundo a ministra de Energia, “é algo melhor” do que as barcaças, e foi uma decisão tomada pelo presidente Noboa.

É esperado que os geradores cheguem ao Equador, especialmente em Pascuales e Las Esclusas, que ficam em Guayaquil, até o final de outubro. Até lá, a população do país sofrerá com apagões, garantiu Manzano.

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