this post was submitted on 24 Jul 2023
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Psiquiatria, Psicologia e Áreas Correlatas

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Acreditamos que o amor é um sentimento. Quando conhecemos alguém, somos tomados pela emoção. Sentimo-nos tão bem com essa pessoa que é como se todo o resto desaparecesse.

A maioria de nós carrega uma voz interna que diz que não somos bons o suficiente. Um relacionamento romântico pode ser o escapismo e a aprovação que nos diz que finalmente somos dignos. Então começamos a projetar um papel de fantasia em nosso parceiro.

Um papel de fantasia diz que meu parceiro deve:

  • sempre me fazer feliz.
  • amar-me da maneira que um pai não poderia amar.
  • atender às minhas necessidades infantis não satisfeitas.
  • ler ou "simplesmente saber" o que eu preciso.
  • mudar partes de si mesmo de que não gosto.
  • nunca me fazer sentir inseguro.
  • não ativar minhas feridas emocionais.

Quando eles não cumprem esse papel que criamos, não nos sentimos mais "bem". Não fomos "resgatados" de nossas inseguranças, medos e traumas. Continuamos sendo a mesma pessoa, com as mesmas feridas internas e a mesma voz crítica. Isso gera um sentimento de raiva. A mesma raiva que muitos de nós sentimos quando crianças.

Na raiva, tentamos controlar nosso parceiro. Tentamos mudá-lo, envergonhá-lo ou forçá-lo a se tornar quem acreditamos que ele deva ser. Nada disso é malicioso. É uma tentativa de satisfazer nossas necessidades. Afinal de contas, o amor e a segurança de que precisamos estão dentro do parceiro.

Nosso parceiro reage a isso ficando na defensiva ou se fechando. Ele não quer a pressão do papel de fantasia. Nenhum ser humano consegue atender a essas expectativas, e o relacionamento sofre. Por fim, há desconexão e ressentimento. Esperávamos que essa pessoa fosse nosso salvador. Ela consertaria as partes quebradas de nós. Ela removeria os sentimentos negativos que temos e os pensamentos de indignidade. Nossa fantasia foi destruída. Não aprendemos a lidar com nossa vergonha, nosso trauma e nosso abandono passado. Não aprendemos a gerenciar nossos próprios gatilhos. Ou como lidar com a decepção. Não aprendemos que o amor romântico jamais nos curará ou nos livrará de nossas inseguranças.

De fato, o amor romântico aumentará as inseguranças. Ele criará emoções conflitantes. Ele trará à tona todas as nossas vulnerabilidades e medos. Um parceiro não foi feito para nos fazer felizes ou nos salvar. O objetivo de um parceiro é nos revelar. Ele está aqui para nos mostrar o que precisamos para nos curar, como podemos crescer e que tudo o que queremos em outra pessoa já está dentro de nós. Nosso parceiro é um companheiro na jornada da vida.

Um relacionamento é um lugar onde revelamos nosso verdadeiro eu. As feridas, os medos, as inseguranças profundas. Um lugar onde aprendemos a aceitar a nós mesmos e a outra pessoa. Um lugar em que nos comprometemos com a prática de amar alguém, mesmo quando não nos sentimos bem.

---> Texto da Dr. Nicole LePera, e de seu livro que está para lancar: https://howtobetheloveyouseek.com/ <----

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[–] minstrel 2 points 1 year ago* (last edited 1 year ago) (1 children)

Sendo assim, só houve a infeliz coincidência do uso (que deveria ser correto e usual, que eu erroneamente ataquei) para o título dela ter sido mau interpretado pela similaridade que o meio usa o mesmo termo para propagar coisas esotéricas (e isso deveria ser, no mínimo, questionado)... Um problema desse afunilamento é que esse "pode ser" foi interpretado por você como: parte dos relacionamentos são assim, outra parte não... E quando eu li, sem conhecer por tanto tempo a autora, deu-me a entender que "existem outros escapismos, mas aqui falarei sobre os que usam o escapismo em relacionamentos românticos" e com isso, entendi que o que ela estava definindo sobre relacionamentos românticos não era sobre a maioria deles e sim sobre um conceito absoluto que ela estava tentando forçar guela abaixo...

Com isso, posso finalmente compreender o mal entendido, e falar que: sim, como você mencionou, eu de fato concordo com a visão dela, agora que minhas ressalvas foram esclarescidas; e quando comecei a ler o texto, continuei lendo pois ele me levantou os seguintes pensamentos logo no início: "ela vai falar que comunicação é a resposta, o O QUE da questão, mas ela vai conseguir abordar o COMO fazer isso?"... Eu entendo que muitos de nós saibamos qual é o problema, mas também somos limitados e até mesmo fadigados de tentar uma perspectiva nossa, tanto que nos fechamos para novas tentativas e gostaríamos de uma resposta mágica alheia, sendo assim, eu lhe pergunto, o trabalho dela e a área, tem algo concreto nesse sentido?

Por último... Começamos com o pé esquerdo (ou uma voadora inteira haha) mas acredito que os panos quentes se esfriaram, e se possível, gostaria de aprofundar a discussão dando um reset nesse atrito, portanto deixo aqui uma desculpa antecipada pela minha aspericidade. A tela fria ao toque às vezes me torna apático para lembrar que essa tela 2D é uma forma limitada de comunicação para ambos os lados... Eu poderia ter tentado me expressar melhor, mas minha espontaneidade já foi tão minada pelas convenções sociais que não considero saudável me castrar socialmente mais que isso

Infelizmente sou um humano, e por isso limitado em alguns fatores e hoje falhei em "controlar minha carne"

[–] ThorCroix 2 points 1 year ago* (last edited 1 year ago) (1 children)

“ela vai falar que comunicação é a resposta, o O QUE da questão, mas ela vai conseguir abordar o COMO fazer isso?”

Eu não sei se ela "vai conseguir" abordar como fazer isso. Mas essa questão da comunicação é basicamente o método usados por psicólogos que tratam problemas de relacionamentos de casais, que é o caso dela. Como psicóloga ela é uma intermediadora, ajudando o paciente a entender primeiro seus sentimentos, para melhor lhe dar com ele, e entender os sentimentos da outra pessoa, para também melhor lhe dar com ele. E de forma geral, a comunicação é o que ajuda a nos fazer entender o que um e o outro está sentido, e ate mesmo nos ajuda a entender o que sentimos quando comunicamos a alguém. O que não quer dizer que sempre de certo.

… Eu entendo que muitos de nós saibamos qual é o problema, mas também somos limitados e até mesmo fadigados de tentar uma perspectiva nossa, tanto que nos fechamos para novas tentativas e gostaríamos de uma resposta mágica alheia, sendo assim, eu lhe pergunto, o trabalho dela e a área, tem algo concreto nesse sentido?

Eu não sei se você vou um dos meus edits na minha resposta anterior. Mas lá eu disse que tem coisas/teorias, que ela diz que eu sou totalmente contra. Eu não sei como são as terapias dela. Eu apenas sigo ela no Twitter e vejo que em geral, o que ela diz tem bases acadêmicas. O que não quer dizer que tudo que tenha base acadêmica seja verdade ou correto. A questão é qual é a filosofia, tendência, vertente da área do conhecimento (no caso da psicologia) você acredita mais mais na interpretação usada. Pq todo estado cientifico e seu resultado, ou bases concretas, passa antes de mais nada pela interpretação de quem faz o estudo e de quem lê o estudo, que sempre vai ter algum tipo de viés.

Mudando um pouco o assunto, obrigado por pedir desculpas. De minha parte tá tudo tranquilo entre nós. Como você disse, somos humanos.

[–] minstrel 2 points 1 year ago (1 children)

Vi sim os edits, mas é o que falei, estamos tão fadigados que temos esperança (ou seria desespero?) em existir uma resposta factível e direta, "mágica"...

[–] ThorCroix 1 points 1 year ago

É como eu disse antes. Esse é o risco que toda ciência corre, já que todo resultado científico passa pela interpretação do cientista/leitor do estudo.

A questão é em achar, se já tiver, pesquisas que confirmem que X foi "uma interpretação enviesada".

É por isso que antes eu perguntei se você já tem conhecimento de algum estudo do tipo.