Quando nos referimos a arma mais mortal do século XX automaticamente vem em nossas mentes as bombas atômicas que foram lançadas contra as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, no entanto estamos falando da arma mais popular e mística de todos os tempos o fuzil de assalto AK-47.
É quase impossível ou até mesmo negligência falar dessa arma sem contar um pouco da história de seu criador, e nem é pelo fato do fuzil levar o seu nome, pois é, Mikhail Kalashnikov nomeou sua obra-prima de Avtomat Kashinokova 1947 daí o famoso acrônimo AK-47 onde o 47 é uma referência ao ano em que entrou em produção.
Um funileiro autodidata com habilidades mecânicas
Mikhail Kalashnikov era filho dos camponeses Timofey Aleksandrovich Kalashnikov (1883-1930), e Aleksandra Frolovna Kalashnikova ( 1884-1957),residentes na Sibéria. Na escola Mikhail se destacava em geometria e física além de ser funileiro autodidata com habilidades mecânicas. Com o falecimento de seu pai, patriarca da família, Mikhail teve que desempenhar a função de provedor da casa assumindo o velho rifle de caça de seu progenitor foi seu primeiro contato com uma arma de fogo.
Em 1938 foi recrutado no Exército Vermelho tornando-se Graduando da Escola de Formação de Mecânica de tanques. Mikhail começou a ser notado por seus superiores quando o mesmo criou um dispositivo para a pistola TT.
Esta e outras invenções lhe rendeu uma promoção como assessor técnico na fábrica Klin Voroshilov onde iria organizar a produção em massa de um dispositivo para tanques que ele próprio inventara.
Com a invasão Nazista à União Soviética em 1941 Mikhail Kalashnikov voltou ao exército como Sagento de uma unidade de blindados na linha de frente onde era comandante de um tanque T-34. Em outubro de 1941, durante a batalha de Bryansk, seu tanque foi atingido, e Kalashnikov gravemente ferido. Para muitos estudiosos, esta batalha é o momento em que o designer autodidata resolve deixar os tanques, para assumir o desafio de criar uma arma para os soldados russos.
Em seu 90º aniversário, em 10 de novembro de 2009, Kalashnikov foi nomeado "Herói da Federação Russa" e recebeu uma medalha do presidente Dmitry Medvedev, que o elogiou por criar "a marca de que todo russo se orgulha"
Em 7 de novembro de 2014, uma estátua de Kalashnikov foi revelada na 102ª Base Militar da Rússia em Gyumri, na Armênia.
O sucesso da Avtomat Kalashnikova 1947 ganha o mundo
Com seu característico pente curvado, a Kalashnikov logo se tornou um ícone revolucionário nas mãos de militantes e insurgentes no mundo inteiro.
Relativamente barato de produzir, curto e leve para transportar e fácil de usar ele também possui uma lendária confiabilidade sob condições adversas, que variam de florestas encharcadas a tempestades de areia do Oriente Médio, em temperaturas extremas tanto no frio quanto no calor.
Ele também requer relativamente pouca manutenção. Isso decorre de seu grande pistão de gás e amplas folgas entre as partes móveis, o que ajuda a evitar que ele emperre.
Mais tarde fora adotado por outras nações no Pacto de Varsóvia, a arma rapidamente se espalhou pelo mundo, tornando-se um símbolo de revolução em terras tão distantes como Vietnã, Afeganistão, Colômbia e Moçambique, em cuja bandeira aparece com destaque.
A AK-47 mata, na média, cerca de 250 mil por ano. É a arma mais letal e mais produzida da história, usada por mais de 50 exércitos nacionais, guerrilheiros e terroristas.
Nenhuma outra arma está tão associada à Guerra do Vietnã quanto o fuzil AK-47. Foi a principal arma do Exército do Vietnã do Norte e das guerrilhas do Sul e se converteu na arma revolucionária preferida em todo o mundo. As tropas estadunidenses usavam o fuzil M14 e, posteriormente, o M16. Os fuzis de assalto estadunidenses eram problemáticos e de difícil manejo nas úmidas selvas do Vietnã.
Uma de cada cinco armas de fogo do mundo é um Kalashnikov, e mais de 70 milhões de unidades do fuzil de assalto foram produzidas nas últimas seis décadas.
Para que um soldado ame a sua arma, ele deve compreendê-la e saber que ela não o trairá. Quando vejo na televisão Bin Laden com seu AK-47, fico revoltado. Mas o que posso fazer? Os terroristas não são tolos: também escolhem as armas mais confiáveis. Mikhail Kalashnikov em entrevista ao The Guardian