As autoridades jordanianas enfrentaram críticas nesta quarta-feira (02/10) após o governo confirmar que suas forças derrubaram mísseis iranianos que tinham como alvo Israel na noite anterior. As informações são do Middle East Eye.
O Irã disparou pelo menos 180 mísseis contra Israel na última terça-feira (01/10); vídeos mostraram os projéteis atingindo diversas partes do país.
Em um comunicado da terça-feira, a Diretoria de Segurança Pública da Jordânia confirmou que suas defesas aéreas interceptaram mísseis e drones. “As Forças Aéreas Reais da Jordânia e os sistemas de defesa aérea responderam a vários mísseis e drones que entraram no espaço aéreo jordaniano”, dizia a declaração.
Após os ataques, autoridades jordanianas insistiram que a participação do reino era uma questão de autodefesa e proteção de sua soberania. “Esses mísseis não tinham como alvo a Jordânia, então por que estamos derrubando-os?” questionou o político Mohammed al-Absi, do Partido da Unidade Democrática.
“A posição da Jordânia é clara e permanente: não será uma arena de conflito para nenhum partido”, afirmou Mohammad al-Momani, porta-voz do governo e ministro de Estado para Assuntos da Mídia, em um comunicado, acrescentando que proteger os jordanianos é a “primeira responsabilidade” do reino.
No entanto, os comentários não foram bem recebidos na Jordânia, um país que abriga uma das maiores populações de refugiados palestinos. “Se a Jordânia vem em primeiro lugar, por que está sendo arrastada para uma confrontação que não é sua?” questionou Iyad al-Rantsis, um cidadão jordaniano, ao MEE.
“Por que o cidadão jordaniano está exposto a perigos em nome dos sionistas e de sua segurança?” ele indagou. “Além disso, por que a Jordânia está esgotando suas forças e economia derrubando mísseis que não são direcionados a ela?” acrescentou.