Comunismo

259 readers
1 users here now

Comunidade para discussões em geral relacionadas à teoria e prática marxista. ☭☭☭


Regras da comunidade:

founded 1 year ago
MODERATORS
1
2
 
 

Geralmente não compartilho vídeo, mas esse acho que vários aqui devem achar relevante.

3
4
 
 

Documentário "A Conspiração Consumista (Buy Now! The Shopping Conspiracy)"

Assisti hoje esse documentário. Mesmo já estando informado sobre o assunto, ainda teve valor em trazer muitas informações sobre o consumismo em um só "pacote".

No entanto, ele não dá nome aos bois, e não lembro de ter visto nele nenhuma menção ao sistema capitalista, que é aqui a raiz do problema.

Ainda assim recomendo e acho que é um bom material para recomendar pra quem ainda não se deu conta do problema.

https://en.wikipedia.org/wiki/Buy/_Now!/_The/_Shopping/_Conspiracy

https://www.netflix.com/title/81554996

@comunismo

5
12
submitted 1 month ago by NoahLoren to c/comunismo
 
 
6
 
 

Eles foram banidos dos Jogos Olímpicos por isso. @comunismo

Após ganhar a medalha de ouro e quebrar o recorde mundial da prova de 200m, pela primeira vez batendo a barreira dos 20 segundos, Tommie Smith, e o atleta ganhador da medalha de bronze, John Carlos, fizeram a saudação "Todo Poder ao Povo", do Partido dos Panteras Negras que lutava pela igualdade civil para os negros.

#todopoderaopovo #panterasnegras #marxismoleninismo #olimpiadas

7
8
 
 

"A gente tem duas coisas que a burguesia nunca vai conseguir tirar da gente: temos a maioria e a certeza de que estamos do lado certo."

9
10
11
 
 

Um boa noite aos meus caros comrades.

@comunismo

12
 
 

Gatinha Comunista - Vitrola (2012)

@comunismo
@musica

13
 
 

O Rick expulsou os comunistas do movimento VAT? @comunismo

14
 
 

Na última semana do mês de setembro de 2024, foi aprovado por unanimidade na Câmara de Vereadores da Cidade Piumhi-MG o PL 48/2023, que cria a Área de Preservação Ambiental (APA) Serras e Águas de Piumhi, garantindo assim a proibição de atividades mineradoras na região do Vale do Araras e na Serra do Andaime, que estavam na mira da Empresa Minérios e Jazidas Minerais FME Ltda, contando com a “simpatia” do Poder Executivo e figuras do Poder Legislativo municipais, além de outros setores das classes dominantes locais. Alguns dias depois, o PL 48/2023 foi sancionado pelo Prefeito da Cidade, transformando o Projeto em Lei, e sacramentando a derrota das intenções da mineradora citada acima.

Essa luta, ao contrário da aparência, não partiu de aparentes “bons” sentimentos dos vereadores e do prefeito da cidade, mas sim de longo e vigoroso trabalho do Movimento Amigos do Araras e Belinha, que conseguiu mobilizar a maioria absoluta da População da cidade Piumhi pela defesa dos bens naturais do município e do principal manancial de abastecimento de água da cidade.

A mobilização da população de Piumhi através do Movimento Amigos do Araras e Belinha atravessou vários meses promovendo marchas, manifestações, abaixo assinado e audiências públicas envolvendo políticos, intelectuais e diversas personalidades da cidade. Em conversa com um correspondente do AND, um dos criadores do Movimento Amigos do Araras e Belinha, Igor Messias, relatou que no início o Movimento era pouco conhecido na cidade, e graças a uma audiência chamada pelo Comitê de Bacia Hidrográfica do Alto São Francisco no Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG – Campus Piumhi) a fim de discutir os potenciais impactos da mineração na cidade, foi possível angariar apoio da vereadora Shirley Elaine Gonçalves (União Brasil) que se comprometeu a criar um Projeto de Lei munido com as informações levantadas pelo Movimento Amigos do Araras e Belinha objetivando criar Área de Preservação Ambiental na região alvo da especulação das mineradoras.

No prosseguimento da luta, segundo Igor Messias, o Movimento Amigos do Araras e Belinha, fizeram um brilhante trabalho de pesquisa ambiental na região onde seria criada a APA, chegando até mesmo a descobrir novas espécies de plantas na flora da região, dando maior peso a necessidade de barrar a ação de mineradoras no local. Por outro lado, o lobby da mineradora FME não dava trégua, concedendo entrevistas nos jornais locais apresentando supostas “benfeitorias” que seriam trazidas para a cidade com a atividade mineradora, buscando deslegitimar as ações do movimento; enquanto isso, buscando enfraquecer o projeto de APA do Movimento Amigos do Araras e Belinha – de olho em também não ficar “queimado” com a população – o Prefeito da Cidade, Dr Paulo Cezar Vaz (PSD), apresentou a proposta de uma APA menor, chamada pela população de “Apinha do prefeito”, que custou aos cofres públicos do município R$ 200.000,00 para ser elaborada, mas sequer recebeu atenção da população ou dos vereadores. Enquanto isso, a população seguia engajada nas mobilizações chamadas pelo Movimento Amigos do Araras e Belinha, lotando as audiências na Câmara de Vereadores voltadas para a discussão do projeto da APA.

O Povo Piumhiense saiu vitorioso nessa luta, mas os integrantes do Movimento Amigos do Araras e Belinha sabem que a mobilização deve prosseguir para garantir a aplicação da Lei de criação da APA Serras e Águas de Piumhi, pois, sabe-se que cedo ou tarde as mineradoras e seus representantes escondidos no meio do povo podem ressurgir com nova ofensiva contra as riquezas naturais da cidade de Piumhi, devendo o povo estar alerta e organizado quando isso vier a acontecer.

15
 
 

Maior marcha militar do mundo, a coluna Prestes, que alguns historiadores dizem que mais apropriadamente deveria ser chamada de coluna Miguel Costa - Prestes, completa 100 anos nesta segunda-feira (28). Com 1.500 homens e mulheres, a maioria soldados de baixa patente, a marcha percorreu cerca de 25 mil quilômetros, em dois anos e meio, passando por vários estados, e jamais chegou a ser oficialmente derrotada.

Apesar de mais conhecida como Coluna Prestes por causa de seu líder mais famoso, Luís Carlos Prestes, o movimento rebelde teve também o comando de Miguel Alberto Crispim Rodrigo da Costa. Argentino naturalizado brasileiro, militar da Força Pública de São Paulo, ficou notabilizado por sua participação na Revolta Paulista de 1924, conflito entre militares de São Paulo e o governo de Artur Bernardes, embrião da coluna. Por isso, muitos nomeiam o famoso movimento como Coluna Miguel Costa – Prestes.

“Se não fosse Miguel Costa, não existiria Luís Carlos Prestes na história, pois foi a coluna Miguel Costa que salvou da fome e do frio os gaúchos de Prestes”, disse o jornalista Yuri Abyaza Costa, autor dos livros Miguel Costa, um herói brasileiro e Marchando com Miguel Costa – ação da Coluna Paulista no Interior de São Paulo, Paraná e a ligação com a Coluna Prestes. Yuri é neto de Miguel Costa.

Yuri Abyaza refere-se ao episódio quando, derrotados na Revolta Paulista pelas forças do governo federal, os revoltosos paulistas juntaram-se aos comandados por Prestes, que liderava o agrupamento no Rio Grande do Sul, que estaria com seu contingente bastante debilitado física e militarmente. A partir daí, iniciou a marcha da famosa coluna, acontecimento mais emblemático do que ficou conhecido como “Tenentismo”.

Se Miguel Costa era o estrategista militar da Coluna, Prestes, por seu lado, é lembrado pelo seu lado mais “humano” junto aos comandados, conforme depoimento do jornalista Domingos Meirelles, ao programa Caminhos da Reportagem, da TV Brasil, exibido em 2015. Meirelles, autor do livro As Noites das Grande Fogueiras, também sobre a Coluna, disse que “Prestes era muito querido pela tropa”.

Segundo o jornalista, “ele usava alguns horários livres para alfabetizar os soldados, ficava sempre ao lado daqueles que eram vítimas de ferimentos graves e com chances remotas de sobreviver”. Meirelles lembrou ainda que, apesar de o principal adversário da Coluna ser o Exército Brasileiro, os maiores inimigos da coluna no dia a dia das batalhas foram os latifundiários, “que armando os seus capangas, incentivados pelo governo, formaram os chamados batalhões patrióticos”. “E aí é que começa realmente a desgraça dos jovens rebeldes. Esses homens do campo é que infernizaram a vida da coluna muito mais do que o Exército Brasileiro”, completou.

Mas o movimento nunca chegou a ser efetivamente derrotado. A coluna Prestes (ou Miguel Costa-Prestes) foi marcada pelo aspecto insurrecional contra o poder das oligarquias das primeiras décadas do século passado, a chamada política do café com leite, quando se revezavam na Presidência da República políticos da São Paulo cafeeira e Minas, grande produtor de leite. Também ficou conhecida pela formação de seus quadros, militares dos escalões inferiores do Exército sendo muitos deles analfabetos ou semiletrados e trabalhadores do campo.

O jornalista e historiador, especializado no período, Moacir Assunção, autor de São Paulo deve ser destruída: a história do bombardeio à capital na revolta de 1924, comentou que “a Coluna tem o lugar que merece (na História do Brasil), foi a maior marcha militar da história do mundo, com 25 mil quilômetros percorridos e a derrota de 11 generais da legalidade pelos rebeldes, permanecendo invicta durante todo o tempo e inspirando revolucionários como Mao Tse Tung e Fidel Castro, que confessam a inspiração de suas marchas na Coluna Miguel Costa-Prestes, além de ter influenciado no fim da chamada vocação agrária do Brasil, que passou a se tornar um país industrial depois da vitória da Revolução de 1930”.

As principais reivindicações da Coluna eram a implementação do voto secreto (contra o chamado “voto de cabresto”, praticado à época quando os chefes da política local controlavam o voto da população local), a defesa do ensino público e a obrigatoriedade do ensino secundário para a população, somando-se as bandeiras do fim da miséria e da injustiça social no país.

“A grande força da coluna foi sua associação com as bandeiras populares que ela defendia, como o direito ao voto universal, o direito à alfabetização, a reforma agrária, o fim da pobreza e ter conseguido transmitir esse ideal de que era preciso trazer o Brasil para os brasileiros”, disse a socióloga, cientista política e escritora Ana Prestes, neta do revolucionário, que se tornou a principal referência do movimento comunista do país e uma das personalidades políticas mais influentes do século passado.

“A Coluna foi formada por homens e mulheres (poucas e resistentes) que amaram o Brasil por dentro e que se conectaram com a população brasileira abandonada pela República Velha”, completou Ana.

Como o movimento nunca foi, de fato, debelado pelo poder oficial sua herança foi ter deixado o governo oligárquico com suas bases enfraquecidas. As críticas manifestadas pelos integrantes da Coluna, ecoadas por outros setores políticos dissidentes da sociedade, foram reforçadas.

E também contribuiu fortemente para a revolução de 1930, ou Revolução de Outubro, ocasião em que os governos rebeldes de Minas Gerais, Paraíba e Rio Grande do Sul, deram um golpe de estado tirando o então presidente Washington Luís da presidência da República e impedindo a posse de seu substituto Júlio Prestes. Getúlio Dornelles Vargas, militar e político do Rio Grande do Sul, inaugurando a chamada “era Vargas”, período que foi de 1930 a 1945, sendo que de 1937 a 1945 instalou a ditadura do Estado Novo.

Edição: Aécio Amado

16
 
 

Essa seca é uma alerta sobre os impactos e expansão do agronegócio na destruição ambiental e social do Brasil. Assim como os incêndios que destroem o Cerrado e a Amazônia, a seca que afeta milhões de pessoas não pode ser vista de forma isolada.

Em outubro de 2024, o nível do Rio Negro em Manaus atingiu apenas 12,66 metros, o menor registrado em 122 anos de medições. Esse fenômeno está longe de ser um evento isolado, pois o Solimões e o Madeira, também apresentam níveis críticos. Só no estado do Amazonas, estima-se que cerca de 770 mil pessoas estejam sendo impactadas diretamente pela seca.

Essa seca histórica é resultado do que já pontuamos anteriormente: a degradação dos ecossistemas e intenso período de estiagem devido as mudanças globais, além do desmatamento acelerado e a expansão desenfreada do agronegócio e da mineração.

As comunidades locais, que historicamente mantêm uma relação com o rio, estão sendo forçadas a lidar com a falta de alimentos, transporte e meios de subsistência, enquanto a fauna e a flora enfrentam destruição.

Essa relação destrutiva entre o agronegócio e o meio ambiente já é amplamente conhecida. Desde 1985, cerca de 110 milhões de hectares de áreas naturais foram destruídos para dar lugar a pastagens e lavouras, especialmente na Amazônia e no Cerrado. Isso representa 13% de todo o território nacional e coloca o Brasil como um dos maiores emissores de gases de efeito estufa (GEE) do mundo, contribuindo diretamente para o aquecimento global e as mudanças climáticas que intensificam secas, incêndios e outros eventos extremos. As mudanças climáticas são amplificadas por esse modelo de produção, que destroi florestas, polui o ar e os rios, e concentra a riqueza nas mãos de poucos.

O governo do Amazonas busca medidas emergenciais mínimas, como a distribuição de água potável e cestas básicas, sem um planejamento estrutural de longo prazo. Existem poucos investimentos em infraestrutura hídrica e saneamento básico, junto a isso temos o impacto negativo do modelo econômico predatório, que demonstra as contradições do capitalismo no contexto amazônico, com toda exploração dos recursos naturais em benefício do agronegócio e mineração, enquanto as comunidades mais vulneráveis são negligenciadas. A crise hídrica é uma questão ambiental, como também expressão da desigualdade social e destruição ecológica resultantes do capitalismo dependente.

O impacto sobre as comunidades locais é devastador. Como já comentamos aqui em nosso jornal, Ribeirinhos e indígenas, que tradicionalmente pescam e navegam no rio, estão enfrentando escassez de água potável, perda de suas terras, culturas e modos de vida, sendo forçadas a se adaptarem a um ambiente cada vez mais inóspito.

Comunidades que dependem do transporte fluvial para receber suprimentos agora enfrentam o isolamento, já que muitos trechos do rio se tornaram inavegáveis. A saúde também é afetada, com aumento de doenças transmitidas pela água e pela má nutrição devido à perda de alimentos básicos. Nesse contexto é fundamental lutar contra avanços que vão prejudicar ainda mais a região como é caso da pavimentação da BR-319.

A resposta governamental permanece insuficiente e, muitas vezes, conivente com os interesses do agronegócio. Mesmo com a crise climática se agravando, o governo Lula destinou R$400 bilhões para o Plano Safra 2024/2025, oferecendo crédito subsidiado para que os grandes proprietários continuem expandindo suas áreas de produção, muitas vezes às custas de terras públicas desmatadas ilegalmente. Além disso, a isenção de impostos sobre agrotóxicos e exportações de commodities agrícolas continua incentivando um modelo de produção devastador que beneficia grandes corporações, enquanto milhões de brasileiros vivem em insegurança alimentar.

O Plano Safra 2024/2025 no Amazonas terá um total de R$100 milhões, um aumento em relação ao ano anterior, que contava com R$76,2 milhões. Além disso, o Banco da Amazônia destinou R$11 bilhões para a região Amazônica no Plano Safra 2024/2025, sendo R$1,3 bilhões direcionados especificamente para a agricultura familiar e o restante ficando para o grande agronegócio predatório.

A seca no Rio Negro mostra que o tempo para agir é agora. A defesa da natureza e dos povos que dela dependem não pode ser separada da luta contra o capitalismo e o agronegócio. É necessário construir um novo modelo de desenvolvimento que coloque as necessidades humanas acima do lucro.

17
 
 

Embora seja o terceiro setor mais concentrado da economia brasileira, atrás apenas dos setores de energia e intermediação financeira, a saúde suplementar apresenta, constantemente, a afirmação de que as operadoras estão deficitárias nas argumentações contrárias a oferecer tratamentos mais longos e dispendiosos às pessoas que contratam seus serviços. A realidade é que o setor está estagnado em cerca de 50 milhões de usuários e sem perspectiva de crescer, caso os índices de emprego e distribuição de renda não melhorem no Brasil.

Mas esta aparente crise das operadoras contradiz os dados do balanço econômico publicado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar – entidade responsável por regulamentar e fiscalizar essa atividade –, uma vez que, segundo o balanço, as 200 maiores empresas do setor tiveram lucro líquido recorde no ano de 2023, provenientes, em sua maioria, de aplicações financeiras.

Logo, as dificuldades para sustentar o setor parecem estar atreladas à impossibilidade de ofertar saúde de qualidade como uma mercadoria lucrativa, o que cria uma forte dependência do setor aos recursos públicos repassados com base na Tabela SUS. Essa relação estabelece o desmonte do SUS como um ativo para essas empresas, uma vez que a perda de capacidade do SUS para atender a população lhes garante parcelas cada vez mais pacientes, e, portanto, maiores parcelas do orçamento.

Em janeiro deste ano, o atual presidente Lula sancionou uma lei que altera a forma de reajuste dos valores de remuneração dos serviços de saúde prestados ao SUS. Esse conjunto de valores, que é conhecido como Tabela SUS, estabelece os montantes a serem repassados às entidades privadas e hospitais filantrópicos que prestam atendimentos de saúde que o SUS não pode cobrir em determinada localidade. Esse modo de prestação de serviço, que chamamos de saúde suplementar, é regulado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a qual estabelece uma série de critérios para as operadoras do setor, como o devido registro em Conselho de Medicina e até normas para ajuste dos preços dos planos. O reajuste, por exemplo, pode até ser feito por faixas etárias, mas isso não vale para maiores de 60 anos, como consta na Lei 9.656.

Entre as sete principais empresas do setor (Amil, DASA, Notre Dame Intermédica, Aché Laboratórios, Hapvida, Eurofarma e Rede D’Or), todas recebem pacientes do SUS para realizar procedimentos médicos financiados pelo Estado, com valores determinados pela Tabela SUS.

A ideia inicial do sistema suplementar seria desafogar os hospitais públicos e reduzir as filas de espera do sistema público. Na prática, diante da manutenção de uma política de austeridade fiscal (com potencial aprofundamento, com a retirada dos pisos constitucionais da saúde), o que ocorre é que o SUS tem cada vez menos capacidade de absorver a demandas por procedimentos de saúde, o que resulta numa espiral de transferência de orçamento público para as principais empresas que controlam o setor.

Para além disso, em casos de tratamentos mais longos e complexos, como casos de câncer e autismos de suportes mais altos, o setor de saúde suplementar delega o ônus desses tratamentos ao SUS por meio de imposições burocráticas aos pacientes, aumentos vertiginosos dos valores dos planos ou até cancelamentos unilaterais desses contratos.[1] Esse fato expressa a contradição desse modelo, que trata procedimentos médicos como mercadoria, buscando cortar “gastos excessivos” para manter a lucratividade. As empresas que oferecem esses serviços não são guiadas pela ética que o serviço de saúde impõe, mas pela lógica do mercado.

Os próprios termos “suplementar” e “complementar” indicam que esses serviços não podem, constitucionalmente, operar como um mercado de saúde à parte do SUS, mas que está subordinado às mesmas regulamentações e normas éticas a saúde pública está subordinada, a Constituição Federal de 1988 não cria dois sistemas de saúde, mas um único e universal. Isto posto na teoria. Na prática, há um verdadeiro mercado de planos de saúde que tem como objetivo não a saúde, mas o lucro. Mesmo a Agência Nacional de Saúde Suplementar, que tem como prerrogativa fiscalizar e garantir que a saúde do povo brasilieiro não seja mercantilizada, vem sendo acusada, por consumidores, de inverter seu papel e proteger as empresas.

O fato de que a burguesia do setor da saúde atua de maneira flagrantemente ilegal sem maiores consequências e que os mecanismos institucionais criados pela Constituição Federal não terem capacidade de conter esses abusos, deixa claro que o único caminho é pressão popular sobre esses agentes.

18
 
 

Mais de 400 palestinos exterminados em 2 semanas de campanha no Norte

A Agência de Defesa Civil de Gaza anunciou em 19 de outubro que equipes de resgate recuperaram os corpos de mais de 400 palestinos mortos no norte de Gaza pelo exército israelense desde 6 de outubro, quando Tel Aviv intensificou sua campanha de limpeza étnica.

Os massacres de civis no norte de Gaza têm sido constantes desde o início do mês, enquanto o governo implementa o chamado “Plano dos Generais”, que busca cercar completamente centenas de milhares de palestinos, incluindo a proibição da entrada de ajuda humanitária.

No sábado, jatos israelenses bombardearam uma escola afiliada à ONU, que havia se tornado um abrigo no campo de refugiados de Shati, a oeste de Jabalia, matando dezenas de palestinos deslocados. Durante a noite de sexta-feira, pelo menos 33 palestinos foram mortos e 85 ficaram feridos em ataques israelenses, com autoridades afirmando que dezenas continuam presos sob os escombros dos prédios residenciais bombardeados.

Jabalia está sob cerco constante há 15 dias, com relatos locais dizendo que o campo está sofrendo bombardeios aéreos e de artilharia sem interrupção pelas tropas invasoras.

As forças israelenses estão invadindo casas, expulsando pessoas e forçando-as a evacuar e deixar suas residências. Estima-se que 200.000 palestinos estejam nessas áreas. O Ministério da Saúde afirmou que não consegue contar o número de mortos ou feridos devido à quantidade elevada de vítimas.

Além disso, o norte de Gaza está sem internet, dificultando o acompanhamento da situação atual, mas os ataques aéreos continuam. Na sexta-feira, Israel impôs um bloqueio de comunicações em todo o norte de Gaza.

Com o avanço da guerra, os três hospitais da região foram colocados fora de serviço devido ao cerco israelense. As unidades de saúde, como os hospitais Indonésio, Al-Awda e Kamal Adwan, foram atacadas continuamente pelas forças israelenses.

Comunicado do Ministério da Saúde em Gaza

Relatório estatístico periódico sobre o número de mártires e feridos devido à agressão sionista na Faixa de Gaza:

A ocupação israelense cometeu 7 novos massacres contra famílias em Gaza, resultando em 115 mártires e 487 feridos que chegaram aos hospitais nas últimas 24 horas.

Um número considerável de vítimas ainda está sob os escombros e nas ruas, e as equipes de ambulância e defesa civil não conseguem alcançá-las.

O total de mártires da agressão israelense subiu para 42.718 e 100.282 feridos desde o 7 de outubro.

19
 
 

Hoje, o Sahel tem tido um pouco mais de presença na mídia do que o habitual. Por um lado, existem os confrontos entre grupos armados de diferentes características e os exércitos de Burkina Faso, Mali e Níger e, por outro, há o fato dos governos desses três países terem rompido com as estruturas regionais de matriz neocolonial e criaram a Confederação da Aliança dos Estados do Sahel (AES).

Em Burkina Faso, o atual governo militar tenta mais do que nunca recuperar a figura do presidente revolucionário Thomas Sankara, que liderou profundas transformações em todas as áreas da vida social do país. A Revolução de Agosto (1983-87) terminou abruptamente com seu assassinato. Blaise Compaoré governou durante os 27 anos que se seguiram, colocando o país novamente nas mãos do neocolonialismo.

Germaine Pitroipa, que pudemos entrevistar em sua residência em Ouagadougou, desempenhou um papel importante durante a revolução em Burkina Faso. Ela também tem uma opinião forte sobre os assuntos atuais de seu país. Foi militante da União de Lutas Comunistas de Burkina Faso (ULC) quando a tomada do poder estava sendo organizada. Depois, foi delegada do governo na província de Oubritenga e conselheira na embaixada burquinense na França.

Atualmente, temos muitos olhos voltados para a região do Sahel. Como a região chegou a um nível tão crítico em termos de conflito?

Estamos pagando o preço pelo que, por muitos anos, o governo de Burkina Faso aceitou. Nosso país se tornou um refúgio para grupos armados que cometem seus crimes em outros locais. Blaise Compaoré aceitou isso por 27 anos e queria que nós – o povo burquinense – acreditássemos que isso não tinha nada a ver com nós. Dado o respeito que Thomas Sankara tinha por outros povos, é uma pena que por tantos anos as coisas tenham se mantido inalteradas. Uma desgraça em Bamako (Mali) também deve ser uma desgraça em Uagadugu (Burkina Faso). Todo burquinense deve se sentir interpelado quando seu vizinho, seu irmão, é atingido. Os povos do Mali e do Níger são nossos vizinhos, nossos irmãos. Portanto, não é de surpreender que esses três países tenham se unido para criar a Aliança dos Estados do Sahel (AES).

Em sua opinião, a Aliança dos Estados do Sahel é um instrumento útil para tratar dos problemas compartilhados por seus países membros?

Acho que, pelo menos em termos de cooperação militar e estratégica, é a melhor solução. Os grupos armados se deslocam facilmente entre os três países, portanto, temos que responder de forma coordenada. Essa aliança nos permite ir atrás deles onde eles estão, sem esperar que eles venham nos provocar. Nós os enfrentamos ativamente, porque este é o nosso lar. Eles podem vir, se quiserem, como seres humanos. Mas se vierem como assassinos, nós os expulsaremos de nosso país. Não será fácil. Essa insegurança certamente exigirá de nós mais alguns sacrifícios. Mas estamos preparados para fazê-los. O povo burquinense está acostumado com a dureza da vida e, se for para nossa felicidade, estamos prontos para dar tudo de nós para que as gerações futuras não tenham de passar pelo mesmo.

A AES nasceu como uma estrutura para tratar de questões regionais. Você acha que ela deve ir além disso?

Em primeiro lugar, temos de entender que somos interdependentes, esses três países. As fronteiras artificiais impostas a nós não correspondem à realidade. Por exemplo, eu nasci em Dosso, no Níger. Perto da fronteira entre Níger e Burkina Faso. Meus pais moraram no Níger por muitos anos. Também tenho sobrinhos e sobrinhas no Mali, com mãe burquinense e pai malinês. Mais ou menos, todos nós temos família do outro lado das fronteiras desses dois países. A ESA deve fortalecer esses vínculos e nos permitir viver em paz. O que chamamos de pan-africanismo é natural entre Burkina Faso, Mali e Níger. Essa aliança deve permitir que esses três povos se tornem um só. Esse foi um dos desejos que Thomas Sankara sempre teve.

Como você conheceu Thomas Sankara e por que ele a impressionou tanto?

Fomos apresentados por um amigo em comum, Valère Somé. Somé era o líder da União de Lutas Comunistas (ULC), da qual eu também fazia parte. Estávamos unidos pela luta. Thomas do ponto de vista militar, nós do ponto de vista civil. Quando eu estava na universidade, era membro da Associação de Estudantes de Uagadugu (AEEO) e depois fui estudar na França e entrei para a União Geral de Estudantes Voltaicos (UGEV). Mas eu não queria continuar disseminando ideias revolucionárias às margens do Sena e retornei ao meu país com a intenção de colocar essas ideias em prática. Graças a Thomas, conseguimos fazer isso. Quando retornei em 1979, Thomas Sankara e Valère Somé já eram amigos íntimos. Para mim, eles eram dois gênios. Um militar e um civil. E foi graças a essa aliança que todo o trabalho necessário para tornar possível a revolução de 4 de agosto de 1983 pôde ser realizado.

Qual foi, para a senhora, a maior contribuição do processo revolucionário que começou naquela data?

O 4 de agosto foi uma experiência excepcional e inovadora que mostrou que havia uma alternativa ao modelo de desenvolvimento que nos havia sido imposto. O desenvolvimento endógeno nos permitia confiar em nossas próprias forças para que não precisássemos recorrer continuamente ao mundo exterior. Aquele que o alimenta sempre dita o que você deve fazer. O modelo de desenvolvimento promovido pela revolução partia do que tínhamos em nosso território: consumir o que produzimos e produzir o que queremos consumir. Foi também com essa lógica que o Programa de Desenvolvimento Popular foi elaborado. Durante o primeiro ano da revolução, com a participação ativa da população, foram criados inúmeros centros de atenção primária à saúde, farmácias e centros de vacinação. E sob o slogan “um vilarejo, uma escola”, surgiram centros educacionais em todo o país. Como Alto Comissária da província de Oubritenga, minha função era coordenar muitas dessas iniciativas.

Qual era o papel da Alto Comissária durante a revolução?

Éramos os representantes do governo revolucionário nas províncias. Nossa função era, acima de tudo, explicar quais eram as linhas de trabalho da revolução. E explicar as razões pelas quais essas linhas de trabalho eram boas para o povo. “Uma escola em cada vilarejo evita que as crianças tenham de viajar quilômetros para ir à escola, a vacinação protege contra doenças, etc.”. Foi uma tarefa fácil? De modo algum! Alguns costumes eram muito difíceis de mudar. Havia certa relutância por parte das estruturas de poder tradicionais. A revolução havia chegado para estabelecer um melhor equilíbrio social e não se permitia que os chefes tradicionais dominassem uma população que estava desarmada diante deles. Havia chefes tradicionais muito próximos do povo que aceitaram a revolução e outros que preferiram se apegar a seus privilégios. Também houve relutância nos lares. Havia maridos que não entendiam por que pedíamos às mulheres que participassem dos Trabalhos de Interesse Comum ou dos Comitês de Defesa da Revolução. Tentamos transmitir mensagens simples: “Mulheres, jovens… Todos podem participar da construção deste país.”

Como você reagiu quando Thomas Sankara foi assassinado, apenas quatro anos após o início da revolução?

Na época, eu era Primeira Conselheira na Embaixada de Burkina Faso em Paris. Quando Thomas morreu, e com ele a revolução, não vi motivo para voltar a Burkina ou continuar trabalhando em sua embaixada. E como eu estava lá com toda a minha família, tornei-me o que chamamos de exílada voluntária. No entanto, fiz o possível para manter contato com os companheiros que permaneceram em Burkina Faso. Para isso, tive de fazer várias viagens clandestinas, cruzando vários postos de fronteira com a ajuda de pessoas que tinham apreço pela nossa revolução. Foi somente após a insurreição de 2014, com a fuga de Blaise Compaoré, que comecei a retornar regularmente a Burkina.

Após três décadas de impunidade, se ditou a sentença sobre o assassinato de Thomas Sankara em abril de 2022. Como você vivenciou o processo judicial?

Esse julgamento me permitiu encontrar Thomas novamente. Permitiu-me liberar tudo o que eu estava guardando em meu ser. Já sabíamos o que havia acontecido quando ele foi morto, não precisávamos de um julgamento para deixar isso claro. Mas ver como aqueles que o mataram tiveram que enfrentar sua própria responsabilidade me tranquilizou. Isso me fez sentir que Thomas não está morto. É verdade que fisicamente ele foi assassinado, mas para mim foi como vê-lo voltar à vida. Pessoalmente, isso me permitiu ficar de luto. Até aquele momento, era como se não tivesse realmente acontecido. Aceito sua ausência melhor do que antes. Porque a verdade é que tive dificuldade em aceitar que Thomas não estava mais conosco e que nunca mais estaria.

Apesar de tudo, hoje o nome de Thomas Sankara está mais presente do que nunca e cada vez mais pessoas o reivindicam. Como você está vivenciando essa realidade?

Em todas as áreas, há algo a aprender com Thomas. Em todas as áreas, ele nos deixou um caminho a seguir. Espero que as autoridades de hoje sejam inspiradas por isso. Sempre, sempre, sempre há algo a ser feito por esse povo. Thomas sonhava tanto com essa felicidade que decidiu ignorar todos os perigos ao seu redor. Ele dizia que cometemos erros todas as manhãs, mas devemos nos certificar de que nenhum deles seja fatal para o povo burquinense. Tenho orgulho de ter contribuído, junto com Thomas, para essa experiência de quatro anos. E enquanto o povo de Burkina Faso sofrer, as ideias de Thomas Sankara continuarão vivas. Certa vez, ele nos disse: “Se um dia eu não estiver aqui, vocês devem continuar. Não quero que ninguém, por orgulho, busque se reencontrar comigo”. Portanto, vamos pelo menos conseguir manter sua memória intacta e permitir que as novas gerações saibam que essa pessoa existiu e que seu nome era Thomas.

(*) Tradução de Raul Chiliani

20
 
 

Por isso que eles odeiam o Stalin @comunismo

21
 
 

Me parece que cresce @comunismo

22
 
 

Com peixeiras, foices, enxadas, bandeiras da Liga dos Camponeses Pobres (LCP) e uma grande faixa escrito O risco de corre o pau corre o machado!, camponeses apoiados por estudantes expulsaram uma tropa de mais de 50 pistoleiros armados e policiais de várias cidades durante uma ação paramilitar em Engenho do Barro Branco, Jaqueira, Pernambuco, no dia 28 de setembro. A tentativa de despejo ilegal durou a manhã e tarde do dia. Os pistoleiros, que segundo os camponeses são contratados pela empresa latifundiária Agropecuária Mata Sul Ltda., chegaram na região com 14 picapes e duas retroescavadeiras. Acompanhados de funcionários da empresa, entraram na área e destruíram 2 sítios de posseiros, instalando ao fim da agressão uma cerca elétrica na área.

Solidariedade na Resistênca

Os camponeses reagiram de imediato e convocaram a Associação Brasileira de Advogados do Povo (Abrapo) para agir. Um advogado que acompanhou os camponeses mostrou aos invasores um documento que proibia a presença dos pistoleiros na região, mas tanto o representante jurídico quanto os camponeses foram repelidos com truculência pelos mercenários. Um camponês chegou a ter o celular roubado pelos pistoleiros e o advogado foi agredido.

Os camponeses se organizaram mais uma vez com a consciência de que não havia outro caminho senão o combate. Com os rostos cobertos, eles fecharam o acesso principal para os sítios com pneus e pedaços de paus, encurralando os mercenários.

Por volta das 9h30, 8 viaturas da PM de Jaqueira chegaram ao local para fazer a segurança dos pistoleiros armados do latifúndio. Ameaçaram os camponeses com fuzil e afirmaram que iam prendê-los se eles não abandonassem a resistência. Os camponeses mantiveram-se firmes.

Às 11h30, uma comissão de cerca de 60 estudantes do Coletivo Mangue Vermelho, Movimento Ventania e ativistas do Partido da Causa Operária (PCO), além de camponeses de duas áreas vizinhas, de Pernambuco e Alagoas, chegou para apoiar a resistência camponesa.

Os apoiadores junto aos camponeses, ergueram bandeiras da luta camponesa, da LCP e cantaram canções revolucionárias. As tropas da PM observaram a combatividade encurraladas nas barricadas.

Camponeses e estudantes baleados

Após isso, a PM solicitou reforço do Batalhão Especializado de Policiamento do Interior, para atacar os camponeses e fazer a escolta dos elementos reacionários do latifúndio. Os pistoleiros então novamente avançaram, mas os camponeses incendiaram novas barricadas e forçaram um recuo dos inimigos.

O combate agudizou e os pistoleiros, enquanto corriam para longe, dispararam contra os camponeses e apoiadores. Os tiros atingiram o pé de uma estudante, o braço de uma camponesa e a barriga e a perna de um agricultor. Eles foram rapidamente socorridos pela Comissão de Saúde da área e já estão em recuperação. Um dos agricultores alvejado, se recusou a sair do campo de batalha, e ficou até o fim, sendo atendido depois.

Ao mesmo tempo, dois pistoleiros foram atingidos pelos próprios comparsas.

Vitória do povo

Por fim, em torno das 14h, depois de uma grande vitória política, vendo que os seus objetivos haviam sido cumpridos, os camponeses sagazmente organizaram uma retirada, se concentrando em outro local próximo. As tropas fugiram e não voltaram mais naquele dia.

Depois da batalha, os camponeses realizaram uma assembleia com mais 100 pessoas, reafirmando que esta luta está apenas começando. Eles defenderam que os posseiros continuariam na região até que todas as terras da antiga Usina Frei Caneca estejam nas mãos do povo.

E viva a LCP!

23
24
25
58
submitted 4 months ago by pocketman_stuck to c/comunismo
 
 
view more: next ›