High tech, low culture
Falava mais cedo com um amigo poeta e tradutor e a gente estava reclamando do quão anódino e chapa branca tem sido a arte dos últimos tempos. Não há nada muito propositivo e não há um movimento organizado em prol de alguma reinvidicação de linguagem artística.
O compositor e escritor Júlio Medaglia costumava dizer (nos idos dos anos 2000) que, enquanto a tecnologia estava em baixa e a cultura em alta no começo do século XX, agora, no século XXI a tecnologia está em alta e a cultura em baixa.
Por outro lado, me interessa muito a postura combativa nos meios de TI, sobretudo de código aberto e livre. Estou traduzindo um texto do @ploum@mamot.fr, no qual ele propõe um conceito de um computador que dure uma vida toda, e sua atitude e linguagem se assemelham muito aos dos primeiros manifestos de vanguarda artística.
Seja como for, acho que a reinvidicação por uma tecnologia que sirva de fato ao usuário, que seja uma ferramenta livre da influência monopolista, é que é a luta do nosso tempo. Esse é que é o bom combate a ser combatido.
O que acham disso?
@batepapo@lemmy.eco.br
@arlon @batepapo @ploum
Voltando pra sua primeira frase sobre a arte atual, queria confessar que sinto dificuldade de sequer conhecer o que está sendo feito. Não porque não gosto de nada e me dói (bom, às vezes sim), mas porque tem tanta coisa sendo feita em tanto nicho, canto, gruta, que parece que não temos nunca um mapa do que está sendo feito.
Então nem mesmo o ponto de partida é claro pra mim. Então pra onde?
@bfelix @arlon @batepapo @ploum Sim, acho que "talvez" o último bonde que partiu assim foi o de Stranger Things, de uma época que existiam menos serviços de streaming, então ainda tinha certa unidade do que é tendência.
Na época do show da Gaga também falavam algo do tipo "ela é a última diva pop", justamente por ela ser pré era do streaming e porque com tantos nichos meio que é uma era em que o conteúdo é segmentado demais pra surgir uma figura (ou uma série) com um alcance tão grande.