this post was submitted on 10 Jul 2025
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Bate-Papo

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Uma comunidade para discussões gerais que não se encaixam nas previstas em outras.

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High tech, low culture

Falava mais cedo com um amigo poeta e tradutor e a gente estava reclamando do quão anódino e chapa branca tem sido a arte dos últimos tempos. Não há nada muito propositivo e não há um movimento organizado em prol de alguma reinvidicação de linguagem artística.

O compositor e escritor Júlio Medaglia costumava dizer (nos idos dos anos 2000) que, enquanto a tecnologia estava em baixa e a cultura em alta no começo do século XX, agora, no século XXI a tecnologia está em alta e a cultura em baixa.

Por outro lado, me interessa muito a postura combativa nos meios de TI, sobretudo de código aberto e livre. Estou traduzindo um texto do @ploum@mamot.fr, no qual ele propõe um conceito de um computador que dure uma vida toda, e sua atitude e linguagem se assemelham muito aos dos primeiros manifestos de vanguarda artística.

Seja como for, acho que a reinvidicação por uma tecnologia que sirva de fato ao usuário, que seja uma ferramenta livre da influência monopolista, é que é a luta do nosso tempo. Esse é que é o bom combate a ser combatido.

O que acham disso?

@batepapo@lemmy.eco.br

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[–] nossaquesapao 3 points 5 days ago

Acho que tem sentido, sim, e não é só questão de nichamento da arte, mas de como a tecnologia é usada pra roubar nosso tempo de vida, gastar nossa energia e atenção e nos deixar num estado de 'brainrot", além da questão do consumismo digital.

Produzir arte demanda tempo e dedicação. Não tem como produzir arte em tempo rápido o suficiente para satisfazer a alta demanda de conteúdo das pessoas, e então é natural a deterioração da arte e redução a um conteúdo de produção e consumo acelerados. Não é à toa que veio a ia pra acelerar ainda mais as coisas, pois a demanda de conteúdo já não dava mais pra ser suprida por mãos humanas.

[–] bfelix@burnthis.town 1 points 5 days ago (1 children)

@arlon @batepapo @ploum

Voltando pra sua primeira frase sobre a arte atual, queria confessar que sinto dificuldade de sequer conhecer o que está sendo feito. Não porque não gosto de nada e me dói (bom, às vezes sim), mas porque tem tanta coisa sendo feita em tanto nicho, canto, gruta, que parece que não temos nunca um mapa do que está sendo feito.

Então nem mesmo o ponto de partida é claro pra mim. Então pra onde?

[–] thirteentheri@burnthis.town 1 points 5 days ago

@bfelix @arlon @batepapo @ploum Sim, acho que "talvez" o último bonde que partiu assim foi o de Stranger Things, de uma época que existiam menos serviços de streaming, então ainda tinha certa unidade do que é tendência.

Na época do show da Gaga também falavam algo do tipo "ela é a última diva pop", justamente por ela ser pré era do streaming e porque com tantos nichos meio que é uma era em que o conteúdo é segmentado demais pra surgir uma figura (ou uma série) com um alcance tão grande.