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Por Combate.com — Rio de Janeiro, 24/10/2024 15h25 Atualizado há 5 horas

A notícia do falecimento de Maguila foi confirmada pela sua esposa, Irani Pinheiro, em entrevista ao canal de TV "Record".

"Ele estava, ficou 28 dias internado, e a gente procurou não falar com a imprensa, porque eu procurei cuidar da minha família. É o momento de cada um. O Maguila estava há 18 anos com encefalopatia traumática crônica... Há 30 dias, foi descoberto um nódulo no pulmão, ele sentiu muitas dores no abdômen, tiraram dois litros de água do pulmão, não conseguimos fazer a biópsia", relatou Irani.

Maguila nasceu no dia 11 de julho de 1958, em Aracaju. Dos 17 anos em que lutou, acumulou um cartel de 85 lutas, 77 vitórias (61 por nocaute), sete derrotas e um empate técnico. Com seu jeito carismático e suas entrevistas folclóricas, foi cativando o público. Entre as lutas mais especiais da carreira, estão os confrontos com nomes como Evander Holyfield e George Foreman.

"Eu me interessei por boxe porque eu sempre fui fã do Muhammad Ali, do Cassius Clay. Sempre fui fã dele e disse: vou lutar boxe. Gostava demais dele. Quando eu comecei a assistir, nem televisão tinha em casa", disse ao ge em 2015.

Mas o início no pugilismo só viria mais tarde. Logo aos 14 anos, o então jovem Adilson foi para São Paulo para ser ajudante de pedreiro. A vida na capital paulista trouxe muitas dificuldades, inclusive a fome.

"Fiquei amarelo, pálido. Foram três meses (comendo) pão com banana. Minha morada era um caminhão abandonado no Butantã, desses que carregam entulho. Quando o dono descobriu que eu dormia lá, tirou o caminhão, e eu fiquei (dormindo) no poste", disse o lutador em 1987, ao documentário "Maguila", de Galileu Garcia, lançado em 1987.

Profissão: pugilista

Começou a treinar em 1979, e a primeira luta veio dois anos depois, em 1981. Foi na “Forja de Campeões”, maior evento de boxe do Brasil, que acontece desde 1941, sob o comando do técnico Ralph Zumbano, tio de um de seus ídolos, Éder Jofre.

O primeiro título brasileiro veio em 1983, ao vencer Waldemar Paulino, no icônico ginásio do Ibirapuera, em São Paulo. Maguila se manteve no topo da categoria no Brasil e dono do título até 1995. Foi campeão sul-americano pela primeira vez em 1984, ao nocautear o argentino Juan Antonio Figueroa ainda no primeiro round, também no Ibirapuera. Ele manteve o título por 10 anos.

"Aquela luta terminou a minha carreira, porque deslocou a retina do olho direito. Para o Maguila foi um trampolim para decolar na carreira. Salvaram meu olho depois de duas cirurgias. Era muito perigoso continuar minha carreira nessa situação. Tive que decidir e parei", contou Falconi ao ge em 2019.

Maguila também conquistou o cinturão das Américas pelo Conselho Mudnial de Boxe (WBC), em 1986, e da América Latina pela Associação Mundial de Boxe (WBA) e pela Federação Internacional de Boxe (IBF), ambos em 1996.

Apesar de não ter conquistado o título por uma das quatro principais organizações mundiais de boxe, Maguila foi o primeiro brasileiro campeão mundial dos pesos-pesados. Em 1995, ele venceu Johnny Nelson, em Osasco, e conquistou o cinturão da Federação Mundial de Boxe (WBF), uma entidade considerada de segunda prateleira.

Maguila pendurou as luvas em 2000 e foi nocauteado por Daniel Frank em seu adeus aos ringues, no dia 29 de fevereiro daquele ano.

Holyfield e Foreman: as maiores lutas da carreira

No dia 15 de julho de 1989, o Brasil parou para assistir ao duelo de Maguila com Evander Holyfield. O brasileiro vinha de uma sequência de 18 vitórias, incluindo o marcante triunfo por pontos sobre James "Quebra-Ossos" Smith, em 1987, e vivia o melhor momento de sua carreira. No primeiro round, o sergipano até levou a melhor, mas a alegria durou pouco. No assalto seguinte, o norte-americano conquistou uma vitória contundente com um nocaute fulminante.

"A luta contra Maguila foi importante para mim. Ele era número um e meu objetivo era ser o número um e forçar a luta contra Tyson. Eu treinei para isto. Nós lutamos, eu o nocauteei, e as pessoas sentiram que eu tinha força, assim como Tyson", disse Holyfield, em entrevista ao Esporte Espetacular, em 2015.

Em 16 de junho de 1990, Maguila enfrentava novamente um grande nome do boxe mundial, um ano após ser derrotado pelo então campeão mundial Evander Holyfield. Aos 32 anos, em Las Vegas, Maguila subia ao ringue para enfrentar George Foreman na preliminar da luta entre Mike Tyson e Henry Tillman.

Na época, Maguila ostentava um cartel importante nos pesos-pesados, com 36 vitórias e o 10º lugar no ranking da Associação Mundial de Boxe (WBA). Do outro lado do ringue, Foreman, com 41 anos, lutava para poder disputar novamente o cinturão da categoria.

"Falar sobre o Foreman é pensar em cair de novo. Só em falar dele dá vontade de cair", brincou Maguila ao relembrar a luta. "O "véio" era uma parada dura. O que eu vou contar são as quedas que levei, batia no "veio" e ele nem se mexia. Ali foi problema, estou vivo e tranquilo. Se ficasse em pé ele me matava", disse Maguila ao ge.

Fora dos ringues

Em 2009, lançou o álbum "Vida de Campeão", com a música que dá nome ao disco, de sua autoria, e a gravação de sambas consagrados. Também realizou alguns trabalhos na TV, inclusive como comentarista de economia.

Fã de samba, Maguila foi homenageado ao virar enredo da escola de samba "Me Chama Que Eu Vou", no desfile virtual de 2021. A canção "Para que nunca se esqueça, um abraço, Maguila", é de autoria do compositor Thiago de Souza (confira a música no vídeo abaixo).

A demência pugilística

Em 2013, foi diagnosticado com encefalopatia traumática crônica, também conhecida como demência pugilística. Trata-se de uma doença neurodegenerativa e irreversível, causada por golpes na cabeça. Além de Maguila, a condição acometeu outros grandes nomes do esporte, como o também pugilista e campeão mundial Éder Jofre e o zagueiro Bellini, campeão da Copa do Mundo de 1958 com o Brasil.

De início, os sintomas pareciam esquecimentos normais de carteiras, chaves. Até que as situações se tornaram mais graves e perigosas, como quando o ex-lutador saía de casa e ficava perdido, desorientado. Uma agressividade inesperada foi surgindo, e sua esposa, Irani Pinheiro, buscou ajuda dos especialistas. O primeiro diagnóstico veio em 2010: Mal de Alzheimer, doença progressiva que destrói funções cerebrais. Mas tudo começou a fazer mais sentido três anos mais tarde, depois do segundo diagnóstico: demência pugilística.

"Ele vem sofrendo há 18 anos, nessa luta com ele tentando dar uma qualidade de vida melhor. A gente sempre cuidou do Maguila com muito carinho. Agradeço a todos os brasileiros que torceram. A doença é complicada, a gente tentou fazer o melhor. Eu casei em 1989 com o Maguila, aos 18 anos; hoje eu tenho 58 (anos), 40 anos de casada. A gente teve momentos bons e ruins, mas Deus sempre esteve conosco", comentou Irani.

"Quero mandar um abraço para todos os meus fãs do Brasil. Um abraço grande para eles", disse Maguila, em uma de suas últimas entrevistas ao ge.

Confira a nota de pesar emitida pelo Ministério do Esporte:

"O Ministério do Esporte lamenta o falecimento de José Adilson Rodrigues dos Santos, mais conhecido como Maguila, um dos maiores nomes da história do boxe brasileiro. Maguila faleceu nesta quinta-feira (24), aos 66 anos, deixando um legado esportivo inestimável e uma trajetória marcada por conquistas.

Nascido em Aracaju (SE), Maguila começou sua carreira como pugilista nos anos 1980, e rapidamente se destacou por seu estilo agressivo e determinação incansável. Com uma carreira de mais de 20 anos, acumulou 85 lutas, das quais venceu 77, sendo 61 por nocaute. Ele também conquistou o título de campeão sul-americano e campeão brasileiro dos pesos pesados, cinturões que manteve por anos, além de ser o primeiro pugilista brasileiro a disputar um título mundial nos pesos pesados.

Fora dos ringues, Maguila era conhecido por seu carisma e generosidade, sempre defendendo causas sociais e usando sua fama para ajudar os menos favorecidos.

O Ministério do Esporte reconhece a importância de Maguila para o esporte nacional e presta suas condolências à família, amigos e fãs que o acompanharam ao longo de sua brilhante carreira. O Brasil perde não só um ícone do boxe, mas também um homem cuja luta transcendeu o esporte."

morreu um pedacinho do Brasil hj, salve Maguila!

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Por Jornal Nacional, 22/10/2024 22h18 Atualizado há 16 horas

São mais de 100 empresas estatais. Fazem parte da máquina do governo federal e atuam em diversos setores - como infraestrutura, telecomunicações e agropecuária. O governo usa o resultado de algumas dessas empresas para calcular o desempenho das contas públicas do país - mês a mês. E, em 2024, as contas devem apresentar o maior rombo desde 2009.

De janeiro a agosto, o déficit das empresas estatais federais bateu R$ 3,3 bilhões e a previsão do próprio governo é que fechem o ano em R$ 3,7 bilhões no vermelho.

Em 2009, o rombo do ano foi de R$ 3,8 bilhões. Nos anos seguintes, as estatais federais tiveram resultados melhores e, em alguns anos, até positivo. Graças a aportes dos governos. Em 2018, a gestão do então presidente Michel Temer injetou R$ 5 bilhões no caixa dessas empresas, fazendo um superávit. Em 2019, o governo Jair Bolsonaro injetou R$ 10 bilhões, e o resultado ficou positivo em R$ 14 bilhões. Em 2023, o resultado voltou a ser negativo, em R$ 700 milhões.

Em 2024, os déficits maiores estão na:

Empresa Gerencial de Projetos Navais (Emgepron);

Empresa de Correios e Telégrafos;

Emgea, de planejamento financeiro;

Infraero;

Dataprev - responsável pela tecnologia da informação do país, como processamento de folha de pagamento e benefícios do INSS.

O resultado não inclui Petrobras e Eletrobras, porque são empresas que têm características específicas, como regras de governança que se aproximam de empresas privadas de capital aberto. E nem inclui os bancos públicos.

A Lei de Diretrizes Orçamentárias permite que o governo abata os gastos com investimentos previstos no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

O Ministério da Gestão e da Inovação afirmou que, em boa parte das empresas estatais, o déficit que agora está sendo registrado é explicado pelo aumento em investimentos, como máquinas e tecnologia; que esses investimentos estão sendo bancados por recursos que já estão no caixa das empresas e não demandarão nenhum aporte do Tesouro; que em anos anteriores, especialmente entre 2018 e 2021, o Tesouro já repassou recursos para as estatais para que elas realizassem investimentos e que como eles não foram feitos, se transformaram em superávits elevados naqueles anos e ficaram guardados no caixa das empresas.

O governo também citou que, em 2018 e 2019, foram feitos aportes que somam R$ 10 bilhões, que geraram um superávit. E que a Emgepron recebeu investimentos em 2018 e 2019 para a construção de quatro fragatas, o que gerou superávit naqueles anos. Ainda segundo o governo, em 2024, a empresa já investiu R$ 1 bilhão desses recursos, que ficam registrados como déficit.

As projeções para os próximos anos também indicam resultados ruins. Especialistas reforçam que o descontrole nas contas das estatais compromete a credibilidade do país e o esforço em sanar as despesas públicas no momento em que o governo fala em urgência para revisar gastos.

O economista Gabriel Barros ressaltou que há preocupação sobre a sustentabilidade da política do governo federal de repassar recursos para as estatais, criando contas cada vez mais deficitárias.

"O mercado está bastante preocupado e atento a esses estímulos por fora do orçamento, vamos colocar assim, que o governo está fazendo. Esses estímulos também incluem as estatais federais. Então, essa reversão de superávit para déficit, nesse contexto em que o governo usa as estatais como vetor de crescimento da economia, preocupa bastante, porque amplia a percepção de risco e piora, de fato, a trajetória das contas públicas", diz Gabriel Leal Barros, economista-chefe da Ryo Asset.

O economista Claudio Frischtak lembrou que o déficit nessas contas é pago por todos nós.

"Basicamente, esse déficit alguém tem que pagar, e quem vai pagar somos nós, evidentemente. Porque o governo não produz dinheiro, por assim dizer. Então, isso tem uma implicação adversa sobre uma situação fiscal que já é muito frágil. Os resultados atuam no sentido de fragilizar ainda mais o arcabouço fiscal do governo. E qual é a consequência? Juros mais elevados, câmbio mais estressado, risco-país, infelizmente um pouco pior”, afirma Claudio Frischtak, presidente da Inter.B Consultoria.

A Emgepron reiterou que o déficit não corresponde a prejuízo contábil e, em grande parte, representa gastos com a construção de navios para a Marinha. A Emgepron afirma que a capitalização da empresa para a condução de uma política pública de defesa, aprovada pelo Tribunal de Contas da União, explica o déficit.

Os Correios afirmaram que o déficit foi herdado do governo anterior, mas que investiram cerca de R$ 2 bilhões próprios para reconstruir a empresa, adotaram medidas para reduzir despesas e aumentar receitas, e não vão precisar de aporte do governo.

A EMGEA declarou que é superavitária e tem disponibilidade para quitar todas as suas despesas.

A Infraero declarou que não vai precisar de recursos do governo para cobrir o déficit e que ele é decorrente do uso de recursos próprios, disponíveis em caixa, para a transferência dos aeroportos da sétima rodada de concessões.

A Dataprev declarou que não apresenta prejuízo, que continua tendo resultados positivos significativos e que mantém níveis altos de liquidez.

pra mim oq tá claro nessa noticia é q realmente pra fração da burguesia liberal tanto faz q o governo ta cortando 11% do povo do BPC e tá cortando 84% do auxilio gas e outras medidas, o bagulho é doido msm

se olhar, é completamente incoerente ali com o governo e com as empresas. Todas as mencionadas, se nao estao lucrativas, tem liquidez (ou seja, tem caixa pra cobrir todos os seus gastos). Sendo assim, usa-se esse termo de superavitario e deficitario, como se fosse igual o governo em si, mas é so pra confundir quem ta lendo.

nenhuma delas tem rombo algum

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O Sindicato dos Enfermeiros do Distrito Federal (SindEnfermeiro-DF) mobiliza a categoria para uma paralisação nesta quarta-feira (23), a partir das 9h. Na ocasião, ainda será realizado um ato na sede da Secretária de Saúde do DF (SES-DF), em Brasília. Uma assembleia para definir os próximos passos da greve também está prevista.

Desde agosto, os enfermeiros e enfermeiras da SES-DF estão mobilizados por isonomia salarial. O sindicato informa que, até o momento, o Governo do Distrito Federal (GDF) não apresentou uma proposta. "Precisamos abrir um canal de diálogo definitivo com o governo para negociarmos nossa isonomia salarial", diz o presidente do SindEnferemeiros do DF, Jorge Henrique, nas redes sociais.

"Os enfermeiros são peças-chave da saúde pública aqui no DF e a gente precisa apresentar uma proposta para fortalecer o Sistema Único de Saúde com a valorização da nossa categoria", completa o representante sindical.

A greve, afirmam os profissionais, é uma forma de buscar mais justiça para a categoria. Ainda segundo o sindicato, entre as carreiras de ensino superior da Secretaria de Saúde do DF, os enfermeiros são os que ganham menos. "Hoje é a categoria que mais produz nos três níveis de atenção", diz o presidente do sindicato.

Os enfermeiros destacaram também os desafios que enfrentam, como o déficit de profissionais, a alta produtividade, e a crescente diferença salarial, que hoje chega a R$ 5 mil, um aumento significativo quando comparado à diferença de R$ 800 registrada em 2013.

De acordo com dados do Info Saúde de 2023, um painel da Secretaria de Saúde do governo distrital, a categoria lidera o número de consultas de pré-natal. Nos primeiros seis meses de 2024, também foram recordistas em atendimentos gerais, com 1,8 milhão de atendimentos. Já na Atenção Primária à Saúde (APS) ganharam primeiro lugar no ranking, com mais de 1,2 milhão de atendimentos.

Segundo a entidade, desde 2018 o quantitativo de enfermeiros permanece o mesmo, com uma variação de 3.900 a 4 mil profissionais. "Qualitativamente falando, temos produzido mais. Por exemplo, de 2021 para 2024, a gente saiu de 1,2 milhão de atendimentos para 1,7 milhão", explica Jorge Henrique.

Além disso, os enfermeiros ampliaram o acesso ao Dispositivo Ultra Interino (DIU) em 38,7% no segundo semestre de 2023 e realizaram mais de 6 mil partos normais no DF no ano passado. "É um número muito grande, porque, hoje, a estrutura dos hospitais é toda voltada para o médico", afirma o presidente do sindicato.

"Estamos dizendo que nós queremos reconhecimento, uma valorização através da reestruturação da nossa carreira. Mas nós estamos apontando que também somos a solução de muitos gargalos existentes na Secretaria de Saúde. Ou seja, nós estamos nos colocando como solução do problema", destaca o sindicalista.

Faltam profissionais

Faltam mil enfermeiros nos hospitais públicos no Distrito Federal, aponta também o sindicato. Segundo memorando de 11 de agosto, o Hospital Regional de Taguatinga (HRT) opera com déficit de 2.312 horas semanais da carreira de enfermeiros e de 6.261 horas semanais da carreira de técnicos de enfermagem.

O hospital tem 27 enfermeiros contratados temporariamente, que deverão deixar os plantões nos próximos dias. E o problema ameaça outras unidades da rede pública. Conforme a instituição, atualmente a cobertura de estratégia de Saúde da Família é de apenas 60%. Aproximadamente 5 mil candidatos aprovados no último concurso público para enfermeiro aguardam convocação no DF.

Fonte: BdF Distrito Federal

Edição: Márcia Silva

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Uma operação conjunta do Ministério Público do Trabalho (MPT), Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e Polícia Rodoviária Federal (PRF) resgatou 130 trabalhadores em condições análogas à escravidão no interior de São Paulo.

O grupo foi encontrado em uma fazenda de cultivo de cebola no município de Jeriquara, que fica a 40 km de Franca. O trabalho era feito sem equipamento de proteção, sob sol intenso e com intervalos irregulares, de tempo insuficiente para alimentação e descanso.

Segundo o MTE, a maioria dos trabalhadores calçava chinelos. Nas pausas da jornada, descansavam embaixo dos ônibus que os transportavam. Não havia banheiros em número suficiente, levando algumas pessoas a fazer as necessidades em locais inadequados.

Relatos apontam ainda que a água fornecida pela fazenda acabava antes do meio-dia, o que obrigava o grupo a seguir as tarefas com sede.

Entre os resgatados, foram encontrados três adolescentes com idades entre 15 e 17 anos. Eles atuavam em condições proibidas pela legislação brasileira para menores de 18 anos. Todos os trabalhadores estavam sem registro em carteira.

Após a fiscalização, foi determinado o fim das atividades, a regularização e rescisão dos contratos. O empregador, que não teve a identidade divulgada pelas autoridades, se comprometeu a pagar R$ 260 mil em verbas rescisórias, além de R$ 200 mil por danos morais coletivos.

Edição: Nathallia Fonseca

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O Cartão de Confirmação de Inscrição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024 está disponível na Página do Participante. O documento foi disponibilizado nesta terça-feira (22) aos candidatos. Nele, é possível acessar, entre outras informações, data, hora e local de prova e o número de inscrição e registrar a necessidade de atendimento especializado ou tratamento pelo nome social.

Apesar de não ser obrigatório, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) recomenda que os inscritos levem o cartão de inscrição nos dias das provas, que ocorrerão em 3 e 10 de novembro, para garantir que os acessos aos locais estejam corretos.

Para acessar o documento, é preciso utilizar o login único da plataforma gov.br na Página do Participante. Depois, basta clicar no ícone "Local de Prova", localizado do lado esquerdo da tela. Em seguida, será aberto um chat com um assistente virtual da página do Inep, que enviará um arquivo com o documento. Nesta mesma conversa, ainda é possível ter acesso a uma declaração de comparecimento para os dias das provas.

O Enem avalia o desempenho escolar dos estudantes ao término da educação básica e é a principal porta de entrada para a educação superior no Brasil, por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e de iniciativas como o Programa Universidade para Todos (ProUni) e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

Universidades privadas também utilizam o Enem para selecionar estudantes, bem como algumas instituições de Portugal que têm convênio com o Inep para aceitarem as notas do exame.

Edição: Geisa Marques

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Os economistas ligados a bancos praticamente dobraram sua previsão para o crescimento da economia brasileira em 2024 no decorrer deste ano. Hoje, eles estimam que o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresça 3,05% até o final deste ano. Em janeiro, a previsão era de crescimento de 1,59%.

Os percentuais constam das edições do chamado Boletim Focus, elaborado pelo Banco Central (BC). Para divulgação do Focus, o BC reúne previsões de economistas ligados a instituições financeiras do país semanalmente.

A última edição do Focus foi publicada nesta segunda-feira (21). Nela, já consta a previsão de crescimento de 3,05% em 2024. Há quatro semanas, a previsão era de 3%.

Também de acordo com o Focus, a inflação no Brasil deve fechar o ano em 4,5%. O percentual é o teto da meta estabelecido para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para o ano de 2024.

Há uma semana, os bancos estimavam que a inflação fecharia o ano em 4,39%. Os economistas ouvidos mais recentemente para elaboração do Focus já estimam que a inflação encerre 2024 em 4,54% – ou seja, além da meta.

Em setembro, a seca causou o aumento da conta de luz e do preço da comida, o que acabou elevando a inflação. O IPCA fechou o mês em 0,44%, 0,46 ponto percentual acima do verificado em agosto, e já acumula 4,42% de alta em 12 meses.

Também em setembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC elevou a taxa básica de juros, a Selic, de 10,5% ao ano para 10,75% ao ano já por conta de temores sobre a alta da inflação.

Economistas de bancos também estimam que a Selic vá subir até 11,75% ao ano ainda em 2024.

Edição: Nathallia Fonseca

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submitted 5 months ago* (last edited 5 months ago) by NoahLoren to c/noticias
 
 

A Meta suspendeu os perfis do Instagram e Threads que rastreiam voos particulares de celebridades. A determinação acontece após as polêmicas recentes envolvendo o estudante Jack Sweeney e o monitoramento dos voos particulares da cantora pop Taylor Swift, o que rendeu até ameaça de processo.

Como era o rastreamento vetado pela Meta

O jovem de 21 anos era detentor de alguns perfis que utilizavam dados públicos para monitorar as viagens de famosos americanos. Inclusive, em 2022, Sweeney teve um embate com o bilionário Elon Musk em razão de um perfil que divulgava informações sobre seus voos privados.

Na ocasião a conta “@ElonJet” foi desligado pelo X/Twitter. Mas o estudante colocou no ar o perfil @ElonJetNextDay, que segue mostrando os dados de voo do bilionário, mas com um uma atraso de 24 horas.

Em um pronunciamento compartilhado com o portal TechCrunch, a Meta afirma que as contas em questão, que monitoravam voos de Mark Zuckerberg, Kim Kardashian, Bill Gates, Jeff Bezzos, entre outros, violaram as políticas de privacidade das plataformas. E, assim, geraram riscos à integridade física para os famosos.

Dado o risco de danos físicos a indivíduos, e de acordo com a recomendação do Conselho de Supervisão independente, desativamos essas contas por violarem nossa política de privacidade

O trabalho de Sweeney já tinha ficado um pouco mais difícil em maio deste ano. Foi quando a administração Biden passou a permitir que proprietários de aeronaves privadas mantivessem seus dados privados, mas o rastreamento continuou por outros meios.

Em seu perfil no Threads, o estudante comentou o ocorrido. Ele afirmou que manteve seus perfis no ar por anos e que nunca violou nenhuma política de privacidade da empresa. Ela também afirmou que não sabe exatamente o que motivou a Meta a tomar a decisão após tanto tempo.

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Como parte do Outubro Rosa, mês de conscientização sobre o câncer de mama, o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) lançou nesta segunda-feira (21) a campanha Radiologia Solidária. A proposta é ofertar exames gratuitos para mulheres de baixa renda em todo o país.

De acordo com o CBR, a previsão é que mais de 50 clínicas de imagem e instituições de saúde ofereçam esse tipo de atendimento até dezembro. Cada clínica aderiu a uma das três modalidades disponíveis na campanha: ouro, prata e bronze, conforme o tipo e o volume de exames a serem disponibilizados:

  • 21 na categoria ouro, onde serão disponibilizadas mais de 50 mamografias e/ou tomossínteses (equipamento semelhante ao mamógrafo) e mais de 20 ultrassonografias e/ou biópsias de mama).

  • Sete na categoria prata, onde serão disponibilizadas de 20 a 50 mamografias e/ou de 10 a 20 ultrassonografias.

  • 22 na categoria bronze, onde serão disponibilizadas até 20 mamografias e/ou tomossínteses e 10 ultrassonografias.

A maior parte das clínicas fica na região Sudeste (28 instituições participantes), seguida pelo Sul, com sete clínicas participantes; pelas regiões Centro-Oeste e Nordeste, ambas com seis clínicas participantes; e pelo Norte, com três instituições participantes. Minas Gerais e São Paulo se destacam entre os estados, com 14 e nove clínicas, respectivamente.

A coordenação da realização dos exames, de acordo com o CBR, ficará a cargo de instituições não governamentais (ONGs), fundações sem fins lucrativos e instituições de saúde pública, que devem direcionar os atendimentos para mulheres de baixa renda e dentro da faixa etária recomendada para o rastreamento (a partir dos 40 anos).

Importância do diagnóstico precoce Em meio à disseminação das chamadas fake news (informações falsas) na área da saúde, o CBR informou que a campanha também contará com ações para conscientizar a população sobre a importância da detecção e do diagnóstico precoce do câncer de mama, “valorizando a promoção de informações confiáveis e baseada em evidências científicas”.

Em nota técnica publicada anteriormente, a entidade já havia reforçado a importância da mamografia como método essencial para identificar o câncer de mama em estágios iniciais. O documento também desmente mitos como o de que o exame causa câncer ou poderia ser substituído por outros métodos de imagem.

Números do câncer de mama

O CBR alerta que a incidência de câncer de mama tem aumentado em todo o mundo — a cada ano, mais de 2 milhões de mulheres são diagnosticadas com a doença. Somente no Brasil, ao longo de 2024, a estimativa é que quase 74 mil novos casos sejam registrados, com maior prevalência entre mulheres jovens, com menos de 50 anos.

“Apesar de todos os esforços, o câncer de mama ainda é o tumor que mais mata mulheres no Brasil e no mundo. No entanto, quando detectado precocemente, é uma doença tratável, com altas chances de cura (chegando a 95% se o diagnóstico ocorrer antes que o tumor atinja 10 milímetros)”.

“A Comissão Nacional de Mamografia reforça a recomendação de rastreamento mamográfico anual para mulheres a partir dos 40 anos e repudia todas as formas de fake news e disseminação de informações falsas, que podem levar algumas mulheres a não realizarem a mamografia, com desfecho em diagnósticos tardios e tumores avançados".

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O governo do presidente Javier Milei alterou a lei sobre o status de refugiado na Argentina e não concederá este benefício aos estrangeiros denunciados ou condenados em seus países. As mudanças estão em um decreto divulgado nesta terça-feira (22).

“Não será reconhecida a condição de refugiado a pessoas estrangeiras (…) quando, antes de serem admitidas como refugiadas na República Argentina, tiverem sido denunciadas e/ou condenadas fora do país por um crime grave”, assinala o texto, que altera a Lei Geral de Reconhecimento e Proteção ao Refugiado.

O decreto foi divulgado uma semana depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) pedir à Argentina a extradição de pelo menos 37 pessoas investigadas pela invasão às sedes dos três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro de 2023.

Segundo a imprensa brasileira, a solicitação abrangerá 63 pessoas investigadas pela tentativa de golpe de Estado contra o então recém-empossado presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 8 de janeiro de 2023.

Entre outras coisas, será negado o refúgio a quem tiver participado de “atividades terroristas, violações graves dos direitos humanos ou qualquer ação que comprometa a paz e a segurança internacionais”, segundo um comunicado compartilhado pelo Ministério da Segurança.

Na lei de 2006 da Argentina, a condição de refugiado já era negada àqueles que tivessem cometido “crimes graves” ou “atos contrários aos princípios das Nações Unidas”, enquanto o decreto de Milei detalha de que se tratam tais crimes e princípios.

Milei x Evo Morales

No começo de outubro, o governo argentino tirou o status de refugiado do ex-presidente da Bolívia Evo Morales, do qual desfrutava desde dezembro de 2019. Morales tinha chegado à Argentina após se candidatar à presidência em seu país naquele ano e renunciar em meio a denúncias de fraude feitas pela oposição.

Atualmente, ele trava uma disputa aberta com o presidente boliviano, Luis Arce, seu aliado no passado e hoje adversário pela indicação à candidatura presidencial da situação às eleições de 2025.

Em outro caso que pode ser influenciado pelo decreto, a Argentina declarou, em julho passado, o movimento islamista Hamas como uma “organização terrorista”.

A Argentina abriga a maior comunidade judaica da América Latina, com cerca de 250 mil integrantes, e foi alvo de dois atentados: contra a embaixada de Israel, em 1992, e contra a Associação Mutual Israelita (Amia), em 1994. Os ataques, somados, deixaram mais de 100 mortos.

*Com AFP

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O Sintaema recebeu denúncia de que a Sabesp está operando sem sistema desde quinta (17), a empresa enfrenta um apagão internético. “A situação está um caos. Desde quinta, só o sistema de Controle de Reservatório (COO) que funciona, os demais sistema os trabalhadores só conseguem acessar via internet do celular ou redes externas”, explica a direção do Sintaema.

O Sindicato está em contato com os trabalhadores e trabalhadoras que estão se desdobrando para enfrentar a situação. “As informações que recebemos é que há cinco dias os setores Comercial, Poupatempo, Leitura, Atendimento ao Cliente estão parados graças ao apagão, que atinge todas as unidades da Sabesp pelo estado”, lista a direção.

Privatiza que piora!

Nesta situação, a população já sente na pele os efeitos. Após pesquisa em sites de avaliação do consumidor, como o Reclame Aqui!, verificamos que diversas reclamações da população da capital e do interior que teve sua água desligada de forma indevida há quase uma semana e não conseguem religar porque a Sabesp está sem sistema. Confira algumas das reclamações abaixo:

O Sintaema já cobrou a CH sobre o apagão da internet e está acompanhando a situação, um caos que veio logo após a provatização da Sabesp e que nunca foi visto antes na empresa.

Privatização só piora a sua vida!

caraca daqui a pouco vamo ter q lançar um SOS são paulo hein, pelamor de Deus

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Uma história de desaparecimento e agonia teve um fim trágico e insólito na Espanha. Agostina Rubini Medina, uma universitária de 24 anos, estava em Maiorca, uma ilha espanhola localizada no Mar Mediterrâneo, quando no dia 2 deste mês sumiu sem deixar qualquer rastro. A única coisa que se sabia até então é que a jovem participava de uma festa com vários turistas naquela noite, e depois nunca mais foi vista. Ela estava muito embriagada.

Familiares e amigos espalharam vários cartazes pelas Ilhas Baleares e divulgaram amplamente pedidos de auxílio, com fotos e números de contato, e passaram as três últimas semanas numa busca intensa pela estudante. No entanto, uma investigação da polícia espanhola divulgada nesta terça (22) mostrou que a jovem teve um fim horrendo.

Inicialmente, testemunhas contaram que viram a universitária falando ao telefone ao lado de um grande contentor de lixo, numa via pública de Maiorca. Um outro homem, no entanto, contou aos policiais que ao passar pelo local naquela noite percebeu uma bolsa e uma blusa femininas colocadas de forma organizada, no chão, junto ao coletor. No rastreio do sinal do celular, as autoridades descobriram que o aparelho ficou por mais de meia hora emitindo sinal do exato ponto onde fica o contêiner de recolher resíduos, e que na sequência ele deu seus últimos sinais na usina de processamento de lixo que atende o município. Para piorar, entre os dois pontos de emissão de sinal, o percurso feito pelo aparelho foi o mesmo realizado pelo caminhão de coleta.

Todo o material recolhido pelo veículo de transporte de lixo, após chegar à usina, foi prensado, triturado e incinerado. Numa busca pelo local os peritos encontraram alguns poucos vestígios de material biológico notoriamente humano, bem como cinzas semelhantes à de cremação de cadáveres. Tudo foi recolhido e enviado para análises de DNA, mas a polícia diz já ter certeza que se tratam de restos humanos de Agostina.

O responsável pelas investigações informou que a principal hipótese para o ocorrido é a de que a universitária deixou cair algo dentro do contentor. Como estava embriagada e sem muitas condições de mensurar o perigo, a jovem teria entrado no compartimento para tentar recuperar o objeto perdido, mas provavelmente passou mal dentro da grande lixeira, ou caiu e desmaio na queda, ao chegar ao fundo, tendo permanecido inconsciente até a remoção do material.

Vocês acham que eu deveria evitar trazer notícias dessa natureza para a comunidade? Causa desconforto desnecessário em alguém?

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Por André Uzêda, 22/10/2024 | 11h56

Fora da lista de empresas autorizadas a operar no Brasil, alguns sites de apostas estão pirateando contas oficiais de órgãos públicos para promover jogos online na internet. A prática é chamada de cloaking e é considerada extremamente nociva em meios digitais.

O cloaking acontece quando programadores desviam os usuários de suas buscas originais para levá-los a conteúdos indesejados. Em casos assim, ao digitar um tema no buscador do Google, o usuário encontra um determinado link que ele acredita estar relacionado ao assunto pesquisado. Mas, ao clicar, acaba sendo levado para páginas falsas, muito usadas em anúncios de publicidade agressiva ou tentativas de golpe.

As casas de apostas têm usado sites como do Governo do Acre, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), o site oficial do Governo de Minas Gerais, da Secretaria da Agricultura de São Paulo, além de portais de diversas prefeituras e Câmaras Municipais para divulgar jogos online.

Boa parte deste conteúdo é de cassinos online ou de diferentes modalidades de slot games, como o popular ‘Jogo do Tigrinho’ (Fortune Tiger), por exemplo. O slot game está proibido pelo governo brasileiro, que só autorizou a regulamentação de jogos de cota fixa — aquelas em que o jogador entra sabendo quanto pode ganhar ao realizar cada aposta.

No ‘Jogo do Tigrinho’ e outros similares, o valor final da aposta não é definido previamente. E é justamente a imprevisibilidade do formato que acaba sendo um dos maiores atrativos para esta modalidade. Hoje, mesmo ilegal, o Tigrinho é uma enorme febre no país.

Planilha com sites pirateados

Um webempresário e programador que não quis se identificar notou que, desde março deste ano, a prática do cloaking tem sido constante nas páginas do Google. Ele dese ao ICL Notícias que, desde que a plataforma começou a utilizar Inteligência Artificial para resolver problemas de navegação, esse tipo problema se tornou mais recorrente.

O programador elaborou uma planilha com links de quase 200 páginas que estão sendo ou foram pirateadas por casas de apostas nos mais diversos temas buscados no Google. Além de órgãos públicos, há também site de veículos de imprensa e ONGs pirateados. Na maior parte das vezes, os administradores dos portais não sabem que suas páginas estão sendo usadas para outras finalidades.

“Eu acredito que eles usem portais de órgãos públicos porque são considerados mais confiáveis pelo Google. Desta forma, aproveitam que são bem ranqueados nas páginas da plataforma, para enganar o usuário e vender o produto que desejam”, pontua.

Algumas das empresas que mais aparecem na prática do coakling são a BrasCasino e a Bet6K. Nenhuma das duas consta na lista oficial do Ministério da Fazenda como empresas autorizadas para operar no Brasil. O ICL Notícias tentou contato com as duas bets, mas não conseguiu.

O empresário conta que, por diversas vezes, mandou mensagem para o Google para alertar sobre o problema e pedir a exclusão das páginas, mas não obteve resposta da plataforma.

A reportagem conseguiu contato com a empresa que representa o Google no Brasil e alertou para a prática de cloaking envolvendo órgãos públicos. Em nota, o Google disse que tem usado “sistemas avançados de combate a spam” que permitem “manter a busca 99% livre de spams”.

Informou ainda que estão “melhorando de forma contínua esses sistemas para combater o crescente volume de conteúdo com esse tipo de ameaça, incluindo spam hackeado que pode aparecer quando há vulnerabilidades na segurança de um site”.

Também garantiu que tem trabalhado para notificar os sites quando os sistemas detectam que eles podem ter sido invadidos, fornecendo “dicas para ajudar os proprietários a garantir e melhorar a segurança de suas páginas.”

A reportagem enviou a planilha para o Google e, na última consulta feita antes da publicação desta reportagem, notou que muitas páginas já haviam recuperado seus domínios originais, após dias exibindo conteúdo pirateado.

Alguns domínios públicos do serviço público continuavam enviando tráfego para sites de apostas até à noite de segunda-feira (21). O vídeo abaixo mostra dois exemplos: primeiro, o que acontece quando alguém acessa determinados links da Fundação de Cultura Elias Mansour, órgão da Secretaria de Cultura do Estado do Acre, e também o que acontece com alguns links do Portal de Dados Abertos, do Ministério do Desenvolvimento Regional:

Vídeo do Twitter, veja por conta e risco

‘Jogo do Tigrinho’ tem marketing agressivo

A prática do cloaking não é a primeira estratégia agressiva adotada pelos administradores do ‘Jogo do Tigrinho’ no Brasil. A plataforma tem contratado influenciadores digitais com muitos seguidores para estimular seu público a realizar as apostas, com o argumento de que há técnicas especiais para obter renda extra — o que pode ser considerado crime contra a economia popular, previsto na Lei nº 1.521/51.

A lógica do jogo é desafiar o apostador a conseguir combinar três figuras iguais na diagonal para ganhar um prêmio em dinheiro. Cada figura tem um valor diferente. Ainda há uma rodada bônus, multiplicando o valor final em 10 vezes.

De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), o Tigrinho é mais utilizado entre jovens, na faixa etária de 25 a 34 anos. A maior parte dos jogadores (64%) disse usar a principal fonte de renda para fazer as apostas on-line.

A Polícia Civil de diversos estados têm realizado operações para prender grupos que usam o ‘Jogo do Tigrinho’ para lavagem de dinheiro e organização criminosa.

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Natália Portinari, 22/10/2024 05h30

Faz pressão para o dinheiro ser pago sempre na mesma data: "(...) Isso é religioso. Não vai mais ter problema daqui pra frente, ok? Seja 700, 800, é o do mês. Depende do quanto entrar. 15 dias após fechar o mês. Combinado é combinado."

Reclama do que seria uma proposta indecorosa, o parcelamento dos pagamentos atrasados do esquema: "(...) Cássio se comprometeu a, de agora em diante, pagar o do mês, não vai deixar atrasar o do mês, senão esse troço vira uma bola de neve (...) e propôs pagar em 30 parcelas, em 30 meses. 30 meses não tem como, Cássio."

Dá uma bronca por causa de nova interrupção de pagamentos: "O que me interessa é o nosso acordo. (...) não podemos ficar indefinidamente na esperança de 'ah, agora tem a Polícia Federal, tem não sei o quê que vai acontecer (...) Porra, se nós já fizemos um esforço de aumentar de 16,5 (milhões) para 21 (milhões)", diz o prefeito.

Por fim, Busato reclama que não pode ficar um ano sem receber "a cada peido da Polícia Federal".

Cássio Souto dos Santos é o médico que estava à frente da administração do GAMP (Grupo de Apoio à Medicina Preventiva). Em 2018, ele chegou a ficar preso preventivamente no âmbito de uma operação sobre os desvios na saúde de Canoas. Em 2020, ele fez um acordo de delação premiada e entregou os áudios aos investigadores.

Os áudios em que a voz de Busato aparece foram gravados pelo próprio Cássio, durante encontros com o então prefeito, enquanto o esquema funcionava na cidade.

Procurado pelo UOL, o ex-prefeito nega a autenticidade dos áudios e diz que não cometeu nenhuma irregularidade. "Desconheço o assunto mencionado e nunca fui notificado sobre o tema em questão. Além disso, reitero que os áudios que estão circulando não são verdadeiros." Prejuízo de R$ 22 milhões Busato ocupou o cargo de prefeito de 2017 a 2020. Em 2018, o MP-RS (Ministério Público do Rio Grande do Sul) apontou que haveria superfaturamento e sobrepreço (orçamento acima do preço de mercado) nos contratos da saúde do município com o GAMP.

Essa organização recebia mais de R$ 10 milhões por mês para administrar contratos diversos na área de saúde, como prestação de serviços médicos, compra de medicamentos e equipamentos.

Em dezembro de 2018, foram presas preventivamente três pessoas ligadas ao GAMP, Souto dos Santos entre elas, suspeitas de peculato e lavagem de dinheiro. O prejuízo apontado pelos promotores estaduais aos cofres públicos foi de R$ 22,8 milhões.

Em seguida, o MPF (Ministério Público Federal) acabou assumindo o caso, já que havia o uso de verbas federais da saúde nesses contratos.

A delação de Cássio Santos Souto foi feita na PGR (Procuradoria-Geral da República) por envolver um político com foro em Brasília — uma das gravações apresentadas pelo delator faz menção ao atual presidente do TCE-RS (Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul), Marcos Peixoto, e ao conselheiro Alexandre Postal.

Segundo o delator, o prefeito teria pressionado o GAMP a contratar a empresa do filho de Peixoto, Gustavo Peixoto, a P&B Engenharia, para fazer uma reforma em um hospital. Foi fechado um contrato de R$ 1,8 milhão em agosto de 2017.

A delação do médico foi homologada pela ministra Nancy Andrighi, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), em 2022. Os procuradores passaram então a investigar o "núcleo político" que se beneficiaria do esquema.

Foram abertos 46 inquéritos, todos sigilosos, dos quais 17 já viraram ações penais. As investigações envolvem tanto políticos como empresários.

Segundo a delação de Souto dos Santos, haveria uma taxa de propina de 3,5% nos contratos fechados pelo GAMP. O então prefeito receberia 50% desse valor; Germano Dalla Valentina, seu chefe de gabinete na época, ficaria com 30%, e os 20% restantes seriam repartidos entre outros funcionários da prefeitura.

Germano disse, através de seu advogado, que "sempre atuou na gestão pública com respeito à legalidade" e "nunca recebeu qualquer valor ilícito". "Trata-se de uma imputação totalmente descabida."

"No período que esteve vinculado ao gabinete do prefeito na Prefeitura de Canoas (RS), trabalhou com lisura e buscou o melhor para o município."

Os conselheiros do TCE-RS, Marcos Peixoto e Alexandre Postal, foram procurados através da assessoria do tribunal na quarta-feira passada (16), mas não houve resposta até a publicação desta reportagem.

Conteúdo dos aúdios

Souto dos Santos entregou à PGR dois áudios de conversas com o então prefeito, datadas de 2018, quando o GAMP prestava serviços à prefeitura.

Em um deles, Busato cobra a retomada dos pagamentos ao núcleo político do esquema. Ele diz que, em troca de aumentar o valor do contrato da prefeitura com o GAMP, seria preciso "pegar uma parte e acertar conosco".

"Eu quero que o GAMP cumpra o compromisso conosco. Aumentamos de R$ 16,5 milhões pra R$ 20 milhões? Bom, então se estamos aumentando R$ 4 milhões, R$ 5 milhões, acho que tem condições de o GAMP pegar uma parte e acertar conosco. Ficou acertado isso que estou te falando aqui, na boa. E toca o barco."

Cássio Souto dos Santos argumenta que tinha dívidas da OS para pagar naquele momento. O prefeito diz, então, que a prioridade é o "acerto" entre eles.

"Tu tá falando em pagar dívida. Não foi isso que eu acertei com o Germano (Dalla Valentina), não foi isso que eu mandei acertar com vocês."

"Eu autorizei aumentar para que vocês tivessem um fôlego, parasse o problema, porque o que atinge vocês atinge nós. Nós somos parceiros, somos dois irmãos siameses. Os caras te cravam um prego no ombro, dói em mim também no meu."

O prefeito continua: "O que o Xaxá (Alexandre Bittencourt, seu secretário) e o Germano vieram me trazer: o Cássio se comprometeu a, de agora em diante, pagar o do mês, não vai deixar atrasar o do mês, senão esse troço vira uma bola de neve (...) e propôs pagar em 30 parcelas, em 30 meses. 30 meses não tem como, Cássio."

"Tem problemas, 'como é que eu retiro o dinheiro', não sei quê. Não sei. Tem que achar uma maneira", afirma o então prefeito ao representante da OS, segundo o áudio. "O que eu combinei com o Germano é em cima dos 21 (milhões)."

Souto dos Santos afirma que, diante de outras operações na região contra desvios na saúde, tinha dificuldade em entregar os valores combinados.

"(Eu disse ao) Germano, eu não tenho condições de trazer pra você R$ 2 milhões por mês. Primeiro, pela dificuldade. Olha o que aconteceu em Guaíba (operação do MP-RS em 2018). Das sete empresas, a única que saiu ilesa fomos nós, e olha que grampearam mais de 40 pessoas."

Greve dos caminhoneiros

No momento da gravação dos áudios, estava em andamento a greve dos caminhoneiros de 2018, dificultando o transporte interestadual.

No segundo áudio apresentado pelo delator, o prefeito diz que Souto dos Santos deveria trazer os valores de propina de avião, se fosse necessário. Germano Dalla Valentina também participa dessa conversa.

"O que me interessa é o nosso acordo. Eu sou parceiro, e acho que o Germano também, mas não podemos ficar indefinidamente na esperança de "ah, agora tem a Polícia Federal, tem nao sei o que que vai acontecer." P*rra, se nós já fizemos um esforço de aumentar de 16,5 (milhões) para 21 (milhões)", diz o prefeito.

É neste diálogo que Busato reclama que não pode ficar sem receber "a cada peido da Polícia Federal".

Cássio argumenta de volta que o caminho para os desvios deve ser "através de terceiros", contratados com verba de saúde municipal, ou "através de compras", já que seria arriscado trazer dinheiro de outros estados.

"Nós temos que ter uma segurança. Eu estou assustado (...) Tá muito complicado. Imagina botar R$ 800 mil dentro de um avião, nego me pega com avião, tô desgraçado. Não tem cabimento. (...) Eu pego avião de amigo, eu alugo. O caminho é através de terceiros ou através de compras", afirma.

O filho de Luiz Carlos Busato, Rodrigo Busato, é candidato a vice-prefeito de Canoas neste ano, na chapa de Airton Souza (PL). Ele disputa o segundo turno contra Jairo Jorge (PSD).

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Policiais militares estão sob investigação após a circulação de vídeos que mostram agressões durante o velório de dois jovens mortos em uma ação policial em Bauru, interior de São Paulo. As imagens registradas na última sexta-feira (18) mostram agentes da PM agredindo familiares e amigos dos jovens, gerando indignação e protestos da comunidade local.

Guilherme Alves de Oliveira, 18, e Luís Silvestre da Silva Neto, 21, foram mortos na quinta-feira (17), em uma operação da PM no Jardim Vitória, um bairro periférico de Bauru. Segundo a versão policial, os dois teriam atirado contra os agentes durante uma intervenção e foram mortos no confronto. No entanto, as famílias contestam e alegam que os jovens estavam desarmados.

O velório, realizado no Cemitério Cristo Rei, tornou-se o centro de outra discordância entre os familiares e a atuação de agentes da PM. As imagens mostram que cinco policiais entraram no local e tentaram prender o irmão de Guilherme, alegando desacato. Nilceia Alves, mãe de Guilherme, tentou impedir a ação e foi agredida pelos PMs. Imagens mostram ela sendo arrastada e jogada ao chão, batendo contra um pilar. Amigos e outros familiares que tentaram intervir também foram atingidos com cassetetes.

Reações das famílias

Nilceia relatou que, ao tentar proteger seu filho mais velho, foi sufocada e teve o cabelo puxado. "Estou com a canela roxa por causa de botinadas", disse à Folha de São Paulo. O filho foi preso e, após atendimento médico, conduzido à delegacia. A mãe conseguiu retornar ao velório apenas quando o caixão de Guilherme já estava sendo retirado. Ela disse que pediu para que o filho preso pudesse ao menos se despedir do irmão, mas o pedido foi negado.

A violência no velório gerou forte reação na comunidade. Neste domingo (20), moradores do Jardim Vitória organizaram um protesto na rodovia Castelo Branco, bloqueando a via e reivindicando justiça. Balões brancos foram soltos em memória dos jovens, enquanto a polícia dispersava o protesto.

Outro lado

Procurada pela reportagem, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que a “Polícia Militar instaurou um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar a conduta dos policiais envolvidos e adotar todas as medidas cabíveis”.

O caso foi registrado na Delegacia Seccional de Bauru como morte decorrente de intervenção policial, tráfico de drogas e tentativa de homicídio. No entanto, as versões dos envolvidos divergem, e a investigação deve seguir para esclarecer as circunstâncias da morte dos jovens e a conduta dos policiais no velório.

Edição: Geisa Marques

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Banco do Brasil (BB), Bradesco e Itaú Unibanco lideram um ranking global das 30 instituições bancárias que mais concederam créditos para 159 empresas de produção de commodities com risco de desmatamento que operam na América do Sul, Sudeste Asiático e África Central e Ocidental entre janeiro de 2018 e junho de 2024.

Disparado na liderança, o BB destinou, nesse período, mais de 95 bilhões de dólares, especialmente para os setores de soja (47 bilhões de dólares) e carne bovina (45 bilhões). Em seguida, vem o Bradesco (um total de mais de 14,5 bilhões de dólares) e o Itaú Unibanco (12 bilhões de dólares no total).

Os dados estão presentes no relatório Financiando o colapso da biodiversidade. Rastreamento de bancos e investidores que impulsionam o desmatamento tropical, divulgado na última quarta-feira (16) pela Coalizão Florestas & Finanças, aliança global de organizações da sociedade civil da qual a Repórter Brasil faz parte e que cobra o fim do financiamento a atividades predatórias em florestas tropicais.

O estudo analisou fluxos de créditos e participações em financiamentos a 300 empresas de seis setores de commodities – soja, carne, óleo de palma, papel e celulose, borracha, soja e madeira – cuja produção representa altos riscos de desmatamento de florestas tropicais, perda de biodiversidade e violações de direitos humanos. Um levantamento inicial foi publicado em dezembro de 2023.

Mais cinco bancos brasileiros aparecem na lista: Banco do Nordeste (5° lugar), Banco da Amazônia (7º), Sicredi (20º), Banrisul (21º) e Grupo Safra (24º).

“A grande maioria dos créditos – 70% – vai para a América do Sul, com as indústrias da soja e da pecuária bovina recebendo a maior fatia. Esse financiamento alimenta diretamente a destruição da floresta amazônica, um dos ecossistemas mais importantes da Terra”, afirmou à Repórter Brasil Merel van der Mark, coordenadora da Coalizão Florestas & Finanças.

Para Christian Poirier, diretor de Programas da Amazon Watch, uma das organizações que integram a Coalizão Florestas e Finanças, “os bancos brasileiros estão particularmente expostos a esses riscos ao possibilitarem que algumas das indústrias mais destrutivas que existem operem na Amazônia e em outros locais de grande biodiversidade”. “Essas instituições precisam ser rigorosamente reguladas e responsabilizadas por ameaçarem nosso futuro coletivo”, defende.

À Repórter Brasil, o BB afirmou que não financia empresas responsáveis por “dano doloso” ao meio ambiente e que possui “um framework de finanças sustentáveis totalmente alinhado ao Acordo de Paris e aos principais standards de sustentabilidade internacionais”. Diz também que “todas as operações de Custeio e Investimento contratadas pelo Banco passam por rigoroso processo de verificação Socioambiental”.

O Bradesco respondeu que todas as operações do programa de crédito rural do banco passam por um rigoroso processo de análise que contempla aspectos socioambientais e que cumpre integralmente todas as regras de concessão do programa. “A metodologia utiliza restritivos cadastrais para sinalizar riscos identificados a partir do cruzamento dos dados com listas públicas que dispõe sobre prática de crimes/danos socioambientais, monitoramento das áreas financiadas por satélite e visitas prévias de campo por engenheiros agrônomos para avaliação de financiamentos concedidos em áreas localizadas na região Amazônica, entre outras ferramentas de análise”, afirmou a instituição em nota enviada à reportagem.

O Itaú Unibanco, por sua vez, respondeu que segue “rigorosamente” o Código Florestal e que reafirma o compromisso com o cumprimento das leis e práticas socioambientais. “O banco mantém uma governança bastante criteriosa para a concessão de crédito para seus clientes corporativos, em especial aqueles com classificação prévia de alto risco, que passam por análises mais aprofundadas, com foco no risco socioambiental e climático”, afirma.

Já o Sicredi afirma que “possui processos e regras para liberação e manutenção de crédito em conformidade com as melhores práticas de gestão do mercado, amparados por uma Política de Sustentabilidade e por uma Política de Gerenciamento de Riscos Sociais, Ambientais e Climáticos”.

A íntegra das respostas dos quatro bancos pode ser lida aqui. Os demais bancos foram procurados, mas não retornaram aos questionamentos da reportagem. O espaço segue aberto para futuras manifestações.

Soja e carne

Segundo o levantamento da Coalizão Florestas & Finanças, desde a aprovação do Acordo de Paris, em 2015, as maiores instituições bancárias do mundo financiaram em mais de 395 bilhões de dólares os seis setores pesquisados. Mais de um quinto desse total (77 bilhões de dólares) foi desembolsado apenas entre janeiro de 2023 e junho de 2024.

Em relação à produção de soja no Brasil, o estudo menciona os problemas socioambientais causados por gigantes do setor como Cargill e Bunge, empresas ligadas ao desmatamento e à expulsão de comunidades tradicionais na Amazônia e no Cerrado em razão da expansão de suas operações.

Um dos conflitos lembrados pelo relatório é a luta do povo indígina Munduruku em defesa de seu território no Pará contra a construção da ferrovia conhecida como Ferrogrão – promovida por ambas as empresas –, o que, segundo o relatório, poderia resultar em desmatamento em grande escala e em violações dos direitos de indígenas e comunidades locais.

Ainda de acordo com o documento, comunidades tradicionais do Pará acionaram judicialmente a Cargill diante de sua intenção de construir um porto em suas terras tradicionais. Além disso, a companhia é objeto de uma queixa apresentada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) no ano passado por conta de violações ambientais e de direitos humanos.

Em resposta encaminhada à Repórter Brasil, a Bunge afirma estar comprometida em desenvolver práticas agrícolas sustentáveis em todas suas cadeias de suprimentos e “apoiar projetos que protejam o meio ambiente, respeitem os direitos humanos e melhorem o bem-estar econômico de agricultores, colaboradores e comunidades locais”. “Usamos recursos disponíveis para garantir que cumpramos nossos compromissos, incluindo tecnologia de satélite de ponta para monitorar áreas prioritárias na América do Sul”, diz. A íntegra do posicionamento pode ser lida aqui.

A reportagem também enviou questionamentos à assessoria de imprensa da Cargill, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.

Outro exemplo “gritante” destacado pelo estudo é o da JBS, maior processadora de carnes do mundo. Entre 2018 e junho de 2024, a empresa recebeu mais de 1,1 bilhão de dólares em créditos, e em julho de 2024 contava com 719 milhões de dólares em investimentos. “O fracasso da empresa em rastrear suas cadeias de fornecimento de gado contribuiu para a pecuária ilegal em terras indígenas, incluindo a destruição de 477 quilômetros quadrados da Terra Indígena Parakanã, no Pará”, diz o relatório.

A JBS respondeu que desde 2009 avalia, por meio de monitoramento geoespacial, “milhares de potenciais fazendas fornecedoras de bovinos diariamente”. “A Política de Compras de Matéria-Prima da JBS proíbe a compra de propriedades com desmatamento ilegal, áreas de embargo ambiental, unidades de conservação e terras indígenas ou quilombolas, entre outros requisitos, como estar na Lista Suja do Trabalho Escravo”, afirma a nota à reportagem.

Marco Global da Biodiversidade

Para a Coalizão Florestas & Finanças, os números revelam como, sob a inação dos governos, as finanças globais têm impulsionado a degradação de ecossistemas tropicais e, assim, contribuído para a aceleração da crise global de biodiversidade, apesar da existência de acordos internacionais como o Marco Global da Biodiversidade (GBF, na sigla em inglês), aprovado em 2022 durante a 15ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP15), realizada em Montreal, no Canadá.

De acordo com o relatório, o “financiamento atual está alimentando a crise que está levando as florestas tropicais na Amazônia, na Bacia do Congo e no Sudeste Asiático ao colapso ecológico”. “As evidências indicam que, desde a adoção do GBF em 2022, a Meta 14 – que exige o alinhamento dos fluxos financeiros com as metas de biodiversidade – tem sido amplamente ignorada”.

A Coalizão Florestas e Finanças defende que é preciso alterar o fluxo de financiamentos de atividades ambientalmente destrutivas para soluções sustentáveis. “Os povos indígenas, guardiões de longa data da biodiversidade, são fundamentais nesses esforços, e devem ser apoiados por proteções legais e financeiras mais fortes.”

'Greenwashing'

O relatório chama a atenção, ainda, para o que classifica como “uma falsa narrativa de sustentabilidade” das instituições financeiras, cujas práticas apresentam uma lacuna crescente entre compromissos e ações. De acordo com o documento, mais da metade dos 30 principais bancos que financiam setores ligados ao desmatamento integram iniciativas voluntárias voltadas para uma atuação que leve em conta a preservação ambiental.

No entanto, segundo os pesquisadores, não foi possível encontrar evidências que sugiram que essas iniciativas tenham restringido fluxos financeiros prejudiciais. Assim, “tais estruturas voluntárias permitem que as empresas pareçam sustentáveis enquanto continuam com práticas destrutivas”.

A Bunge é citada pelo estudo como um exemplo desta situação. Líder no comércio de soja no Cerrado brasileiro, ela integra a “Força-Tarefa sobre Divulgações Financeiras Relacionadas à Natureza” (TNFD, na sigla em inglês). “Apesar de estar ligada a mais de 60 mil hectares de desmatamento e abusos de direitos humanos, a Bunge usa a estrutura da TNFD para relatar de forma seletiva sobre os riscos relacionados à natureza, mascarando seus danos ambientais”, alerta a Coalizão Florestas e Finanças.

O relatório critica também sistemas de certificação que não garantem exigências básicas, como a de que empresas excluam de sua cadeia produtiva qualquer elo que promova desmatamento ou violações de direitos humanos. “As instituições financeiras que dependem dessas certificações são cúmplices dessa lavagem verde (greenwashing), que perpetua ainda mais os danos ambientais”, afirma o documento.

“As instituições financeiras e seus clientes corporativos têm bastante experiência na fraude do ‘greenwashing’. Ao promoverem falsas soluções, como, por exemplo, créditos de carbono e de biodiversidade, aparentam estar promovendo ações relacionadas a questões climáticas e de biodiversidade, quando, na realidade, apenas encontraram uma nova forma de continuarem lucrando com a destruição”, critica Merel van der Mark.

Edição: Paula Bianchi

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A Justiça britânica começa nesta segunda (21) o julgamento que definirá se a mineradora anglo-australiana BHP Billiton é responsável pela tragédia do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), em 2015. O processo ocorre desde 2018 e deve durar até 5 de março de 2025.

Os atingidos, incluindo municípios, comunidades indígenas, igrejas e empresas, reivindicam cerca de R$ 230 bilhões em indenizações.

O rompimento da barragem aconteceu em 5 de novembro de 2015 e liberou mais de 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos minerais altamente poluentes. A lama percorreu 650 quilômetros pelo Rio Doce, atingiu o Atlântico, devastou localidades, matou 19 pessoas e deixou mais de 600 pessoas desabrigadas.

A defesa das vítimas vai alegar que a BHP tinha conhecimento dos riscos de rompimento da barragem e, como acionista da Samarco, deve responder pelos danos causados. A BHP está no alvo do processo por ser coproprietária, ao lado do grupo brasileiro Vale, da mineradora brasileira Samarco, que administra a barragem.

Na época da tragédia, a BHP tinha duas sedes globais, uma delas em Londres, que a empresa não mantém mais, e outra na Austrália, onde está registrado seu domicílio atualmente.

Em julho, BHP e Vale concordaram em pagar cada uma 50% das eventuais indenizações nos processos abertos no Brasil, Austrália, Países Baixos e Reino Unido. Na prática, as mineradoras vão dividir igualmente entre si os valores a serem pagos.

Em Londres, o escritório de advocacia Pogust Goodhead (PG) vai representar 620 mil pessoas, 46 municípios e 1.500 empresas atingidas pelo rompimento da barragem, no processo que corre na Corte de Tecnologia e Construção da capital britânica.

A equipe do PG acredita que a BHP seja civilmente responsável pelo colapso objetiva e subjetivamente, por ação ou omissão voluntária, e que deve responder pelos danos causados na qualidade de acionista controladora.

Ainda segundo o PG, é possível alegar que a BHP tinha conhecimento dos riscos do rompimento da barragem devido a fatores como a participação de executivos da empresa nas reuniões do conselho e de comitês da Samarco, a aprovação e financiamento de projetos relevantes de sua controlada no Brasil e de auditorias constantes na joint-venture.

Além disso, declarações feitas por executivos da BHP após o desastre mostrariam que a empresa já havia identificado o risco em Mariana e havia recebido, inclusive, um laudo técnico que apontava um possível rompimento da barragem.

A base legal do julgamento será o direito brasileiro, amparada nas legislações ambiental e civil do Brasil, apesar de o processo correr em um tribunal britânico.

“Embora as leis processuais sejam as sejam as leis inglesas, a lei material, com relação à responsabilização e a quantificação do dano, é brasileira. Isso é muito interessante porque proporciona um exercício de soberania da legislação brasileira. A lei deve ser obedecida por qualquer parte mesmo por multinacionais que operam no Brasil e que repatriam os seus lucros para fora do Brasil”, explica a porta-voz do escritório, Ana Carolina Salomão.

Depoimentos

De acordo com a diretora jurídica do escritório, Caroline Narvaez, as audiências do julgamento começarão nesta segunda (21) com as declarações iniciais dos advogados de ambas as partes. A juíza responsável, Finola O’Farrell, já está lendo os documentos enviados pelas partes.

Essa primeira fase das audiências deve durar quatro dias. Nas três semanas seguintes, serão ouvidas as testemunhas da BHP, quando tanto a empresa quanto o escritório de advocacia poderão dirigir perguntas sobre questões como o nível de controle que a BHP tinha sobre barragem, sua segurança e sua conduta após o colapso.

O passo seguinte será a oportunidade de especialistas em direito ambiental, societário e de responsabilidade civil, convidados tanto pela BHP quanto pelo PG, explicarem à juíza britânica como funcionam as leis brasileiras.

“A juíza está acostumada a lidar com casos internacionais, nos quais se aplica o processo inglês, mas ela não conhece e nem deveria conhecer o direito brasileiro. O papel desses especialistas brasileiros é justamente explicar como funciona a lei no Brasil, como se aplicam as regras de responsabilidade civil, ambiental, corporativa no Brasil”, explica Caroline.

Depois de um recesso de fim de ano, as audiências serão retomadas por quatro dias em janeiro, com a oitiva de especialistas na área de geotecnia, que poderão explicar à juíza britânica detalhes técnicos relativos ao incidente.

As audiências se encerram com a sustentação oral dos advogados dos autores da ação e da BHP, o que deve ocorrer entre 24 de fevereiro e 5 de março. A previsão é que a juíza leve até três meses para divulgar sua decisão.

Nessa fase do processo, ainda não há definição de valores de indenizações, o que só deve ocorrer posteriormente, caso a BHP seja responsabilizada, mas a equipe do PG estima que os valores a serem pagos às vítimas do rompimento girem em torno de R$ 230 bilhões.

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Que falta faz o medo da URSS

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Cocal dos Alves, uma pequena cidade do interior do Piauí, ganhou fama nacional ao conquistar quase 300 medalhas na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP).

O município, a quase 300 km de Teresina, tem pouco mais de 6 mil habitantes.

Desde 2005, estudantes da cidade somaram 299 medalhas, sendo 55 de ouro, 101 de prata e 143 de bronze. Há 18 anos colecionando exemplos de sucesso, o resultado colocou o Piauí, e Cocal dos Alves em particular, no centro do destaque na educação matemática no Brasil.

Grande parte dessas conquistas vem dos alunos do Centro Estadual de Tempo Integral Augustinho Brandão, que investe em aulas preparatórias e revisões para a OBMEP.

Esforço de professores + engajamento de estudantes: sucesso em cidade do Piauí

O esforço dos professores e o engajamento dos estudantes têm sido fundamentais para o sucesso nas competições.

Quase todas as medalhas foram conquistadas por alunos do Centro Estadual de Tempo Integral Augustinho Brandão (Ceti Augustinho Brandão), mas outras duas escolas municipais também já tiveram campeões: a Unidade Escolar Teotônio Ferreira Brandão e a Escola Rosemira Siqueira Cardoso.

Segundo o professor Antônio Amaral, que lidera o projeto desde o início, “o segredo está na dedicação dos alunos e na crença de que podem alcançar grandes resultados”.

Além das medalhas, muitos desses estudantes conquistaram bolsas de estudo e vagas em universidades, como o exemplo de Rickelmy de Brito Pereira, que se formou em Matemática e voltou à sua cidade como professor.

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Os graves e prolongados cortes de energia registrados no Chile desde 2019 e o aumento abrupto das contas de luz após a pandemia fez com que o governo do país sul-americano colocasse em xeque o contrato que privatizou à empresa o serviço de energia elétrica em grande parte do país, em especial na Região Metropolitana de Santiago.

Os questionamentos se tornaram mais fortes em agosto deste ano, após um apagão na capital do país deixar quase 800 mil pessoas sem serviço durante dias.

O episódio em Santiago foi similar ao ocorrido em São Paulo no último fim de semana, já que foi gerado por uma tempestade de vento e chuva que levou ao corte de luz em centenas de milhares de residências. No caso chileno, a Enel também mostrou ser questionável a sua capacidade de atuar em situações de emergência, de evitar cortes de fornecimento e de atuar para restabelecer o serviço nas áreas afetadas.

A empresa se justificou alegando que o apagão foi provocado por uma tempestade sem precedentes, com ventos até 124 km/h, que segundo ela teriam sido “imprevisíveis e inevitáveis”.

Diante da insatisfação popular, o governo chileno, solicitou um estudo jurídico para analisar a possibilidade de romper o contrato de concessão à Enel. A Superintendência de Eletricidade do Chile (SEC) considerou que houve graves violações da regulamentação, já que, em algumas localidades, o serviço demorou mais de dez dias para ser restabelecido.

A resolução da SEC, publicada em setembro, também cita que três pessoas morreram devido à demora em restabelecer o fornecimento de energia – todos os casos foram de pacientes que dependiam de tratamento por equipamento elétrico.

O documento conclui que a Enel entregou “informações manifestamente falsas” durante a investigação do caso, e por isso foi aplicada à empresa uma multa de valor equivalente a quase US$ 4 milhões.

Também em setembro deste ano, o Serviço Nacional do Consumidor do Chile (Sernac) apresentou um levantamento no qual estimou em 1,7 milhão o total de pessoas afetadas pelo apagão nas províncias da região central do país – 800 mil são clientes da Enel, e os demais são clientes de outras empresas privadas que operam no país, a CGE e a Chilquinta.

A entidade também determinou que as pessoas que apresentaram reclamações formais contra as três empresas devem receber indenizações relativas ao tempo em que o serviço foi cortado.

Protestos contra a Enel

Em agosto, após vários dias de apagão, protestos massivos começaram a ser registrados em alguns bairros de Santiago e cidades pequenas da região central do Chile.

Embora a Enel aparecesse diariamente nos meios de comunicação prometendo restaurar a energia, com o passar dos dias não conseguiu concretizar nenhum dos planos de contingência apresentados. Diante disso, o presidente Gabriel Boric, juntamente com o ministro da Energia, Diego Pardow, exigiram respostas das empresas e indenizações para as pessoas afetadas.

Em uma declaração pública, o mandatário sustentou que “as empresas têm cometido infrações graves e indesculpáveis, entre as quais estão o não cumprimento dos prazos de substituição de serviços; não respeitar os compromissos para resolver a emergência; falta de destacamento de tripulações comprometidas; além do descumprimento de padrões mínimos de atendimento ao cliente”.

Além disso, Boric instruiu a elaboração de um relatório técnico para avaliar o vencimento da concessão. A legislação chilena de serviços elétricos estipula que “se a qualidade do serviço prestado não corresponder aos requisitos pré-estabelecidos nesta lei ou em seus regulamentos, ou às condições estipuladas nos decretos de concessão, a menos que a concessionária exija à Superintendência remediar tais situações nos prazos exigidos”, o presidente poderá declarar caducadas as concessões.

Presidência do Chile

Boric se reuniu com representantes da Enel para anunciar que está avaliando romper o contrato de concessão à empresa

O usuário paga tudo

Em 2019, poucos meses antes da revolta social de outubro, a então ministra de Energia do governo de Sebastián Piñera, Susana Jiménez, anunciou a substituição obrigatória dos medidores de energia elétrica, apesar de 86% dos chilenos declararam não querer.

Em uma entrevista dada à época, A então ministra também recebeu fortes críticas após uma entrevista dada à época na qual admitiu que a substituição dos medidores seria cobrada dos usuários.

“O usuário paga tudo”, disse Jiménez, fazendo desmoronar a campanha comunicacional do governo que tentava destacar as supostas virtudes dos novos dispositivos, alegando que eles permitiriam monitorizar em tempo real a prestação do serviço.

A indignação popular contra a Enel naquele então não só obrigou a ministra a renunciar como foi um dos elementos que provocou a revolta social, tanto que uma das imagens emblemáticas daquele episódio histórico foi o incêndio do prédio da Enel, em um dos primeiros protestos massivos realizados em outubro de 2019.

O economista Gonzalo Durán, pesquisador da Fundação SOL, recorda os acontecimentos de cinco anos atrás para ressaltar que o colapso causado pelas empresas privadas no setor elétrico não é algo novo no Chile, e que uma nova calamidade era algo que “já estava previsto”.

Ele também ironiza o fato de que, nas tempestades de agosto deste ano, a suposta virtude dos medidores novos não se mostrou efetiva. Aliás, durante a crise, a Enel chegou a argumentar eu não era possível restabelecer o serviço porque não sabia quantas casas estavam sem energia.

O economista acrescenta o fato de que a insatisfação popular com a empresa já vinha crescendo devido aos sucessivos aumentos nas contas de luz, que já registram uma alça de 23% este ano, algo que não se condiz com a qualidade dos serviços prestados.

Sobre o aumento, a Enel alega que sofreu um “estresse financeiro” durante o período da pandemia, mas Durán contesta essa afirmação, e afirma que “mesmo no período de congelamento das taxas, as empresas elétricas registraram um aumento real dos seus lucros em quase 99%, em valores ajustados pela inflação”.

A Fundação SOL, onde Durán trabalha, é um dos mais conceituados centros de pesquisa sobre temas econômicos do Chile. Um informe publicado pela entidade em junho de 2024 detalha que a Enel Chile S.A. acumulou, no primeiro semestre deste ano, um lucro de US$ 250 bilhões, ou seja, US$ 1,3 bilhão por dia, o que representa um aumento de 120% em relação a 2023. A empresa responsável pelo corte de energia em 23 comunas de Santiago teve um Retorno sobre o Patrimônio Líquido de 17,5%.

O Ministério da Energia do Chile admite que o Relatório Técnico para definir o vencimento ou não dos contratos poderá demorar entre seis meses a um ano. Entretanto, a diretora da SEC, Marta Cabeza, alertou que “nem o vento nem a chuva são justificativas aceitáveis para este tipo de efeitos na cidade” (cortes de energia), e apelou à empresa para melhorar o seu desempenho.

Vale destacar que o desmonte do setor energético no Chile teve início durante a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), com a privatização da estatal Endesa, mas se incrementou quando o país já havia recuperado a democracia, durante os governo do democrata cristão Eduardo Frei Ruiz-Tagle (1994-2000) e do socialista Ricardo Lagos Escobar (2000-2006).

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